terça-feira, 31 de março de 2009

Ampliar a garantia do emprego para todo o setor produtivo da indústria automobilística, incluindo as revendas de automóveis

Governo reduz imposto sobre moto e prorroga IPI menor

A UGT se reuniu com o ministro Guido Mantega e pediu que a manutenção dos empregos seja ampliada para todo o setor produtivo da indústria automobilística. Os setores de revenda de automóveis, de autopeças e de manutenção também serão diretamente beneficiados com a redução do IPI e tem que dar garantia de emprego, como contrapartida social. Afinal, estes setores empregam muito mais que a própria fabricação dos veículos, que estão completamente automatizadas. A decisão do governo federal de reduzir IPI e de reduzir o Cofins para motos se destaca porcausa da indiferença dos capitalistas brasileiros em agir, de maneira concreta contra a crise. O que vemos são os banqueiros (terroristas) agindo com a maior frieza, indiferentes a qualquer tipo de risco a favor do Brasil. É a hora de investir em micro e pequenas empresas e facilitar o microcrédito. Mas os banqueiros temem qualquer iniciativa dando como desculpas os riscos envolvidos. O que vemos são empresários retirando dinheiro da produção e demitindo para economizar sem consideração alguma pelas famílias trabalhadoras. O que veos são os trabalhadores, consumidores e cidadãos pensando no Brasil enquanto as lideranças empresariais e os banqueiros (especuladores) virando as costas ao País. Que esta crise sirva de lição para todos nós e que nos ensine a apostar em um Estado mais forte e mais controlador do sistema financeiro

Leia os textos abaixo, por favor: Acordo com montadoras prevê manutenção de empregos por 3 meses; impostos sobre cigarros sobem

O governo anunciou nesta segunda-feira, 30, um acordo para a prorrogação do IPI menor sobre carros e caminhões por três meses e a redução do Cofins para motos no País. Além disso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o IPI e o PIS/Cofins sobre o cigarro serão elevados, resultando em uma alta de 30% no preço do produto. A ideia é que esse aumento compense a renúncia fiscal de R$ 1,5 bilhão gerada pelas medidas anunciadas nesta segunda pelo governo para combater os efeitos da crise mundial no Brasil.

Mantega informou que o corte do IPI inclui agora um acordo para a manutenção do emprego no setor. "Esta medida foi muito bem-sucedida, porque houve uma recuperação rápida da atividade... a indústria automotiva é importante para o País porque é uma cadeia produtora que chega a representar 23% do PIB industrial", disse Mantega.

Os veículos com até 1.000 cilindradas terão IPI zero. De 1.000 a 2.000 cilindradas, a alíquota do imposto será de 5,5% para veículos a álcool ou flex fuel e de 6,5% para a gasolina. Acima de 2.000, o tributo fica em 18% para álcool ou flex e 25% para gasolina. O IPI para caminhões também permanecerá zerado. O IPI de reboques e semirreboques cai de 5% para zero e o de caminhonetes permanecerá em 1%.

O ministro anunciou também que a alíquota de Cofins incidente sobre motos cairá de 3% para zero. A medida também terá a contrapartida da manutenção dos empregos na Zona Franca de Manaus, que concentra a maior parte da produção de motocicletas no País. A alíquota de PIS/Pasep incidente sobre motos será mantida em 0,65%, uma vez que esse recurso é destinado ao seguro-desemprego.

Entre outras medidas anunciadas pelo governo, está a redução do IPI sobre materiais para a construção civil. Segundo Mantega, as medidas vão estimular o segmento da autoconstrução e terão impacto grande na cadeia da construção civil.

A partir de 1º de abril, a alíquota de IPI que incide sobre cimento cairá de 4% para 0%; tintas e vernizes de 5% para 0%; massa de vidraceiro, de 10% para 2%; indutos utilizados em pinturas, de 5% para 2%; revestimentos não refratários do tipo dos utilizados em alvenaria, de 5% para 0%; aditivos preparados para cimentos, argamassas ou concreto, de 10% para 5%; argamassa e concreto para construção, de 5% para 0%; banheiros, boxes para chuveiros, pias e lavatórios de plástico, de 5% para 0%; assentos e tampas de sanitários de plástico, de 5% para 0%; caixas de descarga e artigos semelhantes de plástico, de 5% para 0%; pias, lavatórios de porcela e cerâmica, de 5% para 0%; grades e redes de aço, de 5% para 0%; pias e lavatórios de aço inoxidável, de 5% para 0%; fechaduras, ferrolhos, cadeados e dobradiças, de 5% para 0%; outras guarnições e ferragens, de 10% para 5%; válvulas para escoamento e outros dispositivos dos tipos utilizados em banheiros e cozinhas, de 5% para 0%; disjuntores de 15% para 10%; e chuveiro elétrico, de 5% para 0%. (Leia mais no Estadão)

Passeatas contra demissões unem as centrais no país; em SP, 10 mil protestam

Superando dissensos, as maiores centrais sindicais do país se uniram ontem, em uma série de manifestações pelo país, contra as demissões motivadas pela crise econômica. As mobilizações ocorreram em pelo menos 19 Estados e no Distrito Federal e contaram com a participação de representantes de movimentos estudantis e sociais.

Segundo organizadores, o objetivo era chamar a atenção para os 730 mil cortes de empregos que ocorreram no Brasil desde o agravamento da crise, em outubro, e pressionar o governo a reduzir juros. Entre os alvos dos protestos, que ocorreram em frente a federações de indústrias e órgãos públicos, havia mineradoras e montadoras.

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Arthur Henrique, diz que parte do empresariado está sendo irresponsável ao demitir. Para ele, há setores que não estão em crise, mas que demitem para reduzir custos. "Este é um momento em que se precisa ter responsabilidade, principalmente com a manutenção dos empregos, porque isso é o que mantém a renda, o consumo e a economia aquecida", diz.

Em São Paulo, a passeata começou na av. Paulista e seguiu até a Bolsa de Valores. Segundo a polícia, cujo método de contagem se baseia na extensão do ato e nos níveis de concentração dos manifestantes, havia, no auge, 10 mil pessoas. Segundo os organizadores, chegaram a participar 30 mil -o número, segundo a CUT, é baseado em informes prévios dos sindicatos e medido "no olho".

Também em São Paulo, membros do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) bloquearam parte da rodovia Régis Bittencourt (zona oeste). Segundo a organização, o protesto reuniu 400 manifestantes -para a PM, foram 100-, que pediam construção de moradias.

Em alguns Estados, os manifestantes aproveitaram para fazer críticas a problemas locais. No Paraná, protestaram contra deputados que não aprovaram uma proposta de emenda constitucional que dava benefícios fiscais às empresas que não demitissem. No Espírito Santo, o alvo foi a possível venda do banco estatal. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, as críticas foram feitas aos governos.

Para diretores de centrais, grande vitória de ontem foi a união por pautas conjuntas. "O importante, para nós, é a possibilidade de uma resposta unitária do sindicalismo, quando os trabalhadores colocam a posição de que a crise não pode ser paga por eles", diz Ivan Gonzalez, da CSA (Confederação Sindical das Américas), à qual pertencem CUT, Força Sindical e UGT. Hoje e amanhã, haverá atos na Argentina e no Uruguai. (Leia mais na Folha)

Microcrédito avança, mas não atrai bancos

Na contramão da crise global de escassez de crédito, mercado de pequenos empréstimos fecha 2008 com alta de 64%. Pulverização da carteira, risco mais elevado e menor rentabilidade ainda fazem com que grandes bancos não invistam no segmento.

A crise financeira global tem encontrado pouca repercussão no segmento de microcrédito, caracterizado pelos empréstimos de baixo valor para empreendedores informais e microempresas sem acesso aos canais tradicionais do crédito bancário. Enquanto nos bancos tradicionais a crise se reflete em aumento generalizado da inadimplência e aperto das concessões, no microcrédito a palavra de ordem continua sendo expansão acelerada.

Em 2008, segundo dados do PNMPO (Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado), do Ministério do Trabalho, o segmento desembolsou R$ 1,8 bilhão para os microempreendedores, aumento de 64% em relação ao volume financeiro de 2007, mesmo com o agravamento da crise a partir de setembro. No período de 2005 a 2008, enquanto o volume de crédito total no país duplicou de tamanho, o do microcrédito triplicou.

"Essa expansão ocorreu mesmo em um ambiente de aperto no crédito e aumento das taxas de juros no ano passado, em razão da crise global. E podemos notar que o segmento continua em franca expansão nesses primeiros meses do ano", afirma o coordenador geral do PNMPO, Max Britto Coelho. A partir deste ano, os dados oficiais sobre o setor serão divulgados trimestralmente -antes, eram divulgados anualmente.

Para o especialista em microcrédito e professor da FGV-RJ, Francisco Barone, a diferença nas lógicas de concessão do crédito pelo sistema financeiro e pelos agentes de microcrédito pode explicar essa disparidade entre os dois segmentos. "Enquanto no sistema financeiro o crédito às pequenas e microempresas encolhe nesses momentos, uma vez que o risco se torna mais elevado, no microcrédito os agentes estão acostumados a trabalhar com uma base onde o risco é, por natureza, mais elevado", diz.

