segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Relatório da OIT justifica campanha da UGT a favor da busca da inclusão produtiva dos jovens, que continuam vítimas preferenciais do desemprego

OIT: desemprego entre jovens é o maior desde 2002

A taxa de desemprego entre jovens de todo o mundo atingiu em 2009 o maior nível em oito anos e deve seguir o movimento de alta, fechando 2010 com 81,2 milhões de jovens fora do mercado de trabalho. O relatório anual Tendências Globais de Emprego para a Juventude, organizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostra que no ano passado o índice de desemprego entre pessoas com idade entre 15 e 24 anos chegou a 13% - ou 81 milhões dos 623 milhões de jovens economicamente ativos. O resultado é o maior da série histórica do levantamento, realizado desde 2002.

A taxa de desemprego entre os maiores de 25 anos em 2009 foi de 4,9%, segundo o levantamento. Na comparação com os adultos, a taxa de desemprego entre jovens é 2,8 vezes superior. No Brasil, ela chega a 3,2 vezes, de acordo com dados de 2008.

O grande contingente de jovens desempregados deve-se, de acordo com a OIT, aos desdobramentos da crise financeira mundial. No período de 2007 a 2009, o número de desempregados nessa faixa de idade aumentou 7,8 milhões, passando de 11,9% para 13%. A expectativa da entidade é de que essa taxa cresça neste ano para 13,1% e tenha um ligeira recuo em 2011, para 12,7%.

"Geração perdida" — A OIT observa que a falta de experiência é um dos principais empecilhos para que esses jovens retornem ao mercado de trabalho, o que torna mais demorada sua reincorporação em relação aos adultos. É por isso, segundo a entidade, que o desemprego nessa faixa etária deve seguir em nível elevado nos próximos anos, formando o que chamou de "geração perdida".

O estudo alerta que o período de afastamento pode gerar transtornos a esses jovens, como a perda de ânimo e autoestima, "o que pode comprometer as perspectivas de emprego". A pesquisa destaca ainda o custo da ociosidade provocada pelos reflexos da recessão mundial, como os investimentos em educação e redução das contribuições para os sistemas de seguridade social. "Não ter esse potencial no mercado é um desperdício econômico e pode minar a estabilidade social", avalia o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.

A juventude de países em desenvolvimento, como o Brasil, é a que mais sofre com os impactos de uma crise. Segundo a pesquisa, os jovens desses países são mais vulneráveis ao subemprego e à pobreza, enquanto os de nações mais pobres não costumam ser demitidos - eles têm as horas de trabalho ou os salários reduzidos. Nos dois tipos de economia, as demissões acabam empurrando os jovens para o mercado informal, alternativa em crescimento entre a faixa etária de 15 a 24 anos. O relatório mostra ainda que, em 2008, os jovens representaram 24% dos pobres inseridos no mercado de trabalho mundial. No geral, os trabalhadores de baixa renda são 18,5% da mão de obra mundial.

O relatório aponta também que a taxa de desemprego entre os jovens é agravada por variáveis como sexo e região. Entre as mulheres, a desocupação chegou em 2009 a 13,2%, superior aos 12,9% observados entre os homens. No Norte da África, por exemplo, a taxa de desemprego nessa faixa etária foi de 23,3% no ano passado, enquanto na União Europeia foi de 17,3%. Na América Latina, a taxa ficou em 14,3% e no Sul da Ásia, em 14,5%. A região com a menor taxa de desocupação entre os jovens foi no Leste da Ásia, de 8,6%. (Abril)

