quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

UGT e representantes de 150 países se unem contra a crise no Fórum Social Mundial

Fórum Social Mundial pede socorro em nome da Amazônia

(Postado por José Francisco, presidente da UGT Pará) Aqui de Belém do Pará, a UGT participa do grito de alerta junto com representantes de trabalhadores e da sociedade civil de mais de 150 países. Nosso alerta é que a crise financeira mundial foi gerada no ventre do capitalismo mundial pelos grandes grupos económicos, pelas multinacionais e pelos banqueiros e especuladores. Os trabalhadores do mundo inteiro estão mostrando nas suas reuniões, discussões e marchas que não estão dispostos a pagar a conta da crise com o que tem de mais sagrado para todos nós que é o emprego. Amanhã, vamos receber os presidentes dos países do Mercosul. Estará aqui o presidente Lula e seus ministros. Vamos aproveitar para reafirmar a vocação da UGT a favor da inclusão social, pela busca de contrapartidas sociais quando as empresas se valerem de ajuda pública. E reafirmar o que discutimos na plenária da UGT nosso mais intenso repúdio contra o verdadeiro crime que os bancos estão fazendo com a economia brasileira ao aumentar astronómica e vergonhosamente os spreads bancários.

Leia mais detalhes e acompanha as notícias destacadas hoje: Milhares de pessoas lançaram um grito de socorro em nome da Amazônia, na primeira das diversas atividades do Fórum Social Mundial, que começa hoje em Belém.

Recebidos por uma multidão, cerca de 1.500 índios e ativistas de grupos ambientalistas que participam do encontro contra a globalização se reuniram no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) para formar a frase "Salvem a Amazônia".

Índios de Brasil, Bolívia e Peru se juntaram no ato com ativistas de América Latina e Europa, a maioria dos participantes do Fórum Social Mundial.

A índia aimara boliviana Viviana Lima, que viajou de La Paz a Belém para o encontro, disse à Agência Efe que o ato era também "uma homenagem à Pachamama", como os índios do Planalto chamam a "Mãe Terra".

"Viemos ao fórum para que todos possam escutar a voz dos povos indígenas, que não querem ver suas terras e suas águas transformadas em mercadorias", apontou.

O ato, fotografado de dois helicópteros que sobrevoavam o campus da UFRA, foi organizado por líderes indígenas e grupos ambientalistas americanos e europeus, como a Amazon Watch, Amazon Alliance, Rainforest Action Network e o SpectralQ.

Segundo a Amazon Watch, a intenção foi "chamar a atenção sobre o aumento do problema ecológico e social das selvas amazônicas".

Em comunicado, a ONG afirmou que a Amazônia está "sob uma ameaça grave pela expansão industrial, agrícola e urbana, e se aproxima rapidamente de um ponto crucial".

"Quase um quinto da floresta amazônica foi desflorestada nas últimas quatro décadas, e a cada ano, entre 11 mil e 27 mil quilômetros quadrados de florestas são destruídos", disse a Amazon Watch. (Leia mais no G1)

"Spread" bancário é o mais alto em 5 anos

Apesar da queda no custo dos recursos captados, instituições financeiras elevam margem sobre os empréstimos que concedem

Inadimplência dificulta a redução, afirma Febraban; mesmo com a crise, volume de crédito cresceu e atingiu nível recorde em Dezembro.

Mesmo com o agravamento da crise, os bancos que atuam no Brasil já conseguiram, no mês passado, captar dinheiro no mercado a taxas mais baixas do que as observadas entre junho e novembro. Porém a queda não foi totalmente repassada para quem precisa de um financiamento, já que no mesmo período o chamado "spread" bancário permaneceu em alta e atingiu o nível mais alto em mais de cinco anos.

Os números são do Banco Central. Em novembro, segundo o BC, os bancos pagavam 13,9% ao ano para levantar recursos no mercado financeiro e repassavam esse dinheiro aos clientes cobrando juros médios de 44,0% ao ano. A diferença -o "spread"- era, portanto, de 30,1 pontos percentuais.

Em dezembro, o custo de captação das instituições financeiras caiu para 12,6% ao ano, enquanto os juros dos financiamentos bancários passaram para 43,2% ao ano. Ou seja, o "spread" subiu para 30,6 pontos, o mais elevado registrado pelo BC desde agosto de 2003.

Mesmo assim, o saldo do crédito disponível no país continuou crescendo e chegou, no mês passado, a R$ 1,227 trilhão, o que equivale a 41,3% do PIB (Produto Interno Bruto), nível mais alto já apurado pelo BC.

