quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Apesar das dificuldades, lideranças femininas discutiram e produziram documentos durante o Fórum Social Mundial

As mulheres no Fórum Social Mundial

(Postado por Cleonice Caetano Souza, Secretária Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho da UGT) — A UGT participou ativamente de todas as instancias do Fórum Social Mundial e pudemos perceber, infelizmente, a precariedade em que vivem os povos da Amazônia, especialmente os trabalhadores e trabalhadoras do Pará. Num lugar que é a esperança do mundo, em função do meio ambiente e das riquezas naturais, o que vimos foi a precariedade do trabalho, a ausência de investimentos em educação, problemas com segurança pública, o que nos preocupou muito como lideranças sindicais e como mulheres. Além disso, a estrutura oferecida pelo Fórum Social Mundial, nesta edição, para apoiar a organização e debates das lideranças femininas foi extremamente precária. Nós mulheres acabamos nos organizando de maneira improvisada e, apesar da falta de apoio da estrutura oficial do Fórum, conseguimos produzir alguns documentos que estamos finalizando e vamos distribuir para o movimento sindical e para a opinião pública. A contribuição feminina tem que deixar de ser retórica. Devemos adotar os procedimentos que a UGT incentiva de gerar infra-estrutura e assessorias para ajudar as mulheres a interferir nas politicas sindicais e públicas. Temos muito a contribuir para a solução da atual crise que vai exigir toda uma reformulação nos relacionamentos dentro e fora das fábricas, pois afinal, o que esta crise coloca em risco alem dos empregos é a sobrevivência de nossas famílias, ao comprometer os investimentos sociais em Saúde e Educação.

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Cai produção industrial em dezembro

Produção em dezembro caiu 12,4% sobre novembro, puxada por recuo de 39,7% no setor de carros, informa IBGE.

A produção industrial brasileira caiu 12,4% em dezembro de 2008 na comparação com novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3. É o pior resultado desde 1991, quando começou a série histórica da pesquisa.  Na comparação com dezembro de 2007, a produção recuou 14,5%. No acumulado de 2008, por sua vez, o índice teve expansão de 3,1%.Segundo o IBGE, a crise mundial teve impacto imediato na queda de atividade do setor porque a restrição ao crédito afetou os setores da indústria mais sensíveis à queda na oferta de empréstimos, especialmente o automotivo. "Há um quadro generalizado de queda", disse a economista da coordenação de indústria do IBGE Isabella Nunes.

Com a queda, a produção retornou ao nível de março de 2004. O maior impacto negativo no índice global foi o setor de veículos, que caiu 39,7% em dezembro, seguido por máquinas e equipamentos, material eletrônico e comunicações e metalurgia básica. Segundo a economista do instituto, todos esses segmentos registraram paralisações e férias coletivas no mês de dezembro.  Todos os 27 ramos da indústria pesquisados tiveram queda, com exceção de celulose e papel, que subiu 0,4% no mês.

A detonação da crise mundial, com a quebra do banco americano Lehman Brothers,a partir de setembro, teve efeito imediato sobre a atividade industrial. Segundo o IBGE, esse quadro de queda generalizada foi agravado pelo mau desempenho de setores mais sensíveis à restrição de crédito e à queda das exportações de commodities.

A análise sobre o comportamento da indústria em 2008 mostra duas fases distintas, ainda de acordo com o instituto. Na primeira, que vai até setembro de 2008, há uma elevação generalizada do nível de produção, com o total do setor crescendo 13,6% e todas as categorias mostrando ganhos. De outubro em diante , observa-se uma significativa queda na produção global, que recua 9,4% entre setembro e dezembro, em todos os setores.

O IBGE também revisou  o índice de novembro, que já havia sido negativo. De -5,2%, o índice ficou em -7,2% na comparação com o mês anterior. Em outubro a produção industrial tinha caído 2,8% em relação a setembro.  (Mais informações no Estadão)

Contra crise, governo aumenta recursos do PAC em R$ 130 bi

Valor representa um aumento em torno de 26% na estimativa feita no lançamento do programa, há dois anos.

Como parte da estratégia do governo para combater os efeitos da crise econômica, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, anuncia amanhã um aumento de cerca de R$ 130 bilhões nos investimentos públicos e privados do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até o final do governo. O valor representa um aumento em torno de 26% na estimativa feita no lançamento do programa, há dois anos.