País ficará estagnado em ranking de renda

Brasil será a 5ª maior economia até 2032, mas continuará na 47ª posição em PIB per capita, diz Goldman Sachs. Peso do país no PIB mundial não mudará em 20 anos, diz EIU; economistas culpam baixa produtividade.
Entre 2009 e 2032, o Brasil terá saltado da oitava para a quinta posição no ranking de maiores economias do mundo. Mas, em termos de renda per capita, o país permanecerá estagnado na 47ª posição em uma lista de 73 nações.
As projeções são do banco Goldman Sachs, que inventou o acrônimo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). 2032 é o ano em que a instituição prevê que, somadas, as economias dos Brics (no cálculo em dólares) alcançarão as do G7 (EUA, Reino Unido, Japão, Itália, Alemanha, França e Canadá).
A renda per capita é uma medida da riqueza e nível de desenvolvimento de uma nação, resultado da divisão do PIB (Produto Interno Bruto) pelo total de habitantes.
Em termos absolutos, o Goldman Sachs prevê um forte aumento no PIB per capita brasileiro (em dólares), que quase triplicará, alcançando US$ 21 mil em 2032.
Mas outros emergentes darão saltos maiores. Os destaques são algumas nações do Leste Europeu -principalmente devido à tendência de encolhimento de suas populações- e da Ásia.
CHINA — No caso da China, por exemplo, o PIB per capita crescerá cerca de seis vezes e encostará no brasileiro, levando o país a saltar da 56ª para a 48ª posição. Entre os demais Brics, a Rússia avançará cinco posições, e a Índia, apenas uma no ranking de renda per capita.
Saltos de produtividade são a chave para que países como Brasil e Índia, cujas populações continuarão a crescer a taxas elevadas, atinjam ritmo de crescimento suficiente para levar a expansão mais significativa de suas rendas per capita.
Mas, segundo o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), o Brasil está longe de trilhar esse caminho.
Produtividade é uma medida de eficiência da economia. Fatores como a quantidade e a qualidade do capital físico (como máquinas e equipamentos) e humano e a eficiência como eles são utilizados ajudam a explicar o ritmo de avanço da produtividade.
BAIXO INVESTIMENTO — No Brasil, os investimentos na formação de capital físico seguem muito baixos, equivalentes a cerca de 18% do PIB, ante mais de 45% na China, 28,7% em Cingapura e pouco mais de 20% na média da América Latina.
Além disso, a qualidade da educação ainda é baixa.
"Há uma medida da qualidade do capital humano que são os testes de aprendizado internacional. Assim como o Brasil fica mal na foto em termos de capital físico, fica muito mal também quando participa de testes de aprendizado em todos os níveis escolares", diz Giannetti.
Robert Wood, analista sênior da EIU (Economist Intelligence Unit), prevê que o Brasil crescerá a uma taxa média de 4,2% entre 2011 e 2030, quase o dobro dos 2,4% registrados entre 1981 e 2009. Ainda assim, diz ele, a economia brasileira manterá seu peso no PIB mundial estagnado em cerca de 3,3%.
A EIU tem projeções similares às do Goldman Sachs para a evolução da renda brasileira. Entre 2009 e 2030, o Brasil terá avanço modesto tanto no ranking de PIB per capita em dólares como em paridade do poder de compra (PPC, que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país) da consultoria, saltando da 47ª para a 46ª no primeiro caso e da 57ª para a 55ª no segundo. (FOLHA)

Poupança lidera preferência na classe C

Tradicional modalidade de investimento é a escolhida por 51% dos brasileiros e 34% das brasileiras, diz pesquisa.

Não é de hoje que a poupança figura entre os investimentos com menor rendimento, abaixo de 1%. Apesar disso, a tradicional caderneta continua sendo a preferida dos investidores, inclusive daqueles com menor renda. Segundo pesquisa da consultoria Quórum Brasil feita com pessoas da classe C com renda familiar entre R$ 1.500 e R$ 2 mil, 51% dos homens e 34% das mulheres têm entre suas aplicações a poupança. Poucos investem em ações, boa parte, por não achar que o mercado acionário é adequado ao padrão de renda.

"O primeiro fator que explica o investimento em poupança é comportamental. Os pais, os avós, muitas gerações já aplicavam na caderneta", diz o diretor da Quórum Brasil, Cláudio Silveira. O aumento da renda e a abertura da primeira conta bancária por milhares de brasileiros também explica a preferência. "Há uma alta penetração desse investimento no Brasil porque é um produto muito vendido pelos bancos. Com qualquer R$ 1 você investe", diz o consultor Mauro Calil. Segundo o Banco Central, 54% dos poupadores têm até R$ 100 na caderneta.

A pesquisa também mostra que boa parte da classe C ainda não investe. Para especialistas, o fácil acesso ao crédito nos últimos anos ainda compromete boa parte da renda. "Daqui um ano e meio, quando as parcelas das dívidas acabarem, a capacidade de poupança irá aumentar", afirma Silveira, ao dizer que acredita que outro investimentos, como as ações, passarão a ser mais procuradas.

Bolsa — Somente para 3% dos homens ouvidos na pesquisa, a aplicação em ações é adequada ao nível de renda. Entre as mulheres, o investimento nem é mencionado. "Isso demonstra um pouco de medo e falta de conhecimento", diz o diretor comercial da corretora SLW, Robson Queiroz. "Há tempos a Bolsa deixou de ser um ‘clube do Bolinha’ de grandes investidores", completa.

