quarta-feira, 10 de agosto de 2011

UGT e demais centrais sindicais fazem marcação cerrada para que pauta de interesse dos trabalhadores seja votada

Centrais sindicais entregam pauta de reivindicações à Câmara dos Deputados

Centrais sindicais entregaram ontem (9), às 15h, ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), uma pauta com as reivindicações dos trabalhadores.
Entre os itens estão mudanças na política econômica para reduzir juros e distribuir renda, a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais para 40 horas, o fim do fator previdenciário e a regulamentação da terceirização.

As centrais querem sensibilizar os parlamentares a votar as matérias de interesse da classe trabalhadora que tramitam na Casa.

(Fonte: Agência Brasil)


As armas do Brasil contra a crise

Um dos fatos marcantes da crise financeira de 2008 é que o Brasil não sucumbiu, ao contrário do que ocorrera em turbulências anteriores. O país foi fortemente atingido, entrou em recessão, mas se recuperou rapidamente. E agora? Está preparado para enfrentar o recrudescimento da crise mundial?

Em tese, o Brasil está mais forte. Tem um volume de reservas cambiais bem superior - US$ 349,6 bilhões, face a US$ 205,7 bilhões em 12 de setembro de 2008, véspera da quebra do banco Lehman Brothers -, e um colchão de liquidez (os depósitos compulsórios recolhidos ao Banco Central) igualmente vultoso - R$ 420 bilhões, diante de R$ 270 bilhões.

Ninguém duvida, no entanto, que o agravamento da crise na Europa e nos Estados Unidos vá nos afetar. A forte queda da Bovespa nos últimos dias foi um sinal. A principal consequência deverá ser a redução da atividade econômica. Para o economista Mário Torós, sócio da Ibiúna Investimentos e um dos personagens centrais do governo no enfrentamento da crise de 2008, a melhor maneira de enfrentar a situação é por meio da redução da taxa de juros.

Torós: situação atual favorece queda dos juros -- A crise de 2008 se caracterizou pelo excesso de endividamento do setor privado nas economias avançadas, fato que levou a uma crise bancária e ao travamento do crédito doméstico e internacional. Os governos reagiram com medidas de alívio monetário e fiscal. O objetivo era desafogar o crédito, promover a desalavancagem dos bancos e, assim, evitar uma grande contração global.

Na prática, o que houve foi a transferência de grande parte da dívida do setor privado para o setor público. A ideia, explica Torós, era que esse movimento estancasse de algum modo a crise, uma vez que o crédito do setor público era, naquele momento, melhor que o do setor privado. O resultado foi um crescimento brutal das dívidas soberanas, que superaram as altas históricas da Primeira Guerra Mundial e da Depressão de 1929.

No caso das nações ricas, segundo cálculo dos economistas Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, as dívidas cresceram, em média, 134% entre 2007 e 2010, face à média histórica, registrada em crises anteriores, de alta de 86%. Já a relação dívida/PIB chegou, em média, a 88%.

O problema é que a dramática deterioração fiscal não resultou na recuperação das economias. Os investidores passaram, então, a duvidar da capacidade de pagamento das dívidas dos países mais frágeis da Europa. A desconfiança aumentou depois do caso Grécia, chegando a Portugal, Espanha e Itália. A diferença de spread entre os títulos das dívidas francesa e alemã, por exemplo, superou 90 pontos básicos (quase 1 ponto percentual).

"Isso mostra que há uma aversão absoluta a risco no mercado. Os investidores estão correndo para os títulos alemães, considerados mais seguros. O normal seria os spreads estarem mais próximos", diz Torós, um especialista em gestão de risco. "O risco da crise bancária de 2008 transferiu-se agora para o de uma crise das dívidas soberanas, o que, se se confirmar, obviamente afetará o sistema financeiro."

Em 2008, o Brasil reagiu à crise com instrumentos fiscais e monetários. A posição fiscal era mais favorável que a atual e, por essa razão, o governo teve espaço para reduzir impostos e estimular a oferta de crédito via bancos oficiais. Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que o governo não pretende enfraquecer o resultado fiscal. É uma decisão acertada porque fortalece as defesas do país frente a um provável cenário de estresse.