Em entrevista às 10 horas no Palácio do Planalto, a candidata do presidente Lula para a disputa de 2010 enfatizará, segundo pessoas próximas dela, que o Estado não é parte do problema da crise, mas a solução. Por isso, a ordem é manter os investimentos e garantir o emprego e a renda.

Em uma série de conversas nos últimos dias, Lula e Dilma têm cobrado dos outros ministros maior empenho para acelerar o gasto do dinheiro previsto para as obras do PAC. Nos dois anos do programa, sobraram R$ 2,5 bilhões no caixa. O valor se refere a dinheiro colocado à disposição dos ministérios que não teve destinação alguma, por isso foi usado para pagar a dívida pública.

O Estado informou, no último domingo, que só em 2008 a sobra chegou a R$ 1,895 bilhão, um problema que preocupa o presidente e seus assessores. "Este ano temos de gerar empregos e para isso precisamos gastar o que for preciso", disse Lula na reunião ministerial da última segunda-feira, na Granja do Torto.

Além desses valores, o governo anunciará nas próximas semanas os investimentos em infraestrutura nas 12 cidades que sediarão a Copa do Mundo de 2014. O PAC da Mobilidade Urbana, como é chamado pelos técnicos do governo, prevê melhorias no acesso aos estádios. Também é aguardado o anúncio de um plano de habitação, que prevê a construção de um milhão de casas populares até 2010 e incentivos para o setor da construção civil. (Leia mais no Estadão)

Financiamento imobiliário bate recorde apesar da crise

Em 2008, são financiados 300 mil imóveis com recursos da caderneta de poupança. Número supera a marca de 1981 e representa um acréscimo de 53% sobre 2007; crescimento em dezembro superou 30%. 

Apesar do agravamento da crise financeira a partir de setembro, o crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança fechou 2008 com 299.746 unidades financiadas, um acréscimo de 53% sobre 2007 e um novo recorde para o setor, quebrando a marca registrada em 1981 (266.884), quando a população do país era 38% menor do que a atual.

Segundo os dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), foram R$ 30,05 bilhões em empréstimos, 64,4% acima do valor registrado no ano anterior. Considerando só dezembro, houve expansão de 36,9% no montante e de 37,9% no número de unidades ante o mesmo mês de 2007.

"A média mensal no último trimestre ficou em linha com o resto do ano", afirma Luiz Antonio França, presidente da Abecip. Para o executivo, uma das explicações é que a compra de um imóvel não é uma decisão por impulso, logo os consumidores não mudaram de ideia mesmo com o cenário econômico desfavorável.

O crescimento se deve principalmente aos empréstimos ao setor empresarial para a construção de imóveis, com alta de 82,7% nas unidades financiadas no ano. Para a aquisição por pessoas físicas, o aumento foi de 28,4%. O presidente da Abecip preferiu não fazer projeções para 2009. (Leia mais na Folha) 

Lula promete ampliar empregos com a construção de 500 mil casas 

Durante a inauguração da 1º obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio , o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo anunciará em breve um programa para a construção de 500 mil casas populares. Ele também criticou o descaso das autoridades do passado com a população carente e disse que os ricos precisam pouco do Estado. ( Leia mais: População espera aumento de renda e emprego, apesar da crise, diz CNT/Sensus)

- Vamos fazer isso porque nós precisamos gerar empregos - disse Lula, que inaugurou a escola estadual Luiz Carlos da Vila, na favela de Manguinhos, Zona Norte do Rio.

O presidente explicou que o plano para a construção de casas está sendo discutido pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) com outros ministros e será feito paralelamente aos incentivos já existentes para a aquisição da casa própria pela Caixa Econômica Federal. Ele não deu um prazo para as obras e afirmou ainda que imóveis desativados da União deverão ser transformados em moradias populares. ( Leia mais: Aprovação a Lula bate novo recorde e chega a 84%, diz CNT/Sensus )

Durante discurso, Lula disse que seu governo prioriza corrigir os erros do passado investindo em áreas carentes.

- Às vezes os políticos pensam muito menor que os discursos que fazem na época da campanha. Um deputado federal, um governador, um prefeito podem ser de partidos diferentes, não tem problema nenhum. Mas tem uma hora que todos tem que ter vergonha na cara e governar - afirmou o presidente.

Os ricos precisam pouco da gente. É coletar o lixo que está bom. A única razão para ser prefeito, governador e presidente é que precisamos governar para os mais pobres. (Leia mais em O Globo)