quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aproveitar a recuperação da crise para recuperar os valores dos salários, com aumento real, para ajudar a recuperar também o mercado interno

Comércio está confiante no Dia das Crianças, aponta Serasa

(Postado por Moacyr Pereira) — Avançamos para o Natal e ainda temos um respiro no Dia das Crianças. É bom para o comércio e para o setor de serviços. É bom pra o Brasil. É o momento adequado para que ampliemos a pressão em cima dos patrões e negociemos acordos coletivos que reponham a inflação com aumento real. É o momento de as forças produtivas do Brasil inteiro perceberem (principalmente o setor patronal) que a reivindicação dos trabalhadores por 40 horas semanais, sem redução de salário além de justa, significará um acréscimo de mais de dois milhões de trabalhadores ou se os patrões preferirem mais de dois milhões de novos consumidores, que no próximo ano vão gastar seus salários nas compras do Dia das Crianças e no Natal. O que é bom para todo mundo e para o Brasil.

Leia mais: Segundo a pesquisa, 49% dos comerciantes têm esperança de acréscimo no faturamento do 12 de Outubro

A confiança do comércio do Brasil no Dia das Crianças é um termômetro, para este ano, de um Natal melhor que o de 2008. A Pesquisa Serasa Experian de Expectativa Empresarial, divulgada nesta terça-feira, 29, mostra que 49% dos comerciantes têm esperança de acréscimo no faturamento do 12 de Outubro, o maior nível entre as datas comemorativas do ano. De acordo com a Serasa Experian, como a data é uma indicação do consumo para o 25 de Dezembro, espera-se vendas maiores nas comemorações de fim de ano, pois em 2008 o movimento foi brando em razão dos resultados da crise econômica internacional no País.

Ainda assim, o Dia das Crianças deste ano perde para o de 2008, quando 52% dos entrevistados esperavam um aumento do faturamento. A porcentagem de 2009 repete a de 2007. O levantamento foi feito com 1.011 executivos do varejo, entre os dias 4 e 17, e superou a expectativa para o Dia dos Pais. Para este ano, 37% dos varejistas apostam na manutenção do faturamento e 14%, na queda. Os que aguardam uma elevação nas vendas esperam um aumento médio de 15,4%. Os pessimistas, que preveem declínio, esperam 18,7% a menos de faturamento.

Por tamanho, as grandes empresas são as mais otimistas, com 68% dos entrevistados com a expectativa de elevação no faturamento, 24% de manutenção e somente 8% de queda. Depois, vêm as médias companhias, com 57% aguardando um aumento do faturamento, 31% prevendo estabilidade e 12%, recuo. Nas pequenas empresas, 46% esperam alta das vendas e 39%, o mesmo quadro de 2008. Já 15% acreditam que haverá uma performance pior.

Por região, o Norte (57%), Nordeste (52%) e Centro-Oeste (55%) são as mais otimistas sobre uma possível alta no faturamento para o Dia das Crianças. Em seguida, estão o Sudeste, com 49%, e o Sul, com 44%. Os varejistas indicam que os presentes mais comprados na próxima data comemorativa serão brinquedos (68%), jogos eletrônicos (11%), telefones celulares (9%), roupas, sapatos e tênis (6%), artigos eletrônicos (3%), chocolates e doces (1%), DVDs, CDs e livros (1%), computadores e equipamentos (1%) e outros (1%). (Mais informações no Estadão)

Governo quer cartão para baixa renda

O governo deve incentivar a criação de bandeiras nacionais de cartões voltadas para a população de baixa renda. A idéia é ampliar o uso de cartões de débito por essa parcela da população, que hoje recebe pouca atenção das empresas, e aumentar a concorrência. Uma das vantagens, segundo fontes envolvidas no assunto, é o fato de essas novas bandeiras não terem de pagar royalties às matrizes internacionais, o que reduz seus custos.

A medida deve fazer parte do pacote preparado pelo governo para reestruturar a indústria de cartões, que deverá ser divulgado nesta quarta-feira. De modo geral, ela não desagrada ao setor e já há propostas para criar um pool de bancos para desenvolver uma bandeira nacional. Hoje, existe a bandeira nacional Hipercard, só que mais de 90% dos negócios estão concentrados nas multinacionais Visa e MasterCard.

A mexida na indústria de cartões, que fatura cerca de R$ 450 bilhões ao ano, foi preparada por Banco Central (BC), Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae, ligada ao Ministério da Fazenda) e Secretaria de Direito Econômico (SDE, do Ministério da Justiça). O objetivo é aumentar a concorrência e a transparência no setor, a fim de reduzir as taxas de juros cobradas ao consumidor, que hoje podem passar de 100% ao ano.

A regulamentação do setor azedou o clima entre BC e Fazenda. Os técnicos da Seae defendem a imposição de regras, mas o BC prefere a autorregulação. Entre as medidas que a Fazenda defende está a fixação de regras para a cobrança de tarifas dos usuários. (Leia mais em O Globo)

FGTS pode vir a ser usado para pagar parcelas e quitação de consórcio de imóvel

O saldo de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderá ser usado para o pagamento de prestações e a quitação de consórcio de imóveis, segundo informações do site "Congresso Em Foco". As mudanças foram incluídas pela Câmara e pelo Senado na Medida Provisória 462/09 e ainda precisam da sanção da Presidência da República para entrarem em vigor.

O texto foi encaminhado para a Casa Civil da Presidência na última sexta-feira, dia 25 de setembro. Segundo a Casa Civil, no entanto, ainda não foi decidido se a MP será sancionada integral ou parcialmente.

As regras atuais do FGTS permitem o uso dos saldo de recursos apenas para lances em consórcios de imóveis.

A ampliação da utilização dos recursos do FGTS para o consórcio imobiliário já enfrentou resistências do governo. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a liberação do FGTS para o pagamento de parcelas e quitação de consórcios de imóveis alegando que isso elevaria o volume de saques e reduziria os recursos disponíveis para o financiamento da casa própria.

Pelas mudanças propostas pela Câmara e pelo Senado, o uso do FGTS nos consórcios valeria para contratos novos e antigos. (Leia mais em O Globo)

EMPREGO:

MERCEDES-BENZ CONTRATA 800 TEMPORÁRIOS EM SÃO BERNARDO

A Mercedes-Benz do Brasil informou ontem ao presidente Lula a contratação de 800 trabalhadores temporários para atuar nas áreas de produção de caminhões e ônibus na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Além das novas admissões, 350 funcionários com contrato temporário serão efetivados em outubro. Além disso, um grupo de 160 aprendizes passa a integrar o quadro de colaboradores da empresa. (Folha)

Ex-informais começam a receber cobranças ilegais

Os trabalhadores que se cadastraram no programa Empreendedor Individual, do Governo federal, estão sendo surpreendidos por uma cobrança indevida. Logo após a inscrição e a entrada com os documentos na Junta Comercial, o autônomo recebe, em casa, um boleto de cobrança no valor de R$ 259,80, taxa referente a uma contribuição empresarial. O remetente da fatura, que traz a logomarca da Caixa, é a Associação Comercial Empresarial do Brasil.

Segundo os parceiros do projeto - ministérios do Desenvolvimento, Previdência, Receita Federal e Sebrae -, que se reúnem nesta terça-feira, em Brasília para tratar do tema, os cadastrados não devem pagar a cobrança, por não estar relacionada à formalização do trabalhador. Para se legalizar, o autônomo tem de arcar apenas uma contribuição mensal que varia de R$ 52,15 a R$ 57,15, incluindo recolhimento ao INSS e impostos.

- Trata-se de uma cobrança oportunista. A forma como conseguem os dados do trabalhador com tanta rapidez é ainda uma incógnita - afirma André Spínola, do Sebrae.

Para evitar gastos desnecessários por parte do trabalhador, o portal do Empreendedor traz um aviso aos interessados em se cadastrar, logo na tela principal:

- O único custo da formalização é o pagamento mensal de R$ 51,15 (INSS), R$ 5 (prestadores de serviço) e R$ 1 (comércio e indústria) por meio de carnê emitido exclusivamente no portal do empreendedor. Qualquer outra cobrança recebida será de pagamento voluntário. É recomendável que o pagamento do boleto seja feito somente após a confirmação de sua formalização pela Junta Comercial - diz a nota, disponível no site do Empreendedor.

A reportagem tentou entrar em contato com a Associação Comercial Empresarial do Brasil, por meio dos telefones e e-mails disponíveis em sua página, mas não obteve resposta.

No dia 15, o autônomo Robson Monteiro, de 38 anos, que produz artigos para animais, recebeu uma fatura dessas para ser paga três dias depois.

- Achei estranho, porque não tinha me associado a nada. Por isso, não paguei. É má-fé. Meus amigos que se cadastraram também receberam essa fatura. (Leia em O Globo)

Tesouro defende alta dos gastos para combater crise

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, defendeu hoje as medidas de aumento de gastos adotadas pelo governo para enfrentar os efeitos da crise internacional, que levaram à redução da meta de superávit primário das contas do setor público em 2009. Questionado sobre o alerta feito pelo Banco Central no mais recente Relatório Trimestral da Inflação para o impacto que podem ter na inflação os impulsos fiscais dados este ano, o secretário disse que não tinha por hábito comentar relatórios de outros órgãos do governo, mas fez a seguinte observação: "As decisões de impulso fiscal foram tomadas com tranquilidade, no momento adequado."

