sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ao discutir o reajuste de 7,71% a UGT quer é garantir a dignidade para os aposentados e pensionistas

Em busca de uma aposentadoria digna

Os aposentados e pensionistas brasileiros não desistem nunca. Não desistimos porque estamos em busca de uma aposentadoria e uma pensão com valores dignos. E o reajuste proposto pelo governo de apenas 6,14% não nos confere dignidade e nos mantém, ainda, em empregos informais para complementar nossos ganhos num momento da vida em que merecemos descanso, pelo qual já pagamos com anos e nos de trabalho. Nas próximas te

rça e quarta feira estaremos em Brasília, através do Sindiapi (Sindicato dos Aposentados Pensionistas e Idosos da UGT) representados pelos companheiros Edmundo Benedetti, presidente e Natal Leo, secretario, para dialogar com os deputados e senadores para sensibilizá-los da necessidade de se garantir dignidade para os aposentados e pensionistas através de reajustes que recompanham nossos ganhos, e que consigamos elevar o reajuste para 7,71%, que ainda não é bom, mas que significará um avanço. (Marcos Afonso de Oliveira, secretário de comunicação nacional da UGT)

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Mantega diz ser difícil dar reajuste de 7% a aposentados

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo apresentou ao Congresso um aumento real para aposentados que ganham acima de um salário mínimo, uma situação que considerou "inédita". O ministro lembrou que a Medida Provisória representa aumento de 6,14%, gerando um custo adicional de R$ 2,8 bilhões. Se o reajuste subisse para 7%, seria "difícil para as contas públicas bancar isso", avaliou Mantega, ao citar que isso representaria custo de mais R$ 1 bilhão. "Nós teríamos que cortar alguma outra coisa para poder viabilizar isso", calculou. "Então, não é desejável que se faça isso, mas de qualquer forma é o Congresso que está discutindo", finalizou.

O ministro apresentou palestra hoje a cerca de 200 empresários e dirigentes na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, quando defendeu que o governo Lula implantou uma nova política centrada, conforme ele, no "crescimento vigoroso da economia". Para o ministro, "erram aqueles que dizem que continuamos fazendo as mesmas coisas do passado".

Mantega disse que um conjunto de países deve liderar o crescimento neste e nos próximos anos e o Brasil está entre eles. Utilizando comparações de várias estatísticas entre o período do governo Lula e de antecessores, o ministro defendeu que a expansão atual é sustentável e, ao contrário do passado, não gera desequilíbrio econômico.

Entre os sinais de vigor do mercado interno, Mantega mencionou que o País é o quinto maior consumidor de automóveis e poderá terminar o ano em quarto lugar. No setor imobiliário, listou que foram realizados 2,724 milhões de contratos durante a gestão Lula, enquanto no período de Fernando Henrique Cardoso o número ficou em 1,452 milhão. No período de governo de Fernando Collor e Itamar Franco, foram 822 mil, conforme os dados apresentados.

Planejamento — Em Brasília, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, reafirmou no início da noite a declaração do presidente Lula de que o governo insiste no acordo feito com as centrais sindicais pelo qual o aumento para os benefícios dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo seria de 6,14%. Esse porcentual consta da Medida Provisória (MP) enviada pelo Executivo ao Congresso. A proposta de aumento dos benefícios está em debate no Senado.

Também sobre o acordo feito entre os líderes partidários no Senado definindo um porcentual de aumento em 7,71%, Bernardo reproduziu o que dissera antes o presidente da República: "Desse acordo no Senado eu soube pelo jornal." O ministro acrescentou que o governo tem dado aos aposentados, "todos os anos", reajustes "que reparam as perdas com a inflação." (Estadao)

Micro e Pequenas Empresas em SP tiveram quinta alta consecutiva no faturamento em fevereiro

Pequenos negócios registraram crescimento de 12,9% no período.

Pesquisa Indicadores Sebrae-SP divulgada hoje e realizada mensalmente pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que os pequenos negócios registraram em fevereiro de 2010 crescimento de 12,9% ante o mesmo mês de 2009, a quinta alta consecutiva na receita anual nesta base de comparação.

Em números absolutos, as MPEs paulistas faturaram R$ 21,8 bilhões em fevereiro, um incremento de R$ 481 milhões em relação ao mesmo mês do ano passado. A estimativa do faturamento médio por empresa no segundo mês de 2010 foi de R$ 16.445,71, levando em conta o universo de 1.326.354 micro e pequenas empresas no Estado. Na evolução de janeiro para fevereiro, o faturamento teve alta de 2,3%. Com o resultado, as MPEs fecharam o 1º bimestre do ano com aumento de 9,6% na receita real, sobre os dois primeiros meses de 2009.

O segmento que puxou a alta em fevereiro foi mais uma vez o industrial, que apontou crescimento de 22,4% frente a fevereiro de 2009, o quinto mês consecutivo que o item apresenta o melhor resultado entre os segmentos. Em seguida, registraram alta o setor comercial (10,7%) e o de serviços (10,5%). O diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, explica que, por ter sido o segmento mais afetado pela crise, com retração de 10,2% em 2009 ante 2008, a indústria tem a base de comparação mais achatada entre os setores pesquisados. "O setor se recupera muito bem da crise", ressalta.

Tortorella credita a alta do faturamento em fevereiro à retomada das atividades das empresas de micro e pequeno porte após período de crise. "O ritmo é de recuperação econômica. É um momento oportuno para ampliar o ambiente favorável aos pequenos negócios", explica. A expectativa da entidade é de manutenção ou melhora no nível de atividade econômica das MPEs nos próximos meses. A conclusão foi obtida de um levantamento do Sebrae-SP realizado em fevereiro com 2.716 empreendedores do setor, o qual mostrou que 88% deles estão otimistas.