Além disso, há uma enorme carência do acesso ao crédito bancário no Brasil, explicada pela elevada informalidade na economia e pela burocracia bancária. O país tem mais de 10 milhões de empresas informais, segundo o IBGE, que são o principal alvo do microcrédito. "Claro que não é todo esse universo que precisa ou quer acessar algum tipo de crédito, mas se conseguíssemos atingir 30% ou 40% desse total, teríamos uma verdadeira revolução na economia", afirma Britto, do Ministério do Trabalho. (Leia mais na Folha)

Contra demissão, 52,5% são a favor de reduzir jornada e salário

Segundo pesquisa CNT/Sensus, subiu número dos que têm medo de perder emprego e veem piora no mercado

A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira, 30, revelou que 52,5% dos entrevistados são favoráveis à redução da jornada de trabalho com diminuição dos salários como medida para evitar demissões. Também houve aumento, segundo o instituto, do número de entrevistados que têm medo de perder o emprego, de 42,7% em janeiro para 44,8% em março.

A crise econômica mundial gerou profundo impacto na avaliação da população sobre a situação do emprego e da renda. O porcentual dos entrevistados que observaram, em março, piora na situação do emprego nos últimos seis meses chegou a 54,5%. Na pesquisa anterior, de janeiro, essa taxa era de 38,5%. Já os que avaliam que houve melhora no mercado de trabalho foram apenas 20,9% em março, ante 32,7% em janeiro.

Com relação à renda, 32,6% das pessoas disseram, em março, que ela diminuiu, ante 23,2% da pesquisa anterior. A taxa dos que percebeu melhora na renda variou pouco, caindo de 25,3% em janeiro para 24,6% em março.

A CNT/Sensus também perguntou a seus dois mil entrevistados qual a expectativa que eles têm para emprego e renda nos próximos seis meses. O resultado foi que houve uma diminuição nas expectativas positivas, mas o otimismo ainda predomina.

O porcentual dos que responderam que o emprego vai melhorar no futuro caiu de 51,1% em janeiro para 48,8%. Apesar da redução, a avaliação positiva ainda supera, com folga, a fatia dos que dizem que vai piorar, que, em março, foi de 22,1%.

Com relação às projeções para a renda nos próximos seis meses, os que dizem que ela vai aumentar caíram de 51,7% em janeiro para 49,2% em março. A fatia dos que acreditam em diminuição da renda passou de 11,1% em janeiro para 14,4% em março.

Essas expectativas são usadas pela CNT/Sensus para calcular o chamado índice do cidadão, que mede a avaliação geral da população em relação ao País. O indicador foi de 41,18 pontos em março. Como está abaixo de 100, isso indica avaliação negativa.

Apesar do avanço do pessimismo verificado de maneira geral na pesquisa, 46,3% dos entrevistados acreditam que o Brasil sairá fortalecido da crise. Em dezembro, essa perspectiva era compartilhada por 41,9% dos entrevistados. Além disso, 40,1% das pessoas ouvidas avaliaram que o governo está lidando com a crise de maneira adequada, ante 26,5% que acham que o tratamento não está sendo adequado. (Estadão)

BC prevê queda de crescimento, emprego e inflação em 2009

O Banco Central (BC) assegurou que o Brasil é capaz de lidar com a crise global sem a necessidade de modificar sua política econômica graças a seu mercado doméstico, mas admitiu que as taxas de crescimento, emprego e inflação serão muito inferiores às que tinha previsto no final do ano passado.

As novas previsões do BC para este ano fazem parte do Relatório Trimestral sobre Inflação, divulgado hoje.

O organismo reduziu sua previsão para o crescimento em 2009 de 3,2%, em dezembro, para 1,2%, este mês.

A revisão em baixa na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) "é consistente com a evolução na margem dos principais indicadores do nível de atividade da economia brasileira, e com a deterioração das expectativas", segundo o relatório.

A previsão para a inflação em 2009 foi reduzida de 4,7%, há três meses, para 4,0%, em março.

De acordo com o BC, a própria desaceleração econômica ajudará o Brasil a fechar o ano com sua inflação sob controle e abaixo da meta de 4,5%, que o Governo estipulou para 2009.

O organismo disse ainda que o desemprego deve aumentar nos próximos meses como consequência da crise global, que afetou importantes setores como a mineração, a siderurgia e o automotivo.

O desemprego já aumentou no primeiro mês deste ano, devido às demissões em massa anunciadas por algumas empresas, e ficou em 8,2%, acima do mesmo mês de 2008 (8,0%).

"Até o momento, no entanto, a concessão de férias coletivas, a diminuição da jornada de trabalho e outras medidas de emergência atenuaram a elevação das taxas de desemprego", segundo o relatório.

Apesar das previsões mais pessimistas, o Banco Central afirmou que o Brasil, por seu mercado doméstico, tem capacidade de enfrentar a crise internacional "sem romper" sua política econômica, ao contrário do que ocorreu em 1999.

O desempenho da economia brasileira este ano dependerá mais da demanda doméstica e menos da externa. (Abril)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Centrais sindicais unidas avançam contra o neoliberalismo

Centrais sindicais fazem hoje passeatas contra demissões

Em todas as oportunidades de se formar uma unidade na ação, a favor da classe trabalhadora brasileira, as centrais sindicais e os movimentos sociais souberam se unir, ir para as ruas, pressionar o parlamento, buscar uma mudança de atitudes e até mesmo na legislação a favor dos cidadãos brasileiros. Diante da atual crise, de contexto mundial, as centrais vão hoje para as ruas marchar no Ato Internacional Unificado contra a Crise. Todas as vezes que agimos unidos conseguimos mudanças substanciais. Por exemplo, hoje acumulamos ganhos reais de mais de 45% no salário mínimo a partir de ações que mostraram para o Brasil e, especialmente, para o governo brasileiro que através do salário mínimo conseguiríamos distribuir renda no Brasil. O mesmo foi feito quando as centrais se mobilizaram contra a Emenda 3, que tinha o propósito de transformar trabalhadores em PJs. Agora, vamos de novo marchar contra o neliberalismo moribundo, que desde Tatcher e Reagan apostou que o capital era mais importante que o trabalho. Até chegarmos a essa crise monstruosa, que corrói valores, elimina postos de trabalho, compromete não só a economia financeira mas, principalmente, a produção de riquezas. É em torno deste propósito, de recuperar os valores sagrados da produção que mobilizará e motivará todos os que hoje, marcharão, desde a Av. Paulista, símbolo da riqueza de São Paulo, até a Bolsa de Valores, ambiente em que os especuladores ajudaram a afundar a conquista produtiva de várias décadas, de milhões de pessoas.

Leia mais e acompanhe o clipping do dia: As centrais sindicais convocaram para hoje uma manifestação contra as demissões e a crise global. A expectativa é que o ato reúna 10 mil pessoas.

Em São Paulo, o encontro está marcado para começar às 10h, em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista. Em seguida, a passeata seguirá até a Bolsa de Valores de São Paulo.

O "Ato Internacional Unificado contra a Crise", que acontecerá também em outros Estados, foi convocado por organizações sindicais.

O ato reivindica redução dos juros, defesa dos direitos trabalhistas, investimento em políticas sociais e redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

"Temos uma pauta imensa contra a crise, mas que se resume na palavra de ordem: defesa do emprego e redução dos juros", disse, em nota, Antonio Carlos Spis, membro da executiva nacional da CUT. Além das centrais sindicais (Força Sindical, CUT, CGTB, Nova Central, UGT e CTB), a manifestação terá a presença de movimentos sociais e estudantis.

O secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, afirma que "os trabalhadores não pagarão pela crise". (Leia mais na Folha)

Dilma prevê retomada da economia brasileira no segundo semestre

Ministra da Casa Civil participou de audiência pública na Assembleia Legislativa gaúcha

Depois de participar da inauguração do Centro de Design no Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), a ministra chefe da Casa Civil Dilma Rousseff participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa gaúcha sobre a crise econômica. Ouviu as reivindicações de deputados e representantes de diversos setores da sociedade, e em seguida se pronunciou sobre as medidas do governo para combater a crise. Na avaliação da ministra, o segundo semestre de 2009 será de retomada da economia brasileira, com recomposição do crédito e redução de juros.

— O governo brasileiro tem mantido uma série de investimentos estratégicos para que o país não saia mais fraco, como antes, e sim mais forte do que entrou. (...) Reduzimos o compulsório, estimulamos o crédito, financiamos com os nossos recursos exportações, financiamos a agricultura, alteramos as alíquotas o IR, reduzimos a taxa de juros. Pela primeira vez o Brasil vai poder reduzir os seus juros mantendo a estabilidade.

Dilma defendeu o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), afirmando ser uma grande revolução do crédito:

— O PAC não pode ser visto como um projeto orçamento geral da União. É um grande esforço do Brasil para voltar a financiar empreedimentos de 30 anos com taxas de juros adequadas. (Leia mais no Zero Hora)

Renda por habitante cresceu 59% desde 95, enquanto a de emergentes subiu 123%, diz estudo

Apesar do crescimento recente da economia e dos programas do governo de transferência de renda, o Brasil andou para trás nos últimos 13 anos. Entre 1995 e 2008, a renda per capita (ganho anual por habitante) do brasileiro avançou 59,41%, número menor que o crescimento de 68,50% dos países da América Latina e bem inferior ao aumento de 123,31% registrado pelas nações em desenvolvimento. A conclusão é de estudo preparado pelo economista Reinaldo Gonçalves, professor titular em economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Este ano, com a piora do cenário internacional, o ganho individual no Brasil terá um dos maiores recuos. É o que mostra a reportagem de Bruno Rosa publicada na edição de segunda-feira do GLOBO.

