terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tabela de Imposto de Renda sem correção é injustiça com a classe trabalhadora, diz Ricardo Patah

Trabalhadores se reúnem em ato para correção do IR

Hoje, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realiza manifestação na portaria da Volkswagen - planta Anchieta (pátio de ônibus) - pela correção da tabela do IR (Imposto de Renda), a partir das 5h. A ideia é intensificar os atos sindicais já que amanhã (dia 2) as centrais se reunirão com o governo federal, em Brasília, para discutir os próximos passos das negociações.

Os trabalhadores reivindicam a correção da tabela do IR em 6,47%, além da elevação do salário-mínimo para R$ 580. "Os impostos pagos ao governo pela classe assalariada são muito altos. Isso é injusto", afirma o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah.

Ele explica que os trabalhadores tiveram conquistas importantes no ano passado. Por isso, aqueles que a renda foi reajustada em 2010 passam a se enquadrar nos pisos que obrigam o contribuinte a desembolsar mais dinheiro para quitar impostos. Se um contribuinte que antes era isento do pagamento - por receber até R$ 1.499,15 - e teve reajuste salarial, terá de contribuir com alíquota de 15% à Receita.

Para se ter ideia, segundo o vice-presidente da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, os assalariados tiveram aumento salarial de 8%, em média em 2010, o que contribui para arrecadação do fisco "desleal". "A parcela que a pessoa receberia a mais acaba sendo destinada ao recolhimento de impostos", enfatiza. Por conta disso, desde 2007 a tabela é corrigida anualmente em 4,5%.

O encontro tem apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT e NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores).

As entidades pedem que o governo de Dilma atenha a política de valorização do mínimo, conquistada durante o governo do ex-presidente Lula. (Diário do Grande ABC)

Posse dos deputados está marcada para as 10 horas

Os deputados federais eleitos para a 54ª legislatura (de 2011 a 2015) serão empossados hoje, às 10 horas, no Plenário Ulysses Guimarães. Está prevista a presença de cerca de 3.500 pessoas para a cerimônia, mas o acesso ao plenário é restrito.

Aberta a sessão, o presidente da Câmara, Marco Maia, convidará quatro deputados, de preferência de partidos diferentes, para servir de secretários, e proclamará os nomes dos deputados diplomados. Em seguida, haverá o juramento solene: "Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".

Eleição
Logo após a posse, se iniciará a movimentação para a formação dos blocos parlamentares. A formação de blocos é que define a distribuição de cargos da Mesa Diretora e das presidências das comissões permanentes. Às 15 horas, com os blocos já definidos, haverá uma reunião de líderes para a escolha dos candidatos à eleição da Mesa Diretora, que se compõe do presidente, de dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes. A eleição está marcada para as 18 horas. (Agencia Câmara)

Indústria paulista volta à atividade da pré-crise

A indústria paulista de transformação fechou o ano de 2010 com alta de 9,9% o Indicador de Nível de Atividade (INA). Este foi o segundo melhor desempenho em oito anos, atrás apenas do de 2004 (13,2%). (DCI)

Pequenas e médias crescem com a formalização do emprego

Empresas que prestam serviço para os RHs de outras companhias veem faturamento dobrar com a criação de novas vagas.

O volume de empregos com carteira assinada criados em 2010 foi o maior dos últimos 18 anos no País. A notícia divulgada há uma semana pelo Ministério do Trabalho soa como música para um grupo de pequenas e médias empresas que depende diretamente desses números para crescer: seus principais clientes são os departamentos de recursos humanos de outras empresas.

Elas estão entre as primeiras da cadeia a se beneficiar e sentir os impactos da formalização do mercado de trabalho. "É um ciclo virtuoso que deve impulsionar esses negócios por um bom tempo", diz o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

O empresário Antônio Mouallen, de 34 anos, que nunca teve uma carteira assinada, é um dos que tem visto o faturamento se superar no mesmo compasso da formalização. Desde 2004, ele fornece vale transporte para funcionários de outras empresas. Mesmo concorrendo com grandes multinacionais como Ticket e Sodexo, a Benefício Fácil, de Mouallen, tem conseguido conquistar o seu espaço. Nos últimos três anos, a receita cresceu 150%, passando de R$ 49 milhões para R$ 129 milhões. "Com a economia aquecida, a tendência é que cresçamos ainda mais, porque o empregador é obrigado a oferecer esses benefícios aos seus funcionários", diz.

No primeiro ano de operação, a Benefício Fácil faturou R$ 264 mil, com 90 clientes e 15 funcionários. O escritório era uma sala improvisada no colégio de educação infantil que Mouallen abriu quando tinha 19 anos e ainda cursava pedagogia. Hoje, a empresa tem 85 funcionários e 5 mil clientes no País inteiro. Ele continua tocando a escola e com o lucro da Benefício Fácil investiu há sete meses num site de compras coletivas, o Oferta Única.

A maioria das empresas que se tornaram recentemente clientes da Benefício Fácil tem em média 35 funcionários. Num negócio que está começando, o próprio dono costuma providenciar o vale transporte dos funcionários, mas à medida que as contratações aumentam, a equipe passa a ser integrada por empregados de outras cidades. Cada município tem a sua regra para o transporte público e Mouallen se vale dessa confusão para aumentar a carteira de clientes.

