segunda-feira, 11 de julho de 2011

UGT monitora de perto os entendimentos entre Carrefour e Pão de Açúcar para evitar desemprego no setor

Carrefour-Pão de Açúcar: ‘Fusão é destruidora de empregos’, diz professor da USP

A proposta de fusão do Grupo Pão de Açúcar com a operação brasileira do Carrefour, bancada em boa parte com recursos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, é considerada "destruidora de empregos" pelo professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em varejo, Nelson Barrizzelli.

Ele avalia que toda argumentação usada para justificar a entrada do banco de fomento nesse negócio não tem nexo. "Num primeiro momento, todas as sinergias que esses dois grupos podem ter para reduzir custos eles o farão", afirmou. "Pode ser que no futuro, quando eles começarem um processo de expansão, ocorra a geração de empregos. Mas num primeiro momento não." O economista ressaltou também que os únicos ganhadores com essa fusão são os dois grupos.

Para o consumidor, dependendo da maneira como o Cade se comportar na avaliação da concorrência, será indiferente. "Já para os fornecedores, a vida que é difícil e vai ficar mais difícil." Procurado pelo Estado, o Grupo Pão de Açúcar não se manifestou. A seguir os principais trechos da entrevista.

Como o senhor. vê a possível fusão do Carrefour com o Pão de Açúcar? Quem ganha e quem perde?

Vejo esse negócio como uma atividade normal de fusões que está ocorrendo no mundo inteiro. Na verdade não se trata especificamente de uma fusão tradicional, tem vantagem de relacionamento acionário entre os grupos, mas no fundo os dois grupos estão se juntando. Isso está ocorrendo no mundo inteiro. Se o BNDES não tivesse entrado, essa seria uma operação absolutamente normal. Quem ganha com essa fusão é, sem dúvida alguma, os dois grupos, exclusivamente. Eles vão ter sinergias, conseguir reduzir custos fixos, certamente vão ganhar mais escala.

E o consumidor não ganha?

Dependendo da maneira como o Cade se comportar, para o consumidor será indiferente. Isso porque no varejo não são as organizações que competem, mas as lojas. Se você tiver uma loja do Grupo Pão de Açúcar isoladamente, ela estará competindo com todas as organizações de pequeno, médio e grande porte que existirem em volta dela. Vai concorrer com a padaria, com a quitanda, com a feira livre, por exemplo.

Qual é o efeito para a indústria?

A vida que já é difícil e vai ficar mais difícil. Ela já sua gotas de suor grossas, talvez ela vá suar algumas gotinhas de sangue. A indústria é a parte que terá mais dificuldades. É lógico que isso tem certos limites. Quando o Pão de Açúcar comprou as Casas Bahia, todo mundo dizia que tinha acabado. Agora a indústria não vai vender mais, vai ter de dar de graça a mercadoria. Não é bem assim. A pressão dos dois lados tem um certo limite. Essas empresas varejistas podem pressionar a indústria e a indústria cede até o ponto que vai ter prejuízo. Se ela vai ter prejuízo, ela não vai ceder mais. Certamente o que aumenta é a pressão negocial. Mas na hora de fazer o negócio, ele vai ser feito de tal maneira que tem de sobrar algum lucro para os dois lados.

O senhor não vê risco de aumento de preço?

Eu acho que não vai haver nem aumento nem redução de preço perceptível. Vai continuar como é hoje. O que poderia acontecer é esse grupo, pelo seu poder de negociação, continue vendendo pelo preço que vende atualmente e tenha mais lucro porque principalmente vai reduzir custos fixos pela junção das duas organizações. Mas eu acho que o consumidor na prática não vai sentir grandes modificações.

O senhor acha que se justifica a entrada do BNDES?