Segundo economistas, a política de juros altos nos últimos anos, a forte desvalorização cambial e falta de uma política de comércio internacional pró-ativa foram determinantes para o desempenho dos últimos anos. Segundo Gonçalves, os erros na política macroeconômica colocam o Brasil na lanterna do crescimento da renda per capita durante os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Por outro lado, ressalta Claudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, as nações em desenvolvimento e da América Latina promoveram cortes de juros ao longo da última década, reduzindo os custos de investimentos e, assim, gerando emprego e renda. (Leia mais em O Globo)

Prorrogação do IPI deve ser anunciada hoje e incluirá moto

O governo planeja anunciar esta semana - provavelmente hoje - a prorrogação por 90 dias (até 30 de junho) do acordo para redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Além disso, pretende estender o benefício para as motocicletas.

Também para esta semana, há previsão de que sejam anunciadas medidas para o setor financeiro, principalmente para baixar o spread dos bancos, conforme adiantou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na sexta-feira (veja detalhes em texto abaixo nesta página).

A redução de IPI para veículos foi uma das medidas que deram resultado mais imediato entre os vários pacotes adotados pelo governo para minorar o impacto da crise financeira mundial.

De acordo com dados das montadoras, a medida fez com que as vendas subissem de 194.454 unidades em dezembro para 197.454 em janeiro e para 199.366 em fevereiro. Para este mês, a previsão é que o número ultrapasse 240 mil unidades.

De acordo com estudo realizado pela Anfavea (associação das montadoras), em dezembro foram vendidos quase 195 mil veículos, mas, sem a redução do IPI, o total comercializado teria sido de 167 mil. Já em janeiro, foram comercializados mais de 197 mil veículos. Sem a desoneração, as vendas teriam sido de 147 mil, garante a associação. E em fevereiro as vendas chegaram perto de 199,5 mil, mas seriam 149 mil sem a redução do IPI, assegura o estudo realizado pela Anfavea. (Leia mais no DCI)

Atividade do varejo avança 3,9% em fevereiro, diz Serasa

A atividade do comércio varejista no País cresceu 3,9% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento da Serasa Experian. O resultado aponta desaceleração ante o desempenho do comércio em janeiro, quando o indicador registrou alta de 5,1% em base anual, e em dezembro, quando o indicador avançou 7,5%, também em base anual.

O comércio varejista, segundo a Serasa, teve expansão de 4,5% no primeiro bimestre do ano na comparação com o mesmo período de 2008. A alta foi puxada pelo crescimento de 8,6% da atividade nas lojas de eletroeletrônicos, móveis e informática; seguido por combustíveis e lubrificantes, com aumento de 6,1%; veículos e motos e peças, com avanço de 5,9%; e hipermercados, supermercados e o varejo de alimentos e bebidas, que tiveram expansão de 2,6%. Já as lojas de material de construção tiveram uma queda 8,8% no período, enquanto vestuário e calçados recuaram 2,8%.

Fevereiro também foi um mês positivo para o setor supermercadista, que apresentou alta de 4,16% nas vendas reais, sobre o mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a janeiro, as vendas em fevereiro apresentaram queda de 5,37%. No acumulado do primeiro bimestre de 2009, em comparação ao mesmo período do ano anterior, as vendas tiveram aumento de 5,37%. Os números já estão deflacionados. Na avaliação da entidade, "isso corrobora a tese de que o varejo de alimentos é o último a sentir os efeitos da crise". Sobre a queda em fevereiro ante janeiro, o documento ressalta ser efeito calendário, por fevereiro ter menos dias.

O valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo pelo indicador Abras Mercado, como alimentos, limpeza e beleza, recuou 1,6% em fevereiro ante janeiro, para R$ 259,94. Já em relação a fevereiro de 2008, o valor está 12,15% superior. (Leia mais no DCI)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Classe trabalhadora brasileira exige controles mais rígidos dos atores econômicos, responsáveis pela atual crise

Centrais sindicais preparam manifestação pelo emprego

A manifestação que envolverá centrais sindicais e representantes de vários segmentos sociais vinculados aos trabalhadores, no próximo dia 30 de Março, simboliza, para nós da UGT, a união em torno de novos princípios que deverão pautar, a partir da recuperação da atual crise, a convivência social no Brasil. A crise mostrou no mundo inteiro, com reflexos diretos no Brasil, que os homens e mulheres de negócios, que ditavam os procedimentos da economia, eram pessoas que pensavam apenas nos seus interesses mesquinhos. Suas atitudes desumanas e imediatistas (encobertas durante a expansão da pirâmide que se transformou a economia mundial) vieram à tona nos primeiros sintomas da crise. Demitiram para preservar seus ganhos. Demitiram covardemente. Agora, cabem aos trabalhadores e suas lideranças, aliados aos governos dos respectivos países, consolidar a nova aliança a favor de uma democracia mais participativa. Em que os especuladores, os agiotas e banqueiros sejam mantidos sob controle o mais rigoroso possível e que atuem dentro de um contexto de contrapartidas sociais. Vamos apoiar a expansão do crédito público mas exigir, simultaneamente, a manutenção do emprego.  É para discutir a nova ordem mundial, para manifestar nossa absoluta insatisfação com o desemprego e, principalmente, para reafirmar que não cabe aos trabalhadores pagar sozinhos pela atual crise, que estaremos todos juntos na manifestação do dia 30 de Março.

Leia as notícias a seguir:

Dirigentes das seis centrais sindicais - Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Nova Central, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) - se reúnem às 10h para discutir a manifestação pelo emprego e contra a crise econômica que pretende reunir cerca de 10 mil trabalhadores. O movimento está marcado para a próxima segunda-feira (30).
Em São Paulo, o Ato Internacional Unificado contra a Crise, convocado pelas centrais sindicais e mais 19 entidades populares e estudantis, será marcado por uma passeata da Avenida Paulista até o centro (Bolsa de Valores). A concentração será às 10h em frente à Federação das Indústrias do Estado (Fiesp). (Jornal da Midia)

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Medida proíbe banco de cobrar boleto ou carnê em operações de crédito e leasing

Os bancos estão proibidos de cobrar qualquer taxa de seus clientes pela emissão de boletos bancários ou carnês referentes a operações de crédito e de leasing. Também estão obrigados a disponibilizar saques de até R$ 5.000 no mesmo dia em que o cliente pedir. O Conselho Monetário Nacional entendeu que essas mudanças tinham de ser feitas para adaptar o sistema bancário ao Código de Defesa do Consumidor.

A regra, porém, valerá apenas para novos financiamentos. O ressarcimento pela cobrança do boleto é prática comum em financiamentos de automóveis e empréstimos por meio de financeiras. O cliente recebe um carnê com o valor da prestação e uma despesa extra relativa à emissão do documento.

Nada impedirá, no entanto, que o banco inclua esse gasto na taxa de juros cobrada no financiamento do cliente. A norma não atinge serviços de cobrança que sejam prestados pelos bancos, mas apenas para os financiamentos bancários.

Os bancos também estão obrigados a autorizar saques de até R$ 5.000 da conta de seus clientes no mesmo dia do pedido. Até agora, muitos bancos pediam prazos e o BC permitia que as retiradas acima desse valor pudessem ser adiadas para o dia seguinte ao pedido, mas não tratava como obrigatório o saque em valores mais baixos.

Continuam valendo regras sobre a linguagem clara nos contratos e o fornecimento de todas as informações ao cliente. Débitos em conta corrente só podem ser feitos com autorização prévia e os bancos não podem dificultar o acesso a guichês de caixa, por exemplo. Essas regras já estavam em vigor e foram reafirmadas pelo CMN.

Houve mudança também no limite de empréstimos que os bancos podem fazer à população de baixa renda. Foi ampliado, por exemplo, de R$ 1.000 para R$ 2.000 o valor dos financiamentos a esses clientes (Leia mais na Folha)

Desemprego sobe para 8,5% em fevereiro em seis regiões

Renda ficou estável em R$ 1.321, segundo o IBGE.

A taxa de desemprego das seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 8,5% em fevereiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em janeiro, a taxa havia sido de 8,2%. No mês passado, houve um acréscimo de 51 mil pessoas no contingente de desocupados, que chega a 1,9 milhão.

O rendimento ficou praticamente estável no conjunto dos locais pesquisados (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre), com variação negativa de 0,1% e valor de R$ 1.321,30.

Segundo Cimar Pereira, do IBGE, o comportamento do mercado de trabalho no mês passado apresentou sinais contraditórios: as comparações com fevereiro do ano passado mostram que o rendimento ainda é 4,6% superior ao daquele período. Apesar disso, a análise dos dados em relação a janeiro mostra piora na formalização e no total de ocupados na indústria.

Analistas ouvidos pela Folha, no entanto, avaliam que os indicadores evidenciam uma piora no mercado de trabalho. Na comparação com janeiro, o número de ocupados na indústria caiu 3,2%.