Assim como o vale transporte, fornecer planos de saúde também são uma obrigação do empregador. Há dez anos no mercado, a MBS Seguros, especializada em fornecer esse tipo de benefício, registrou em 2010 o seu melhor desempenho. "Começamos o ano com 250 clientes e terminamos com 300", diz João Herreras, sócio diretor. "É um crescimento por tabela."

A carteira da MBS é formada por empresas prestadoras de serviços, como escritórios de advocacia e bancos de investimento. Nos últimos três anos, ele diz ter se beneficiado também com a corrida dessas empresas para reter mão de obra qualificada. "Na tentativa de atrair gente boa, os empregadores têm dispensado mais atenção a esses produtos."

A consultora do Sebrae SP, Sandra Fiorentini, diz que outros segmentos como o de uniformes e refeições coletivas também estão se aproveitando do crescimento da formalização para expandir os negócios. "Há muita oportunidade", diz. "Mas é preciso ter cuidado, porque a prestação de serviços para o segmento corporativo exige mais de planejamento porque o nível de exigência na qualidade costuma ser maior e os preço têm de ser mais baixos." (Estado)

Proer privado resgata Silvio Santos

BTG Pactual compra Panamericano por R$ 450 milhões e o resto da dívida, R$ 3,5 bilhões, é assumida pelo sistema financeiro brasileiro.

Um Proer privado evitou a quebra do Panamericano e salvou o patrimônio do empresário Silvio Santos. Ontem à noite, o BTG Pactual comprou a participação de Silvio no Panamericano por R$ 450 milhões. O dinheiro foi usado por Silvio para liquidar a dívida de R$ 4 bilhões que ele contraiu com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para cobrir dois rombos em seu ex-banco. O restante será absorvido pelo FGC, em nome da preservação do sistema financeiro nacional.

Não foi à toa que Silvio saiu sorrindo da sede do BTG Pactual após a assinatura do negócio, na noite de ontem. Em uma só tacada, ele quitou uma dívida de R$ 4 bilhões por pouco mais de 10% do valor. E mais: protegeu a maior parte de seu patrimônio, que engloba o SBT e a empresa de cosméticos Jequiti, entre outras. Em contrapartida, abriu mão do banco, unidade mais rentável de seu grupo.

A engenharia da operação é a seguinte: Silvio não foi pago em dinheiro, mas em recebíveis do BTG, de André Esteves, no valor de R$ 450 milhões. Repassou esses títulos para o FGC e liquidou a dívida que tinha por causa do Panamericano. Cabe agora ao BTG definir quando vai pagar o FGC. O banco de André Esteves tem até 2028 para fazer isso, pagando uma correção 13% ao ano. Se decidir levar a dívida até o prazo final, terá pago R$ 3,8 bilhões ao FGC.

Mas o BTG pode quitar a dívida quando quiser. Se, por exemplo, resolver liquidar o débito amanhã, o fará por R$ 450 milhões. Nesse caso, o FGC assumiria um prejuízo de aproximadamente R$ 3,5 bilhões. Se usar o prazo máximo, o FGC receberá daqui a 17 anos R$ 3,8 bilhões sem correção.

O FGC é uma entidade criada pelos bancos em 1995 (época em que o governo fez o Proer, para socorrer instituições em dificuldades) com objetivo de garantir parte dos depósitos em caso de quebra de algum banco. O dinheiro que sai do fundo precisa da aprovação dos principais banqueiros do País. O Estado apurou que eles ficaram aborrecidos com a situação, mas julgaram que deixar o Panamericano quebrar poderia criar uma crise de confiança no sistema. Em setembro, o FGC tinha um patrimônio total de R$ 26 bilhões.

Em setembro, o Banco Central (BC) descobriu uma fraude no Panamericano que resultou em um rombo de R$ 2,5 bilhões. O FGC emprestou o dinheiro a Silvio, que colocou todo seu patrimônio pessoal como garantia.

Em janeiro, a atual administração do Panamericano, indicada pela Caixa Econômica Federal (que tem e manterá 49% do capital votante do banco), descobriu que o rombo era cerca de R$ 1,5 bilhão maior, totalizando R$ 4 bilhões. Para viabilizar a venda e a continuidade das operações do Panamericano, o FGC fez um novo aporte, de R$ 1,5 bilhão.

A partir de hoje, o banco passa a ser dirigido por José Luiz Acar Pedro, sócio do BTG e ex-vice-presidente do Bradesco. (Estado)

Vice-presidente do Egito vai discutir reformas com a oposição

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, afirmou hoje em pronunciamento pela tevê estatal, que o presidente Hosni Mubarak pediu a ele que inicie um diálogo com todas as forças políticas do país.

O objetivo é dar início a uma grande reforma constitucional e política, e assim atender às reivindicações feitas pela população em protestos nas ruas.

Novas emendas constitucionais deverão afrouxar a restrições para as eleições presidenciais, permitindo que novos candidatos concorram ao pleito, e assim, abrir espaço para a saída de Mubarak, que está no poder há 30 anos.

Suleiman pretende estabelecer com a oposição um cronograma para implementação das mudanças. (O Globo)