No caso da política monetária, o momento atual é distinto. No terceiro trimestre de 2008, quando a crise atingiu o Brasil, a economia crescia acima de 7% ao ano, com a inflação ameaçando estourar o teto de 6,5% do regime de metas. Com a quebra do Lehman Brothers, o pânico se espalhou rapidamente, provocando forte desvalorização do real. Além disso, grandes empresas exportadoras estavam expostas a contratos de derivativo cambial, estimados em US$ 38 bilhões, e sofreram, por causa da abrupta perda de valor do real, prejuízo de pelo menos US$ 10 bilhões.

Naquele ambiente, o BC optou por tornar funcionais os mercados de dólar e reais e, apenas num segundo momento, reduzir os juros. A decisão foi muito criticada dentro e fora do governo. A alegação do BC é que, num cenário de inflação alta, era impossível prever o impacto da depreciação do real sobre os preços.

Agora, a economia está rodando a 4% ao ano, com perspectiva de queda abaixo desse patamar, e a inflação está começando a desacelerar. O real, à medida que uma recessão mundial afete os preços das commodities, tende a se desvalorizar, mas possivelmente não na mesma intensidade de 2008, uma vez que empresas brasileiras estão menos expostas a câmbio.

Torós acredita que, no pior cenário, a principal consequência da crise pode vir a ser o travamento do crédito doméstico. E desta vez as fontes oficiais não terão como suprir o mercado. "Nesse contexto, parece que a resposta a um agravamento da crise parece ser, de fato, mais monetária que fiscal. O Brasil ainda possui os instrumentos [juros e liquidez via compulsórios] que os outros países já não têm", observa o ex-diretor do BC. (Valor)


Fazenda: queda das commodities é o principal canal de contágio para o Brasil

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta terça-feira que a queda nos preços de commodities decorrente da desaceleração das economias europeia e americana é hoje o principal canal de contágio da crise mundial para o Brasil. Segundo ele, esse movimento ajuda a derrubar o dólar e agrava a guerra cambial. No entanto, num primeiro momento, o fenômeno pode até servir para ajudar a conter pressões inflacionárias:

- O principal canal (de contágio) hoje é o de commodities, que bate no câmbio. Mas a gente está preparado para lidar com isso. E, num primeiro momento, pode até ajudar no combate à inflação. Se os preços de commodities caem mais do que cai o câmbio, o impacto sobre os preços é negativo - disse o secretário.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil pode sofrer consequência se a situação se agravar. Ele afirmou que o país tem uma situação fiscal sólida, reservas internacionais e um mercado interno forte.

- Isso não quer dizer que não teria consequência para o Brasil caso haja uma deteriorização da crise mundial - afirmou o ministro no plenário da Câmara, onde acontece um debate sobre a crise financeira mundial.

Barbosa afirmou que outras formas de transmissão das turbulências para o Brasil são uma desaceleração maior da Europa e dos Estados Unidos, o que reduz as exportações dos produtos nacionais, e uma possível crise financeira ou bancária europeia. No entanto, esses riscos são menores:

- Caso haja um crescimento mais lento (europeu e americano), estamos falando de economias que já estavam crescendo pouco, portanto, o impacto é pequeno - disse Barbosa, acrescentando:

- Um terceiro canal seria o financeiro ou bancário por causa das dívidas dos países na Europa. Mas o Banco Central Europeu já deu sinais, declarações e ações para mostrar que não deixará que eventuais problemas com títulos das dívida de um ou outro país se desenvolvam numa crise bancária.

Segundo o secretário, o mundo passa hoje por uma reavaliação de cenários com base no crescimento mais lento nos países desenvolvidos e, portanto, a crise é menos grave que a de 2008:

- Não acho que é uma precificação de crise, é uma precificação de um crescimento menor com possível desaceleração do crescimento nos Estados Unidos e incertezas no mercado europeu. Não me parece que há risco de deterioração financeira como houve em 2008.