O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada recuou 1,1%, o equivalente a 109 mil pessoas a menos no mercado. E mesmo o nível de ocupação, que representa a proporção de pessoas ocupadas na população com dez anos ou mais, passou de 52,1% para 51,6%, um recuo recorde para o período. "Isso mostra que o mercado de trabalho não está absorvendo, não está gerando postos suficientes com um cenário econômico não favorável", afirma Pereira.

Rendimento menor em SP — A análise dos dados por região metropolitana mostra que o rendimento em São Paulo caiu 1,6% na passagem de janeiro para fevereiro. O resultado representa a pior queda para o mês de fevereiro desde 2003. Segundo o IBGE, o indicador foi afetado por dois segmentos: indústria e outros serviços (hotéis e restaurantes).

Na indústria paulista, o rendimento de fevereiro foi 10% inferior ao de janeiro. Em fevereiro do ano passado, o trabalhador da indústria paulista recebia em média R$ 1.525,29. No mês passado, esse valor havia recuado para R$ 1.313,31.

Socorro a bancos pequenos

Aplicação até R$ 20 milhões em instituições menores terá garantia. Medida injeta R$ 40 bi

Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem o uso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) - mecanismo que cobre depósitos do sistema financeiro - para afiançar integralmente títulos que os bancos poderão emitir para captar recursos. Voltada às pequenas e médias instituições, a medida deverá permitir a injeção de R$ 40 bilhões no mercado, incentivando a expansão da concessão de crédito, especialmente nos nichos onde são mais fortes. É o caso do financiamento de pequenas e médias empresas e de veículos u3

sados.

A iniciativa é a primeira de um pacote maior que está sendo preparado pela equipe econômica para reduzir os spreads bancários - diferença entre o custo de captação e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final. Entre outras, está sendo avaliada a possibilidade de novas desonerações das operações de crédito.

- As medidas visam a dar condições aos bancos menores de voltarem a competir agressivamente, colaborando para a baixa dos spreads - afirmou o presidente do BC, Henrique Meirelles. (Leia mais em O Globo)

Desemprego sobe pouco, mas atinge maior nível desde abril

Analistas ouvidos pela Agência Estado previam que a taxa ficaria em 9,05%, mas IBGE aponta índice de 8,5%

A taxa de desemprego no Brasil atingiu em fevereiro o maior nível desde abril do ano passado, mas ficou abaixo das expectativas do mercado. A taxa ficou em 8,5%, a mesma de abril de 2008 e acima da leitura de 8,2% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, 26.

Os analistas ouvidos pela Agência Estado previam que a taxa ficaria dentro do intervalo de 8,70% a 9,30%, com mediana de 9,05%. Em fevereiro de 2008, a taxa havia sido de 8,7%.

Além disso, apesar da elevação da taxa de desemprego de janeiro para fevereiro, a taxa de fevereiro é a menor para o mês apurada pelo IBGE desde 2003, segundo salientou o gerente da pesquisa mensal de emprego do instituto, Cimar Azeredo.

Segundo ele, os dados do mercado de trabalho no mês mostraram que há indicadores favoráveis, como os resultados do rendimento e o aumento da desocupação dentro do padrão de sazonalidade para o período, mas há também dados preocupantes como a redução no número de trabalhadores com carteira assinada e o recuo da ocupação na indústria.

Ocupados ­— O número de ocupados nas seis principais regiões metropolitanas do Pais ficou em 20,94 milhões em fevereiro, com queda de 1% ante janeiro e aumento de 1,4% ante fevereiro de 2008.

A população desocupada somou 1,9 milhão, com aumento de 2,7% ante janeiro, mas queda de 1,5% na comparação com fevereiro do ano passado.

O nível de ocupação (proporção das pessoas com 10 anos ou mais de idade ocupadas nas seis regiões) caiu de 52,1% em janeiro para 51,6% em fevereiro, recuo recorde do primeiro para o segundo mês do ano. "Esse recuo mostra que o mercado de trabalho não está absorvendo, o cenário econômico não é favorável e acaba não gerando postos de trabalho suficientes", disse Azeredo.

Já o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 1,1% em fevereiro ante janeiro, mas aumentou 3,4% na comparação com fevereiro de 2008. O número de trabalhadores sem carteira recuou nas duas bases de comparação: -2,2% ante janeiro e -1,8% ante fevereiro do ano passado.

Indústria — Segundo os dados do IBGE, a indústria foi o setor que registrou a maior queda (-3,2%) no número de ocupados em fevereiro ante janeiro. O setor industrial reduziu em 117 mil o número de trabalhadores nas seis regiões pesquisadas de um mês para o outro. Na comparação com fevereiro do ano passado, a indústria aumentou em 1% o emprego, com acréscimo de 34 mil ocupados.

A queda na comparação com o mês anterior foi puxada pelas regiões de Porto Alegre e São Paulo, segundo destacou Azeredo. Ele observou que, tradicionalmente, a indústria mostra queda na ocupação em fevereiro ante janeiro, mas este ano o recuo foi o maior já apurado na pesquisa, cuja série teve início em 2002.

O maior aumento de vagas em fevereiro ocorreu no setor de construção, com aumento de 2,6% ante janeiro (mais 38 mil trabalhadores) e alta de 4,1% ante fevereiro do ano passado (mais 60 mil trabalhadores). (Mais informações no Estadão)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Com investimentos diretos na construção de moradias populares, Brasil avança para sair da atual crise

Governo anuncia plano para construir um milhão de moradias

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) Uma das melhores notícias deste ano. Os investimentos sociais do governo do presidente Lula através da Habitação influenciam a economia em vários aspectos, gerando centenas de milhares de emprego para a base da pirâmide social e, neste caso específico, garantindo a moradia para milhões de brasileiros. Com a decisão de também facilitar o financiamento de imóveis para a classe média teremos a oportunidade de ter à frente, neste 2009 que até então só se anunciava problemas económicos a esperança e até a certeza que conseguiremos avançar para vencer em tempo mais curto a atual crise financeira. Mais uma vez se prova que o Brasil é maior que a crise.

Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 25, durante o lançamento do programa de habitação do governo federal em Brasília que a construção das 1 milhão de casas previstas no pacote pode não terminar em seu mandato.  "Se tudo tivesse pronto, se soubéssemos quais os terrenos dos Estados e das prefeituras iríamos usar, poderíamos fazer em dois anos. Mas não tem limite de tempo, portanto não me cobrem", afirmou o presidente. Lula prometeu que no dia 13 de abril, o projeto começará "a todo vapor". "A gente não tem de se importar com o tempo. Gostaria que terminássemos em 2009. Se não conseguirmos, 2010 ou 2011..."

De acordo com Lula o programa é uma resposta, um lado para os efeitos da crise mundial no País, e em parte dos problemas de moradia dos brasileiros. O presidente disse que não faltarão recursos para a construção das casas populares. "Companheiros, governadores, prefeitos, senadores: neste programa não vamos ter problema de gastar e vamos gastar, o quanto antes, melhor", afirmou o presidente. "Nós queremos gastar dinheiro."

"Este é um programa adicional, quase emergencial", afirmou. Lula disse que a ideia inicial do governo era construir 200 mil casas populares. "Eu falei, temos que pensar grande. Pensou-se em construir 500 mil casas, mas eu disse para a Dilma (Rousseff, ministra da Casa Civil): você diga para o ministro Mantega que não serão 200 mil ou 500 mil casas, mas serão 1 milhão de casas."

O presidente Lula avaliou que a maior dificuldade na implantação do programa está nas grandes cidades. "É onde a gente tem mais dificuldade porque tem mais gente degradada, em situação ruim, e o terreno é mais escasso e caro." Lula pediu a governadores e prefeitos que cedam áreas de estados e municípios para baratear o custo de construção das moradias.

Lula propôs a instalação de um comitê gestor para identificar em tempo real problemas no andamento do plano. Ao pedir o apoio de prefeitos e parlamentares, Lula disse: "Vocês vivem mais de perto o problema do que eu. Quem é mais xingado é o prefeito, não eu. E eu quero compartilhar com vocês a responsabilidade, referindo-se ao comitê gestor do programa. "Agora, ministra Dilma, não estou dando esta tarefa para a Casa Civil para não dar mais trabalho para o ministério."

O presidente ressaltou a redução dos valores do seguro de vida e das prestações do imóvel no programa. "Um velhinho como eu, se fosse comprar uma casa, teria que pagar um seguro com valor equivalente a 36% do preço da casa." Lula comentou que o modelo atual não atende às necessidades de quem tem 25 ou 30 anos e pensa em casar e comprar uma casa. "Só para quem tem 20 anos o seguro é baixinho. Mas com 20 anos a pessoa está pensando em outra coisa." (Leia mais no Estadão)
Classe média poderá comprar imóvel de R$ 500 mil com FGTS — O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar nesta quinta-feira, 26, a ampliação do teto dos imóveis financiados pelo FGTS. O valor deve ser elevado de R$ 350 mil para R$ 500 mil. De acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, a medida não foi incluída no plano de habitação, anunciado nesta quarta-feira, 25, por não se tratar de habitação popular.

A entrada dos imóveis financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cairá de 20% para 10%. Nos imóveis financiados com recursos do FGTS, a entrada cairá de 10% para zero.

Enquadram nessa categoria as moradias avaliadas em até R$ 130.000,00 (se estiverem nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro ou Distrito Federal), R$ 100.00,00 (nos municípios de até 500.000 habitantes) ou R$ 80.000,00 (nas demais regiões).