Augustin insistiu na afirmação de que o governo adotou o incentivo fiscal no momento certo e argumentou que as medidas foram necessárias para estimular o crescimento econômico. "Mais à frente, o governo terá o mesmo tipo de cuidado", disse, prevendo que o superávit primário de 2010 será maior do que o de 2009. Segundo ele, a meta de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano está mantida. Questionado sobre como será alcançado esse superávit maior, o secretário respondeu que, do lado das receitas, as desonerações que o governo adotou "tendem a não estar mais ocorrendo" e, por outro lado, o próprio crescimento da atividade econômica proporcionará aumento das receitas.

Augustin disse ainda que o governo vai monitorar as despesas e que algumas delas não se repetirão em 2010. Citou, entre elas, a ajuda de R$ 2 bilhões que o governo deu aos municípios neste ano. O secretário defendeu também os aumentos de salário concedidos ao funcionalismo público. Segundo ele, o governo optou por fazer uma reestruturação de algumas carreiras que considera importantes para o bom funcionamento do serviço público. Citou, entre essas carreiras, as dos servidores da Receita Federal, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Tesouro Nacional e Banco Central.

O secretário do Tesouro disse que o governo, "até o momento", está trabalhando para não utilizar a regra que permite o abatimento das despesas do Programa Piloto de Investimento (PPI) da meta de superávit primário deste ano. "A meta permite utilizar o instrumento do PPI. Felizmente, em 2007 e 2008, não foi necessário utilizá-lo. Em 2009, poderá ocorrer. Mas estamos trabalhando até o momento em não utilizar o PPI", disse Augustin.

O secretário rebateu a avaliação de que o superávit primário fiscal está sendo feito com baixo nível de investimento. "Os investimentos estão crescendo. E essa é a tendência", disse. "Não concordo que no Brasil os investimentos não estejam crescendo", acrescentou. Ele ressaltou que os gastos com PPI já tiveram um aumento de 41% de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. (Leia mais no Estadão)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Temos que mobilizar a classe trabalhadora brasileira para pressionar o Congresso Nacional a fazer a correção do FGTS

Emprego na construção civil tem novo recorde em agosto

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) — Desde o início da crise financeira a UGT se manifestou a favor de incentivos para a construção civil, que é uma atividade econômica geradora de emprego e realizadora de sonhos da população brasileira. Empregos que ajudam a base da pirâmide social, investimentos que se transformam em patrimônio para a família brasileira. Deu certo. Hoje, um ano depois do início da crise, o setor está aquecido. É hora de apostar na segurança destes trabalhadores de maneira séria e comprometida com a vida. De transferir renda para estes profissionais. E de treinar mais trabalhadores para ocupar as vagas em aberto num setor que hoje chega a pagar até 12 mil reais por um mestre de obras.

Leia mais: Levantamento aponta presença de 2,260 milhões de trabalhadores no setor, com alta de 2,03% ante julho

O nível de emprego da construção civil brasileira bateu novo recorde no mês de agosto, com 2,260 milhões de trabalhadores, conforme pesquisa mensal, divulgada nesta segunda-feira, 28, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e da FGV Projetos. O recorde anterior havia sido registrado em julho, quando o número de empregados do setor somou 2,216 milhões. O número de agosto supera em 2,03% o estoque registrado em julho.

No mês passado, foram criados 44.922 novos empregos na construção civil brasileira, o maior volume registrado desde dezembro de 2000. O número foi puxado pelo mercado imobiliário, responsável pela abertura de 32.569 vagas.
Em agosto, o estoque de emprego no setor de construção no Estado de São Paulo era de 641,958 mil trabalhadores, o equivalente a 28,39% do total do País. O crescimento em relação ao nível de emprego registrado em julho no Estado foi de 1,72%. Na capital, o estoque de trabalhadores era de 313,106 mil em agosto, com expansão de 1,86% em relação a julho. (Leia mais no Estadão)

Emprego cresce pelo 5º mês seguido no comércio de SP

Os setores de comércio e serviços sempre estão na dianteira da economia para o bem ou para o mal. Quando a crise chega, geralmente estes setores sofrem mais. Mas quando também se desenham as recuperações, como ocorre agora, comércio e serviço sempre estão à frente. Isso é muito bom pois inibirá os maus patrões de começarem com chororô para evitar dar os merecidos reajustes salariais, com a reposição da inflação e aumento real de salários.

Leia mais: O comércio na região metropolitana de São Paulo criou no mês de agosto 9.083 vagas de emprego com carteira assinada, quinto mês seguido de resultado positivo no emprego. É o que aponta análise divulgada hoje pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o varejo admitiu ao todo 37.773 pessoas em agosto, contra 28.690 demissões. O saldo total do setor cresceu de 840.557 vagas em julho para 849.640 agosto, um incremento de 1%. Já no confronto com agosto de 2008, a alta chega a 4,4%.
Os economistas da Fecomercio-SP atribuem o resultado positivo à queda do nível de inadimplência e ao crescimento do faturamento no varejo, sinais de que os desdobramentos da crise financeira mundial afetam menos a economia brasileira. "Os empresários do setor varejista apostam em uma recuperação das vendas aos níveis anteriores aos da recessão global", explica o estatístico Flávio Leite.
Os segmentos que abriram mais vagas no período foram vestuário, tecidos e calçados (5,7%), farmácias e perfumarias (4,7%) e materiais de construção (4,5%).
A Fecomercio-SP também calculou o salário médio em agosto do funcionário do comércio varejista, que ficou em R$ 1.260. Flávio Leite alerta que, apesar do cenário favorável quanto à contratação, os salários médios nominais estão em tendência de queda desde julho de 2008, o que pode ser atribuído à rotatividade dos segmentos criada pela maior oferta de mão de obra. Em agosto de 2008, por exemplo, o salário médio era de R$ 1.317. (Leia mais no Estadão)

Inflação corroeu R$ 53 bilhões do FGTS

A UGT apresentou na Câmara dos Deputados um projeto de lei para a correção dos valores do FGTS. Os trabalhadores estão sendo tungados em proporções absurdas. É urgente que o projeto avance e que conte com o apoio das demais centrais sindicais. O relator do projeto é o nosso vice-presidente, o deputado federal Roberto Santiago. E a partir da constação gravissima desta perda monumental de 53c bilhões de reais, teremos que agir com mais vigor ainda.

Leia mais: A inflação já comeu R$ 53 bilhões dos recursos do trabalhador aplicados no FGTS de 2002 até hoje, mostra reportagem de Vivian Oswald, publicada na edição desta terça-feira do Globo. Os cálculos são do Instituto FGTS Fácil, que tem orientado os cotistas a entrar na Justiça para pedir a correção. Seis ações já foram impetradas no Juizado Federal e na Justiça Federal do Rio de Janeiro nos últimos meses. Segundo reportagem publicada no GLOBO no último domingo , a perda dos cotistas chegou a 13,17% de 2000 a agosto deste ano, considerando a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O saldo do FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano. O índice passou a ser usado para remunerar as contas em 1991 e substituiu a correção pela inflação.

De acordo com o advogado do instituto, Marcelo Sá, as ações pedem a correção das contas pelo IPCA no lugar da TR e baseiam-se no artigo 9 da Lei 8.036 do FGTS.

Mas ainda não houve decisão da Justiça. Segundo o assessor de Orçamento do Congresso, Leonardo Rolim, as ações têm chance. Mas lembra que há várias decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre direitos e encargos trabalhistas que dizem que a TR é o indicador a ser usado para os cálculos.

O FGTS Fácil deixou disponível em seu site um simulador para os trabalhadores calcularem se, e quanto, perderam para pedir a correção não só pelos prejuízos ocasionados pela TR como também por equívocos de gestão e outros casos. (Leia mais em O Globo)

BC começa a desmontar ações anticrise

Instituição aponta "sinais de paulatina normalização" e muda regras para o recolhimento de dinheiro pelos bancos ao BC. Vantagem para abatimento no valor recolhido como depósito compulsório valerá apenas para a compra de ativos de bancos pequenos.