De maneira nenhuma. Acho que toda essa argumentação que foi usada para que o BNDES entrasse nesse negócio não tem absolutamente nenhum nexo. O fato de o BNDES por meio do BNDESPar entrar como sócio comprando ações não muda absolutamente nada. O dinheiro do BNDES é o dinheiro do BNDES. O dinheiro do BNDESPar não vem de uma fonte celestial onde nada acontece em relação a aquilo que é o caixa do BNDES. O papel do BNDES é contribuir para incentivar a infraestrutura brasileira, melhorar a produtividade da indústria, modernizar a indústria, gerar empregos e assim por diante. Uma fusão dessas é destruidora de empregos. Num primeiro momento, todas as sinergias que esses grupos podem ter para reduzir custos eles farão. Pode ser que no futuro, quando eles começarem um processo de expansão, ocorra a geração de muitos empregos. Mas num primeiro momento não. Seja pela missão básica do BNDES como banco de fomento, seja pela própria característica da operação, seja pelo setor ao qual os dois pertencem que é o varejista, não tem nenhum nexo o BNDES entrar numa operação desse tipo.

Por que o BNDES está envolvido?

Não sei explicar, não trabalho no BNDES e não participei da negociação. Você tem de perguntar para o Coutinho. Eu ouvi até uma explicação, por assim dizer, que esse grupo vai ter uma participação importante no Carrefour internacional e isso vai permitir que se venda mais produtos brasileiros no exterior. De todas as explicações essa é a mais esdruxula. Esse Grupo não precisa ter participação no Carrefour internacional para que o Brasil exporte mais alimentos. Não tem sentido nenhum. Nós não somos grandes exportadores de alimentos industrializados. Somos exportadores de matérias primas. Alimentos industrializados, na verdade, não somos nem muito importadores nem exportadores porque são produtos de produção e consumo local. Dificilmente alguém vai comprar uma lata de palmito do Brasil porque o Pão de Açúcar tem participação no Carrefour internacional. A pessoa que fala uma coisa dessas não entende de comércio exterior.

Do ponto de vista de mercado, o Walmart será o grande prejudicado se o negócio se concretizar? Qual será a dinâmica do mercado entre os dois primeiros e os demais?

É interessante observar que ocorre mais ou menos uma regionalização dessas grandes organizações. O Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour se concentraram na região Sudeste. O Walmart se concentrou no Norte, Nordeste e no Sul do Brasil. O que acontece de prático é que hoje, onde o Walmart tem maior dominância, ele não concorre diretamente com o Carrefour e o Pão de Açúcar. Concorre localmente com algumas lojas, mas não com o poderio que essas organizações tem na região Sudeste. E vice-versa. O Walmart aqui em São Paulo é concorrente do Carrefour e do Pão de Açúcar, mas de uma forma muito suave. Dada essa regionalização, o Walmart não vai sofrer substancialmente.

Quais empresas serão afetadas?

Vai ter um certo prejuízo concorrencial para as empresas de porte médio que hoje concorrem com mais facilidade seja com o Carrefour, seja com o Walmart. Se eles vierem a se juntar e ficarem mais forte regionalmente, as empresas de porte médio, como por exemplo as do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro, em regiões de Minas Gerais, poderão passar a ter uma concorrência muito mais forte. Na prática, quando olhamos a maneira pela qual Carrefour e Pão de Açúcar caminharam ao longo desses anos, constatamos que eles foram deixando alguns espaços para empresas de porte médio. (Estado)