Infraestrutura — Barbosa informou também que o Tesouro vai equalizar os financiamentos destinados à infraestrutura, previstos dentro do plano de habitação. Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emprestará os recursos à Caixa Econômica Federal, cobrando Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) mais 2,5% ao ano.

O Tesouro irá equalizar os 2,5% para que a Caixa possa emprestar os recursos a TJLP, mais 1% ao ano. Se os R$ 5 bilhões previstos forem utilizados, a equalização que terá que ser arcada pelo Tesouro será de R$ 12,5 milhões.

Até 10 salários — Até o dia 13 de abril, o governo promete divulgar os procedimentos para que as famílias que recebem até 10 salários mínimos tenham acesso ao programa habitacional. Veja abaixo os principais pontos do plano:

- meta: construir 1 milhão de casas (não tem prazo). O déficit habitacional é de 7,2 milhões de moradias. O programa reduz o déficit em 14%.

- público-alvo: famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 4.650,00).

- quanto custará: R$ 34 bilhões em recursos do Tesouro e do FGTS

- quando será desembolsado este ano (previsão inicial): R$ 6 bilhões. (Leia mais no Estadão)

Deputado quer criar comissão para fiscalizar a Embraer

O deputado Roberto Santiago é o deputado da classe trabalhadora brasileira. Muito nos honra tê-lo como o vice-presidente da UGT e acompanhar, de perto, sua atuação firme na Câmara Federal a favor dos trabalhadores. A iniciativa de pedir fiscalização na Embraer é extremamente louvável pois é sabido que a empresa está sempre a postos recebendo ajuda do BNDES e na hora da demissão agiu de maneira arbitrária e, o pior, manteve segundo denúncias do sindicato que opera na base da empresa, os bônus milionários para seus executivos. Sem o menor pudor.

Leia mais: O deputado federal Roberto Santiago (PV-SP) deve mandar hoje um requerimento para a Câmara dos Deputados pedindo a criação de uma Comissão de Fiscalização e Controle para que a Embraer esclareça as 4.273 demissões ocorridas em fevereiro. A solicitação foi feita ontem durante audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) na Câmara, com a presença dos sindicatos e do vice-presidente da Embraer, Horácio Forjaz.

O deputado explica que com base no artigo 70 da Constituição Federal - que exige que empresas que utilizam recursos públicos são obrigadas a prestar contas-, a fabricante brasileira, como recebeu financiamento público por meio de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estaria sujeita à fiscalização. "Com este financiamento, a Embraer deveria ter feito programas sociais ou ter realizado o programa de demissão voluntária (PDV), antes de ter dispensado em massa", afirma o deputado.

Para ele, vários questionamentos devem ser esclarecidos, como ter especulado no mercado financeiro, depois de ter recebido financiamento público e ter dado R$ 50 milhões em bonificações para seus executivos, afirmação esta negada pela empresa, em nota divulgada no último sábado. "O vice-presidente (da Embraer) confirmou que teve perdas com derivativos. Precisamos que ele esclareça, com base nisso também, as demissões. Isto porque a postura da diretoria da empresa continua sendo arrogante", acusa o deputado.

Procurada, a Embraer, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não recebe financiamento do BNDES, o qual é destinado apenas para seus clientes e, sobre a criação da comissão, "respeitamos a opinião do deputado Roberto Santiago, mas preferimos não comentar", disse.

De acordo com Santiago, na próxima quarta-feira deverá ter uma votação na Câmara dos Deputados. Ele acredita a comissão pode ser definida ainda nessa semana. (Gazeta Mercantil)

 

CMN anunciará medidas para reduzir "spread"

 

O governo deve anunciar hoje novas medidas para tentar reduzir o "spread" bancário no país. Segundo o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um grupo de trabalho formado por representantes do BC e do Ministério da Fazenda tem estudado o assunto nas últimas semanas e algumas propostas serão levadas hoje para aprovação do CMN (Conselho Monetário Nacional).

A informação foi dada por Meirelles durante audiência pública realizada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Questionado mais tarde por jornalistas, porém, o presidente do BC não quis dizer quais serão as medidas tomadas.

"Apenas depois que o Conselho Monetário [Nacional] decidir é que as medidas estarão prontas para serem anunciadas. O que posso assegurar é que o grupo de trabalho está fazendo um esforço muito grande. Não há dúvida de que a questão do "spread" bancário é um problema importante hoje no Brasil, e resolver isso é uma prioridade do governo."

Segundo o BC, em janeiro o custo médio de um financiamento no país era de 42,4% ao ano, sendo que, desse número, 30,4 pontos percentuais correspondiam ao "spread".

Com o agravamento da crise financeira, BC e instituições financeiras têm tentando se esquivar da responsabilidade pelo alto custo dos empréstimos bancários. Enquanto os bancos criticam o elevado nível da taxa Selic, o BC responde criticando o alto "spread" bancário. (Leia mais na Folha)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Só a manutenção e geração de empregos significará que estamos no rumo certo de superar a crise

Tesouro vai dar subsídios de R$ 16 bi para o bolsa-habitação

A decisão do governo Lula se apoia em priorizar uma atividade fundamental para o sonho de casa própria, de cada um dos brasileiros e dada as dimensões dos investimentos vai servir de alavanca para gerar emprego e estancar o  desaquecimento da economia. É uma ironia que exatamente o crédito descontrolado para as casas próprias nos Estados Unidos tenha sido um dos fatores que desencadeou a crise e que no Brasil quem sabe consigamos começar a sair da crise com subsídios e investimentos diretos na  construção de moradias populares.

Leia mais: Dinheiro vai para famílias com renda de até 3 mínimos, que pagarão prestações simbólicas ou receberão a casa de graça

O governo terá R$ 16 bilhões em recursos do Orçamento para o "bolsa habitação", o programa que subsidiará casas a prestações simbólicas para as famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395), informam fontes da área econômica. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esse grupo terá "subsídio total", ou seja, a casa poderá até sair de graça.

"Será a primeira vez que o Orçamento Geral da União vai aportar um volume tão grande de recursos somente para subsídio." O dinheiro não será todo desembolsado este ano. Ele sairá dos cofres públicos ao longo dos contratos, que durarão 20 a 30 anos. No entanto, o Tesouro terá de fazer uma provisão conforme os contratos forem assinados. A expectativa dos técnicos é que o grosso do provisionamento ocorra em 2010.

O pacote da habitação, porém, contempla outras faixas de renda. Ontem, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou um novo orçamento, que destina um total de R$ 4 bilhões para subsidiar este ano empréstimos habitacionais para os mutuários com renda entre três e seis salários mínimos. No programa inteiro, que pretende construir 1 milhão de casas num prazo indeterminado, os subsídios do FGTS chegarão a R$ 12 bilhões.

Esses subsídios servem para baixar o juro e o valor da prestação da casa própria, segundo explicou o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Conselho, Jacy Afonso. Os recursos são entregues ao agente financeiro.

No total, o FGTS aprovou ontem um orçamento de R$ 23 bilhões para financiamento da casa própria para as famílias com renda entre três e dez salários mínimos. Foi um acréscimo de R$ 13 bilhões à proposta original. Além dos R$ 4 bilhões de subsídios, haverá R$ 19 bilhões para financiamentos com juros que variam de 5% a 8,6% ao ano.

O pacote da habitação, uma das plataformas de campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República, será anunciado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa grande festa política. Foram convidados todos os governadores, todos os prefeitos de capitais e de cidades com mais de 150 mil habitantes, empresários do setor, senadores e deputados, além de representantes de movimentos sociais ligados à habitação. O lançamento das medidas vem sendo adiado desde dezembro do ano passado.

A construção de 1 milhão de moradias vai criar 532 mil empregos diretos, segundo estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob encomenda do governo. O impulso do pacote no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 0,7 ponto porcentual.

"Serão medidas de grande impacto", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "É uma alternativa para enfrentar a crise e, sobretudo, para gerar emprego", disse o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco.

Carlos Lupi afirmou que o pacote da habitação não põe em risco a saúde do FGTS. "Não haverá desequilíbrio porque o FGTS tem um patrimônio de R$ 200 bilhões, está saudável e muito forte."

O Conselho Curador do FGTS também aprovou ontem um acréscimo de R$ 3 bilhões para os projetos de saneamento e de R$ 1 bilhão para renovação de frota de ônibus este ano. Segundo Lupi, esses dois programas criarão 260 mil empregos diretos e vão acrescentar 0,3 ponto porcentual no PIB. (Leia mais no Estadão)

OIT sugere pacto global para gerar emprego como saída da crise

Sempre defendemos essa tese: a saída para a crise passa por políticas de geração de empregos. E também pela manutenção dos empregos existentes, chamando a atenção dos empresários que preferem demitir primeiro e pensar nas questões sociais depois. É o emprego que garante o mercado interno, a poupança e a possibilidade de se construir saídas a partir da produção e da oferta de serviços. Excluir grandes contingentes de mão-de-obra da economia é acelerar os aspectos negativos da crise e adiar as alternativas à própria crise. A OIT e as centrais sindicais brasileiras pensam e agem na mesma linha: só a recuperação do emprego recupera a economia. É por isso que no dia 30, a UGT junto com os principais atores sociais, vai participar de uma manifestação a favor do emprego que sairá do Banco Real na Av. Paulista e irá até a Bolsa de Valores. Vamos expressar nossa insatisfação com o desemprego gerado pela crise e insistir na busca de contrapartidas sociais.

