terça-feira, 1 de junho de 2010

UGT é contra corte do governo federal em Educação, a área mais sensível neste momento de expansão da economia

Governo corta R$ 1,2 bi da Educação

Redução faz parte do corte de gastos que deve chegar a R$ 10 bi anunciando no mês passado pelo governo.

O governo definiu na segunda-feira, 31, os ministérios e os órgãos da União que terão uma nova redução de orçamento este ano, como parte do corte de gastos anunciando recentemente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O Ministério da Educação foi o mais afetado e terá R$ 1,28 bilhão a menos para gastar em 2010.

Com esse corte adicional, o orçamento da Educação perdeu R$ 2,34 bilhões em relação aos valores aprovados pelo Congresso Nacional. No total, o Executivo está reduzindo despesas no valor de R$ 7,5 bilhões, com a justificativa de tentar conter o consumo do governo e, por consequência, o crescimento da economia e da inflação.

Outra razão para o corte, não declarada pelo governo, é se adequar às obrigações legais. Já que o governo está prevendo uma queda na arrecadação federal em relação a 2009, é obrigado pela lei a cortar seus gastos – embora os analistas privados digam que o País vai crescer mais do que os 5,5% previstos por Brasília e, portanto, a arrecadação também deverá subir.

A área econômica anunciou no mês passado uma redução de R$ 10 bilhões nas despesas do governo, como mais uma arma no combate à inflação. O corte foi anunciado como uma medida para evitar uma escalada mais forte da taxa de juros básica (Selic) pelo Banco Central, responsável por manter a inflação dentro da meta de 4,5%.

O Legislativo e o Judiciário terão uma redução nas despesas de R$ 125 milhões. Para alcançar o valor anunciado de R$ 10 bilhões, o governo revisou as estimativas de gastos obrigatórios (principalmente com pessoal e subsídios) reduzindo-as em cerca de R$ 2,4 bilhões. Este ano, foi a primeira vez que o governo teve que fazer um corte adicional além do contingenciamento que é realizado todo início de ano, após a aprovação da Lei Orçamentária pelo Congresso. O corte total em 2010 já soma R$ 28,95 bilhões.

Além da Educação, os maiores cortes ocorreram no Ministério do Planejamento (R$1,24 bilhão), nos Transportes (R$ 906,4 milhões) e na Fazenda (R$ 757,7 milhões). O Ministério da Saúde perderá R$ 344 milhões. O Ministério do Desenvolvimento Social – responsável por programas sociais como o Bolsa-Família –, terá que reduzir as despesas em R$ 205,3 milhões.

Por outro lado, dez ministérios tiveram parte do orçamento recomposto em relação à previsão de março. Os ministérios beneficiados foram Agricultura; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Justiça; Previdência Social; Trabalho; Desenvolvimento Agrário; Esporte; Defesa; Integração Nacional e Turismo.

Segundo o decreto publicado na segunda no Diário Oficial da União, os únicos órgãos que não tiveram alteração na previsão de orçamento em relação à última estimativa divulgada em março foram o ministério das Relações Exteriores e a vice-presidência da República. O governo também fixou R$ 1,5 bilhão como reserva. Esses recursos podem ser distribuídos, à medida que seja preciso, aos ministérios. (Estado)

Roubini diz que Brasil precisa investir mais em educação

A diversificação da atividade econômica coloca o Brasil em vantagem em relação às economias desenvolvidas e, até mesmo, frente às emergentes. A afirmação foi feita hoje pelo economista e presidente da RGE Monitor, Nouriel Roubini, que destacou ainda os avanços da economia brasileira. O economista, que ficou famoso ao prever a crise econômica mundial, foi, contudo, enfático ao dizer que o País precisa investir mais em educação e na capacitação do capital humano. Na visão de Roubini, o investimento em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), por exemplo, tem de correr lado a lado com os investimentos em educação.

"São importantes programas de transferência de renda para as pessoas mais pobres, mas é mais importante ainda dar educação para os mais pobres", comentou o presidente da RGE Monitor. Roubini também defendeu a realização de reformas estruturais como base para o crescimento sustentável da economia brasileira. O Brasil, segundo ele, tem de atentar para o risco de se tornar uma economia altamente dependente da exportação de commodities, apesar de reconhecer a diversificação da economia brasileira. Isso porque, de acordo com Roubini, os preços das commodities tendem a cair no curto prazo no mercado mundial, dado o desaquecimento da economia global.

Perguntado se o crescimento da economia brasileira vai requerer um forte arrocho de juros, Roubini disse que não gostaria de opinar sobre o tema. "Não vou ficar aqui dando chutes sobre arrocho monetário no Brasil. Vocês tem um Banco Central com um corpo técnico sofisticado, que sabe da necessidade de manter a inflação no centro da meta", disse, acrescentando, porém, que tudo vai depender do crescimento da economia doméstica. O presidente da RGE Monitor também destacou que os choques externos, como a redução da liquidez mundial, podem levar a um arrefecimento da economia interna. E que esses choques estão fora do raio de ação do País.

