terça-feira, 12 de maio de 2009

O comércio e os comerciários ainda são os melhores indicadores da situação da economia brasileira

Um em cada 4 empregados no comércio é jovem, aponta Dieese

O levantamento do Dieese mostra um perfil parcial dos trabalhadores em comércio. Os valores detectados para os salários se aproximam dos pisos salariais, mas pelo relatado na reportagem ainda falta detalhar que o comércio além de ser uma porta de entrada do jovem no mercado de trabalho tem significado também uma oportunidade de carreira. Por exemplo, a grande maioria das redes de supermercado e magazines só recrutam seus gerentes internamente. E temos exemplos de vários profissionais que chegam às diretorias das empresas começando, ainda jovens, como balconistas e vendedores. Além disso, faltou detectar as comissões que também são repassadas aos comerciários e que, muitas vezes, é a principal renda.

Leia mais: Pesquisa organizada nas principais capitais mostra que salário mensal dos jovens varia entre R$ 429 e R$ 653

Um em cada quatro brasileiros empregados no setor comercial tem idade entre 16 e 24 anos, apontou nesta segunda-feira, 11, o 3.º Boletim Trabalho no Comércio, organizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com dados do Sistema Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Tido como porta de entrada para o mercado de trabalho, uma vez que não requer grande experiência profissional e tem baixa remuneração, o comércio tinha no ano passado 25% da mão de obra formada por funcionários jovens.

A pesquisa organizada pelo Dieese apurou dados do Sistema PED nas principais capitais do País e mostrou que o salário mensal dos jovens varia entre R$ 429 no Recife e R$ 653 em São Paulo. A remuneração chega a representar 34,6% da renda familiar. O salário dos jovens nesse setor chega perto de 70% do recebido por adultos com 25 anos ou mais. A desigualdade, neste ponto, é mais acentuada no Distrito Federal, onde os ganhos dos jovens correspondem em média a 53,5% do recebido pelos mais velhos, e mais discreta em Recife, onde a proporção chega a 67,6%.

O levantamento também aponta que, de maneira geral, a forma mais comum de ocupação de jovens no comércio é a contratação padrão, com carteira de trabalho assinada. A parcela de jovens contratados variou no ano passado entre 74,3% dos empregados no setor, em Belo Horizonte, e 50,8%, em Recife. Os assalariados sem carteira assinada ou autônomos chegam a representar 30,9% dos jovens contratados em Recife e 26,7% em Salvador. (Estadão)

BCs veem sinais positivos na economia mundial

O Brasil está mais ou menos protegido na atual crise por ter feito antes a regulamentação dos bancos. Foi um dos subprodutos que sobraram da época inflacionária, que hoje nos ajuda a ter um sistema bancário mais sólido, mas ainda distante do que precisamos dos bancos e banqueiros, ou seja, ter instituições que tenham o risco como parte essencial de seu DNA e que cresça atrravés de empréstimos para os setores produtivos e não através da especulação com títulos do tesouro. Mas ao juntar a regulamentação do setor bancário, com um controle rígido da inflação, com toda nossa criatividade e garra, estamos realmente muito bem posicionados para quando o mundo sair da atual crise financeira, termos um novo posicionamento. Que esperamos se traduza em crescimento económico com geração de novos empregos.

Leia mais: Avaliação é de retomada em emergentes e declínio menor em países industrializados

Meirelles afirma que houve "destaque especial" para Brasil e China na reunião do BIS; autoridades apontam alívio no sistema financeiro

A economia global se aproxima do "ponto de inflexão", com sinais de retomada em países emergentes, principalmente Brasil e China, e um declínio menos acentuado no mundo industrializado. A constatação é das principais autoridades monetárias do planeta, que observam o retorno de alguns indicadores do mercado financeiro a níveis anteriores à crise.

O diagnóstico positivo, anunciado pelo presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, junta-se às avaliações otimistas das últimas semanas sobre a recuperação global. Ainda que de forma cautelosa, Trichet indicou que há uma reversão da curva.

"No que se refere ao crescimento, estamos próximos do ponto de inflexão no ciclo", disse . "Vemos uma desaceleração da queda do PIB observada no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre deste ano."

Falando em nome dos principais BCs do mundo, ele comentou que alguns emergentes já deram a volta na curva, enquanto no mundo desenvolvido a desaceleração perdeu fôlego. A tendência "parece ser universal", disse Trichet após reunião no BIS (Banco de Compensações Internacionais), em Basileia (Suíça). Ele citou países específicos, mas o presidente do BC, Henrique Meirelles, afirmou que houve "destaque especial" para Brasil e China. (Leia mais na Folha)

Seminário da UGT debate 100 anos do sindicalismo no Brasil

Com o objetivo de estimular uma reflexão sobre a trajetória do sindicalismo no século passado, sua história e suas bandeiras, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) realiza, nos dias 15 e 16 de maio, em São Paulo, o seminário “Cem Anos de Movimento Sindical Brasileiro — Balanço Histórico e Desafios Futuros”. Organizado pela Secretaria de Organização e Políticas Sindicais da central, o evento reunirá pesquisadores e dirigentes sindicais.

Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, a decisão de realizar o seminário partiu do anseio dos dirigentes da entidade de contribuírem com o processo de criação de novas perspectivas e caminhos para o movimento sindical no mundo contemporâneo. “Com base no balanço e nos desafios apontados pelo Seminário Nacional, também acreditamos estar dando uma contribuição significativa para ação político-sindical da UGT”, avalia o dirigente.

Patah assinala que o seminário oferece um momento singular, que propiciará aos dirigentes da central uma profunda reflexão sobre o papel que devem assumir no enfrentamento dos desafios da conjuntura política, econômica e social brasileira.

Com base na avaliação de que o movimento sindical brasileiro é um dos mais ativos do mundo e que, ao longo de sua história fortaleceu sua atuação colocando-se no debate das grandes questões da política nacional, o programa Câmera Aberta Sindical da última quarta-feira (6) antecipou alguns temas que serão debatidos no seminário.

Seminário Nacional da UGT: “Cem Anos de Movimento Sindical Brasileiro — Balanço Histórico e Desafios Futuros”. Data: 15 e 16 de maio de 2009

Local: Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Endereço: Rua Alagoas, 903 – Higienópolis – São Paulo (SP) (O Vermelho)

Demissões desafiam sindicato do ABC aos 50

Entidade de metalúrgicos que já foi presidida por Lula completa meio século e enfrenta corte de mil vagas por mês no setor devido à crise. Para antigas lideranças, além de lidar com efeitos da crise na região, sindicato precisa atrair trabalhador e torná-lo mais participativo

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que já esteve sob o comando do presidente Lula entre 1975 e 1981, completa hoje 50 anos com um desafio: recuperar e manter empregos na região. Com os efeitos da crise financeira mundial, foram fechadas no ABC quase 8.000 vagas entre setembro de 2008 e março deste ano.

As quatro cidades representadas pelo sindicato (São Bernardo do Campo, Diadema, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires) empregavam em setembro cerca de 105 mil metalúrgicos. Em março, eram 97 mil.

"A crise levou parte dos empregos que havíamos recuperado durante o governo Lula. Em 2003, havia 77,4 mil metalúrgicos na base. E superamos a marca de 100 mil em 2008, antes de as empresas iniciarem as demissões por conta da crise. Por isso o sindicato está preocupado em discutir medidas que permitam a manutenção dos empregos", diz Sérgio Nobre, presidente do sindicato.

Autopeças e empresas exportadoras são as mais prejudicadas. "Se não houver medidas que permitam ampliar vendas e crédito para o setor, o emprego pode continuar em queda."

A tendência é a de que mais vagas sejam fechadas no ABC até junho, segundo avalia Fausto Augusto, coordenador da subseção do Dieese no sindicato. "Em média são cerca de mil fechadas por mês. Esse processo de queda deve se manter até o próximo mês. Ações como a redução do IPI, por exemplo, devem ter impacto positivo no emprego a partir do segundo semestre." A previsão é chegar a junho com 95 mil empregados -mesmo nível de 2007.

A exemplo do que ocorreu em 1992, com a criação da câmara setorial automotiva, que permitiu o surgimento dos carros populares, o incremento da produção e a garantia do emprego no ABC, o sindicato quer agora discutir medidas regionais para buscar saídas para a crise. "Essa é uma categoria exigente, participativa, que lê e se informa. Não tem medo da crise. Está preparada para discutir alternativas", diz Nobre. (Leia mais na Folha)

Consumidor gastou 8% menos com presentes no Dia da Mães este ano

Redução do IPI para produtos da linha branca impulsionou as vendas gerais, mas não teve grande peso no balanço de vendas do Dia das Mães.

O Dia das Mães teve aumento nas vendas este ano, apesar da crise. No entanto, o valor médio das compras, de R$ 72, ficou cerca de 8% abaixo dos R$ 78 registrados em 2008, segundo a Associação das Empresas Lojistas em Shopping Centers do Estado do Rio de Janeiro (Aloserj).

Mas, como mostra reportagem do Globo, as estimativas de alta nas vendas são divergentes. Enquanto os shoppings afirmam que as vendas apontam alta de até 18%, a Aloserj espera crescimento de até 3% em relação ao ano passado, abaixo dos 5% estimados, segundo o diretor-executivo da entidade, Gilberto Catran.

- O cenário de crise inibiu o consumo, especialmente dos produtos de valor mais alto. O consumidor está com medo de se endividar - disse Catran, explicando que a redução do IPI para produtos da linha branca impulsionou as vendas gerais, mas não teve grande peso no balanço relacionado à data. (Leia mais em O Globo)