sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

São esperados mais dois cortes de 0,5 ponto, para que Selic feche ano em 9,50%

Dilma quer que juros básicos caiam ainda mais

São esperados mais dois cortes de 0,5 ponto, para que Selic feche ano em 9,50%.

A decisão do Banco Central (BC) de reduzir os juros para 10,5% ao ano, na última quarta-feira, agradou ao Palácio do Planalto, mas a presidente Dilma Rousseff quer mais. Segundo interlocutores, são esperados pelo menos mais dois cortes de 0,50 ponto percentual na taxa, para que a Selic feche 2012 em 9,5%. Para isso, a presidente está disposta a fazer um ajuste fiscal que permita ao BC seguir flexibilizando a política monetária.

A inflação, sobretudo a vinda dos alimentos, preocupa porque tem como causa fatores climáticos (chuva e estiagem). Mas há um entendimento de integrantes da área econômica de que é melhor que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique um ponto percentual acima do centro da meta neste ano — em 5,5% — do que sacrificar a renda das famílias e a geração de empregos, com a interrupção na queda da Selic.

— A palavra é calibrar. Será que vale a pena forçar a mão nos juros, por causa de um ponto percentual a menos na inflação? — indagou uma fonte.

Missão de ministros é enxugar o orçamento -- De olho nisso, a missão delegada aos ministérios do Planejamento e da Fazenda é enxugar o orçamento de 2012, para fechar o corte em R$ 60 bilhões. Isso sem comprometer investimentos e programas sociais.

Segundo interlocutores, na avaliação do Planalto, o melhor caminho para assegurar o crescimento da economia é pela via da flexibilização da política monetária e do crédito. É com esse propósito que a presidente estaria disposta a usar outros mecanismos, como maior aperto fiscal, por exemplo.

O corte no orçamento seria uma sinalização importante para o mercado, além de dar margem ao BC para continuar reduzindo os juros. Uma ala mais conservadora defende mais dois cortes na Selic, só que um de 0,5 ponto e outro de 0,25%, justamente por causa da inflação.

Dessa forma, explicou a fonte, o corte de R$ 50 bilhões já seria suficiente pois, além do contingenciamento, o Executivo faz a famosa gestão de caixa. Historicamente, o governo tem dificuldade de executar o orçamento. Ou seja, acaba fazendo também um contingenciamento natural.

Investimentos terão que ser mantidos -- Para chegar ao corte de R$ 60 bilhões, técnicos do governo estão se esforçando, dado o engessamento do orçamento às despesas fixas obrigatórias, como pagamento da folha do funcionalismo, dos benefícios previdenciários (INSS e regimes próprios), dos programas sociais e juros da dívida sem atingir os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

— Manter os investimentos é uma ordem — contou um técnico envolvido nas discussões.(O Globo)


Piso salarial paulista é reajustado para R$ 690

Aumento de 15% supera a correção obtida pelo salário mínimo nacional neste ano.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem que o piso salarial de São Paulo subirá para R$ 690 no mês de março.

O reajuste, de 15%, ficou acima do concedido pelo governo federal para o salário mínimo nacional, de 14,13%, embora a economia paulista tenha crescido menos.

O piso salarial paulista deve ser pago a trabalhadores com carteira assinada que não são protegidos por acordos coletivos negociados por sindicatos, como empregadas domésticas, garçons, marceneiros e costureiras.

O piso salarial de São Paulo tem três faixas, que variam de acordo com categorias profissionais. Nas duas faixas superiores, o piso foi reajustado para R$ 700 e R$ 710.

O salário mínimo dos funcionários públicos do Estado foi aumentado para R$ 720. Cerca de 33 mil dos 700 mil servidores recebem o piso.

Até março, as empresas paulistas devem reajustar os salários dos funcionários públicos que recebem o piso para R$ 622, o valor do salário mínimo nacional.

O mínimo é reajustado todos os anos de acordo com a taxa de crescimento da economia dois anos antes e a inflação do último ano.

Em São Paulo, não há regra para correção do piso.

A economia paulista cresceu 6,8% em 2010, quando o país teve uma expansão menor, de 7,5%.

A perda de fôlego da indústria, que foi muito afetada pela concorrência de produtos importados, ajuda a explicar esse desempenho, que prosseguiu em 2011.

A economia nacional, sustentada pelo dinamismo de outros setores, como os serviços e os produtores de matérias-primas, seguiu em expansão superior à de São Paulo. (Folha)


EUA buscam fortalecer o turismo de olho na classe média de Brasil e China

O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira, 19, uma ordem executiva com o objetivo de fortalecer o turismo no país. Obama fez um discurso nesta tarde na Walt Disney, na Flórida, para tratar do tema. Um dos alvos das mudanças introduzidas por Obama é o turista do Brasil.

O documento firmado por Obama prevê que o governo simplifique e acelere o processo de visto para os turistas, reduzindo o tempo do processo em 40%, além de expandir um programa que permite agilizar a liberação de viajantes pré-aprovados e que representam baixo risco para a segurança norte-americana. O presidente toma a medida como parte de uma campanha mais ampla, para mostrar que faz todo o possível para estimular a economia.

"A América está aberta aos negócios. Quanto mais turistas visitarem a América, mais norte-americanos voltarão ao trabalho", disse Obama em pronunciamento em frente ao castelo da Cinderela.

A ordem executiva pede aos ministérios envolvidos que preparem em 60 dias um plano para que pelo menos 80% dos turistas brasileiros e chineses que solicitam visto ao país sejam entrevistados no prazo de três semanas após o pedido, salvo exigências de segurança.

A Casa Branca afirmou em comunicado que pretende estimular o turismo nos EUA, tendo como alvo a crescente classe média em países como China, Índia e Brasil. A Casa Branca diz que turistas chineses e brasileiros têm gastado entre US$ 5 mil e US$ 6 mil em cada viagem aos EUA.

O turismo representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano e garante 7,5 milhões de empregos. Segundo a Casa Branca, projeções mostram que mais de 1 milhão de empregos podem ser criados nos próximos 10 anos, caso os norte-americanos ampliem sua participação no setor de turismo global.

"Todo ano, dezenas de milhões de turistas de todo mundo vêm e visitam a América. E quanto mais gente visitar a América, mais americanos voltarão ao trabalho", afirmou o presidente no comunicado, mais cedo.

A escolha de Obama pela Flórida parece ser notoriamente política, já que o Estado deve ser um importante campo de batalha para a disputa presidencial ainda este ano. Em alguns dias, o oposicionista Partido Republicano realiza sua primária nesse Estado. A Casa Branca, porém, negou essa intenção política, notando que a região é uma das principais zonas turísticas do país. (Estado)