Na avaliação de Marcelo Moura, professor do Ibmec São Paulo, a continuidade do processo de expansão do crédito em dezembro foi surpreendente e reflete, em parte, a maior disposição dos bancos públicos em conceder empréstimos. "Acredito que isso é consequência da orientação do governo. Não vejo isso com maus olhos, já que o risco [das novas operações] não é excessivo e os negócios ainda são lucrativos."

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta do "spread" reflete o temor dos bancos em relação a um possível aumento na inadimplência. "O "spread" está subindo já há algum tempo. Dá para perceber, de fato, uma maior aversão ao risco. As instituições financeiras estão ficando mais conservadoras."

O "spread" é a parcela usada pelos bancos para cobrir custos como o pagamento de tributos, de despesas administrativas e de possíveis perdas provocadas por calotes. Inclui ainda a margem de lucro do setor.

Em 2008, o "spread" cobrado nos empréstimos para pessoas físicas foram os que mais subiram, passando de 31,9 pontos percentuais no final de 2007 para 45,1 pontos em dezembro. No período, os juros propriamente ditos subiram, em média, de 43,9% ao ano para 58%.

O agravamento da crise financeira, em setembro, fez com que o governo tomasse uma série de medidas para tentar normalizar a oferta de crédito no país. Entre elas, a redução do compulsório -parcela dos depósitos bancários que são retidos pelo BC-, que injetou cerca de R$ 100 bilhões nos bancos, e a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incide sobre operações de crédito.

Mesmo assim, o "spread" se manteve em alta. Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, o importante é que os juros cobrados nos empréstimos estão mais baixos, mesmo com o "spread" mais elevado. "No médio prazo, a tendência é de redução [do "spread'], mas a inadimplência é uma força contrária a esse movimento", afirma. (Leia mais na Folha)

 

Aposentadoria e salário-maternidade saem em 30 minutos

Previdência estende reconhecimento automático de direitos e benefícios saem em tempo reduzido já nesta 3ª.

A partir desta terça-feira, 27, as agências da Previdência Social prometem estender o reconhecimento automático de direitos para a concessão de aposentadorias por tempo de contribuição e do salário-maternidade. Com isso, os postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) também terão condições de conceder esses dois tipos de benefícios em até 30 minutos. Desde o início deste mês, essa nova forma de análise dos pedidos já está vigorando nas concessões de aposentadorias por idade dos trabalhadores urbanos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Previdência Social, José Pimentel, lançarão oficialmente nesta terça a nova etapa desse tipo de análise em cerimônia numa agência da Previdência em São Paulo. A implantação do sistema mais rápido de concessão para esses dois tipos de benefícios estava prevista para março, mas está sendo antecipada porque todos os ajustes tecnológicos já foram concluídos, de acordo com a assessoria de imprensa do ministério.

Ao antecipar a informação sobre as concessões mais rápidas para outros benefícios na semana passada, o ministro José Pimentel explicou que, por conta da alta rotatividade no mercado de trabalho, as concessões em meia hora para aposentarias por tempo de contribuição só deveriam ser aplicadas à metade dos possíveis beneficiários, aqueles que têm todas as informações disponíveis no cadastro da Previdência. A outra metade continuará tendo que apresentar todos os documentos para obter o benefício. No caso do salário-maternidade, Pimentel disse que a concessão em meia hora ocorrerá em 100% dos casos. (Leia mais no Estadão) 

Acordo em autopeças corta salário e dá garantia a 1.400 empregos

A onda de demissões em diferentes setores da economia está levando trabalhadores e sindicatos a negociarem os primeiros acordos de redução de jornada e salários em troca da garantia das empresas de não demitir. É o que revela reportagem do Globo, publicada nesta quarta-feira.

A fabricante de autopeças GKN do Brasil, em Porto Alegre, já fechou um acordo. No último fim de semana, os 1.400 empregados da GKN fecharam um acordo que prevê redução de 14,6% na produção e nos salários por três meses. Em contrapartida, a empresa comprometeu-se a não demitir até abril e a repor até 75% do que deixará de pagar aos empregados, a partir de 2010.

A francesa Michelin, duas semanas após anunciar investimentos de US$ 200 milhões em uma nova fábrica de pneus - para a qual quer recursos do BNDES -, demitiu, na terça-feira, 214 funcionários em Itatiaia e Campo Grande, no Estado do Rio, sendo 80 próprios e 134 terceirizados. A empresa afirmou estar ajustando sua produção ao mercado.