Ele lembrou que o Brasil está pronto para enfrentar as turbulências e que as medidas de incentivo ao setor produtivo que foram anunciadas nos últimos dias são uma forma de assegurar o crescimento da economia em 2011 e 2012. O governo anunciou nesta terça-feira, por exemplo, uma correção nos limites de enquadramento das empresas no Simples.

- As desonerações de hoje afetam cerca de 6 milhões de agentes econômicos. Isso tem um efeito muito grande na economia. Já é um estímulo e um apoio ao setor produtivo. Tem também o aumento do salário mínimo em 2012, que estimula a economia. Isso garante o crescimento no ano que vem.

Já Mantega fez um apelo para que Legislativo, Judiciário, juntos com o Executivo, não apresentem propostas de aumentos de gastos neste momento em que a crise global está mais agudo.

Mantega: crise deve se prolongar por dois anos -- Mantega reafirmou que a crise mundial vai se prolongar pelos próximos dois anos. Ele afirmou que o cenário hoje é nebuloso, mas já se sabe que os países avançados levarão tempo para conseguir recuperar suas economias. Mesmo assim, o ministro assegurou que o Brasil está preparado para enfrentar até mesmo um agravamento das turbulências atuais.(O Globo)


Anefac: com alta de julho, juros do crédito para pessoa física passam de 121% ao ano

As taxas de juros do crédito voltaram a aumentar em julho, de acordo com pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa média geral para pessoa física subiu 0,59% no mês passando de 6,80% ao mês (120,22% ao ano) em junho para 6,84% ao mês (121,21% ao ano) em julho, a maior taxa de juros média desde maio deste ano.

Segundo a Anefac, as elevações podem ser atribuídas ao conjunto de medidas que o Banco Central (BC) vem promovendo desde dezembro do ano passado, cujo objetivo é reduzir a demanda interna para combater a inflação que se encontra acima da meta, tais como: elevação dos depósitos compulsórios em dezembro, aumento do requerimento de capital para operação de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses (fator de ponderação de risco), e a elevação da taxa básica de juros (Selic) em janeiro, março, abril, junho e julho (1,75 ponto percentual no total), entre outras.

A pesquisa apontou ainda que, para pessoa jurídica, a taxa de juros média geral subiu 2,27% no mês passando de 3,96% ao mês (59,37% ao ano) em junho para 4,05% ao mês (61,03% ao ano) em julho, sendo esta a maior taxa de juros média desde outubro de 2009.

A expectativa da Anefac é de que as taxas de juros voltem a ser elevadas nos próximos meses.(O Globo)


Walmart quer 100% do Carrefour Brasil

A rede Walmart tem um antigo interesse em adquirir a operação do Carrefour no Brasil, mas há questões que impedem um avanço maior nas negociações entre as redes. De acordo com fontes ligadas às empresas, a cadeia americana não abre mão da compra do controle total do negócio do Carrefour no país. Também não aceita que os franceses permaneçam como acionistas minoritários da subsidiária brasileira.

O Carrefour, por sua vez, quer esgotar todas as suas possibilidades em torno de uma fusão, nos moldes do que havia proposto Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, que teve sua proposta rechaçada pelo sócio francês Casino. O Carrefour também avalia vende uma parte de seus ativos no país, antes de aprofundar as conversas com o Walmart.

Os franceses resistem à ideia de sair do Brasil neste momento, e não querem, a princípio, se desfazer do Atacadão, o melhor negócio que o Carrefour já fez no país até hoje. Representantes doWalmart têm afirmado a pessoas próximas que a rede só aceita tratar do assunto se o acordo envolver o Atacadão. "No mínimo, eles [o Walmart] esperam ficar com algumas lojas que o Carrefour tem fechado em algumas capitais, nessa reestruturação que estão fazendo na empresa", afirma uma fonte próxima da cadeia americana.

A cadeia americana deixou o Carrefour a par do seu interesse nos negócios no país em outubro do ano passado, quando vazaram as informações de que o Carrefour no Brasil havia registrado um rombo contábil bilionário.