Risco de bolha no Brasil já preocupa investidores

Temor de superaquecimento e expansão do crédito aumenta no exterior.
Estrangeiros reduzem otimismo com Dilma; analista vê exagero e diz que endividamento não vai mais crescer no país.
O possível superaquecimento da economia brasileira e a suposta bolha de crédito no país tomaram conta do noticiário internacional e já inquietam investidores estrangeiros. O sentimento em relação ao país está mudando, avaliam analistas.
"A lua de mel dos investidores com o governo Dilma acabou", diz Paulo Vieira da Cunha, economista e sócio da Tandem Global Partners e ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central.
"Existia a expectativa de que Dilma acabaria com abusos do fim do governo Lula na política econômica, mas não houve correção."
O jornal britânico "Financial Times" publicou pelo menos 12 reportagens, textos em blog e artigos sobre o perigo da "bolha de crédito" nos últimos dez dias. Um artigo chegava a falar em "crise desubprime" no Brasil.
Na sexta-feira, o jornal dizia que a economia brasileira "é como bicicleta: funciona enquanto continuar andando". "Mas agora [a bicicleta] está bamba", advertia.
A revista britânica "The Economist" disse que o Brasil está entre os sete países com maior risco de superaquecimento, junto a Argentina, Hong Kong, Índia, Indonésia, Turquia e Vietnã.
E a nova diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, alertou para riscos de superaquecimento e inflação nos país emergentes.
Um administrador de hedge fund diz que os estrangeiros estão comprando a história de bolha de crédito e reduzindo a exposição ao Brasil. Um sintoma seria a queda de ações de bancos brasileiros.
Após a crise de 2008, o Brasil se tornou um "superqueridinho" dos investidores por sua recuperação rápida. Naquela época, lembra o administrador, ninguém fazia muitas contas para por o dinheiro no país.
A virada, o fenômeno de "vender Brasil", começou no início do ano e se reforça agora. Não há sinais de consenso entre os bancos em dizer que os papéis do país estão baratos e é hora de voltar a recompor sua exposição.
Muitos estrangeiros querem ver resultados concretos do combate à inflação e saber até onde vão a inadimplência e a responsabilidade fiscal para investir no Brasil.
EXAGERO -- Outros analistas apontam visões equivocadas nas reportagens e relatórios sobre o mercado de crédito no país.
"Os estrangeiros muitas vezes não têm ideia de que crédito ao consumidor no Brasil cobra juros médios de 46% ao ano. O consumidor brasileiro está chegando no teto de seu endividamento", diz Tony Volpon, chefe de pesquisas de emergentes da Nomura Securities.
O crédito no Brasil cresce muito rápido, o que preocupa economistas -como proporção do PIB era 24,7% em janeiro de 2005 e chegou a 46,6% em abril deste ano.
Mesmo assim, em comparação com outros países, o índice é muito baixo. Na China e na África do Sul, o crédito doméstico ao setor privado ultrapassa 120% do PIB. (Folha)

Empréstimos de baixo valor entram na mira do BC
Banco passará a fiscalizar crédito com valor a partir de R$ 1.000. Objetivo é avaliar melhor o risco que a forte expansão dos empréstimos representa para bancos.

O Banco Central vai passar a monitorar pequenos tomadores de crédito.
O principal objetivo da medida é avaliar melhor o risco que a forte expansão de empréstimos nos últimos anos representa para o sistema financeiro, especialmente para bancos de menor porte.
A Folha apurou que, a partir do fim de outubro, o BC passará a acessar informações detalhadas de cada operação de crédito com valor a partir de R$ 1.000.
Numa segunda fase "cuja data ainda não foi definida", o BC poderá monitorar de forma individualizada todos os financiamentos, mesmo os de valor muito baixo.
Hoje, o departamento de fiscalização tem acesso a dados agregados de todos os empréstimos concedidos pelo sistema financeiro.
Além disso, já recebe e monitora dados individualizados "como informações cadastrais do cliente, valor e modalidade do empréstimo contraído e montante de juros" de operações com valor igual ou superior a R$ 5.000.
Ao reduzir esse montante, o BC ampliará o poder de fogo do departamento de fiscalização. Será possível fazer um mapeamento mais detalhado das notas de crédito que os clientes recebem das instituições financeiras.
Essas classificações variam de acordo com um conjunto de informações, como renda, nível de endividamento e histórico do cliente em pagar ou não as parcelas em dia.
Há nove tipos de notas possíveis para empréstimos concedidos por instituições financeiras no Brasil, que podem oscilar de AA (a melhor possível) a H (a pior de todas).
Com o monitoramento mais abrangente, o BC poderá verificar se um cliente que contraiu empréstimos de valor relativamente baixo em mais de um banco recebe avaliações parecidas de todos.
LUZ AMARELA -- Se forem descobertas discrepâncias grandes nas notas concedidas, uma luz amarela acenderá no departamento de fiscalização.
Em um caso desses, é possível que o BC conclua que o sistema de avaliação de crédito do banco que concede nota mais benigna que seus pares apresenta deficiências.
Como resultado, a instituição poderá ter de aumentar suas provisões (recursos reservados para cobrir prejuízo com possível calote).
Uma das principais preocupações do departamento de fiscalização é garantir que os bancos tenham estruturas eficientes de gestão de risco de empréstimos.
FISCALIZAÇÃO -- O forte crescimento do crédito e a expansão da parcela da renda de pessoas físicas destinada a quitar dívidas reforçaram a necessidade de ampliar a fiscalização sobre as operações de menor valor.
Na esteira da expansão da renda, o percentual de operações de crédito destinadas a financiar o consumo saltou de 7,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2003 para 17,5% em maio de 2011.
O BC também vai desenvolver, a partir dos novos dados a que terá acesso, avaliação mais detalhada da exposição dos bancos às diversas modalidades de crédito, como financiamento para compra de carros e cheque especial. (Folha)