O Banco Central deu mais um passo ontem para desmontar o arsenal criado para combater os efeitos da crise internacional no país. Depois de interromper, no início do mês, a redução da taxa de juros -um dos principais estímulos monetários para tirar a economia da recessão- os diretores mudaram as regras que determinam quanto do dinheiro captado dos clientes os bancos são obrigados a recolher ao BC, os chamados depósitos compulsórios.
As alterações, consideradas ainda tímidas e anunciadas uma semana depois de o presidente Luiz Inácio da Silva defender, durante encontro do G-20, a manutenção dos estímulos dados pelos países às economias, prorrogam até março de 2010 um benefício adotado no ano passado, que terminaria amanhã, mas o restringe.
O benefício de abater do recolhimento obrigatório o valor usado na compra de carteiras de créditos e outros ativos foi limitado a bancos pequenos, que têm patrimônio de até R$ 2,5 bilhões. Antes era permitido deduzir do compulsório aquisições feitas por instituições com patrimônio de até R$ 7 bilhões.
Outra medida, que compensaria essa restrição, deverá liberar em 2 de outubro cerca de R$ 2,5 bilhões para os bancos. Isso vai ocorrer com a redução da alíquota de 15% para 13,5% do compulsório incidente sobre os depósitos a prazo (como as captações via emissão de CDBs). Mas o BC não deu números que confirmem isso.
O impacto da primeira medida está vinculado ao vencimento das carteiras compradas no auge da crise, principalmente por grandes bancos, como BB e Caixa. Isso porque a medida incidirá em novas operações, que praticamente não estão mais sendo feitas, e nas renovações.
Normalização -- Em nota distribuída no início da noite os diretores justificam as alterações: "Passado um ano do agravamento da crise financeira internacional, o mercado de crédito doméstico dá sinais de paulatina normalização".
Como a liquidez do sistema financeiro não foi integralmente retomada, as instituições menores ainda precisam de ajuda e, por isso, o BC prorrogou por mais seis meses as medidas de socorro a esses bancos, que venceriam amanhã. Segundo dados do BC, somente os bancos médios venderam ativos no valor de R$ 7 bilhões para as grandes instituições.
Desde o agravamento da crise, em setembro de 2008, o BC anunciou várias medidas para tentar evitar a contaminação do sistema bancário brasileiro. Somente do volume total de dinheiro retido como compulsório foram liberados cerca de R$ 100 bilhões. Um terço desse valor veio da liberação da parcela do compulsório incidente sobre depósitos a prazo (aplicações financeiras).
Além dessas medidas monetárias foram adotados estímulos fiscais, como a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis, que será elevado novamente, de maneira gradual, a partir de quinta-feira.
A projeção do governo é de que a economia cresça entre 0,8% e 1% em 2009. No ano que vem, a aposta é que o país retome a trajetória de crescimento vivida antes da crise e cresça cerca de 5% ao ano.
Além de reduzir a alíquota dos compulsórios a prazo, o BC também mudou a forma de recolhimento desses recursos. A partir de agora, os bancos depositarão 55% da garantia em dinheiro, em vez de 60%.
Os outros 45% serão recolhidos em títulos. Anteriormente, eram 40%. A vantagem para os bancos é que aumenta o total dos recursos que ficam parados no BC, mas são corrigidos. (Leia mais na Folha)

Trabalho degradante avança em laranjais, diz fiscalização

Para Superintendência Regional do Trabalho, cotação em baixa estimula precarização. Situação nos canaviais melhorou após acordo com usinas, diz promotoria, que investigará terceirizações para fornecedores de cana.

Vencida ao menos no papel a etapa de conscientização das usinas de açúcar e álcool, o Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho decidiram centralizar suas atenções em dois potenciais focos de mão de obra degradante em São Paulo: os fornecedores de cana e os produtores de laranja.
O grupo de fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho, por exemplo, decidiu reservar todo o segundo semestre deste ano para as ações em áreas de laranja.
"Deixamos a cana um pouco de lado porque a laranja está muito pior", afirma Roberto Figueiredo, chefe do grupo. "O preço está ruim e, dessa forma, o produtor acaba pagando mal. É o problema da precarização."
Para a Feraesp (Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo), a laranja não acompanhou as melhorias da cana. "A cana deu uma melhorada, mas a laranja não avançou. Os trabalhadores não têm registro, trabalham por uma produção que não chega a um salário mínimo e não tem convênios médicos", afirma Eduardo Porfírio, o Polaco, diretor da entidade.
De acordo com o Ministério do Trabalho, a produção de laranja começou a atrair trabalhadores migrantes, em sua maioria do Nordeste. São Paulo responde por 80% da produção nacional de laranja. Dos 18,6 milhões de toneladas produzidas em 2007, 14,9 milhões foram no Estado.
Nos últimos anos, tanto procuradores como auditores fiscais focaram suas ações nas usinas do setor sucroalcooleiro. As empresas foram obrigadas a assinar termos de ajustamento de conduta nos quais, no papel, se comprometeram a oferecer condições mínimas aos cortadores de cana, como equipamentos de proteção, água potável e intervalos para descanso.
Além disso, foi lançado recentemente o chamado "compromisso nacional" da cana, construído num diálogo entre governo federal, empresários e sindicalistas. O pano de fundo do acordo foi a abertura das portas do mercado externo ao etanol brasileiro, sem a mancha do trabalho degradante.
Entre os pontos assinados no "compromisso" há o que prevê a contratação direta dos trabalhadores pelas usinas, eliminando assim a terceirização desse tipo de mão de obra.
E é justamente esse item que preocupa o Ministério Público do Trabalho em São Paulo. Como não consegue contratar todos os antigos terceirizados, a usina opta por comprar a cana diretamente de um fornecedor, que, por sua vez, contrata a prestadora de serviço antes usada pela empresa.
"A diminuição da terceirização não significou a contratação direta de todos esses trabalhadores. Em alguns casos, houve a migração da terceirização para o fornecedor", afirma o procurador regional do Trabalho Mário Antônio Gomes. (Mais informações na Folha)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Entram e saem as crises e a falta de mão de obra qualificada continua o mesmo pesadelo. É hora de investir em qualificação séria

Crise dá trégua e já falta mão de obra

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) Sempre faltou mão de obra qualificada independente dos ciclos de crise. O que acontece com o aquecimento da economia é que surgem as rachaduras. E se percebe que deveríamos ter investido, mesmo na crise e no desemprego, na requalificação da mão de obra. Ainda dá tempo, aliás, sempre é tempo de o governo retomar os investimentos na qualificação, de maneira responsável para que gere resultados. E não fingir que qualifica que gera uma falsa sensação de preparo que o mercado acaba por não aceitar.

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Retomada do crescimento agrava falta de trabalhadores qualificados

A retomada da economia agravou o problema da escassez de mão de obra treinada no mercado, considerado um dos gargalos mais sérios e objetivos que o Brasil deverá enfrentar nos próximos anos. Apesar de existência de quase 2 milhões de desempregados apenas nas seis principais regiões metropolitanas do País, faltam profissionais especializados, sobretudo em setores estratégicos, como petróleo e gás, construção civil e agronegócio.
Empresas e governo correm para se antecipar a uma demanda que vai ficar cada vez maior e investem na formação e treinamento de pessoal. A exploração das jazidas de petróleo e gás na área do pré-sal, por exemplo, torna ainda mais difícil a busca por profissionais qualificados.
Com base no plano de negócios da Petrobrás, que prevê investimentos de US$ 174 bilhões até 2013, anunciado em março pela estatal, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo e Gás (Prominp) estima que será necessário qualificar mais 285 mil profissionais nos próximos três anos.
Esse número, porém, deverá ser revisto para cima, pois apenas um pedaço do pré-sal está previsto no horizonte de investimentos até 2013.
"O pré-sal ainda está no início e certamente a quantidade de profissionais que vamos ter que qualificar para o pré-sal como um todo é um número maior", diz o assessor da setor de qualificação profissional do Prominp, Guilber Dumas de Souza.
O Prominp é um programa do governo federal que visa à formação de pessoal para trabalhar nas empresas que atuam em conjunto com a Petrobrás na exploração de petróleo e gás. Esses profissionais são preparados para atender à crescente demanda por mão de obra qualificada em empreendimentos como construção de navios e plataformas, construção e ampliação de refinarias, gasodutos e estações de compressão de ar, além da manutenção das operações do setor.
"Se não tivermos esse pessoal qualificado, teremos gargalos sérios nesses empreendimentos todos e na produção de equipamentos, como atrasos e problemas de qualidade", observa Souza. "A variável pessoas qualificadas é fundamental para alcançar os objetivos estabelecidos pela Petrobrás."
O cenário não é muito diferente na construção civil, cuja atividade não sofreu tanto impacto da crise financeira mundial como outros setores mais afetados, como a indústria de transformação. A demanda das construtoras por mão de obra especializada vai ficar cada vez maior para atender ao programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as obras para a Copa do Mundo. (Leia mais no Estadão)

Bancos privados perdem mercado, mas não cortam juro

Os banqueiros privados brasileiros agem assim porque estão ganhando demais. Não precisam correr riscos. O que deveria levar o governo (já passou da hora, aliás) a pressionar o setor para que assuma a responsabilidade social dos bancos que é o repasse de crédito, especialmente para as pequenas e médias empresas. Risco faz parte do DNA dos bancos, infelizmente, não dos bancos brasileiros acostumados ao longo de décadas a ganhar dinheiro emprestando para o governo e a obter ganhos absurdos com as taxas bancárias. Além disso, basta dar uma olhada no texto a seguir e vemos que os bancários foram obrigados a fazer greve em função da ganância dos banqueiros que só querem ganhar mas se recusam a repassar, inclusive, os ganhos de produtividade. Algo tem que ser feito e com urgência. Não podemos aceitar a ditadura dos bancos para sempre.

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Política agressiva de concessão de empréstimos fez instituições públicas aumentarem sua participação.

