terça-feira, 30 de novembro de 2010

UGT avalia 2010 para consolidar avanços em 2011 em plenária nacional em São Paulo

11a. Reunião Plenária da Executiva Nacional da UGT

Hoje, estamos reunidos em São Paulo para avaliar o ano de 2010, as conquistas recentes, as eleições e os avanços que vamos nos integrar em 2011. Os discursos dos vários líderes nacionais da UGT, entre eles os vice presidentes Roberto Santiago (deputado federal, pelo PV), David Zaia (deputado estadual pelo PPS), Laerte Teixeira da Costa, Antonio Carlos dos Reis, o Salim, Lourenço Prado reafirmaram a necessidade de a UGT se manter autônoma e independente em relação aos governos e aos partidos e investir suas energias na organização e mobilização da classe trabalhadora como um todo, para garantir a independência e autonomia como parâmetro para o próximo 2o. Congresso da UGT, agendado para o próximo ano.

População chega a 190,7 mi, diz IBGE

Resultados do Censo 2010 mostram que moradores de cidades são 84,35% no país; média por domicílio é de 3,3.
O Brasil tem 190.732.694 pessoas -alta de 12,3% em relação a 2000-, cresce em ritmo mais lento e é cada vez mais urbano. É o primeiro retrato do Censo 2010, do IBGE.
Os moradores das cidades representam 84,32% da população. O campo reúne 15,65%. Segundo Eduardo Nunes, presidente do IBGE, há um movimento migratório rumo ao oeste, para cidades do agronegócio.
O país tem hoje 3,9 milhões a mais de mulheres do que homens. O Estado de São Paulo reúne nove dos dez municípios com maior proporção de homens, mas o que fez a diferença nestas cidades foi a instalação de presídios nos últimos 10 anos.
Em média, o Brasil tem 3,3 moradores por domicílio, ante 3,75 em 2000. No Norte, são 4,4, e no Sul, 3,1. Existem hoje no país 23,7 mil pessoas com mais de cem anos.
O Censo visitou 67,6 milhões de domicílios. Os recenseadores não conseguiram realizar a entrevista em 901 mil. Nesses casos, foi usada metodologia para estimar o número de habitantes. (Folha)

Documento revela que, para EUA, Itamaraty é adversário
Papéis confidenciais citam "inclinação antinorte-americana" por parte do Brasil. Telegramas divulgados pela ONG WikiLeaks revelam que diplomatas dos EUA consideram Nelson Jobim um aliado.

Telegramas confidenciais de diplomatas dos EUA indicam que o governo daquele país considera o Ministério das Relações Exteriores do Brasil como um adversário que adota uma "inclinação antinorte-americana".
Esses mesmos documentos mostram que os EUA enxergam o ministro da Defesa, Nelson Jobim, como um aliado em contraposição ao quase inimigo Itamaraty.
Mantido no cargo no governo de Dilma Rousseff, o ministro é elogiado e descrito como "talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil".
A Folha leu com exclusividade seis telegramas de um lote de 1.947 documentos elaborados pela Embaixada dos EUA em Brasília, sobretudo na última década.
Os despachos foram obtidos pela organização não governamental WikiLeaks. As íntegras desses papéis estarão hoje no site da ONG (cablegate.wikileaks.org/), que também produzirá reportagens em português. A Folha.com divulgará os telegramas completos.
Num dos telegramas, de 25 de janeiro de 2008, o então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, relata aos seus superiores como havia sido um almoço mantido dias antes com Nelson Jobim. Nesse encontro, o ministro brasileiro contribuiu para reforçar a imagem negativa do Itamaraty perante os norte-americanos.
Indagado sobre acordos bilaterais entre os dois países, Jobim citou o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
Segundo o relato produzido por Clifford Sobel, "Jobim disse que Guimarães "odeia os EUA" e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países]."
Não há nos seis telegramas confidenciais lidos pela Folha nenhuma menção a atos ilícitos nas relações bilaterais Brasil-EUA. São apenas descrições de encontros, almoços e reuniões.
Ao mencionar um acordo bilateral, Clifford Sobel diz que caberá ao presidente Lula decidir entre as posições de um "inusualmente ativo ministro da Defesa interessado em desenvolver laços mais próximos com os EUA e um Ministério das Relações Exteriores firmemente comprometido em manter controle sobre todos os aspectos da política internacional".
Num telegrama de 13 de março de 2008, Sobel afirma que o Itamaraty trabalhou ativamente para limitar a agenda de uma viagem de Jobim aos EUA.
Ao relatar a visita (de 18 a 21 de março de 2008), os EUA pareciam frustrados: "Embora existam boas perspectivas para melhorar nossa relação na área de defesa com o Brasil, a obstrução do Itamaraty continuará um problema".
CAÇAS DA FAB — Apesar de elogiado, Jobim nunca apresentou em reuniões nenhuma proposta especial aos EUA a respeito da licitação dos 36 aviões caça que serão comprados pela Força Aérea Brasileira.
Em todos os relatos confidenciais os diplomatas dos EUA em Brasília mencionam frases de Jobim que coincidem com o que o ministro declarou em público.
Em uma ocasião, por exemplo, os norte-americanos escrevem: "Compras de fornecedores dos EUA serão mais competitivas quando [o país] autorizar uma produção brasileira de futuros sistemas militares".
Procurado pela Folha, o Departamento de Estado dos EUA se recusou a comentar as comunicações sigilosas.
Uma porta-voz do departamento enfatizou que os países mantêm boas relações. A Casa Branca não respondeu à reportagem até a conclusão desta edição. (Folha)

Peritos acham indícios de suposto ossário clandestino

Suspeita é de que corpos de pelo menos dez desaparecidos políticos estejam em vala comum do Cemitério de Vila Formosa.