Fazenda analisa limpar déficit da Previdência

Para secretário executivo do ministério, proposta feita por Garibaldi Alvez 'tem seus méritos, mas também tem alguns problemas'.

O Ministério da Fazenda ainda está analisando a proposta do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, de tirar da contabilidade de sua pasta as renúncias fiscais autorizadas para viabilizar políticas públicas de outras áreas. "A proposta tem méritos, mas também tem alguns problemas", disse ao Estado o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Na edição da última segunda-feira, o Estado informou que a Previdência tem pronta proposta, elaborada em conjunto com as centrais sindicais e as entidades representativas dos aposentados, pela qual as renúncias de contribuições previdenciárias como as das entidades filantrópicas e do Simples, seriam transferidas para outros ministérios.

Assim, o que hoje é perda de arrecadação com as renúncias entraria na contabilidade da pasta como receita. Com essa mudança, o que hoje aparece como déficit da Previdência, R$ 17,8 bilhões de janeiro a maio deste ano, cairia pela metade.

Do ponto de vista do setor público, seria apenas uma mudança contábil, segundo observou Barbosa. O déficit continuaria do mesmo tamanho, porém dividido entre várias pastas, sendo a Fazenda a principal delas.

Para a Previdência, a proposta teria a virtude de "limpar" suas contas e torná-las comparáveis às de outros países. Teria também uma vantagem política: mostrar que o déficit é menor do que parece hoje.Assim, diminuiria a pressão por uma reforma profunda no sistema.

Barbosa reconhece que um dos méritos da proposta seria o político, de colocar a discussão sobre o déficit em outras bases. Outra vantagem seria mostrar claramente que o rombo no sistema ocorre, em parte, por causa dessas renúncias, que são decididas pela sociedade via Congresso. (Estado)

Brasil lidera emissões corporativas no mundo em 2011, com US$ 27 bi

China ficou em segundo lugar, com um total de US$ 22 bi; ritmo de emissões indica que País pode atingir em breve volume recorde do ano passado, de US$ 35,6 bi

Do início do ano até agora, o Brasil vendeu US$ 27 bilhões em bônus corporativos no exterior, liderando a lista dos países que mais emitiram esse tipo de papel em 2011 até o momento, segundoFlorian Hartig, chefe global de mercados de dívida do Standard Bank, disse nesta sexta-feira, 8. Em segundo lugar vem a China, com um total de US$ 22 bilhões, e em terceiro a Rússia, com US$ 17 bilhões.

Os números indicam que o ritmo de emissões das empresas do país lá fora segue forte e pode atingir em breve o volume recorde do ano passado inteiro, que segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) ficou em US$ 35,6 bilhões.

"A demanda está super boa, há bastante aceitação e o mercado poderia absorver bem mais do que está sendo lançado no mercado primário", disse Felipe Brandão, da corretora ICAP Brasil. Ele acrescentou que a procura por esses papéis deve continuar robusta no segundo semestre. "As empresas brasileiras estão captando mais barato e oferecendo uma taxa de retorno interessante, os analistas de rating melhoram cada vez mais a nota do Brasil e das companhias do país e lá fora o ambiente é de liquidez."