A rede francesa busca uma saída para a sua operação local por conta da pressão de um grupo de acionistas que busca rentabilizar o investimento feito na rede em 2007. A perda contábil de €550 milhões na filial brasileira, descoberta em 2010, acabou sendo um fator a mais nesse processo.

O comando do Carrefour no Brasil está reorganizando a operação local, e isso tem levado a rede a fechar lojas, mudar as bandeiras dos pontos e a demitir pessoal. Esse movimento faz parte de um conjunto de medidas tomadas para melhorar o desempenho da rede, que registra níveis de rentabilidade operacional abaixo do registrado pelo líder Pão de Açúcar.

Entre julho e agosto, o Carrefour demitiu 410 funcionários em São Paulo, segundo Robson Eduardo Andrade Rios, gerente jurídico do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Grande parte foi de empregados de lojas. Entre maio e a primeira semana de agosto, foram 808 pessoas. Neste mês, mais 48.

Lojas foram fechadas e outras estão mudando de bandeira. Parte dessas lojas pode ser negociada num pacote de pontos a ser vendido para o Walmart.

A assessoria de imprensa do Carrefour informa que há um movimento de desligamento de pessoal na rede, mas explica que há lojas de hipermercados sendo fechadas para receberem a bandeira Atacadão - os empregados desses pontos serão reaproveitados.

O Valor apurou que o escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados foi contratado pela varejista americana para assessorá-la nas negociações com a subsidiária brasileira da rede francesa. O escritório não se manifestou sobre o assunto. As cadeias Walmart e Carrefour informam que não comentam rumores de mercado. (Valor)


Governo amplia alcance do Simples e descarta mais renúncia fiscal este ano

As desonerações fiscais ao setor produtivo que o governo tinha para anunciar este ano terminaram, disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. O governo divulgou ontem a ampliação do regime tributário especial SuperSimples e do programa Micro Empreendedor Individual (MEI), que, juntos, devem somar uma renúncia de R$ 4,8 bilhões em impostos nos 12 meses seguintes à aprovação do Projeto de Lei (PL) 591, que "atualiza" a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

As renúncias fiscais se somam aos R$ 24,5 bilhões que o governo abriu mão mediante a desoneração da folha de pagamentos de quatro setores da economia, como parte do programa Brasil Maior. "O que tínhamos para anunciar, no lado fiscal, anunciamos", disse Barbosa.

Quando aprovado pelo Congresso, o PL 591 abrirá espaço para a incorporação de pouco mais de 30 mil micro e pequenas empresas no SuperSimples. O governo corrigiu em 50% os valores do regime, que passará a englobar em seu sistema simplificado de pagamento de tributos empresas cujo faturamento anual atinge R$ 3,6 milhões - o teto atual para inclusão no SuperSimples é de R$ 2,4 milhões.

Na prática haverá redução de alíquotas para aqueles já inscritos no regime, explicou Silas Santiago, secretário-geral do Conselho Gestor do Simples Nacional (CGSN), da Receita Federal. Isso ocorre porque uma empresa do comércio, um dos segmentos que fazem parte do Simples, que fatura entre R$ 2,1 milhões e R$ 2,4 milhões por ano, e que hoje recolhe 11,61% em impostos via Simples, passará a arcar com uma taxa de 10,13% - a alíquota que une CSLL, PIS-Pasep, Cofins, CPP, ICMS e Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ).

Além disso, a presidente Dilma Rousseff, que comandou a cerimônia de lançamento das medidas ontem, no Palácio do Planalto, anunciou que o faturamento obtido via exportações não será enquadrado no Simples. Isso quer dizer que, no limite, as micro e pequenas empresas poderão exportar até R$ 3,6 milhões por ano e faturar outros R$ 3,6 milhões internamente e ainda se enquadrar no regime especial. O MEI também será ampliado - o teto de faturamento do empreendedor enquadrado no programa será reajustado de R$ 36 mil a R$ 60 mil por ano.