Apesar da baixa renda da classe C, especialistas acreditam que hoje o mercado é bem acessível a este público. "Com R$ 1 mil já é possível começara a aplicar", diz o diretor de canais eletrônicos da TOV, André Jorge. A casa, que quer ser "as Casas Bahia das corretoras", hoje tem 20% da base de clientes na classe C.

Com um valor um pouco acima desse o estudante Leandro Martiniano, de 24 anos, que se considera pertencente à classe C, montou sua carteira há dois anos. "Li livros e participei de simuladores por um ano e meio, período em que juntei R$ 2 mil para começar a carteira", lembra. O aprendizado hoje continua, nas palestras virtuais de sua corretora, a XP Investimentos. Em geral, especialistas sugerem que 10% da renda seja investida. "Não é tão fácil como se diz ter a disciplina de colocar um dinheiro todo mês na Bolsa, mas pretendo usar o dinheiro do 13º para aplicar mais."

Corretoras acreditam que o interesse da baixa renda por ações vem crescendo, em parte pelas campanhas que a BM&FBovespa realiza para popularizar a Bolsa. "Desde 2002, a Bolsa tem programas de educação financeira. A ideia é desmistificar que a Bolsa é cassino ou que é preciso ter muito capital para investir", diz o professor de Educação Financeira da BM&FBovespa, José Alberto Netto.

Entre palestras, cursos e visitar, a Bolsa já atendeu 1,6 milhão de pessoas. "Mesmo que a pessoa não tenha renda hoje, ela já pode ir aprendendo como funciona nos simuladores, para no futuro investir."

Para quem não quer investir sozinho, há ainda uma segunda opção de ingressas no mercado acionário, por meio de clubes de investimento, grupos de investidores que aplicam na bolsa em conjunto. A quantia para aplicar depende do valor da cota do clube. "Neste caso, tem a vantagem de a pessoa com pouco conhecimento aprender mais, com outros investidores e com a própria corretora os auxiliando", diz Queiroz.

Tesouro Direto — O Tesouro Direto também tenta por meio de campanha popularizar o investimento. Atualmente, há pouco mais de 193 mil investidores cadastrados no site que negocia títulos públicos para pessoas físicas. "Hoje, com R$ 100 é possível aplicar", diz o gerente de relações institucionais do Tesouro, André Proite.

"É uma aplicação que atende muito bem à classe C." Isso porque os fundos de renda fixa e DI oferecidos à baixa renda geralmente possuem alta taxa de administração. "Publicamos um ranking das taxas cobradas no Tesouro Direto. Há corretoras que nem cobram nada", explica. Segundo o último boletim, 23,7% das vendas foram de até R$ 1 mil. (Estado)

INSS antecipa 1ª parcela do 13º salário dos aposentados

O presidente Lula anunciou hoje a antecipação do pagamento da primeira parcela do 13º salário para os aposentados e pensionistas do INSS. O adiantamento de 50% da gratificação será feito junto com a folha de pagamento de agosto, que é depositada entre os cinco últimos dias úteis do mês e os cinco primeiros dias úteis de setembro. O anúncio foi feito durante visita do presidente ao edifício-sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para conhecer o sistema de monitoramento dos atendimentos, que já está em funcionamento há um ano e meio.

Em discurso de improviso, Lula respondeu a críticas do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, sem citar diretamente seu nome, que tem acusado o governo de aparelhar a máquina do Estado. "Eu estou convencido de que, quanto mais a gente valorizar os servidores de carreira, mais o Brasil ganha. Quanto menos politizar a instituição pública, mais o País ganha", declarou o presidente, lembrando que, desde que assumiu, decidiu em seu governo não mais indicar, por exemplo, políticos para o cargo de embaixador, citando nomeações que fez de funcionários de carreira para dirigir instituições públicas, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Lula aproveitou para responder as críticas com relação ao déficit da previdência, citando que os R$ 47 bilhões de déficit representam um déficit contábil. Mas avisou que, do ponto de vista prático, se comparar quem paga e quem recebe, a previdência não é deficitária. O presidente prosseguiu dizendo que foi o Congresso que decidiu corretamente na Constituinte que trabalhadores rurais e idosos que não contribuíram com a previdência têm direito a receber aposentadoria. "Não podemos jogar isso nas costas da Previdência. Isso tem de estar no caixa de todo o governo", disse.