Na última quinta-feira, aproveitando o bom momento para os bônus brasileiros lá fora, o Tesouro Nacional conseguiu vender US$ 500 milhões em títulos com vencimento em 2021 com a menor taxa de retorno da história, de 4,188% ao ano. (Estado)

Gol compra Webjet por R$ 311 milhões

Desse total, R$ 96 milhões são referentes às ações da companhia e o restante diz respeito a dívidas da Webjet; há dois anos, a Gol já havia feito uma proposta que não foi aceita

A Gol anunciou nessa sexta-feira, 8, a compra de 100% do capital social da WebJet por R$ 311 milhões. Do total, R$ 96 milhões serão pagos efetivamente aos sócios. O restante é referente a dívidas contraídas pela empresa, que agora serão pagas pela Gol. Em fato relevante, a companhia aérea informou que a operação será realizada por meio de sua controlada VRG Linhas Aéreas.
Segundo informações da Gol, a compra ainda está sujeita à realização de auditoria técnica e legal nas atividades e ativos da WebJet, à negociação e celebração dos documentos definitivos pelas partes e às aprovações das autoridades governamentais pertinentes, entre outras condições.
Na negociação, a WebJet foi avaliada pelas partes em R$ 310,7 milhões, mas o preço a ser pago pela aquisição será de R$ 96 milhões, sujeito a ajustes até a data em que a operação for concluída.

A GOL enviou fato relevante ao mercado confirmando que está em tratativas com a Webjet Linhas Aéreas S.A. "Havendo qualquer Fato Relevante necessário, este será anunciado ao mercado", afirmou.

As ações da Gol dispararam no início da tarde desta sexta, após notícia de que a empresa está finalizando a compra da Webjet. No final do dia, a alta chegou a 3,51%, a maior do Ibovespa - Índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Essa não é a primeira aproximação da família Constantino, controladora da Gol, e de Guilherme Paulus, dono da Webjet. Há cerca de dois anos, a Gol já havia feito uma proposta que não foi aceita pela Webjet. (Estado)

BC: norma para impedir avanço do real frente ao dólar

O Banco Central (BC) decidiu aumentar a parcela das operações de aposta na queda do dólar feitas pelos bancos - conhecidas como posição vendida - sujeita a um compulsório de 60%. A partir de agora, as instituições só poderão fechar negócios de até US$ 1 bilhão sem recolhimento, valor que era três vezes maior até então. O objetivo é reduzir as posições, hoje em US$ 14,7 bilhões, em cerca de US$ 5 bilhões.

O compulsório, recolhido em espécie ao caixa do BC e sobre o qual não incide remuneração, encarece a operação financeira, o que reduz os ganhos obtidos com a negociação de contratos futuros de venda de dólar, que pressionam para baixo a cotação da moeda americana.

A intenção da autoridade monetária é justamente forçar a redução destas posições, em meio a uma forte onda de desvalorização do dólar e grandes incertezas internacionais.

- A posição permitida até então sem o ônus do compulsório, que é alto, era de US$ 3 bilhões, e está caindo para apenas US$ 1 bilhão. O foco é prudencial, para reduzir o limite de exposição do mercado em um cenário internacional muito incerto. Nestes momentos de volatilidade, os episódios de volta (reversão da cotação de uma moeda) são sempre de voltas muito bruscas, o que gera prejuízos enormes. Então, a medida é para precaver o mercado - avaliou uma fonte da equipe econômica. (O Globo)

Crédito no Brasil vai se expandir para 60% do PIB até 2015

Para os próximos cinco anos, a perspectiva é de que o crédito no Brasil se expanda para 60% do PIB (Produto Interno Bruto). Esta foi a projeção feita pelo Igeoc, instituto que reúne as principais empresas especializadas em recuperação de crédito no País.

O instituto também estima que, até 2015, haverá forte crescimento do crédito imobiliário, estabilidade dos índices de inadimplência, em função do aumento do nível de renda dos trabalhadores, bem como a antecipação de remessa dos contratos inadimplentes para cobrança.

Setor automotivo em alta -- O presidente do Igeoc, Jair Lantaller, avaliou que o principal responsável pelo forte aumento no crédito será o setor automotivo. De acordo com o presidente, as projeções do Banco Central apontam que o crédito até dezembro deste ano vai se expandir para 48% do PIB, com 15% de participação do setor de veículos.