As medidas, no entanto, só valerão depois que o projeto for aprovado. De acordo com o deputado Pepe Vargas (PT-RS), presidente da frente parlamentar de apoio à micro e pequena empresa, o projeto só será apreciado em sessão extraordinária da Câmara após a aprovação de um outro, que cria o Pronatec, programa lançado pelo governo em junho para qualificação da mão de obra. "Temos o entendimento dos relatores do Pronatec que ele será aprovado até o fim de agosto, então as medidas que alteram a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas entrarão na pauta no início de setembro", prevê. (Valor)


Após decisão, bolsas e "treasuries" disparam

Além de comprometer-se pela primeira vez em manter sua taxa referencial de juros no menor patamar histórico pelo menos até meados de 2013, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) discutiu uma série de ferramentas para impulsionar a economia. Também anunciou estar preparado para empregá-las da forma "apropriada", segundo informou em comunicado divulgado, ontem, em Washington.

Entre os membros do Fomc, houve três "dissidentes", que preferiram manter o compromisso de manter as taxas de juros baixas por um "período extenso", mas sem especificar períodos.

A decisão representa o maior esforço do Fed desde novembro para incentivar a economia dos EUA e reanimar a confiança, embora as autoridades monetárias não tenham chegado a preparar uma terceira rodada de compras de ativos em grande escala. O presidente do Fed, Ben Bernanke, e seus colegas fizeram os anúncios depois de relatórios terem mostrado que a economia está em desaceleração e depois do rebaixamento inédito da classificação de crédito dos EUA, que derrubaram ações por todo o mundo, de Sydney a Nova York.

O Fed mostrou uma visão mais obscura da economia do que em seu comunicado passado, divulgado no fim de junho.

"O crescimento econômico até agora neste ano vem sendo consideravelmente mais lento do que o comitê esperava", destacou. O Fed também previu "um ritmo de recuperação um pouco mais lento nos próximos trimestres", acrescentando que "aumentaram os riscos de piora das perspectivas econômicas".

Em reação, as bolsas americanas acentuaram os ganhos e, no final do pregão, o índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, ganhou 3,98% para 11.239 pontos. O Standard & Poor's 500 teve valorização de 4,74%, para 1.172 pontos, enquanto que o índice Nasdaq subiu 5,29%, para 2.482 pontos.

O movimento de compra se acelerou perto do fim da sessão e o S&P teve seu melhor desempenho em mais de dois anos, depois de perdas de quase 17% nas últimas semanas.

As ações de bancos subiram com força após perdas recentes, com o índice KBW registrando alta de 6,7%.

Já o rendimento da notas do Tesouro dos EUA de dois anos recuava 0,188%, enquanto o dos papéis de dez anos caía para 2,192%, após chegar 2,03%, menor a patamar histórico.

"É um comprometimento drástico da taxa, que claramente é de extrema despreocupação com a inflação e mostra nítida tendência em direção a novas possíveis compras" de ativos, afirmou JamesO'Sullivan, economista-chefe do MF Global Inc., em Nova York. "Mesmo isso foi bastante controverso - ter três dissidentes evidencia as verdadeiras divisões no Fed neste momento."

O Fed manteve entre 0% e 0,25% sua meta para a taxa de juros dos fundos federais, que está nessa faixa desde dezembro de 2008. O banco central também informou que manterá sua política de reinvestir os papéis que estão vencendo, sem especificar por quanto tempo.

A decisão teve sete votos favoráveis e três contrários. Richard Fisher, presidente do Fed regional de Dallas, Charles Plosser, da unidade da Filadélfia, e Narayana Kocherlakota, do Fed de Minneapolis, foram os divergentes. A ocasião anterior em que ouve três dissidentes no Fomc havia sido em 17 de novembro de 1992.

De acordo com o Fed, houve "uma deterioração das condições gerais do mercado de trabalho nos últimos meses" e os gastos das famílias "aplanaram-se".

O ritmo de contratações desacelerou-se, uma vez que os empregadores perderam confiança na recuperação. O aumento mensal médio no número de folhas de pagamento caiu para 72 mil em maio, junho e julho, em comparação ao de 215 mil verificado nos três meses anteriores. O índice de desemprego caiu de 9,2% a 9,1%, entre junho e julho, porque mais americanos desistiram de procurar emprego, o que os exclui do indicador.