Leia mais: A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou um comunicado, nesta terça-feira, afirmando que, para superar os graves efeitos da crise econômica mundial, é preciso um pacto global pelo emprego, baseado em políticas que favoreçam o trabalho digno e que tornem mais justa a globalização. O diretor-geral da OIT, Juan Somavía, afirmou que esta é a mensagem que sua organização quer enviar à reunião de cúpula do G-20, que ocorrerá na próxima semana, em Londres.

Segundo os números divulgados pela instituição em janeiro, entre 2008 e 2009, deveriam sumir 52 milhões de empregos no mundo. No entanto, os economistas da OIT destacaram que estas previsões foram feitas quando ainda se acreditava que o crescimento global deste ano seria positivo e os dados atuais mostram que haverá uma recessão. Com isso, o desemprego poderá aumentar.

- Isso seria uma circunstância muito negativa já que baseando-se apenas no crescimento demográfico, entre 2009 e 2010, o mundo necessitaria da criação extra de 90 milhões de postos de trabalho, algo que todo o mundo concorda que será impossível de alcançar - disse Somavía.

De acordo com o diretor do Instituto OIT, Raymond Torres, se as medidas corretas, bem coordenadas, fossem implementadas nos próximos três meses, o mercado de trabalho poderia começar a se recuperar a partir do início do ano que vem, afirmou ele. Mas se elas forem postergadas por seis meses, a recuperação do mercado de trabalho ocorreria apenas em 2011, no melhor dos casos. (Leia mais em O Globo)

BNDES foca aporte de capital para fortalecer empresas na crise

Os bancos sociais só mostrarão, de fato, sua função quando ampliarem, de verdade, suas linhas de crédito para as pequenas e micro empresas. Enquanto ficarem apenas nas grandes, estarão cumprindo o seu papel de banco, não de social. É importante também que os sindicatos e as centrais participem da monitoração deste crédito social acompanhando o desempenho das empresas e a geração e manutenção dos empregos.

Leia mais: O BNDES decidiu aproveitar o mau momento dos mercados para ampliar o aporte de capital em empresas. Este movimento, iniciado em 2008 após a quebra do Lehman Brothers, será uma das prioridades da instituição este ano. A intenção é reforçar o arsenal anticrise do banco principalmente no apoio aos processos de consolidação de companhias como VCP/Aracruz e BRTelecom/Telemar. Dono da maior carteira de ações do país, avaliada em quase R$ 60 bilhões, com participações concentradas nos setores de petróleo e gás, energia elétrica e mineração, o BNDES, através de sua subsidiária de participações a BNDESPar, tem presença direta e indireta em mais de 300 empresas - em 186, ela está presente no capital, enquanto em outras 120 ela participa através de seus 35 fundos de investimento.

"No ano passado estávamos fazendo uma grande reciclagem da carteira do ponto de vista do investimento e do desinvestimento quando veio a crise, e então paramos com os desinvestimentos [venda de ações]. Como o mercado continua ruim, optamos por eleger 2009 como o ano do investimento em renda variável", disse Eduardo Rathfingerl, diretor da área de mercado de capitais do banco ao Valor.

O executivo evitou falar quanto a BNDESPar pretende investir até dezembro em aporte de capital. "É muito difícil estabelecer uma meta de reciclagem da carteira", afirmou. Em 2008, segundo ele, a carteira de renda variável do banco bateu recorde girando R$ 21,8 bilhões em compra e venda de ações. Deste total, R$ 14 bilhões foram gastos com operações de aquisição de participações acionárias em novas empresas e R$ 8 bilhões com vendas de ações com destaque para papéis da CSN, da ArcelorMittal e Aços Villares.

A política do banco de investir em ações ganhou força na gestão de Luciano Coutinho, após ter sido retomada com a chegada de Guido Mantega à presidência do banco. Hoje, ela prioriza empresas dos setores de infraestrutura e inovação e os processos de consolidação e internacionalização de empresas. "Estas são as nossas prioridades fortes", ressalta Rathfingerl.

A infraestrutura foi selecionada porque continua com vários projetos "inelásticos", como os de energia, concessões rodoviárias e portos. Este mês, o banco aportou R$ 150 milhões na LLX, empresa de logística do grupo EBX de Eike Batista, para ter uma participação de 12,05% na companhia, pois considera o projeto de construção de dois portos no litoral fluminense muito importante para desengargalar as exportações brasileiras. (Leia mais no Valor)

Deputados aprovam medida provisória do "Refis da Crise"

Um novo programa de recuperação fiscal, chamado de Refis da Crise, com prazo de até 15 anos, foi aprovado ontem no plenário da Câmara dos Deputados, com a votação da Medida Provisória número 449. A matéria segue para apreciação pelo Senado.

O texto original da matéria previa principalmente o perdão das dívidas tributárias até R$ 10 mil, mas previa alterações em 40 leis. E foi transformada pelo relator da MP, deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF), para incluir as todas as dívidas de débitos federais vencidas até novembro de 2008.

A discussão da MP se arrastava havia três semanas. Para garantir a aprovação da matéria, com o apoio da base aliada do governo, Filippelli recuou ao apresentar seu parecer, ao admitir o uso de 60% da Taxa Selic como índice de correção mensal dos parcelamentos de dívidas tratados pela MP. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), defendida por ele, continua prevista no texto, mas a correção do parcelamento deverá ocorrer pelo maior índice final. Atualmente, a Selic está em 11,25% e a TJLP em 6,25%. Os 60% sobre a Selic correspondem a 6,75%.

Segundo o relator, o novo programa de recuperação fiscal vai atender pessoas físicas e jurídicas que deixaram de pagar impostos em dia por causa da crise econômica mundial. Inicialmente, ele defendeu o prazo de 240 meses para o parcelamento.

Ele se havia inspirado no mesmo prazo assegurado em Medida Provisória, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a renegociação de dívidas previdenciárias das prefeituras.

Entre os beneficiários do novo Refis, o relator incluiu contribuintes inadimplentes com outros programas de recuperação fiscal. Filippelli também destacou como avanço o recuo do governo em relação à cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de leasing, bastante utilizado na compra de veículos automotores. "Num momento de crise, não pode haver aumento da carga tributária", reclamou. (Leia mais no DCI)

Mais de 100 mil terão parcela extra do seguro-desemprego

Ministro do Trabalho anuncia pagamento para 103.707 trabalhadores em 16 Estados e de 42 subsetores.

O Ministério do Trabalho divulgou nesta terça-feira, 24, que 103.707 trabalhadores que foram demitidos em dezembro do ano passado terão direito a receber duas parcelas extras do seguro-desemprego. A medida vai custar cerca de R$ 126 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador. As parcelas, segundo o ministro Carlos Lupi, vão variar de R$ 465 a R$ 870,01.

O pagamento começará a ser feito em abril. Para chegar ao número de beneficiados, o Ministério do Trabalho comparou as médias de desemprego nos meses de dezembro de 2008, janeiro e fevereiro com o desempenho no mesmo período, desde 2003.

Serão contemplados trabalhadores de 16 Estados e de 42 subsetores. O maior número de beneficiados fica em São Paulo, onde 44.312 demitidos terão direito a mais dois meses do seguro-desemprego. Em segundo lugar vem Minas Gerais, com 41.402 demitidos.

Os setores que mais tiveram demissões, provocados principalmente pela crise, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foram o da indústria metalúrgica, têxtil e a indústria mecânica, em que está incluído o segmento automotivo.

O ministro explicou que, para chegar a esse número de contemplados, os técnicos do Ministério consideraram os Estados e os setores em que a geração de emprego ficou 30% menor do que a média do mesmo período (dezembro a fevereiro) dos anos anteriores. (Leia mais no Estadão)

terça-feira, 24 de março de 2009

Estado brasileiro tem que aproveitar a crise e assumir a liderança sobre os rumos da economia, diante da inoperância dos empresários

Brasil perdeu 750 mil empregos em três meses, aponta Dieese

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) Grande parte das demissões foram em função do ajuste antecipado e desnecessário que os empresários fizeram nas próprias empresas, contratiando um princípio básico da economia, de esperar osa reflexos da crise na demanda, em vez de antecipá-la. Os capitalistas brasileiros se sentem à vontade porque não existe no Brasil a proteção contra a dispensa imotivada, em qualquer nível. Demite-se ao primeiro sintoma de crise, imaginada ou real, e passam a conta do desemprego para o governo e o desespero do desemprego, para as famílias trabalhadoras. Além disso, esses empresários, viciados que são nas tetas do governo, correm atrás dos empréstimos públicos, a juros subsidiados, sem nenhuma contrapartida social, para reerguer seus impérios, que eles mesmos ajudaram a esfriar por iniciativas e decisões erradas.

Leia mais: O mercado de trabalho nacional perdeu 750 mil vagas de emprego formal de dezembro a fevereiro, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento da entidade mostra que a perda representa um corte de 2,3% do total de postos de trabalho do país e é um dos impactos da crise mundial na economia brasileira.

 “Estes três meses [dezembro, janeiro e fevereiro] são, tradicionalmente, meses de ajustes sazonais no nível de emprego. Geralmente, temos mais demissões que contratações. Mas, este ano, a crise agravou a situação”, disse o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, em entrevista à Agência Brasil.