Frente a este quadro, Lantaller prevê um aumento significativo de veículos vendidos, assim como um novo recorde, inclusive de financiamentos.
No ano de 2010, conforme citado por Lantaller, foram comercializados mais de 3,3 milhões de veículos, com 63% das vendas realizadas por meio de parcelamentos. As demais formas de pagamentos foram divididas da seguinte forma: 46% financiamento, 11% leasing e 6% consórcio. (Infomoney)

ANS libera reajuste de até 7,69% para planos de saúde

Percentual incidirá sobre contratos de cerca de 8 milhões de consumidores.
Índice vale para contratos com aniversário de maio de 2011 a abril de 2012.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou nesta sexta-feira (8) que fixou em 7,69% o índice máximo de reajuste para os planos de saúde médico-hospitalares individuais e familiares contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98.

O percentual incidirá sobre os contratos de cerca de 8 milhões de consumidores, o equivalente a 17% dos consumidores de planos no Brasil.

O índice de reajuste autorizado pela ANS será aplicado aos contratos com aniversário entre maio de 2011 e abril de 2012, a partir da data de aniversário de cada contrato. Para contratos que já venceram, poderá ser feita cobrança do valor retroativo, caso a defasagem seja de no máximo quatro meses.

“Ao receberem seus boletos, os consumidores devem observar se o percentual e o valor absoluto do aumento estão devidamente identificados, permanecendo atentos a eventuais cobranças de valores retroativos, a partir de maio de 2011”. (G1)

Banco Central anuncia nova medida para tentar frear queda do dólar

BC toma medida para baixar posição vendida dos bancos no câmbio.
Autoridade monetária informa que a medida é 'macroprudencial.'

O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (8) uma medida para baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio, que está, atualmente, em cerca de US$ 14,7 bilhões. A medida foi classificada como "macroprudencial" pela autoridade monetária, ou seja, buscaria evitar exageros.

Quando a posição dos bancos no mercado de câmbio está vendida é porque houve mais fechamentos de câmbio para vendas, que podem ter várias finalidades, como importações, transferências para o exterior, ou para o turismo, entre outros.

Alguns analistas avaliam que essa forte posição vendida das instituições financeiras no mercado de câmbio, ou seja, apostando na queda da cotação do dólar, é um dos fatores que pressionam para baixo a moeda norte-americana, atualmente ao redor de R$ 1,55 - a menor em vários anos. Dólar baixo, por sua vez, gera perda de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que as importações ficam mais baratas e as vendas externas mais caras.

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Em janeiro, ao anunciar medida semelhante, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, disse que a medida gera uma tendência de que os bancos comprem dólar. "Se há uma tendência de compra, deverá haver tendência de valorização [do dólar]", confirmou ele na ocasião.

Durante a semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia levantado a possibilidade de medidas nos mercados de derivativos, caso o real continuasse se apreciando. Segundo ele, o governo estuda medidas para conter a alta do real 'porque a valorização tende a continuar', Segundo ele, a 'guerra cambial continua' e poderá ficar mais intensa em razão da crise econômica nos países ricos. (G1)

Fundo das Nações Unidas lança campanha para lembrar que o mundo terá 7 bilhões de pessoas este ano

Valorizar o papel de cada pessoa e instituição na construção de um mundo melhor, compartilhando histórias e ações individuais ou coletivas para responder aos grandes desafios atuais, como a superação da pobreza e o papel dos jovens na construção do futuro. Esses são alguns dos objetivos da campanha 7 Bilhões de Ações, que será lançada pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) nesta segunda-feira (11), Dia Mundial da População. O título faz referência à marca de 7 bilhões de pessoas que será atingida em outubro de 2011.

Segundo o diretor executivo do Unfpa, Babatunde Osotimehin, para reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida, será necessário adotar novas formas de estabelecer uma cooperação global sem precedentes. “A hora de agir é agora. As ações individuais, multiplicadas muitas vezes, podem fazer um mundo de diferença. Juntos somos 7 bilhões de pessoas; contamos uns com os outros”, observou.

Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moom, considerou que há “alimentos suficientes para todos, ainda que quase 1 bilhão de pessoas passem fome".

Temos meios de erradicar muitas doenças, ainda que elas continuem se espalhando”, disse Ban Ki-moom. “Temos o presente de um meio ambiente rico, ainda que continue sujeito ao abuso e à exploração diária. Vamos fazer este Dia Mundial da População para tomar atitudes determinantes para criar um futuro melhor para os nossos 7 bilhões de habitantes e para a próxima geração”.