As afirmações de Roubini foram feitas em palestra "Quais as chances do Brasil se tornar uma potência econômica nas próximas décadas?", no "Fórum Exame - A construção da quinta maior economia do mundo", que acontece em São Paulo. (Estado)

Setor aéreo no país deve triplicar em 20 anos, afirma Ipea

O mercado interno de aviação brasileiro deverá mais do que triplicar de tamanho nos próximos 20 anos, aponta estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A perspectiva conta com a hipótese de um crescimento anual do Produto Interno Bruto de 3,5% -para este ano, há previsões de até 7%.
"É muito provável que o país tenha, nas próximas duas décadas, um das maiores expansões de tráfego aéreo e de rentabilidade das empresas no mundo", diz o relatório.
Essas taxas de crescimento poderão ser ainda maiores se as restrições de capacidade em Congonhas, Guarulhos e Viracopos forem resolvidas. (Folha)

Atenção a consumidor piora em 2010

Com vendas em alta, cai a qualidade dos serviços oferecidos via telefone e internet, segundo pesquisa nacional. Tempo de espera para falar com o atendente ao telefone subiu de 1,5 minuto, em 2009, para 2,4 minutos neste ano.

As empresas estão vendendo como nunca e, em troca, oferecendo ao consumidor atendimento pior no telefone e na internet.
É o que revela pesquisa feita pela consultoria GfK e pela revista "Consumidor Moderno". Segundo o estudo, a qualidade do suporte ao cliente por esses canais caiu em relação ao serviço prestado no ano passado.
No telefone, o índice de atendimentos considerados satisfatórios diminuiu de 94% para 91%. O tempo de espera por atendimento humano subiu 60%, de 1,5 minuto, em 2009, para 2,4 minutos neste ano -das ligações, 25% caem na espera.
Pioraram a agilidade e a eficiência das respostas entre 2009 e 2010 (de 95% para 92%) e os casos em que o nome do cliente é mencionado (de 80% para 54%).
Alguns itens, porém, apresentaram melhora, mas não suficiente para evitar a queda do índice geral de qualidade de atendimento.
O tempo de conversa entre cliente e atendente caiu de 1,8 minuto para 1,7 minuto. Ligações em que o atendente demonstrava interesse em ajudar aumentaram de 93% para 95% dos casos.
Resolução do problema na primeira ligação aumentou de 88% para 93% dos casos entre 2009 e 2010.
Quem procura os sites das empresas na internet sofre mais. Respostas satisfatórias caíram de 61% para 48% entre 2009 e 2010.
Apenas 31% das respostas voltaram em até oito horas úteis, prazo considerado razoável, ante 45% no ano passado. E-mails ignorados cresceram de 31% para 41%.
A pesquisa foi feita em abril. Primeiramente, pesquisadores enviaram questionário a empresas de 50 setores sobre a estrutura de atendimento. Depois, consultores anônimos procuraram as três melhores de cada setor, dez vezes por e-mail e dez por telefone.
"Como ouvimos as que supostamente tinham a melhor estrutura, o atendimento pode estar ainda pior do que imaginamos", diz Roberto Meir, responsável pela publicação e presidente da Associação Brasileira das Relações Empresa-Cliente.
Para Meir, a Lei dos SAC tem efeito restrito na pesquisa porque vale apenas para alguns setores -como bancos, telefônicas e concessionárias de energia.
OUTRO LADO — O Sindicato das Empresas Aéreas disse que não comenta estratégias de marketing das empresas. O Sindicato das Empresas de Telefonia disse que não "comenta pesquisas genéricas".
Federação Brasileira de Bancos, Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica e Associação Nacional dos Produtos Eletroeletrônicos não comentaram. (Folha)

Ministro proíbe empresas de submeter empregados a teste de HIV

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, baixou portaria nesta segunda-feira que proíbe empresas de exigirem exame de HIV no momento da admissão de empregados e em outras situações. Este é o exame que detecta se a pessoa está contaminada com o vírus da Aids. "Não será permitida, de forma direta ou indireta, nos exames médicos por ocasião da admissão, mudança de função, avaliação periódica, retorno, demissão ou outros ligados à relação de emprego, a testagem do trabalhador quanto ao HIV", diz a portaria.

Carlos Lupi citou cinco convenções, leis e até o polêmico 3º Programa Nacional de Direitos Humanos para basear sua decisão. O ministro recorreu a uma Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1968, que "proíbe todo tipo de discriminação no emprego ou profissão"; citou também uma lei brasileira de 1995, que "proíbe a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de emprego ou a sua manutenção"; e até a uma portaria interministerial, de 1992, que proíbe no âmbito do serviço público federal a exigência de teste para detecção do vírus HIV nos exames pré-admissionais e nos exames periódicos de saúde".

A portaria de Lupi não proíbe que campanhas de prevenção de saúde estimulem os trabalhadores a conhecer seu estado sorológico quanto ao HIV por meio de orientações e exames comprovadamente voluntários, porém "sem vínculo com a relação de trabalho e sempre resguardada a privacidade quanto ao conhecimento dos resultados". Entidades não governamentais denunciam essa exigência feita por empresas. (O Globo)