Só em dezembro, por exemplo, a crise aumentou em 305 mil o número de demissões no país, de acordo com o Dieese. Nas previsões da entidade, o Brasil perderia 350 mil vagas de trabalho naquele mês. Porém, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) acabou apontando um corte de 655 mil vagas.

O estudo do Dieese aponta ainda que boa parte das vagas eliminadas desde dezembro são do setor de agropecuária e da indústria de transformação, os mais prejudicados em termos percentuais. Só agropecuária demitiu 8,6% dos seus empregados durante esse período. Já a indústria de transformação demitiu 5%.

Silvestre afirmou, porém, que pelo menos uma parcela de todas essas demissões poderia ter sido evitada, independentemente do agravamento da crise no mundo ou no Brasil. Segundo ele, existe uma grande facilidade para se demitir no país e alguns empresários se aproveitam dessa facilidade para cortar mais vagas que o necessário.

“É difícil mensurar o que foram demissões causadas pela crise e o que foram ajustes antecipados promovidos pelos próprios empresários”, afirmou Silvestre, citando casos de companhias que anunciaram demissões em massa ao mesmo tempo que anunciaram um aumento de sua produção para 2009. (Leia mais no Jornal do Comercio)

Gasto do Brasil para enfrentar crise é tímido

O Brasil é o país do G-20 que menos gastou até hoje com pacotes de estímulo à economia em comparação ao PIB. Um levantamento publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou que apenas 0,2% do PIB nacional foi gasto em estimulo à economia brasileira desde a eclosão da crise.

Segundo o levantamento da OIT, a Espanha é a líder no volume dos pacotes, em comparação a seu PIB. Os espanhóis já gastaram 8,1% do PIB para relançar a economia. A China vem em segundo lugar, com 6,9%. O terceiro posto é dos Estados Unidos, com 5,5% do PIB já gastos em planos de relançamento. Em volume, os americanos têm o maior pacote. O quarto lugar é do México, com 4,7% e duramente afetado pela recessão nos Estados Unidos. Na Argentina, o gasto já chegou a 3,9% do PIB. Já a taxa brasileira é de apenas 0,2%.

Já o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, alertou que a crise vai exigir que os países emergentes construam um "novo modelo econômico" que favoreça o crescimento sem depender de recursos externos.

Para ele, caberá a cada país emergente fazer sua lição de casa. "Se bancos e investidores acreditarem que os emergentes não vão sair da crise, vão repatriar seus recursos desses mercados e a situação será ainda pior", relatou. "

"Pedimos que, de uma forma global, o mundo destine 2% de seu PIB a pacotes", relatou. "Hoje, estamos em cerca de 1,6%", revelou. Mas ele admite que nem todos os países terão condições de estabelecer seus pacotes fiscais. "A crise colocou países que estavam perto do precipício para mais perto de uma queda. Esses governos precisam consertar seus problemas e só depois pensar em pacotes", disse. "É ingenuidade afirmar que cada país deve ter seu pacote de estímulo. Há regiões onde o risco de colapso existe de fato. Nesses locais, o FMI terá de investir muito dinheiro, já que a queda de uma dessas economias terá um efeito terrível", alertou.

Governo faz concessões para aprovar cadastro positivo

Na tentativa de vencer resistências à aprovação do projeto de lei que permite a criação de empresas de cadastro positivo - banco de dados com o histórico de pagamentos de consumidores e empresas -, governo e lideranças da Câmara dos Deputados negociam a flexibilização da proposta. O objetivo das mudanças é dar mais garantias ao consumidor e impedir o uso indevido de informações privadas. Segundo o governo, a criação do cadastro positivo reduziria o risco de inadimplência de bancos e do comércio e, assim, permitiria a queda dos juros.

Com as mudanças em negociação no Congresso, as empresas que montarem o serviço de cadastro positivo no Brasil só poderão fornecer uma nota (rating) do risco de crédito do consumidor a quem consultar as informações - lojas ou bancos, por exemplo. O histórico dos dados não poderá ser repassado e será protegido por sigilo financeiro, o mesmo que os bancos são obrigados a manter para os clientes. E haverá punição para as pessoas que usarem indevidamente as informações do cadastro.

Além disso, as empresas de cadastro terão de obter autorização por escrito do consumidor (empresa ou pessoa física) para incluir o nome no banco de dados. Segundo o relator do projeto, deputado Maurício Rands (PT-PE), essas mudanças serão incluídas no seu parecer e deverão facilitar a aprovação do projeto. "Já fiz uma grande concessão", disse. O relator informou que quem repassar indevidamente as informações poderá ser punido com reclusão de dois a cinco anos. Uma das preocupações dos parlamentares e órgãos de defesa do consumidor é com o risco de invasão da privacidade. Também se teme o risco de serem passados dados errados. (Leia mais no Estadão)

Petroleiros param por bônus e garantia a terceirizados

Os petroleiros iniciaram ontem uma greve de cinco dias que atingiu as principais bases da Petrobras no país e contou com adesão de 70% dos funcionários, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros). Foram cortadas as trocas de turnos em oito refinarias,13 terminais e em plataformas.

Mas o próprio coordenador da FUP, João Antonio Moraes, diz que o impacto na produção de petróleo é relativamente pequeno. Das plataformas de grande porte, apenas a P-34 (campo de Jubarte, bacia de Campos) teve a produção interrompida por três horas. A plataforma foi assumida pela equipe de contingência da Petrobras. A produção foi cortada em campos terrestres no Rio Grande do Norte e na Bahia.

Segundo a Petrobras, "todas as unidades da companhia funcionam normalmente e a produção e a segurança das operações e dos empregados não foram afetadas". A estatal diz que "onde é necessário opera com equipes de contingência."

A principais reivindicações da categoria são o aumento e a redistribuição da Participação nos Lucros e Resultados, pagamento de horas extras em feriados e garantia de empregos. (Leia mais na Folha)

Pacote definirá rumo de construtoras

Enquanto aguarda o anúncio do pacote com uma série de incentivos à criação de milhares de moradias econômicas por parte do governo federal, prometido para amanhã, o setor de construção civil vive cada vez mais a certeza de que o segundo semestre do ano será decisivo para os negócios. Os maiores players deste segmento aguardam ansiosos, tanto a desoneração de impostos como os demais benefícios ao consumidor, com ampliação do crédito.

O cenário anima construtoras, como a MRV Engenharia e Participações, que tem projetos na manga para dar continuidade à sua expansão, e como a Rossi Residencial, que se antecipou e lançou seu próprio pacote habitacional, esperando ainda que as medidas deem um impulso a mais aos negócios.

Em 2008, o setor de construção civil cresceu ao todo 8%, com o pico de 11% no terceiro trimestre e uma queda para 2,1% nos últimos três meses do ano. Segundo especialistas do setor, porém, com a revisão do PIB, o resultado final do ano passado pode saltar para 10%. "Para 2009, levando em consideração o cenário de hoje, trabalhamos a perspectiva de crescer 3%", analisou Sérgio Watanabe, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP).

O presidente do Sinduscon explicou que, até setembro próximo, as construtoras estarão vivendo um "efeito de carregamento", ao seja, continuarão aquecidas ao atenderem aos negócios fechados em 2008. Por isso, os efeitos da turbulência econômica começam a ser mais efetivos no último trimestre e início de 2010. Segundo Watanabe, "o pacote econômico deve reverter o panorama de forma positiva no segundo semestre de 2009", comentou, incluindo que "o impacto real dessa redução será observado no início do próximo ano".

Ainda de acordo com o executivo, não há dúvidas de que, se as medidas forem bem estruturadas, os primeiros negócios podem começar a ser fechados já no segundo semestre, uma vez que, no País, há estoque de projetos com esse perfil que podem ser resgatados a partir do pacote.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Buscar políticas públicas, urgentes, para proteger a capacidade de gasto dos trabalhadores e da classe média

A classe média e os trabalhadores é que sustentam o Brasil, com impostos, é hora de terem tratamento diferenciado

Os países que conseguiram ao longo das décadas imprimir crescimento sustentado tiveram na sua classe média a referencia de suas politicas econômicas. Basta ver a realidade dos Estados Unidos e dos países europeus. A classe média deste países têm acesso a crédito a custo baixo, investimentos na educação e na segurança e apoio para planejar suas velhices. No Brasil, os seguidos governos preferiram esfolar a classe média com impostos altíssimos e alem disso deixam por sua conta e risco os gastos com educação e segurança da própria família, os seguros de vida e dos bens, ou seja, impõem, alem de impostos exagerados a insegurança no dia-a-dia e na condução da própria vida. Vamos reivindicar um tratamento decente para a classe média e os trabalhadores. Vamos avançar muito alem da reforma tributária e fazer com que os governos dêm tratamento diferenciado para quem trabalha e paga os impostos, diretos e indiretos. Um dos grandes mitos já caiu, ou seja, de que os bancos eram essenciais para a economia. Já estamos aprendendo a viver sem os bancos, que na hora da crise recusaram crédito e que quando oferecem o fazem a juros absurdos. Vamos, agora, exigir um tratamento digno para quem sustenta o Pais através dos impostos.

