quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hora de mobilizar e avançar para negociarmos melhores salários e garantir distribuição de renda

Economia motiva mobilização dos trabalhadores em torno de avanços salariais

(Postado por Moacyr Pereira, secretario de finanças da UGT) — Basta uma olhada rápida nos jornais (veja clipping abaixo) e percebemos que os vários indicadores da economia, poupança que aumenta, produção industrial, arrecadação do ICMS etc) mostram que os pilares da nossa economia ficam cada vez mais estáveis e apontam para um crescimento consistente, ainda este ano, independente das eleições. Indicam, também, que é o momento dos trabalhadores brasileiros, através de suas centrais sindicais e dos seus respectivos sindicatos ampliar e muito a mobilização para se fazerem ouvidos e respeitados nas mesas de negociações salariais que começam neste segundo semestre. É um momento histórico para a classe trabalhadora brasileira recuperar o arrocho salarial de décadas e ajudar o Brasil a distribuir renda através de salários dignos, que respeitem e mantenham a qualidade de vida da família trabalhadora.

Leiam, por favor, o clipping do dia:

Preço de alimento cai, e baixa renda tem deflação em junho

A inflação para a faixa da população de menor renda se desacelerou em junho, com variação negativa de 0,38%. Foi a menor taxa desde setembro de 2008, quando o índice recuou 0,57%.
Com esse resultado, o indicador acumula alta de 4,78% no ano e de 5,49% nos últimos 12 meses, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O IPC-C1 (Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1) é calculado a partir das despesas das famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos (de R$ 510 a R$ 1.275).
Em junho, o IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor-Brasil) registrou queda de 0,21%. A taxa do indicador nos últimos 12 meses ficou em 4,93%.
Cinco das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram queda em suas taxas de variação.
O principal destaque foi o grupo alimentação (-0,20% para -1,31%). Também apresentaram recuos nas variações os grupos habitação (0,63% para 0,14%), saúde e cuidados pessoais (0,66% para 0,40%), educação, leitura e recreação (zero para -0,05%) e vestuário (0,80% para 0,78%).
A taxa do grupo transportes recuou 0,01%. Em alta, o grupo despesas diversas subiu de 0,16% para 1,64%.
Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe se desacelerou para 0,04% em junho, após a alta de 0,22% no mês anterior. (Folha)

CNI: confiança no emprego reforça previsão de consumo

O Índice de Medo do Desemprego, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apresentou em junho uma queda de 7,5% no acumulado de 12 meses. O índice caiu de 89 pontos em junho de 2009 para 82,3 pontos no mês passado, permanecendo praticamente estável em relação aos 82 pontos registrados em março. Para o economista da CNI, Marcelo Azevedo, a queda é importante e mostra bastante segurança do trabalhador de que não vai perder o emprego.

De acordo com ele, é essa segurança que alimenta as expectativas de que os trabalhadores vão continuar consumindo, seja pagando a prazo ou à vista. Por isso, segundo ele, esse é importante indicador para a indústria. "O trabalhador sente segurança de que a sua renda será mantida", disse Azevedo.

Para o economista da CNI, a queda do índice reflete o aumento da formalização do emprego no País e o crescimento da atividade econômica, que tem gerado mais investimentos. O economista, no entanto, avaliou que o índice deve permanecer estável por algum tempo em torno do piso histórico registrado em março passado (em 82 pontos). "Não vemos pela frente um fato grande, como um crescimento muito maior da economia, ou uma crise que faça movimentar o índice", disse. (Estado)