A agressividade na concessão de empréstimos após o aprofundamento da crise global, em setembro passado, fez os bancos públicos ampliarem substancialmente sua fatia no bolo do crédito no País. A participação, que era de 34,2% do total no mês em que o banco americano Lehman Brothers quebrou, subiu para 40% no fim de julho deste ano. As instituições privadas, incluindo as estrangeiras, viram sua parcela encolher de 65,8% para 60% no período.
Com a percepção consolidada de que o Brasil se recuperou rapidamente, analistas esperam que os privados corram para recuperar o terreno perdido. Até agora, porém, essa reação não ocorreu. Dados do Banco Central (BC) mostram que as instituições privadas continuam cobrando mais caro pelos empréstimos do que as públicas, sobretudo nas operações de pessoas físicas.
No dia 23 de setembro, segundo o site do BC, o juro médio do crédito pessoal era de 4,39% ao mês no Itaú Unibanco, 5,09% no Bradesco e 3,52% no Santander Real, ante 2,43% no Banco do Brasil, 2,30% na Caixa Econômica Federal e 2,33% ao mês no Banco Nossa Caixa (comprado pelo BB em novembro do ano passado).
No capital de giro prefixado, uma das operações mais usadas por empresas, as taxas são mais próximas. No Itaú Unibanco, estava em 2,42% ao mês, no Bradesco, em 2,81%, no Santander Real, em 2,28%. O BB cobrava 1,74% ao mês, a CEF, 1,81% e a Nossa Caixa, 2,06%.
Além disso, a expansão do crédito nos bancos públicos se mantém em ritmo bem mais acelerado do que nos privados. De junho para julho (mês mais próximo em que há estatísticas disponíveis), o saldo de empréstimos nos privados avançou R$ 3 bilhões, de R$ 784,6 bilhões para R$ 787 bilhões. Nos públicos, o crescimento foi dez vezes maior, de R$ 493,4 bilhões para R$ 523,7 bilhões.
"Isso mostra que os bancos públicos continuam, gradualmente, aumentando sua participação de mercado no crédito", disse o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu. "Ainda não vemos os bancos privados acelerando, mas a tendência é que eles voltem", afirmou o analista de bancos da Spinelli Corretora, Jayme Alves.
DEMANDA EM EXPANSÃO — Declarações dos presidentes dos dois maiores bancos privados do País na semana passada indicam que a mudança a que se refere Alves pode estar em curso. Quinta-feira, tanto Roberto Setubal, do Itaú Unibanco, quanto Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco, disseram que o crédito crescerá mais do que eles esperavam nos próximos meses.
Executivos das duas instituições ouvidos pelo Estado confirmam. O Itaú Unibanco, informa o diretor executivo de finanças, Silvio Carvalho, espera agora uma expansão do crédito entre 12% e 18% este ano, ante uma projeção anterior de 8% a 12%. No Bradesco, segundo o diretor do Departamento de Empréstimos e Financiamentos, Nilton Pelegrino, a expectativa para os 12 meses entre julho deste ano e junho de 2010 é de um crescimento de 15%. Antes, o intervalo ia de 8% a 12%. (Leia mais no Estadão)

Mais bancários aderem à greve, diz sindicato

A greve nacional dos bancários encerrou esta sexta-feira, segundo dia de paralisação, com a adesão de mais de 3,5 mil agências e departamentos de bancos em todo o país, contra pouco mais de 2 mil no dia anterior. Segundo o comando nacional dos bancários, a Fenaban, entidade que reúne os representantes dos bancos, ainda não procurou os sindicalistas para retomar as negociações e encontrar uma solução para o impasse. No Rio, o sindicato informou que 17 mil empregados teriam cruzado os braços e 658 agências estariam fechadas.

- A ampliação da greve foi uma resposta à intransigência dos bancos - disse Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e coordenador do movimento dos bancários.

A greve dos bancários poderá prejudicar o pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS, que vai até o dia 3 de outubro. A alternativa é sacar o benefício nos terminais de autoatendimento ou nas lotéricas. A Previdência alerta, no entanto, para os segurados não entregarem o cartão ou informarem a senha a desconhecidos.

A Fenaban não quis comentar a paralisação. Entre as reivindicações da categoria (são mais de 450 mil bancários em todo o país) estão reajuste salarial de 10% (sendo 5% de aumento real), participação nos lucros e resultados (PLR) composta pelo pagamento de três salários, acrescidos de valor fixo de R$ 3.850, e pisos salariais entre R$ 1.432 e R$ 4.605,73. Os bancos oferecem reajuste de 4,5% e 5,5% de participação nos lucros.

O comando nacional marcou para este sábado uma reunião com representantes dos 32 maiores sindicatos e federações do país para avaliar e ampliar o movimento grevista a partir de segunda-feira. Em São Paulo, à tarde, mais de mil pessoas encerraram o segundo dia de greve com uma passeata na Avenida Paulista. Eles se concentraram em frente ao prédio do Real, adquirido pelo Grupo Santander. No local, está instalado o escritório de Fábio Barbosa, presidente do Santander e da Febraban.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes informou que cerca de dez mil trabalhadores aprovaram indicativo de greve nesta sexta-feira, em São Paulo. A greve ainda não tem data de início e só será deflagrada, segundo os sindicalistas, caso as empresas não apresentem proposta de aumento salarial satisfatória nem aceitem a redução da jornada para 40 horas semanais. (Leia mais em O Globo)

FGTS preocupa parlamentares e vira alvo de 276 projetos no Congresso

A baixa rentabilidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nos últimos anos, a ingerência do Executivo no Conselho Curador (regulador do fundo) e o uso dos recursos em quantidade cada vez maior em programas do governo são motivos de preocupação no Congresso Nacional. Levantamento feito pela Comissão Mista, a pedido do GLOBO, revela que existem 276 propostas em tramitação na casa neste momento. Deste total, 227 na Câmara dos Deputados e 49 no Senado Federal.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou um projeto que substitui a correção das contas vinculadas - atualmente feita via Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano - pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 3% ao ano. Garibaldi, no entanto, adiantou que deverá trocar o índice proposto por Jereissati pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - mesmo referencial usado para os benefícios da Previdência Social, mais 20% do ganho real da taxa de juros básica da economia (Selic).

Outro projeto em análise é do senador Paulo Paim (PT-RS). Ele propõe alterar a composição do Conselho Curador de modo que o governo tenha o mesmo peso nas decisões que os trabalhadores. Hoje, o governo detém a metade dos votos e tem a palavra final em caso de empate.

Na semana passada, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou projeto que prevê a distribuição de 50% do patrimônio líquido do FGTS para os cotistas. A ideia é fazer uma analogia com as Sociedades Anônimas, que distribuem lucros e dividendos aos acionistas. (Leia mais em O Globo)

Desemprego neste ano deve cair para menor nível desde 2002, diz BC

O Banco Central (BC) prevê que a taxa de desemprego no país chegará em dezembro próximo a seu menor nível histórico, puxada sobretudo pela recuperação da indústria. De acordo com o diretor de Política Econômica da autoridade monetária, Mário Mesquita, essa taxa fechará o ano em 6,7%, abaixo dos 6,8% registrados um ano antes e atual recorde da série histórica, iniciada em 2002.

Segundo Mesquita, trata-se de um indicador de que a crise internacional perdeu força e o país está dando sinais consistentes de recuperação.

- Parece que, de fato, o pior da crise já passou para o país - comentou ele, ao anunciar a manutenção da projeção do BC para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, cuja variação real foi mantida em 0,8% sobre 2008.

Para Mesquita, o desemprego cairá porque a indústria está se recuperando e voltando a concentrar. O setor de serviços - começa a temporada de contratação para as festas de fim de ano - também tem um papel importante, ainda mais que, mesmo com a crise, continuou mostrando crescimento, apesar de menor.

O diretor melhorou, e muito, a expectativa anunciada em junho, que era uma taxa de desemprego de 7,6%.

Mesquita, que apresentou o relatório trimestral de inflação do BC, também deu recados ao mercado financeiro, sobretudo por causa das recentes elevações no mercado futuro de juros. Para ele, toda vez em que houve desconfiança de que o BC poderia "se descuidar do controle de preços", as apostas acabaram sempre originando resultados negativos. Ou seja, reforçou que a autoridade monetária não vai deixar de perseguir o cumprimento das metas de inflação, mesmo num ano eleitoral (2010) ou com uma eventual saída do presidente do BC, Henrique Meirelles, que pode decidir concorrer a algum cargo político no próximo ano.

Mesquita também afirmou que a apreciação no mercado acionário decorre das melhores expectativas dos investidores sobre a economia brasileira que, se concretizadas, possibilitarão resultados mais positivos às empresas. Ele, no entanto, evitou comentar se o atual momento da bolsa - que acumula ganhos acima de 60% no ano - é uma bolha financeira ou não.

- As bolhas parecem óbvias depois que elas terminam - afirmou o diretor. (Leia mais em O Globo)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Trabalhadores de várias categorias mobilizados na defesa da parte que lhes cabe na retomada do crescimento da economia

Greve atinge bancos públicos e privados em todo o País

(Postado por Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP e secretário de finanças da UGT) — Vamos fechar a semana lembrando a movimentação vitoriosa dos trabalhadores da varrição de São Paulo e da condução acertada da mobilização e negociação que conseguimos estabelecer de maneira conjunta com os principais estrategistas da UGT, a quem nossa categoria agradece. Outras categorias começam a se movimentar a exemplo dos companheiros dos Correios e dos bancos, públicos e privados. O que motiva a classe trabalhadora a buscar sua parte é termos percebido que grande parte da crise foi recheada de discursos e desculpas para manter apenas com o setor patronal a parte do leão, como sempre. Mas todas as categorias estão atentas e preparadas. Temos muito mais acesso à informação e no caso da UGT temos a união em torno de propósitos claros, que é sempre a defesa intransigente de nossos interesses trabalhistas e econômicos, sem perder de vista a sociedade e o País que adoramos servir.