Classe média brasileira é a 2ª mais tributada entre cinco países da América do Sul

As decisões tomadas pelo governo Lula para aliviar o bolso do brasileiro em um momento de crise foram tímidas, se comparadas às adotadas por alguns de nossos vizinhos como Argentina e Equador. Levantamento da consultoria Ernst & Young, com cinco países da América do Sul, mostra que, mesmo com a criação de novas alíquotas - 7,5% e 22,5% - de Imposto de Renda (IR) no país, a classe média brasileira é a segunda mais tributada, perdendo apenas para a do Peru, informa reportagem de Danielle Nogueira. Se consideradas as ações anticrise para preservação de empregos, o Chile sai na frente.

Embora com economias menores que a brasileira, argentinos e equatorianos foram apontados como mais ousados, por terem ampliado as deduções. No Equador, foi permitido deduzir gastos com educação, saúde, aluguel, além de alimentação e vestuário, com teto de US$ 10.250 anuais ou cerca de R$ 23 mil. Até então, a classe média não podia deduzir despesas. Na Argentina, foi revogado o fator de redução das deduções que incidem sobre o IR. Na prática, dependendo da faixa salarial do contribuinte, o redutor fazia com que o valor passível de dedução caísse à metade. Em 2009, será integral.

No Brasil, quem opta pelo modelo simplificado pode deduzir apenas até R$ 12.194,86 por ano, considerando o ano-base 2008 (a partir de 2009, o teto será de R$ 12.743,63). No modelo completo, é possível deduzir R$ 1.655,88 anuais por dependente (R$ 1.730,40 no ano-base 2009), além dos R$ 2.592,29 com despesas com instrução por dependente (R$ 2.708,94 em 2009). Deduções com saúde não têm limite, mas gastos com aluguel, alimentação e roupas não podem entrar na conta.

- Medidas como essa do Equador estão mais próximas da realidade. Se despesas cotidianas pudessem ser abatidas do IR, o contribuinte seria estimulado a consumir, injetando mais dinheiro na economia - diz Luiz Benedito, diretor de estudos técnicos do Unafisco, sindicato que reúne os auditores fiscais da Receita.

Especialista sugere ampliar deduções

No Brasil, a principal medida na área fiscal para combater a crise foi a criação das faixas intermediárias de IR de 7,5% (para renda entre R$ 1.4434,59 e R$ 2.150,00) e 22,5% (renda de R$ 2.866,71 a R$ 3.582,00). As novas alíquotas já valem para efeito dos salários pagos ao longo deste ano, mas só terão efeito sobre a declaração de IR em 2010. Até 2008, eram três: isento, 15% e 27,5%. De acordo com a Ernst & Young, a mudança gerou alívio anual máximo de R$ 1.162,46 para as famílias. Proporcionalmente, os ganhos foram maiores nas faixas entre R$ 1.500 e R$ 3 mil por mês, a chamada classe média C na classificação da Fundação Getulio Vargas (FGV).

- A mudança privilegiou castas dentro da classe C. Se a ideia era um pacote anticrise, deveria ter sido mais democrático - critica Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec-Rio. (Leia mais em O Globo)

Sindicato acusa Embraer de ter pago R$ 50 milhões em bônus a diretores

A situação denunciada pelo sindicato é a ponta do iceberg de várias outras concentrações de renda, abuso de poder dentro das empresas, que concentram rendas nas chefias e nos diretores. Demitir 4.200 trabalhadores e ao mesmo tempo fornecer bónus para os diretores é uma calamidade. Mas o mesmo acontece com a Participação nos Lucros e Resultados. Os chefes e diretores ganham dez a trinta vezes mais do que os trabalhadores. Numa política deliberada de exclusão e de concentração de ganhos. O Ministério Publico deveria estar atento a estas maracutaias.

Leia mais: O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos denunciou à Justiça do Trabalho que a Embraer destinou R$ 50 milhões de bônus para 12 diretores, a serem pagos no período de abril de 2008 a abril de 2009, apesar de a empresa ter demitido 4.200 trabalhadores em fevereiro, informa Germano Oliveira em reportagem do Globo desta segunda-feira. Os sindicalistas alegam que o dinheiro pago em bônus a diretores seria suficiente para pagar o salário de mil trabalhadores durante um ano. A empresa nega o pagamento de bônus e diz que o valor seria um limite de "dispêndio com seus administradores", e que tanto diretores como empregados da Embraer, sem exceção, têm direito à participação nos lucros.

O caso da Embraer remete ao que aconteceu recentemente nos Estados Unidos, onde a seguradora AIG, que recebeu recursos do governo americano para não falir, pagou US$ 218 milhões em bônus aos diretores. A Embraer, segundo o secretário executivo do sindicato, Luiz Carlos Prates, o Mancha, tem situação parecida com a AIG. A empresa recebeu recursos oficiais, do BNDES, e distribuiu bônus aos diretores, apesar da demissão em massa, alegando dificuldades financeiras.

- A Embraer confessa que usou os R$ 50 milhões em bônus para os 12 diretores inclusive no seu site na internet. Se ela usasse esse dinheiro para pagamento dos operários, que têm salário médio de R$ 3 mil, daria para pagar o salário de mil operários durante um ano. A própria nota da empresa confirma que pagou os R$ 50 milhões, mas alega que não é bônus e que trata-se de custeio da diretoria. É mesma coisa - disse Mancha.

Em nota, a Embraer diz que é "absolutamente inverídica a informação de que diretores e conselheiros da administração da Embraer receberam R$ 50 milhões em bônus", acrescentando que o valor seria, na verdade, um limite de dispêndio com administração, conselho e diretoria. Esse valor foi estabelecido em Assembleia Geral Ordinária em abril de 2008, segundo a empresa. Na nota, informa que o valor efetivamente gasto em dispêndio será divulgado no balanço financeiro de 2009. (Leia mais em O Globo)

 

Economia: ipea apresenta estudo que mostra queda na arrecadação do icms

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresenta amanhã o terceiro dos estudos sobre efeitos da crise para o desenvolvimento de longo prazo do Brasil, que vem sendo realizados pelo Grupo de Trabalho da Crise Econômica Mundial. O GT reúne técnicos de planejamento e pesquisa de todas as diretorias do instituto.

O 18 Comunicado da Presidência, o terceiro consecutivo sobre a crise, aponta que, no âmbito internacional, os efeitos perversos do abalo gerado nos EUA já chegam aos países mais pobres do planeta e, no Brasil, já contaminaram as economias de todos os estados.

Um dos indicadores é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Houve queda de arrecadação do imposto em nove estados em outubro, em 12 em novembro e em 16 em dezembro. Com a desaceleração econômica, até as emissões de carbono foram reduzidas em cerca de 1,8 milhão de toneladas no país.

O Comunicado faz ainda uma análise de algumas medidas adotadas pelos países e os rumos tomados pelas principais corporações transnacionais do planeta.

Dentre as 10 maiores dos chamados emergentes, sete são asiáticas (chinesas e sul-coreanas) duas brasileiras e uma mexicana. Os setores predominantes são de equipamentos elétricos e eletrônicos, mineral e petrolífero.

O primeiro Comunicado da série sobre crise foi apresentado em 20 de janeiro; e o segundo, em 18 de fevereiro. Os dois documentos estão acessíveis na íntegra em www.ipea.gov.br; clicar em Publicações e Comunicados da Presidência. As informações são do Ipea. (Ultimo Segundo)

Prazo do crédito volta a ser longo, mas juro é alto

A venda parcelada, que turbinou o faturamento do comércio no período pré-crise, está de volta com prazos quase tão longos quanto antes, mas com juros mais elevados. Em agosto do ano passado, antes da quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, bens duráveis eram comprados em prazos "a perder de vista", com juros que chegavam a 18,7% ao ano, no caso de veículos, e 45,1% ao ano para bens como eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Em janeiro, as taxas já estavam em 23,2% e 54,2%, respectivamente.

O financiamento de automóveis, que chegou a ser feito em 84 meses durante o boom do consumo, encolheu para 36 meses em outubro de 2008, no agravamento da crise. Agora, segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), voltou a esticar para 48 meses. Já a compra de bens de varejo podia ser paga, até agosto do ano passado, em 36 meses. Encolheu para 12 meses em outubro de 2008 e, no fim de fevereiro deste ano, subiu para 24 meses.

"Está longe de ser o que era antes, mas já aponta uma maior confiança na economia no longo prazo", afirma o presidente da Acrefi, Adalberto Savioli. Ele considera, no entanto, que o aquecimento da demanda antes da crise criou distorções, com prazos inflados de financiamento, sobretudo no caso dos automóveis. "Dificilmente retornaremos a um parcelamento de 84 meses, o que já era um prazo muito longo até para tempos de grande liquidez."

Mas se os prazos tendem a voltar à normalidade, os juros, ainda estão altos. Um levantamento feito pelo consultor Roberto Luis Troster, com base em dados do BC, indica que as taxas subiram depois de setembro do ano passado. Chegaram ao ápice em dezembro de 2008, quando bens de varejo eram financiados com juros anuais de 60,7%. Naquele mês, os juros do cheque especial atingiram 162,4% ao ano e os do crédito pessoal, 47,5%. Em janeiro deste ano (dado mais atualizado), houve um ligeiro recuo nas taxas ao consumidor, com a exceção dos automóveis, que mantiveram o nível de dezembro do ano passado.