"Quando temos o tipo de combinação de crescimento abaixo da média, desemprego teimosamente alto e excesso de dívidas, precisa-se de taxas de juros baixas", afirmou Carmen Reinhart, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics, em Washington, em 5 de agosto.

O mercado residencial também vem sendo um obstáculo ao crescimento, já que o declínio no preço das casas afeta a confiança e a situação financeira do consumidor.

As vendas de residências usadas, maior parcela do mercado, somaram 4,77 milhões no ano encerrado em junho, 34% a menos do que pico anterior à recessão, em setembro de 2005. O índice S&P/Case-Shiller de valor de propriedades em 20 cidades recuou 4,5% em maio na comparação anual, maior declínio em 18 meses. (Valor)


Fiat implanta polo automotivo de R$ 4 bi em Pernambuco

Projeto abrange fábrica, parque de fornecedores, centro de capacitação e treinamento, centro de pesquisa e desenvolvimento, campo de provas e pista de testes.

A Fiat anunciou, nesta terça-feira, 9, a implantação de um polo automotivo em Goiana, município da zona da mata pernambucana, com investimentos de R$ 4 bilhões. O projeto é ambicioso: em uma área de 14 mil hectares, serão construídos a fábrica, que terá capacidade para a produção de 200 a 250 mil veículos por ano, parque de fornecedores, centro de capacitação e treinamento, centro de pesquisa e desenvolvimento, campo de provas e pista de testes. A perspectiva, de acordo com o presidente do grupo Fiat/Chrysler para a América Latina, Cledorvino Belini, é de início das operações da fábrica em março de 2014.

Ele disse não temer o atual momento econômico internacional. "Normalmente as crises não afetam os investimentos pela razão simples de serem passageiras", disse, em entrevista coletiva, no Palácio do Campo das Princesas, em Recife. "Este investimento é de longo prazo, para 2014."

O projeto inicial previa investimentos de R$ 3 bilhões e seria instalado no município metropolitano do Cabo de Santo Agostinho, na área do complexo industrial e portuário de Suape. O anúncio chegou a ser feito em dezembro do ano passado pelo então presidente Lula. A alteração do local veio acompanhada de ampliação de investimentos porque, de acordo com Belini, a produção inicialmente prevista também era menor, de 150 a 200 mil unidades por ano. O empreendimento deverá gerar 4,5 mil empregos diretos.

Cinturão industrial -- Belini disse que da mesma forma que a Fiat desencadeou o processo de "mineirização", há 35 anos, levando a montadora para Betim, em Minas Gerais - dispensando o cinturão industrial de São Paulo - agora tem início o que ele chamou de "pernambucalização". Afirmou que só trará os êxitos da experiência em Minas - citando o compromisso com sustentabilidade, meio ambiente, tecnologia de ponta - e se comprometeu a empregar uma grande maioria pernambucana, se coresponsabilizando pela capacitação da mão de obra.

"Estamos dando início formal ao que será uma nova fase na história de 35 anos da Fiat no Brasil, ao mesmo tempo em que ajudamos a construir uma etapa importantíssima do desenvolvimento de Pernambuco", afirmou. Pelos seus cálculos, cerca de 20 empresas fornecedoras estarão presentes na planta da Fiat. "Um primeiro nível de fornecedores tem que abastecer diretamente a montadora", explicou.

O governador Eduardo Campos (PSB), que comemorou a oportunidade de equilibrar espacialmente o desenvolvimento do Estado, disse estar atento ao novo desafio, que envolve capacitação e qualificação de mão de obra. "Vamos dar conta", garantiu citando o protocolo de intenções firmado entre a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade de Pernambuco (UPE) com a Universidade de Milão para receber alunos dos cursos de engenharia, além de 22 mil vagas do Sistema S que estão sendo negociadas para atender às demandas por mão de obra no Estado. (Estado)