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Adesão dos funcionários gaúchos da CEF é de 60% a 70%; em Minas, bancos privados estão abertos

A adesão à greve nacional dos bancários atinge entre 60% e 70% dos funcionários da Caixa Econômica Federal no Rio Grande do Sul, conforme avaliação da Federação dos Bancários no Estado.

Na capital e região metropolitana, bancários de instituições públicas e privadas decidiram nesta última quarta-feira, 23, entrar em greve, enquanto os funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) optaram por paralisação de 24 horas, no dia 29, quando está agendada reunião com a direção do banco. No interior do Estado, o panorama da greve é variado, afetando alguns bancos privados em determinados casos e públicos em outros. A categoria tem 27 mil trabalhadores no Estado e está representada em 38 sindicatos.

O diretor de organização da Federação dos Bancários do RS, Arnoni Hanke, disse que a categoria rejeitou, no dia 17, a proposta dos bancos e, desde então, as negociações não prosseguiram. A pauta nacional dos bancários prevê reajuste de 10%, correspondente ao período de setembro de 2008 a agosto de 2009, participação nos lucros, contratação de funcionários, fim das metas de venda de produtos e aumento do expediente aberto ao público, entre 9 e 17 horas. No ano passado, houve paralisação de aproximadamente cinco dias entre os funcionários de bancos privados e de 15 dias nos públicos.

Rio de Janeiro -- A greve dos bancários no Rio conta com a adesão de cerca de 40% dos trabalhadores da categoria, estimou o presidente do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro, Almir Aguiar. Segundo ele, em torno de 9,3 mil pessoas pararam suas atividades a partir de hoje, por tempo indeterminado.

O sindicalista lembra que a principal reivindicação da categoria é a de um aumento real de 10%. Outro pleito do sindicato é a manutenção da participação no lucro líquido dos bancos em 15%. "Até agora, não houve sinalização de nova negociação por parte dos banqueiros", afirmou Aguiar
Minas Gerais -- A adesão dos bancários da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB) de Minas Gerais à greve nacional da categoria, deflagrada nesta quinta-feira, 24, chega a 90%, afirmou o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Belo Horizonte e Região, Clotário Cardoso. Ele informou que as agências de alguns bancos privados chegaram a fechar, mas estão sendo reabertas. A adesão ao movimento nacional foi decidida em assembleia realizada ontem. Pela manhã, de acordo com Cardoso, os sindicalistas concentraram-se na porta da CEF, no centro da capital mineira, e decidiram pela continuidade da paralisação.
Entre as reivindicações dos bancários está o reajuste salarial real de 10%. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu correção de 4,5% nos salários em proposta apresentada no dia 17. O presidente do sindicato disse que está prevista uma assembleia nesta sexta-feira, 25, ao meio-dia, para avaliar o primeiro dia de paralisação.

Paraná -- Em Curitiba e região metropolitana, onde cerca de mil bancários aprovaram em assembleia a adesão ao movimento de paralisação por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 24, 13 sedes administrativas de bancos estão fechadas. Trabalham nestes locais cerca de 8 mil dos 17 mil bancários dessas regiões. Entretanto, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, ainda não é possível avaliar o número de trabalhadores que estão em greve.

Na parte central da capital todas as agências bancárias estão fechadas, conforme uma primeira avaliação do sindicato. O autoatendimento nos caixas eletrônicos funciona normalmente, com exceção para depósitos.

São Paulo -- Cerca de 16.100 bancários aderiram à greve da categoria, segundo informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Balanço parcial da greve mostra que 264 locais de trabalho, como prédios administrativos e agências bancárias, paralisaram as atividades nesta manhã, em São Paulo, Osasco e região. (Leia mais no Estadão)


Brasil é o 12º em ranking de desempenho econômico, diz Fiesp

Estudo analisa 21 variáveis conjunturais e compara o desempenho de indicadores no 1o trimestre deste ano

A resistência da economia brasileira aos efeitos da crise financeira global foi uma das maiores em um ranking de 43 países organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo o estudo, o Brasil ficou em 12.º lugar, à frente de economias mais desenvolvidas, como Reino Unido, Estados Unidos, França e Alemanha, e também de países emergentes, como Chile, Argentina, México e Rússia.

O ranking analisou 21 variáveis conjunturais e comparou o desempenho de indicadores como nível de atividade e mercado de trabalho no primeiro trimestre deste ano, período de recessão, com os três primeiros meses de 2008. "O Brasil fez um bom trabalho", analisou o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.

Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos 43 países do ranking recuou em média 1,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, o índice aumentou 0,3% no Brasil. A parcela do crédito para o setor privado na composição do PIB diminuiu 4,6 ponto porcentuais na média dos 43 países. Já no Brasil ele aumentou 6,5 pontos porcentuais. O investimento estrangeiro direto em relação ao PIB caiu 2,5 pontos porcentuais na média dos países, mas no Brasil ele teve queda menor, de 0,2 ponto.

O desemprego aumentou 23,1% na média dos países, mas cresceu bem menos no Brasil (1,7%). A carga tributária em relação ao PIB diminuiu 1,2 ponto porcentual na média dos países e caiu ainda mais no Brasil (2,9 pontos). A dívida pública, em relação ao PIB, aumentou 3,5 ponto porcentuais na média dos países, mas apenas 0,3 ponto no caso brasileiro.

De zero a cem, o Brasil recebeu nota 48 e foi enquadrado no grupo dos países de resistência de média a alta. O ranking foi liderado pela China, que apresentou a mais alta resistência e nota 100. A Rússia foi a última do ranking dos 43 países e teve nota 0. Segundo Roriz, os principais destaques positivos no Brasil para o combate à crise foram a redução do compulsório e da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 8,75% ao ano.

Além disso, ele ressaltou que o Brasil acertou ao reduzir a carga tributária para o consumo, em especial materiais de construção, eletrodomésticos e automóveis, ao dar início a projetos de infraestrutura nas áreas de energia, habitação e transporte e ao ampliar os recursos e linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), associados à redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para 6% ao ano.

Por outro lado, Roriz afirmou que o Brasil poderia ter conseguido uma posição melhor no ranking caso o desempenho de alguns indicadores não tivesse sido tão ruim. No caso do spread, por exemplo, enquanto na média dos 43 países os spreads bancários aumentaram 0,3 ponto porcentual, no Brasil eles cresceram 3,9 pontos. Resultado superado apenas pelo da Argentina, onde os spreads subiram 5,6 pontos porcentuais.

A participação da poupança doméstica no PIB recuou em média 2,9 ponto porcentuais nos 43 países, mas caiu 5 pontos no Brasil. Os investimentos, medidos pela participação na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no PIB, diminuíram 0,7 ponto porcentual na média dos países, mas tiveram queda de 1,8 ponto no Brasil. "É um resultado muito ruim", avaliou Roriz. "O consumo garante os empregos de hoje e os investimentos, empregos de amanhã. Nesse sentido, estamos muito mal", completou. (Estado)


Audiência entre Correios e servidores termina sem acordo

TST julgará ação que vai verificar se há abuso na paralisação dos trabalhadores, que teve início há 8 dias

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) divulgou nesta quinta-feira, 24, a informação de que terminou sem acordo a audiência de conciliação entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e os servidores da estatal que estão em greve desde quarta-feira da semana passada.

Com isso, a ação apresentada pelos Correios pedindo que a greve seja declarada abusiva pelo tribunal será levada a julgamento. O relator do processo é o ministro Marco Eurico Vital Amaro.

Segundo nota do TST, caberá ao relator marcar a data do julgamento. O tribunal informa que a proposta apresentada pela ECT foi a de um reajuste salarial de 4,5% mais pagamento adicional de R$ 100,00 sobre o salário-base para todos os funcionários a partir de 1º de agosto de 2009.