Arrecadação de ICMS no comércio cresce mais de 20%

O comércio do País aponta sinais de alta para este ano, resultado da economia aquecida que gera emprego e renda para a população. Para a maioria dos especialistas, o brasileiro não tem o hábito de poupar, por isso é um consumidor atuante no mercado. Segundo dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), de janeiro a abril de 2010, a arrecadação de ICMS, tanto no comércio varejista, quanto no atacadista, cresceu mais de 20% em cada área, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O atacado contribui 26,43% a mais do imposto neste ano do que em 2009, ao passar de R$ 9,9 bilhões para R$ 12,5 bilhões. Da mesma forma, do varejo foi recolhido R$ 9,5 bilhões em 2010, ante R$ 7,8 bilhões no ano passado, registrando uma alta de 21,68%. Os números comprovam o aquecimento do comércio brasileiro e do consumo neste ano, já que a arrecadação do imposto estadual pelo setor já supera neste início de 2010 os níveis pré-crise.
A arrecadação do atacado subiu 16,17% nos quatro primeiros meses de 2008, em relação ao ano anterior (de R$ 7,4 bilhões para R$ 8,6%), assim como se observou no comércio varejista, cuja alta foi de 23,69% (de R$ 6,4 bilhões para R$ 7,9 bilhões).
Mesmo durante a crise financeira, o atacado teve um aumento de 14,29% na arrecadação de janeiro a abril de 2009, comparada ao ano anterior, e o varejo apresentou expansão da contribuição de ICMS de 19,62%.
Para o pesquisador do Programa de Administração de Varejo (Provar) da FIA, Nuno Fouto, além do avanço da economia, a possibilidade do refinanciamento das dívidas com os governos federal e estadual influenciou também na maior arrecadação. "De fato, se o primeiro trimestre mostra um forte aumento no recolhimento de impostos, isto significa que o ano vai ser muito bom", diz.
Dentro da análise entre 2009 e 2010, a região que apontou maior crescimento arrecadatório no varejo foi o norte, ao passar de R$ 427,8 milhões para R$ 560 milhões, isto é, alta de 30,89%. Mesmo assim, sudeste continua a registrar o maior montante de recolhimento de ICMS, verificando, segundo os números do Confaz, avanço de 22,48% dos quatro primeiros meses de 2009 (R$ 3,6 bilhões) para o mesmo período deste ano (R$ 4,4 bilhões).
Para alta de percentual, centro-oeste teve o segundo melhor resultado do ano até agora, com expansão de 29,23% (de R$ 800,7 milhões para R$ 1,034 bilhão), seguido por nordeste, com alta de 24,66% (de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,017 bilhões), em quarto lugar vem o sudeste, e por último ficou o Sul com ligeira elevação de 8,23%, ao passar de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,4 bilhão.
Com relação ao comércio atacadista, o maior crescimento regional registrado na arrecadação de ICMS dentro do período comparado foi do centro-oeste com alta de 40,81% (de R$ 775,2 milhões para R$ 1,091 bilhão), seguido por sudeste, com avanço de 26,86% (de R$ 5,5 bilhões para R$ 7,078 bilhões) - apresentando também a maior arrecadação do atacado em volume das regiões -, em sequência vem o sul, elevando 26,74% do seu recolhimento (de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,8 bilhão), em quarto lugar está o nordeste, com alta de 20,47% (de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,9 bilhão). E diferentemente do varejo, a arrecadação no atacado do norte ficou em último lugar na relação percentual, subindo 15,42%, ao passar de R$ 449,5 milhões para R$ 518,8 milhões.
Tendência — A tendência é de que a arrecadação de ICMS continue alta em todos os setores, principalmente do comércio. Segundo relatório Focus, divulgado na última segunda-feira pelo Banco Central (BC), o mercado aguarda uma elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,2% neste ano. Por outro lado, Nuno Fouto acredita que, no decorrer do ano, devido à elevação da taxa básica de juros (Selic), as vendas no varejo deverão ter uma proporção de crescimento menor do que a observada no inicio do ano. "Mesmo assim, as vendas devem crescer."
O pesquisador da Fia afirma não ter uma projeção atual do crescimento do comércio neste ano. Porém, ele disse que sua expectativa é de que a expansão seja menor do que o anteriormente previsto pela equipe de que o especialista faz parte, isto é, deve ser inferior à alta de 9%.
Ainda ontem, o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, afirmou que a queda de 7,5% do Índice de Medo do Desemprego em junho, divulgada nesta terça-feira, revela a segurança que do trabalhador de que não perderá o emprego, resultando em continuidade do consumo. (DCI)

Poupança levanta R$ 12,2 bi no semestre e caminha para recorde no ano

A poupança encerrou o mês de junho com um patrimônio de R$ 340,816 bilhões, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central.

Apenas no mês passado, a aplicação registrou uma captação líquida de R$ 4,178 bilhões, resultado de depósitos no montante de R$ 95,592 bilhões e saques de R$ 91,413 bilhões, além de rendimento de R$ 1,767 bilhão.

No acumulado do primeiro semestre, a captação líquida da poupança já soma R$ 12,242 bilhões, cinco vezes mais do que os R$ 2,446 bilhões guardados na cardeneta no mesmo período de 2009.

Nesse ritmo, a poupança deve quebrar neste ano seu recorde histórico de depósitos, registrado em 2007, quando foram captados R$ 33,379 bilhões. No ano passado, a poupança recebeu R$ 30,416 bilhões em aplicações.

Vale lembrar que o mês de dezembro costuma ser o mais forte do ano em investimentos, por conta do recebimento do 13º salário. No ano passado, os poupadores depositaram R$ 9,175 bilhões no último mês do ano.

(Valor)

IBGE: produção industrial cresce em 6 regiões em maio

A produção industrial aumentou em seis das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, segundo divulgou hoje o instituto. A maior alta ante o mês anterior foi registrada no Paraná (17,7%) e as demais taxas positivas foram registradas na Bahia (4%), no Rio de Janeiro (2,8%), na Região Nordeste (1,6%), em Pernambuco (1,5%) e em Minas Gerais (1,1%), enquanto Santa Catarina ficou com a produção estável (0,0%). Ainda ante abril, as regiões com recuo na produção foram São Paulo e Ceará (ambas com -0,9%), Rio Grande do Sul (-2%), Amazonas (-2,2%), Goiás (-2,4%), Espírito Santo (-2,8%) e Pará (-2,9%).

Na comparação com maio de 2009, a atividade industrial cresceu em todas as áreas pesquisadas. Segundo observam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa, "além da baixa base de comparação, decorrente dos efeitos da crise econômica internacional ocorrida no final de 2008, maio de 2010 teve um dia útil a mais que em 2009". Com avanço acima da média nacional (14,8%) nessa comparação, os destaques de alta ficaram com o Paraná (31,3%), Espírito Santo (26,5%), Goiás (22,5%), Minas Gerais (22,4%), Pernambuco (22%), Ceará (20,2%), Região Nordeste (19,9%), Bahia (17,9%) e Amazonas (17,6%). Em São Paulo, houve aumento de 12,1%, abaixo da média nacional. (Estado)