quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

UGT e demais centrais sindicais unidas na negociação de um novo valor para o salário mínimo

Centrais sindicais querem reunião com Dilma para cobrar mínimo de R$ 580

As centrais sindicais fecharam nesta terça-feira (11) uma estratégia de mobilização por um aumento maior do salário mínimo. Os representantes dos trabalhadores definiram em conjunto que o piso nacional deve ser de R$ 580 e pretendem reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff para cobrar dela o reajuste. As centrais vão encaminhar ainda nesta terça um pedido de audiência urgente com a presidenta. O documento será enviado também a vários ministros do governo.

“Quando firmamos um acordo com o governo sobre o reajuste do salário mínimo até 2023, o princípio básico era a recuperação do mínimo. No ano em que todas as categorias tiveram aumento real, não ter o aumento real para o salário mínimo está errado”, disse o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, um dos presentes na reunião ocorrida nesta terça-feira na capital paulista.

Segundo Neto e outros sindicalistas, caso o governo não aceite a proposta das centrais, serão marcadas manifestações nas principais cidades do país. Essas manifestações estão marcadas para a próxima terça-feira (18), em São Paulo. Uma mobilização deve ocorrer na Avenida Paulista às 11 horas.

Além de uma aumento real para o mínimo, as centrais vão pedir correção da tabela do imposto de renda e aumento maior para os aposentados que ganham mais que o piso. Para as centrais, devem ter um aumento de 80% do percentual de reajuste aplicado ao salário mínimo.

“Estamos muito unidos, mais do que nunca. Todas as oportunidades em que esta união ocorreu, as resposta foram rápidas e as conquistas, imediatas”, declarou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.

Além dos representantes da CGTB e UGT, participaram da reunião membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). (Jornal do Commércio)

Centrais cogitam ir à Justiça por correção de 6,4% na tabela do Imposto de Renda

As seis centrais sindicais do país vão pedir à presidenta Dilma Rousseff uma correção de 6,43% na tabela de cobrança do Imposto de Renda (IR). Caso o governo federal não aceite a proposta, as entidades pretendem ir à Justiça para reivindicar o reajuste.

A decisão foi tomada hoje (11), em encontro que reuniu representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

Segundo eles, o percentual de 6,43% de correção é o mesmo da inflação acumulada em 2010. Os sindicalistas disseram que esse reajuste garantiria que as conquistas salariais dos trabalhadores não fossem reduzidas com o pagamento do IR.

“A maior parte dos sindicatos conseguiu aumento real para sua categoria. Alguns, 4 ou 5 pontos percentuais acima da inflação”, afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah. “Esses aumentos ficam completamente prejudicados pela não correção da tabela do IR.”

Segundo Patah, a busca pela Justiça também foi a estratégia usada por centrais para a correção da tabela do IR durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Portanto, pode ser repetida. “Já estamos com a ação pronta. Só vamos esperar a resposta do governo”, disse ele.

De acordo com as centrais, desde 1995, a tabela do IR acumula defasagem de cerca de 70%. Este percentual é referente à inflação do período não repassada à tabela de cobrança do imposto. (Agencia Brasil)

Produção industrial cresce em metade das regiões, diz IBGE

A produção industrial cresceu em 7 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de outubro para novembro, considerando o ajuste sazonal. Na média nacional, a indústria apresentou leve queda, de 0,1%.

Na dianteira ficou o Paraná, com expansão de 11,5%. Na sequência vieram Amazonas (8,8%), Rio Grande do Sul (8,3%), Rio de Janeiro (5,5%), Pará (5,1%), Santa Catarina (2,3%) e São Paulo (1,4%).

A maior queda foi na Bahia (-8,1%), influenciada pela paralisação em plantas do setor químico, segundo o IBGE.

Já no acumulado no ano, a indústria cresceu em todos os locais investigados. Sob impacto do beneficiamento do minério de ferro, a liderança foi do Espírito Santo (24,9%).

Na comparação com novembro de 2009, a produção avançou em 11 das 14 regiões. (Folha)

Mais de 39% dos brasileiros não têm conta bancária, diz Ipea

Porcentagem é ainda maior na região Nordeste, com 52,6% da população fora do sistema bancário; no Sul, parcela cai para 30%.

Uma expressiva parcela da população brasileira ainda permanece excluída do sistema bancário. Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta terça-feira, 11, aponta que 39,5% dos brasileiros não possuem conta em banco. A porcentagem é ainda maior na região Nordeste: 52,6%. No outro extremo, aparece a região Sul, com 30% da população sem acesso a bancos.

Segundo o estudo, as mulheres constituem a maior parte da população fora da rede destas instituições financeiras. Atualmente, 55,5% das mulheres do País possuem conta, ante 66% dos homens. A população jovem, por outro lado, está tendo acesso mais cedo aos serviços dos bancos, enquanto os maiores de 45 anos tiveram um avanço menor. Dos entrevistados entre 18 e 24 anos, 51,9% declararam posse de conta, sendo que apenas 11,8% deles têm esta conta há mais de cinco anos.

Dos brasileiros excluídos do sistema bancário, 40,6% desejam ter uma conta e 26,6% acreditam ter condições financeiras necessárias e atrativas para as instituições. O porcentual daqueles que almejam possuir uma conta é maior nas seguintes faixas da população: mulheres jovens (com menos de 24 anos), pessoas com ensino fundamental completo, pessoas com renda de até dois salários mínimos mensais e residentes nas regiões Norte e Nordeste.