Inicialmente, a proposta da empresa era de um reajuste de 9% válido por dois anos. O pagamento do adicional de R$ 100,00 seria feito a partir de 1º de janeiro de 2010. (Leia mais no Estadão)


Indústrias voltam a contratar em agosto

Número de vagas no setor, o mais afetado pela turbulência, cresceu 3,9%; contratações evitam alta da taxa de desemprego. Foram criadas 135 mil vagas em agosto, segundo o IBGE; emprego industrial foi puxado por São Paulo, que contratou 106 mil pessoas.
Setor mais afetado pela crise, a indústria voltou finalmente a contratar e liderou a geração de postos de trabalho nas principais metrópoles do país em agosto, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O bom desempenho da ocupação no ramo industrial também impediu o aumento da taxa de desemprego no -o indicador ficou praticamente estável em 8,1%.
Pela primeira vez desde o agravamento da crise, o emprego na indústria reagiu com força e cresceu 3,9% de julho para agosto nas seis principais regiões metropolitanas do país. Foi o melhor desempenho desde abril de 2004 e supera a expansão média da ocupação de julho para agosto -0,5%.
Em números absolutos, foram criadas 135 mil vagas. O emprego na indústria foi puxado por São Paulo, metrópole brasileira mais industrializada. Na região, o setor fabril contratou 106 mil pessoas em agosto -alta de 5,8%, recorde de toda a série da pesquisa, iniciada em 2002. Ou seja, oito em cada dez novos empregos na indústria foram gerados
em São Paulo.
Por trás da recuperação do emprego na indústria está a retomada da produção, já sinalizada pelas pesquisas de indústria e pelos dados do PIB.
Tal movimento se sustenta no aumento do consumo -impulsionado pelo avanço da renda, que cresceu 0,9% de julho para agosto e 3,8% no acumulado de 2009. Tem ainda origem na volta do crédito, antes combalido pela crise.
"Não há dúvida de que o nível de atividade da indústria voltou a crescer, o que repercute no emprego. O impacto da crise setorialmente foi muito importante na indústria, que fechou muitos postos de trabalho de novembro de 2008 a março deste ano. No segundo trimestre, andou de lado. E agora é que se vê um crescimento mais forte", diz Fábio Romão, economista da LCA.
Segundo Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o setor sentiu, primeiro, uma melhora das vendas com a queima de estoques, o que impulsionou a produção. Agora, o crescimento do emprego confirma a trajetória de recuperação do setor -que, segundo ele, só será mais intensa e rápida se o mercado externo voltar a crescer e demandar mais produtos brasileiros.
Apesar da reação recente, a indústria ainda emprega menos do que antes da crise. O contingente de trabalhadores do setor caiu, em média, 2,5% de janeiro a agosto deste ano ante o mesmo período de 2008, segundo o IBGE.
Ainda assim, o desempenho positivo de agosto, concentrado em São Paulo, é "significativo" e tem potencial para se espalhar para as demais regiões. (Leia mais na Folha)


Concorrência elevará crédito bancário em 2010

A retomada econômica e o acirramento da concorrência entre bancos deverão fazer com que o crédito cresça de forma considerável em 2010, quando deverá representar 50% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país), revela reportagem publicada na edição desta sexta-feira do Globo. Especialistas acreditam que, ao contrário do que ocorreu em 2009, todos os grandes bancos do país vão tentar ganhar espaço no mercado, que se ampliará, sobretudo, com novos empréstimos a clientes que já possuem serviços financeiros.

O primeiro semestre de 2009 foi marcado por uma grande diferença na concessão do crédito. Os bancos públicos puxaram a alta dos empréstimos -- Banco do Brasil ampliou sua carteira em 32,8%, e Caixa Econômica Federal, em 56,1%. Já os grandes bancos privados ampliaram o crédito em patamares na casa dos 15%. Mas, para 2010, a expectativa é que todos expandam suas carteiras, com crescimento do setor em 20%. As instituições querem ampliar empréstimos a clientes que já têm acesso aos recursos.

O professor Alberto Borges Matias, da USP de Ribeirão Preto, especializado no mercado financeiro, acredita que o momento será de ampliar as carteiras dos clientes já existentes. Ele afirmou que esse movimento já ocorre, intensificado pela aversão ao risco trazida com a crise mundial. E as modalidades que mais podem crescer serão o financiamento habitacional e o cartão de crédito. (Leia mais em O Globo)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Movimento dos varredores e varredoras de São Paulo mostra acerto estratégico que levaram a prefeitura a recuar e as empresas a rever demissões

Serra e Kassab discutiram o recuo no corte da limpeza

(Postado por Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP e secretário de finanças da UGT) — Continuamos nossa análise do movimento, que teve inclusive uma greve de um dia, dos varredores e varredoras de São Paulo em defesa dos postos de trabalho, que chegaram a contabilizar 568 demissões e 1300 avisos prévios, em função do corte de 20% anunciado pelo prefeito Kassab.

Só para recordar, o corte anunciado pela prefeitura paulistana levou as empresas (irresponsavelmente) a iniciar um processo acelerado de demissões. O Siemaco-SP tentou negociar com as empresas e com a prefeitura. Sem sucesso, num primeiro momento. Como de hábito, o Siemaco-SP iniciou um processo agressivo de mobilização da opinião pública. Primeiro, esclarecendo o que acontecia e que não era interesse dos trabalhadores serem usados como massa de manobra nem das empresas nem da prefeitura. Mostramos nossa preocupação com os serviços que prestamos para a cidade e nossa vinculação com os moradores e as donas de casa. Num primeiro momento, nosso posicionamento surtiu efeito. A prefeitura depois de uns 15 dias sem receber as empresas e o Siemaco, aceitou negociar com os trabalhadores e com os empresários. Mas ainda sem assumir uma posição. Foi necessária, então, a greve de protesto de um dia. Feita dentro da lei, ou seja, mantendo 80% dos trabalhadores nas suas funções, para conseguir o status de greve legal e tentar que a Justiça do Trabalho decretasse o movimento como legal e estabelecesse estabilidade entre um mês e três meses. Nossa estratégia era nos manter, como de hábito, afinados em primeiro lugar com os interesses da categoria, que precisa de seus empregos de volta. E ampliar as alianças com a opinião pública e com a Justiça do Trabalho e com o Ministério Público. Afinal, esses atores estão, como nós do Siemaco e da UGT, preocupados com os serviços prestados à população. O resultado, como vocês poderão ver no texto abaixo, publicado pelo jornal “O Estado de São Paulo” foi o recuo de Kassab, após entendimentos com o governador Serra. Os dois, prefeito e governador, preocupados com o efeito do nosso movimento na imagem pública que tentam preservar.

A lição que aprendemos, mais uma vez, é que vivemos numa democracia. E a UGT e seus sindicatos filiados aprendem, cada vez mais, a se valer do diálogo com a opinião pública, através dos veículos de comunicação, a se posicionar com independência e a manter a defesa intransigente dos interesses da categoria profissional que defende. Sem cair nas armadilhas da greve truculenta mas colocando o movimento de paralisação como a última alternativa dentro do jogo de forças políticas, que leva em consideração os interesses de todos os envolvidos: os trabalhadores, a opinião pública, a Justiça do Trabalho, a Prefeitura e as empresas.

Vivemos uma nova época, de muito mais acesso à opinião pública, como ficou demonstrado no Seminário de Comunicação realizado recentemente pela UGT. E temos que agir como estrategistas para conseguir com meios modernos e democráticos negociar junto às empresas e poder público os sagrados interesses das categorias que representamos. Que sempre giram em torno de emprego, salário decente e respeito cidadão. Agora, estamos na fase de negociação, sendo que a reversão das demissões e a suspensão dos avisos prévios são nossas principais exigências.

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O prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), mantiveram contato intenso às vésperas da decisão da Prefeitura de recuar dos cortes nos contratos de limpeza pública, anunciada anteontem. Segundo aliados, os dois estiveram juntos no fim de semana para conversar e definir as medidas que deveriam ser tomadas frente à pressão sofrida por Kassab, principalmente em razão do acúmulo de lixo na cidade.
Apesar das recentes baixas tucanas na gestão Kassab e de críticas de setores do PSDB ao seu governo, o prefeito continua aberto à influência do governador e padrinho político. As principais decisões de Kassab ainda são submetidas a Serra. "Os dois jogam juntos", diz um integrante do primeiro escalão do governo. Recentemente, setores do DEM passaram a ventilar a ideia de lançar Kassab a governador - mais um movimento do partido a fim de evitar que seja indicado o ex-governador Geraldo Alckmin do que uma ação política real.
O PSDB, no entanto, se preocupa com o desgaste que as medidas impopulares e os recuos do prefeito podem causar nos planos do partido de voltar à Presidência da República em 2010. Serra é o nome mais bem cotado nas pesquisas para disputar a eleição presidencial do ano que vem. A gestão de Kassab ainda é associada a Serra por grande parte do eleitorado. A preocupação de tucanos com os rumos da gestão Kassab foi levada ao governador após a decisão da Prefeitura de cortar 20% da verba de varrição e 10% na coleta de lixo, tida como a gota d"água dentro do PSDB.
Avalia-se, internamente, que algumas das medidas tomadas por Kassab têm até justificativa técnica, mas caem muito mal na opinião pública e servem de munição aos ataques dos adversários. Os tucanos também afirmam que o prefeito não soube traçar uma estratégia de comunicação eficaz para levar a público as medidas impopulares.
A pressão sobre Kassab não foi só política. O prefeito também estava prestes a enfrentar uma rebelião de subprefeitos quando decidiu recuar do corte nos contratos de limpeza pública. Segundo um subprefeito ouvido pelo Estado, o corte estava afetando serviços básicos do dia a dia, como poda de árvores e varrição, considerada uma operação de guerra.
"A gente implorou para ele não fazer isso. A pressão foi muito grande. Ele acreditou que bastava fiscalizar melhor e fazer uma gestão eficiente que tudo daria certo. Foi um erro."