Dois metros abaixo da superfície do Cemitério Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, peritos da Polícia Federal encontraram nesta segunda-feira, 29, uma laje de concreto que pode ser o caminho para a descoberta de um ossário oculto com restos mortais de desaparecidos políticos aprisionados pela repressão militar, no início dos anos 70.

"A laje indica, a princípio, que podem ter consistência as informações obtidas pelo Ministério Público Federal sobre uma suposta instalação clandestina. O que encontramos é um avanço significativo", disse o procurador regional da República, Marlon Alberto Weichert.

As buscas no maior cemitério da América Latina tiveram início no dia 8. É a mais importante e exaustiva missão de campo já desencadeada pela Procuradoria da República no rastro de ações atribuídas a militares e policiais que teriam integrado os quadros do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), subordinado ao antigo II Exército.

Os procuradores federais suspeitam que os corpos de pelo menos dez desaparecidos políticos foram atirados em uma vala comum do Formosa, em uma área que teria sido modificada por ordem da Prefeitura, naquela época, por determinação do regime dos generais.

Familiares de Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional (ALN), relataram ao Ministério Público Federal que o corpo de seu ente teria sido sepultado ali. Eles obtiveram documentos da administração do cemitério que reforçam essa possibilidade.

Os peritos que vasculham o grande cemitério atuam no Instituto Nacional de Criminalística da PF. Eles trabalharam o dia todo debaixo de sol, ao lado de procuradores, representantes da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos – da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – e técnicos do Instituto Médico Legal do Estado.

Pistas. A primeira etapa da investigação mostra que a sepultura onde estaria o corpo de Jonas foi renumerada. Há vestígios de que a ossada teria sido transferida.

Análise com base nos dados preliminares coletados com a ajuda de um radar de penetração no solo (GPR), combinada com fotografias aéreas de 1972, levaram os peritos a uma estrutura sob o canteiro onde antigamente se encontrava um letreiro do cemitério, em frente à administração. Ali ficaria o depósito de ossos, compartimento com cerca de 3 metros de largura por 3 de comprimento e profundidade ainda não estabelecida. A laje de concreto barrou os peritos que retornam às atividades nesta terça-feira, 30.

A pista sobre o suposto depósito de ossos de militantes perseguidos pelos órgãos de repressão foi revelada aos procuradores por velhos funcionários do cemitério. Eles informaram sobre uma câmara com restos mortais. "Apenas equipamentos técnicos não permitiriam a descoberta", acredita a procuradora Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, da força tarefa do Ministério Público Federal.

"Avançamos bastante na possibilidade de encontrarmos uma sepultura que supostamente foi de Virgílio", disse o procurador Marlon. "A pesquisa da família encontrou nos livros do cemitério referências sobre o local do sepultamento. Os estudos mostram que ele teria sido exumado sem registros. É o que chamamos de limpeza, uma remoção para dificultar o rastreamento."

Outro foco da apuração, destacou o procurador, é a vala clandestina. "O espaço foi bem identificado. Não encontramos nada, ainda, mas a laje será aberta até o final da semana. Aí poderemos ter a confirmação se o ossário existe ou não. Estamos no terreno das hipóteses, não há nenhuma certeza." Se encontradas, antes de exame de DNA, as ossadas serão submetidas a uma antropometria – técnica de comparação de medidas e estatura para identificação de sexo e idade. (O Globo)

Fiesp: atividade na indústria avança 0,5% em outubro

O Indicador de Nível de Atividade (INA) de outubro, divulgado hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), apresentou alta de 0,5% em relação a setembro, na série com ajuste sazonal. Sem o ajuste, a taxa foi negativa em 0,1%, na mesma comparação. De acordo com a Fiesp, o indicador subiu 3,3% em outubro ante o mesmo mês do ano passado e apresentou elevação de 10,8% no acumulado dos 12 meses encerrados em outubro de 2010.

Conforme a Fiesp, de janeiro a outubro deste ano, o INA registrou alta de 11% em relação ao mesmo período de 2009. Ao levar em consideração a revisão do Nível de Utilização de Capacidade Instalada, o Nuci subiu de 82,2% em setembro para 82,8% em outubro. Sem considerar o ajuste sazonal, o dado também revisado subiu de 83,6% para 84,3% de setembro para outubro.

A Fiesp revisou ainda o INA de setembro em comparação com agosto de 2010. Com ajuste sazonal, o indicador passou de uma queda de 0,1% divulgada anteriormente para um recuo maior, de 0,4%. Sem o ajuste sazonal, a taxa baixou de -0,4% anterior para -0,8%, também na relação de setembro com agosto.

Confiança — A pesquisa Sensor, também divulgada hoje pela Fiesp, apontou queda de 52,6 pontos em outubro para 51,2 pontos em novembro. O levantamento reflete as perspectivas dos empresários para alguns setores da economia nacional. Dos itens que compõem o índice, dois apresentaram queda: Mercado (de 52,1 para 46,7 pontos) e Vendas (de 51,8 pontos para 48,3 pontos). O indicador de Estoque ficou praticamente estável, passando de 45,1 pontos em outubro para 45,0 pontos em novembro. O item Investimento subiu levemente no período, de 59,7 pontos para 59,8 pontos, enquanto a categoria Emprego avançou de 54,4 pontos para 56,1 pontos. (O Globo)