Como o brasileiro escolhe seu banco? — A motivação para a escolha da instituição financeira tem características regionais bem definidas, segundo o estudo. A influência da empresa onde o cidadão trabalha é a única exceção, já que é fator decisivo em todas as partes do País, com destaque para o Sudeste.

A tradição no relacionamento com o banco, pessoal ou familiar, tem grande relevância na região Sul, sendo seu valor quase o dobro do índice nacional. Já a confiança na instituição tem maior importância nas regiões menos desenvolvidas economicamente, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A localização do banco, por sua vez, tem peso destacado no Sudeste e a falta de alternativas, no Norte.

Homens dão maior importância ao crédito — A compreensão sobre a principal função de um banco, outro aspecto abordado na pesquisa, também apresenta diferenças regionais. No Sudeste e Sul, há uma menor percepção da relevância da concessão de crédito em comparação com o resultado nacional. Já nas regiões menos desenvolvidas economicamente, como Nordeste e Norte, os entrevistados atribuem uma maior importância à essa atividade.

Na divisão por sexo, o estudo mostra que os homens dão maior importância ao crédito do que as mulheres (5,4% e 3,6%, respectivamente). O público feminino, por outro lado, se mostra mais interessado nos produtos e serviços oferecidos pelos bancos, com 31,4% contra 24,4% dos homens.

Para a elaboração do indicador, o Ipea ouviu 2.770 brasileiros em todos os Estados do País. A margem máxima de erro por região é de 5%. (Estado)

Indústria do Rio cresce acima da média nacional, emprego bate recorde e arrecadação avança 18%

A produção industrial do Estado do Rio cresceu 5,5% em novembro, enquanto na média nacional houve recuo de 0,1% no mesmo mês, informou nesta terça-feira o IBGE. Esse é apenas mais um sinal da retomada da economia fluminense, que vinha andando atrás do resto do Brasil. Ser escolhida a sede das Olimpíadas de 2016 e uma das capitais brasileiras que receberão a Copa de 2014 colocou o Rio sob o holofote mundial. Junte-se a isso uma redução da violência urbana e uma melhora no ambiente de negócios que, segundo especialistas e empresários, garantem à economia fluminense um desempenho acima da média nacional.

Prova disso é o aumento da arrecadação de impostos. O recolhimento de ICMS cresceu 18,8% no ano passado, alcançando R$ 22,134 bilhões, no quarto maior avanço entre os estados do país e num desempenho superior ao de São Paulo, onde a arrecadação de ICMS cresceu 14,4%.

- Há um trabalho forte de fiscalização. Investimos R$ 5 bilhões em 2010, e vamos investir mais para fazer frente aos compromissos assumidos com a Copa e as Olimpíadas - afirmou o secretário estadual de Fazenda, Renato Villela.

Assim, a economia fluminense vai recuperando o terreno perdido. Segundo levantamento do economista Mauro Osório, da UFRJ, de 2000 a 2009, a produção da indústria de transformação (quando se exclui a extrativa-mineral, no caso do Rio, basicamente petróleo) caiu 1,9% no estado, contra uma alta de 17,7% no Brasil. Porém, nos últimos 12 meses, terminados em novembro, o movimento se inverteu. No Brasil, a expansão foi de 11,6% e a indústria de transformação do Rio avançou 12,7%:

- Conseguimos encostar no Brasil. Vínhamos como um ponto fora da curva. Precisamos investir em infraestrutura para permitir o crescimento das pequenas empresas, que não estão se expandindo na mesma proporção.

Maior avanço entre metrópoles globais — O avanço do emprego com carteira assinada no Estado do Rio - cuja economia sempre foi marcada pela informalidade - também ganhou força. Em novembro, foram criadas 31.965 vagas, no melhor resultado desde 1995 e, no ano, já são 200.783 empregos com carteira. Isso mudou a estrutura do mercado de trabalho do Rio: em novembro de 2002, 45% dos trabalhadores empregados tinham carteira assinada. Em novembro do ano passado, essa parcela subiu para 51%.

A melhora no mercado de trabalho fluminense ficou claro na pesquisa recente Global Metro Monitor (publicação da London School of Economics e do Brookings Institution). Segundo o presidente do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets), o economista André Urani, na comparação entre o dinamismo econômico (medido por emprego e renda) das 150 maiores metrópoles do mundo no período anterior à crise (1993-2007) com o posterior (2008-2010), o Rio foi a região com o maior avanço: saiu da 100 posição para a décima.

Para Urani, a pacificação da cidade foi fundamental com a queda no número de homicídios (foram 317 em outubro de 2010 contra 454 dois anos antes), com uma maior parceria entre governos federal, estadual e municipal. "É muito cedo para cantar vitória, mas as perspectivas são boas. A organização de eventos internacionais, o dinamismo de grandes indústrias siderúrgicas, petroquímicas e navais, a logística, o mercado imobiliário, e até mesmo os serviços financeiros sofisticados deverão proporcionar inúmeras oportunidades aos jovens cariocas que entrarão no mercado de trabalho nos próximos anos, pondo fim a um longo período de estagnação econômica e de imobilidade social", diz Urani em artigo publicado recentemente. (O Globo)