Congresso de Fundação da UGT Paraíba

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) promoveu na quarta-feira, 23, no Cine Bangüê, do Espaço Cultural, em João Pessoa, o Congresso de Fundação da UGT na Paraíba, que teve como tema: “Sindicalismo Cidadão, Ético e Inovador”, e contou com a participação de representantes de mais de 30 sindicatos que passam a integrar a entidade no Estado.
O evento que reuniu centenas de dirigentes sindicais paraibanos teve início, às 8h, com o credenciamento dos delegados. A solenidade de abertura do Congresso ocorreu às 9h20, com a presença de várias autoridades e convidados, além de dirigentes nacionais da UGT, como Ricardo Patah, presidente nacional da entidade.. Em seguida aconteceu um ciclo de debates, nos quais foram abordados temas como: Sindicalismo e o Mercado de Trabalho na Paraíba e a UGT: Uma nova proposta para a Paraíba.
O Congresso teve prosseguimento no turno da tarde, às 12h40, com a realização de uma Assembléia de Constituição da UGT na Paraíba. Logo após, ocorreu a leitura e aprovação dos Estatutos da entidade, composição e eleição da diretoria e conselho fiscal. E sfoi encerrado após a posse da diretoria eleita
De acordo com o presidente do Sindicato dos Radialistas da Paraíba, Moisés Marques, que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Radialistas (FENART), entidade filiada à UGT, o congresso tem o objetivo de instituir uma Central de Trabalhadores no Estado, por intermédio da UGT, que vai congregar centenas de sindicatos e federações de trabalhadores paraibanos.
Moisés Marques destacou que a UGT é um fórum democrático elaborador e executor de propostas de políticas públicas e de elementos atualizadores do marco regulatório para o Movimento Sindical em todo país, neste período em que se processam inovações tecnológicas e trabalhistas no modelo de negócios com profundas consequências para a nação brasileira.
Desde sua constituição há dois anos, a UGT já conta com mais de 720 entidades filiadas e tem se destacado como movimento que propõe formas de atuação conjunta e inovadora, reforçando o caráter nacional das mobilizações modernas. Uma vez que as Centrais Sindicais são uma conquista da democracia brasileira, eficientes para reunir os diferentes atores com a finalidade de avaliar e propor diretrizes de políticas públicas setoriais. (Click PB)

Empresas terão benefício por reduzir acidentes

Um milhão de empresas terão desconto de 50% nas alíquotas de SAT (Seguro Acidente do Trabalho) recolhidas à Previdência a partir de janeiro. A redução beneficiará todas as empresas que pagam impostos pelo lucro presumido ou real e que tenham investido na melhoria da segurança dos trabalhadores, reduzindo acidentes.
Outras 78 mil empresas, entretanto, serão penalizadas com aumento de 100% nas alíquotas de SAT a partir do ano que vem.
Pelas regras atuais, as empresas devem contribuir para o seguro com alíquotas de 1%, 2% e 3%, de acordo com o grau de exposição do trabalhador a situações de risco. (Folha)

Bancários iniciam greve nesta quinta-feira em todo o país

Bancários das redes pública e privada iniciam nesta quinta-feira greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleias realizadas na noite de quarta-feira no país. A categoria reúne mais 470 mil trabalhadores. Aderiram à paralisação bancários de Rio, São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo, Santa Catarina, Rondônia e Acre. Bancários de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e de cerca de 50 municípios do interior também vão cruzar os braços. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que negocia com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), manteve a proposta inicial de reajuste de 4,5%, considerada insuficiente pelos bancários, que reivindicam 10%.

" A greve é uma resposta à irresponsabilidade dos bancos em não oferecer uma proposta à altura dos lucros acumulados no último ano "


- A greve é uma resposta à irresponsabilidade dos bancos em não oferecer uma proposta à altura dos lucros acumulados no último ano - disse Carlos Carneiro, presidente da Contraf e coordenador do comando de greve dos bancários.

A Fenaban disse que aguarda uma nova proposta dos representantes dos bancários. Carneiro, porém, afirmou que os bancos já foram comunicados da rejeição da proposta de reajuste de 4,5%, percentual abaixo do obtido por outras categorias profissionais, como metalúrgicos. Eles reclamam ainda do baixo percentual destinado à Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e da redução de até 46% do salário inicial dos bancários.

No acordo de 2008, a PLR chegou a 15% dos lucros, caindo para 5,5% este ano. Os bancários alegam que os bancos foram pouco afetados pela crise, já que o setor registrou lucro de R$ 19 bilhões no primeiro semestre de 2009, segundo o Banco Central. (Leia mais em O Globo)

Consumidor de renda menor puxa acomodação da confiança em setembro

A acomodação do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em setembro foi puxada pelas faixas de renda mais baixas, que se ressentem do aumento da inflação e das condições do mercado de trabalho.

Para o responsável pela pesquisa, o economista Aloisio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o ICC, que registrou 111 pontos em setembro, se mantém em patamar de otimismo moderado. "Acho que essa acomodação é passageira. O resultado de setembro mostra que não há euforia, mas também não há pessimismo", destacou.

O economista ponderou que o aumento das preocupações com a inflação não significa que exista risco de explosão de preços. Segundo ele, o recente avanço dos preços dos alimentos causou uma preocupação maior para os consumidores de baixa renda, que têm a renda mais afetada por estes produtos. Em agosto, os alimentos atingiram alta acumulada de 5,72% nos 12 meses dentro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV.

Entre os consumidores da faixa de renda familiar até R$ 2.100, o ICC caiu 3,9% em setembro, na segunda baixa seguida, acumulando queda de 10,7% desde o agravamento da crise internacional, em setembro do ano passado, mas com alta de 3,8% este ano. Para este grupo, a percepção de inflação subiu e a expectativa de alta de preços para este ano passou de 6,5% para 7,3% neste faixa, enquanto na média a alta foi de 6,5% para 6,7% entre agosto e setembro.

Já entre os consumidores da faixa de renda familiar acima de R$ 9.600, o ICC subiu 1,8% em setembro, na sétima alta seguida. Desde o agravamento da crise, o ICC deste grupo subiu 0,4%, enquanto este ano a alta acumulada é de 22%.

"Há uma continuidade do avanço da confiança nas rendas mais altas e um piora nas mais baixas, que também sofreram com a perda de fôlego sobre a percepção sobre o emprego futuro", disse Campelo. "Em grandes números, parece também que a confiança das rendas mais altas tem ligação com o comportamento da bolsa (de valores)", acrescentou (O Globo)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Em torno da UGT nos conscientizamos, cada vez mais, da nossa capacidade mobilizadora a favor das nossas categorias

Estratégia vencedora da greve dos varredores e varredoras de São Paulo

(Postado por Moacyr Pereira, presidente do Siemaco-SP e secretário de finanças da UGT) – Os companheiros e companheiras do Brasil todo acompanham a mobilização dos varredores e varredoras de São Paulo ao longo do mês. Nossa categoria se viu entre um conflito estabelecido pela prefeitura de São Paulo que decidiu cortar em 20% as verbas destinadas à varrição. E a reação imediata e irresponsável das empresas que optaram pela demissão em massa. Só na primeira semana foram demitidos 568 trabalhadores e outros 1.300 receberam aviso prévio.

Estratégia – No primeiro momento o Siemaco tentou negociar. As empresas empurravam o assunto para a prefeitura. A prefeitura dizia que era problema das empresas. Iniciamos, então, uma campanha para mobilizar a opinião pública e sensibilizar o Ministério Público e a Justiça do Trabalho. Nos comunicados que distribuímos à imprensa avisamos que iríamos reagir mas que não nos interessava a greve. Que uma greve indeterminada sem exaurir todas as etapas de negociação seria prejudicial para a cidade. Assumimos nos nossos comunicados a responsabilidade que nos toca, enquanto categoria, pela saúde pública de São Paulo. Além disso, lembramos das chuvas, dos bueiros, das enchentes. Conseguimos sensibilizar São Paulo que passou a ser regularmente informada, pela imprensa, de nossas posições. Sempre atentos ao conflito entre empresas limpadoras e prefeituras deixávamos claro que não era um problema da categoria, mas que não aceitaríamos as demissões em massa.

Resultado – Depois de idas e vindas, muita conversa e mobilização da categoria que se recusava a assumir as tarefas dos que tinham sido demitidos, a cidade de São Paulo começou a perceber através do lixo que se acumulava nas ruas que o Siemaco-SP estava certo na sua argumentação. A cidade estava cada vez mais suja. A população começou a dirigir sua atenção para a administração Kassab, autor da Lei Cidade Limpa, e começou a perceber que a responsabilidade era da Prefeitura e das empresas.

Greve de protesto – Organizamos então na última segunda-feira uma greve de protesto de um dia. Era para criar uma situação de fato que exigiria a intervenção da Justiça do Trabalho que seria levado a julgar o dissídio. Buscávamos, assim, conquistar a estabilidade de três meses para a categoria e estancar a sangria desatada das demissões. Atentos à legalidade do movimento, só paramos 20% da categoria. Ou seja, conduzimos todo o movimento preocupados com a legalidade, sem cair nas provocações das empresas e muito menos sem prejudicar a cidade de São Paulo com uma greve de proporções midiáticas. Aliás, vários veículos de comunicação estranharam o nosso cuidado nesta greve, pois todos conhecem o vigor de nossa categoria quando decretamos uma greve.