A Campanha 7 bilhões de Ações será centrada nas mídias sociais, utilizando as plataformas de interconectividade disponíveis (internet, celulares), além de ações presenciais em todos os países. A página da campanha na internet está disponível inicialmente em inglês, mas deverá incorporar outras línguas ao longo do ano.Vários parceiros globais estão apoiando a iniciativa, comoFacebook, IBM, Wikimedia, National Geographic, entre outros. (Agência Brasil)

ICV do Dieese aponta em junho a primeira deflação em mais de três anos

O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no município de São Paulo, registrou em junho a primeira deflação em mais de três anos: -0,34%.

A última queda havia sido apurada em fevereiro de 2008 (-0,03%).

Agora, o ICV acumula inflação de 3,13% no ano (próximo dos 3,22% de igual período de 2010) e 6,82% em 12 meses, aumentando à medida que a renda aumenta.

O ICV teve leves altas em maio deste ano (0,04%) e em junho do ano passado (0,02%).

Segundo o instituto, o grupo Transporte caiu 2,07% em junho e Alimentação recuou 0,83%. Somados, contribuíram com redução de 0,57 ponto percentual na taxa do mês.

Entre os grupos em alta, Habitação (0,71%), Despesas Pessoais (0,48%) e Saúde (0,26%) tiveram impacto de 0,22 ponto no ICV.

No ano, apenas dois dos dez grupos pesquisados ficaram acima do índice geral (3,13%): Transporte (6,13%) e Educação e Leitura (5,45%). O grupo Alimentação subiu 2,08%.

O Dieese chama a atenção para a queda da taxa anualizada dos dois últimos meses: de 7,33% em abril para 7,21% em maio e 6,82% em junho.

Dois grupos ficaram acima do índice geral: Transporte (com altas de 29,28% no álcool e 10,92% na gasolina) e Alimentação, ambos com 9,52%.

O ICV sobe mais para famílias de maior renda, atingindo 6,93%. Na faixa de menor renda, o índice anual sobe 6,56% e na intermediária, 6,70%. (Fonte: Rede Brasil Atual)

Inflação de serviços é a maior em 14 anos
Oferta sobe menos que a procura por educação, saúde e beleza, alimentada por expansão na renda do trabalhador. especialistas, concorrência baixa e falta de crédito e inovação limitam os ganhos na produção.
Com mais dinheiro no bolso e sem medo de perder o emprego, o brasileiro está viajando mais, aumentou o investimento em educação e os gastos com saúde e beleza.
O lado ruim da história é que os preços de serviços são os que mais sobem e têm pressionado a inflação.
A alta de preços no setor acumulada em 12 meses chegou a 8,75% em junho. É o maior patamar desde 1997 e está acima da inflação média do país, de 6,71%.
Nem em 2003, quando o custo de vida no Brasil subiu 17%, os serviços aumentaram tanto (ver quadro ao lado). Na época, a principal pressão inflacionária veio da desvalorização do real, devido à desconfiança dos investidores com os rumos da economia no governo Lula.
Agora, segundo diagnóstico do Banco Central, boa parte da remarcação de preços é reflexo do aumento da renda e da lenta expansão da oferta de serviços. Desde 2007, a demanda tem subido a uma taxa de 2,5% por trimestre até dezembro do ano passado. A oferta cresceu 0,8%, diz o BC.
O professor da Universidade de Brasília Jorge Arbache explica que o aumento do consumo em educação, saúde e lazer estão ligados a urbanização, envelhecimento da população e sofisticação do consumo na sociedade.
Mas, se a procura cresce, a oferta fica limitada pela baixa produtividade no setor - conceito que define o quanto é produzido por custo de hora trabalhada.
O vice-presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto explica que a atividade tem pouca exposição às inovações no exterior: "O que foi feito [ganho de competitividade] na indústria, com o processo de abertura comercial nos anos 90, nunca aconteceu nos serviços".
Importar serviços é coisa rara, pois depende da aproximação entre consumidor e fornecedor.
Mas, segundo Canuto, é possível atrair estrangeiros que queiram investir em áreas como construção civil, seguros e grandes obras de infraestrutura do governo.
INVESTIMENTOS -- Outro empecilho ao aumento da oferta é a reduzida capacidade de investimento. A professora da FGV-SP Anita Kon lembra que, nos serviços prestados às famílias, a informalidade é alta. E a qualificação, em geral, é baixa:
"Isso dificulta o acesso ao crédito para investimento".
Além disso, segundo o pesquisador do Ipea Alexandre Messa, o setor tem mais dificuldades em substituir mão de obra por máquinas.
"Um garçom, por exemplo, tem um máximo de mesas que pode atender ao mesmo tempo. Ele não consegue aumentar isso de ano para ano. O mesmo acontece com um médico, um professor".
O economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, afirma que os investimentos em serviços cresceram 28% no primeiro semestre e a oferta está reagindo. "A inflação dos serviços deve ceder lentamente", prevê. (Folha)