O presidente ainda citou ações do seu governo, como aumento do salário mínimo e antecipação da data-base dos aposentados para dizer que tudo isso foi feito sem que o País quebrasse. "Provamos que muitas coisas que se falou que precisavam ser feitas, puderam ser feitas sem seguir a teoria de que era preciso primeiro deixar aumentar o bolo para depois distribuí-lo", disse. Segundo ele, enquanto vigorava essa ideia de que precisava aumentar o bolo para depois dividir, "um bando de espertos veio e comeu o bolo. Nós queremos que o povo coma o bolo enquanto ele está quente".

O presidente lembrou que, daqui a quatro meses, deixará o governo e afirmou que leva uma vantagem sobre os outros presidentes, "porque quando pensam que são muito sabidos não querem nem ouvir o que os outros falam". "O dado concreto é que nós acabamos com as filas (do INSS). Hoje não tem ninguém ganhando dinheiro em fila. Nós fizemos uma reviravolta da civilização. Os benefícios ao segurado mudaram muito, mas mudou de cinco anos para cá", disse, convocando cada um dos presentes para que façam um teste para verificar o funcionamento do serviço 135.

Lula ainda disse que os jornais deixaram de noticiar e acompanhar o sofrimento das pessoas nas filas. "Procurem ver se na Alemanha, França, nos países do primeiro mundo, se dirijam a ele e vejam se eles têm um tratamento digno como neste País. Não têm", completou.

Em seguida, ele disse que tanto quem está no interior como numa cidade grande pode acessar da mesma forma os benefícios. "Vocês acham que isso seria possível se não fosse um presidente metalúrgico", declarou o presidente, comentando que se interessou pelo assunto porque trabalhou em sindicato e viu o sofrimento das pessoas na busca por seus benefícios. (Estado)

Petroleiros votam operação padrão em 45 plataformas da Petrobras

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF) convocou os trabalhadores das 45 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos para uma operação padrão de 24 horas, com início à meia-noite de desta segunda-feira, que prevê o cumprimento integral de todos os procedimentos operacionais e de segurança exigidos para o funcionamento das unidades. Os trabalhadores vão decidir se aderem ou não ao indicativo em assembleias realizadas antes do início de cada turno de trabalho nas plataformas.

- Se a categoria aderir ao indicativo do sindicato, tem a possibilidade até de algumas unidades pararem - afirmou o coordenador geral do Sindipetro, José Maria Rangel.

A mobilização, chamada "Chega de contar com a sorte", marca os 25 anos do acidente de Enchova, um dos maiores da indústria brasileira de petróleo. Na ocasião, 37 trabalhadores morreram na queda de uma baleeira. Segundo Rangel, os procedimentos operacionais e de segurança não estão sendo inteiramente cumpridos nas plataformas da Petrobras, por orientação da gerência das unidades.

- Se existem os procedimentos de segurança, eles têm que ser cumpridos - disse.

Produção da P-33 está em processo de parada — O sindicato informou ainda que já pediu à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego que faça uma vistoria na plataforma P-31, por causa de riscos semelhantes aos encontrados na P-33, tubulações e válvulas enferrujadas. Na semana passada, a P-33 foi interditada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), após reportagens do GLOBO mostrando os problemas . Rangel disse que o processo de parada de produção da P-33 está sendo finalizado, já que não é possível parar de uma só vez a produção. Neste domingo, a Petrobras não quis comentar o assunto.

Greenpeace faz protesto na praia de Copacabana para alertar sobre o risco de vazamento — Ativistas do Greenpeace protestaram contra a exploração de petróleo em alto-mar na manhã deste domingo. Eles percorreram a praia de Copacabana, no Rio, de Boa Viagem, em Recife, e de Porto da Barra, em Salvador, com os corpos cobertos por uma pasta negra que simula petróleo.

Segundo o coordenador de voluntariado da ONG, Pedro Torres, o objetivo é mostrar que o vazamento de óleo que ocorreu em uma plataforma no Golfo do México pode acontecer em qualquer praia da costa brasileira.

- É fundamental que o Brasil invista em energia renovável. Então que se invista em energia eólica, em energia solar, pequenas centrais hidrelétricas. Todo dinheiro que está sendo investido no pré-sal, poderia estar sendo investido em ciência e tecnologia, e na exploração de novos parques eólicos, parques solares pelo Brasil afora", disse ele. (O Globo)