Greve em tempos de crise – O que pesou na nossa estratégia é o amadurecimento que todos nós vivemos diante de um novo Brasil de uma nova época. Dentro do contexto estratégico da União Geral dos Trabalhadores (UGT), com a troca de idéias permanente que temos agora dentro da central, assumimos cada vez mais a visão geral dos atores em conflito. Avaliamos sempre a quem pode interessar uma paralisação. E neste caso, achamos que era nosso dever encaminhar as mobilizações e negociações sempre com o apoio da opinião pública, sempre com o diálogo com a categoria, sempre mantendo a referência legal. Decidimos, também, ter o Ministério Público como um aliado. E por isso não medimos esforços para repassar todas as informações relacionadas com o número de trabalhadores em greve (no dia da paralisação de protesto) dentro dos 20% determinados pela lei.

Resultado -- O resultado é que conseguimos que o prefeito Kassab reavalisasse a situação, levando em consideração o desgaste político que estava sendo criado, e suspendesse o corte das verbas de varrição. Ainda estamos no meio do caminho. Vamos negociar nos próximos dias a recontratação dos companheiros e companheiras demitidos. E a suspensão dos avisos prévios. Este relato me foi pedido pelo presidente da UGT, Ricardo Patah, e o faço para ajudar os companheiros do Brasil todo a ter subsídios para os grandes avanços da classe trabalhadora. Cada vez mais estamos inseridos na coletividade, temos acesso à mídia e só jogaremos o jogo que resulte em ganhos para a categoria e para os trabalhadores brasileiros.

Leiam, por favor, os textos do dia:

Kassab recua no corte de 20% às empresas de limpeza em SP

Prefeitura vai voltar a pagar R$ 27,5 milhões por mês para as empresas de varrição; garis voltam ao trabalho

O prefeito Gilberto Kassab recuou da decisão de cortar 20% da verba destinada à limpeza urbana e vai voltar a pagar R$ 27,5 milhões por mês às empresas de varrição. A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 22, dia em que os garis voltaram a trabalhar, depois da paralisação feita na segunda.

A paralisação foi um protesto contra a demissão de 568 colegas. Outros 1.300 receberam aviso prévio que vence na quarta. As demissões foram anunciadas depois que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, cortou 20% do orçamento nos serviços de varrição, em agosto. Com o corte, as empresas receberiam R$ 24,5 milhões mensais.

Apesar de ter voltado atrás na decisão, o prefeito nunca admitiu que o corte tenha atrapalhado a varrição na cidade de São Paulo. Na segunda, quando os garis fizeram uma paralisação em protesto pelas demissões no setor, Kassab afirmou que estava disposto a dialogar com os garis e declarou que poderia ser necessário aumentar o valor dos contratos com as cinco empresas que fazem a varrição na cidade.

Questionado se as empresas recebem menos do que deveriam e estariam demitindo os funcionários, o prefeito disse que os contratos já previam um reajuste. "Existe um ajuste de valores em função da queda da nossa arrecadação", explica. Estava previsto para este ano "gastos de R$ 1,150 bilhão. No ano que vem, será de R$ 1,4 bilhão, o gasto com saúde não chegará a ser o triplo usado com limpeza urbana", declarou, em entrevista na Rádio CBN.

Corte na varrição afeta bairros nobres de São Paulo

Bairros da Lapa, Itaim Bibi, Perdizes e Morumbi são os mais afetados; zona leste vem logo depois

As subprefeituras de Pinheiros, da Lapa e do Butantã foram as mais prejudicadas pela redução em 20% no orçamento de varrição das vias públicas, anunciada no mês passado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Bairros nobres da capital, como Itaim Bibi, Jardim Paulista, Lapa, Perdizes, Vila Leopoldina e Morumbi, perderam 450 dos mil garis responsáveis pela limpeza das ruas. Os trabalhadores demitidos eram contratados da terceirizada Delta Construções. As três subprefeituras são responsáveis por 15 distritos, que ocupam área total de 127,9 quilômetros quadrados, com população de 916.843 habitantes.
Levantamento realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Prestação de Serviços em Limpeza Pública (Siemaco), a pedido da reportagem, mostra que, até o início de agosto, as cinco empresas contratadas pela Prefeitura para a varrição de ruas empregavam 8.153 pessoas. Dessas, 2.219 já foram demitidas.

A segunda região mais prejudicada é a zona leste, que agora tem 1.110 garis, ante 1.800 no início de semestre, redução de 38,3%. A limpeza da região central da cidade que era realizada por 1.600 pessoas, hoje conta com 1.272 garis. A diminuição de 20,5% no efetivo é facilmente percebida por quem anda pela região da Rua 25 de Março.
Para o presidente do Siemaco, José Moacyr Malvino Pereira, a situação de limpeza na cidade deve piorar. "A tendência é que as subprefeituras reduzam a demanda de serviço e priorizem áreas centrais e de maior movimento", diz. A categoria ameaça entrar em greve na próxima semana, caso as empresas não voltem atrás nas demissões. Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, o plano de varrição está sendo refeito.
As empresas que prestam serviço de varrição na cidade - Unileste, Construfert Ambiental, Qualix Serviços Ambientais, Delta Construções e Paulitec Construções - disseram que as informações caberiam ao Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur). O último levantamento do Selur diverge do fornecido pelo Siemaco. Segundo o presidente da entidade, Ariovaldo Caodaglio, houve 2.680 demissões em um quadro de 9.100 trabalhadores.

Brasil recebeu grau de investimento pela capacidade em superar a crise, diz Mantega

Ministro da Fazenda disse que Brasil reagiu mais rápido que outros países, como o México.

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, atribuiu a elevação do rating da dívida do governo do Brasil para grau de investimento pela agência Moody's à "capacidade que o país demonstrou de superar a crise econômica".
O Brasil foi o primeiro país a ter sua classificação elevada pela agência de classificação de risco desde o início da crise. A categoria de grau de investimento determina se um país oferece ou não risco de pagar seus títulos. Quanto mais elevada a classificação, maior a propensão em atrair títulos.
"Eles estão dando esse grau de investimento em função da capacidade que o Brasil demonstrou de superar essa crise, da solidez econômica demonstrada e a rapidez com que nos superamos os problemas que surgiram com a crise", afirmou Mantega.
Segundo o ministro o Brasil teve uma reação mais forte e mais rápida do que outros países que já têm o grau de investimento, como o México.
Crescimento -- A Moody's foi a terceira agência a conceder a classificação ao Brasil. A Fitch Ratings e a Standard & Poor's já haviam elevado o Brasil grau de investimento no ano passado.
A nota da dívida do Brasil para moeda local e estrangeira foi elevada da categoria Ba1 para Baa3 - considerado o patamar inicial para créditos com grau de investimento.
"Agora nós temos as três maiores empresas de risco do mundo dizendo que o Brasil é um país confiável, um país seguro e poderá receber mais investimento de fundos de pensão e outros investidores", disse o ministro.
O ministro afirmou que a decisão da Moody's reflete a opinião da agência de que o Brasil "voltou a crescer e pode sustentar esse crescimento nos próximos anos".
"Há uma confiança do mercado, uma confiança dos investidores, dos países e das empresas de rating de que o Brasil pode dar continuidade a esse crescimento", afirmou. (Leia mais no Estadão)

Indústrias retomam uso da capacidade de produção, diz BNDES

Luciano Coutinho, presidente do banco estatal, diz que agora empresas investirão em novos projetos.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse ontem que, neste terceiro trimestre, o setor industrial já está próximo de recuperar o nível de utilização da capacidade instalada verificado antes da crise, fato que levará à retomada dos investimentos em novos projetos.
Sem citar números nem pedidos de financiamento que deram entrada no banco estatal, o executivo afirmou que a recuperação da economia que está em curso "induz as empresas a investir".
"Neste trimestre, já estaremos provavelmente próximos de recompor o nível de utilização de capacidade produtiva que começa a induzir decisões generalizadas de investimento. Nesse sentido, a perspectiva de retomada do investimento produtivo nos permite pensar na recuperação sustentável da economia", afirmou Coutinho, na abertura do seminário "A Hora e a Vez da Política de Desenvolvimento Produtivo", realizado no Rio de Janeiro.
Pelos últimos dados disponíveis, a utilização da capacidade industrial cresceu, mas ainda está distante dos níveis pré-crise. Ficou em 80,5% em julho, acima dos 79,7% de junho, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O percentual é menor, porém, do que os 83,8% de julho de 2008, quando a economia estava em ritmo acelerado.
Coutinho ressaltou, porém, que para o país manter um crescimento vigoroso e sem inflação precisa sustentar uma taxa de investimento em torno de 20% do PIB -patamar próximo ao alcançado antes da crise. No segundo trimestre, a taxa ficou em 15,7%.
Apesar do otimismo do executivo, o representante da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) no Brasil, Renato Balman, disse que é importante exportar e um dos entraves para deslanchar as exportações é a falta de uma política industrial coordenada em toda a América Latina.
Para Josué Gomes da Silva, presidente da indústria têxtil Coteminas, a valorização do real agrava ainda mais essa desvantagem brasileira especialmente porque o Brasil compete com países da Ásia que controlam o câmbio e o fluxo de capitais (China, Índia e outros). (Leia mais na Folha)

ECONOMIA:
MAIOR PARTE DOS BRASILEIROS ESTÁ OTIMISTA
Pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem aponta melhora da expectativa da população em relação à economia: 85% acreditam que o restante do ano será "muito bom" ou "bom". Apenas 45% acham que a inflação pode aumentar (contra 51% há três meses). O percentual da população que acredita que o desemprego vá subir também caiu: de 53% em junho para 30%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.