Mulheres são 45% dos empreendedores individuais no país
Do total de 1,3 milhão de formalizados pela lei de 2009, 87% pretendem virar microempresários, segundo SEBRAE. Faz parte da categoria quem fatura até R$ 36 mil por ano; na microempresa, receita máxima é de R$ 240 mil.
As mulheres representam quase metade do total de 1,3 milhão de microempreendedores individuais do Brasil. Elas são 45%, segundo estudo feito pelo Sebrae.
A lei que criou essa modalidade de empresário no país, com o propósito de tirar trabalhadores da informalidade, completa dois anos em vigor neste mês.
O levantamento também revela que 87% dos empreendedores individuais brasileiros querem transformar seus negócios em microempresas.
Isso significa ampliar bastante a atividade.
É classificado como microempreendedor individual aquele que fatura até R$ 36 mil por ano. Já a receita máxima de uma microempresa chega a R$ 240 mil anuais.
Os ramos de atuação dos empresários individuais são variados. E, nos nichos mais representativos, as mulheres só não são maioria em dois -obras de alvenaria e manutenção de equipamentos.
"A atividade do empreendedor individual possibilita certa flexibilidade de horários que facilita a rotina da mulher, que, muitas vezes, precisa se dividir entre o trabalho fora e dentro de casa", diz Luiz Barretto, presidente nacional do Sebrae.
EDUCAÇÃO -- O estudo mostra ainda que 47% dos empreendedores individuais do país têm ensino médio ou técnico completo.
"O resultado pode refletir que os que se formalizaram primeiro foram os mais bem informados. O desafio é estender isso ao público com menos estudo", diz Barretto.
Na tentativa de cumprir essa meta, o Sebrae, que oferece cursos gratuitos de capacitação a micro e pequenos empresários, acaba de lançar um específico para os empreendedores individuais. Os interessados devem acessar o site: www.sebrae.com.br.
O programa inclui visitas de agentes aos estabelecimentos e o envio de informações complementares por celular, principal meio de comunicação utilizado por esse tipo de empreendedor.
Na avaliação de Paulo Feldmann, presidente do conselho da pequena empresa da Fecomercio-SP, é justamente na educação e na qualificação que está o principal gargalo ao desenvolvimento do empresário individual.
"É factível que eles se tornem, sim, microempresários, mas não podemos esperar que isso caia do céu", diz. "As mudanças em relação à gestão do negócio são enormes de um nível para outro."
Feldmann defende que se invista na formação dessas pessoas no segundo grau, já que quase metade dos empreendedores individuais concluiu o curso.
"Em outros países, como Itália e Alemanha, os estudantes têm noções básicas de contabilidade no ensino médio. É algo que faz a diferença", completa.
CONTROLAR AS CONTAS -- A possibilidade de "controlar melhor as contas" foi um dos benefícios que a formalização trouxe à hoje empresária individual Simone de Oliveira, 43.
Ela passou pelo processo em novembro de 2010 se inscrevendo no site www.portaldoempreendedor.gov.br (é preciso fazer via web).
Agora, a cabeleireira, que aprendeu a profissão na prática aos 14 anos, tem uma conta no banco para o pequeno salão de beleza do bairro da Taquara, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.
"Agora, recebo a maior parte em cartão. Antes, com pagamento só em dinheiro, era difícil saber qual era a minha receita. Acabava sempre tirando uma parte para pagar feira, supermercado... Uma confusão." (Folha)