Regiões - Na análise por regiões do Estado, as micro e pequenas empresas do interior do Estado foram as que apresentaram maior elevação em fevereiro: 14,5% ante o mesmo mês do ano passado. Nas MPEs da capital e da região metropolitana de São Paulo, o crescimento foi de 13,3% e 11,4%, respectivamente. Na região do Grande ABC, a alta foi de 10,7%.

De acordo com o Sebrae-SP, há em São Paulo 1,3 milhão de micro e pequenas empresas, que representam 98% do total de empresas formais, que empregam de 5 a 6 milhões pessoas. (Estadao)

CHUVA E MORTE NO RIO: Alerta sobre tragédia foi dado em 2004

DESCASO do poder público e risco assumido por moradores que sabiam que viviam numa área perigosa estão como pano de fundo da tragédia em Niterói, cidade na qual foram contabilizadas 107 das 182 mortes desde segunda-feira em razão da chuva que atingiu o Estado do Rio. O morro do Bumba, onde foram recolhidos 17 corpos, mas que pode ter causado muitas outras mortes, foi apontado, em 2004, em estudo da Universidade Federal Fluminense como área de alto risco.
Apesar de o foco da tragédia no Estado ter se deslocado para Niterói, os trabalhos de buscas e inspeções continuaram no Rio, onde já tinham sido encontrados 55 corpos. A cidade continua em estado de atenção.

O deslizamento no morro do Bumba, em Niterói, na região metropolitana do Rio -com 17 corpos já encontrados, mas que pode ter causado mais de uma centena de mortos na noite de anteontem-, ocorreu em uma área onde o risco era conhecido havia pelo menos seis anos.
Em 2004, o Instituto de Geociência da Universidade Federal Fluminense fez um estudo, a pedido do Ministério das Cidades, e constatou que a área tinha alto risco de acidentes e exigia monitoramento constante.
Entre 1970 e 1985, o morro foi depósito de lixo de Niterói e São Gonçalo. Nos 25 anos seguintes, a área foi ocupada por mais de cem casas, segundo os moradores. Cerca de 50 delas foram soterradas.
Em todo o Estado, cerca de 14 mil pessoas deixaram suas casas. Em Niterói, há centenas de desabrigados, incluindo 56 pessoas resgatadas com vida após sofrerem com o deslizamento.
Em todo o Estado do Rio, desde a noite de segunda-feira, foram resgatados 182 corpos e 161 pessoas feridas.
Cerca de 20 mil domicílios ainda permaneciam sem luz na capital, segundo a Light, distribuidora de energia elétrica que atende a cidade.
Das vítimas do morro do Bumba, em Niterói, só duas haviam sido identificadas. São dois adultos que trabalhavam numa creche destruída.
Esse foi o terceiro desabamento registrado na área desde a tempestade de terça-feira. Naquele dia, cinco pessoas morreram soterradas ali após um deslizamento que destruiu duas casas. "Na ocasião, os moradores foram alertados de que precisavam sair do local, de que havia risco de desabamento", afirma o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Fernandes. Moradores negam ter recebido o alerta.
Na quarta-feira, a prefeitura iniciou a abertura de um canal para escoar a água represada no morro, cuja infiltração facilitaria deslizamentos. Operários trabalharam até as 18h de anteontem, cerca de três horas antes do deslizamento. Um vigia que tomava conta da retroescavadeira usada no serviço morreu soterrado.
Horas antes, segundo a Defesa Civil, parte de uma casa havia desabado. Bombeiros e técnicos do órgão foram ao local, mas não chegaram a determinar que a área fosse evacuada.
Segundo a Defesa Civil de Niterói, um laudo será emitido nos próximos dias. A prefeitura decretou ontem estado de calamidade pública.
Moradores afirmam que, quando chovia, saía fumaça em parte do solo do morro do Bumba. A decomposição do lixo gera gás metano.
"Não foi um deslizamento de terra comum. Houve uma explosão, o lixo foi lançado longe", conta o entregador de pizza Marcelo Oliveira, 29, que trafegava por uma rua próxima e diz ter visto o desabamento.
A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, visitou ontem o local e admitiu que uma reação química gerada pela decomposição do lixo pode ter contribuído para o acidente. De acordo com um engenheiro geotécnico ouvido pela Folha, a explosão só poderia ocorrer com a produção de uma centelha. Um curto-circuito pode ter provocado a combustão do gás metano concentrado no solo.
"Ouvi uma explosão e pensei que fosse um poste, um problema elétrico. Aí vi, pela janela, que o morro havia desabado. Parecia filme de guerra", conta a enfermeira Lindalva da Costa Gomes, 41, vizinha do local onde aconteceu o deslizamento. (Folha)

Emprego formal ultrapassa 200 mil em março, diz Lupi

A geração de empregos no mercado de trabalho formal bateu novo recorde em março. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o número de vagas criadas no mês passado foi o maior para o período desde 1992. O melhor resultado havia sido registrado em 2008, quando foram gerados 204 mil empregos em março.
"A economia está crescendo em ritmo crescente e consistente, principalmente a indústria. Vamos gerar mais de 2 milhões de empregos formais neste ano." Dados do Ministério do Trabalho mostram que, desde janeiro de 2003, já foram criados 12,14 milhões de empregos com carteira assinada.
Na avaliação do ministro, o governo Lula deverá acumular, nos dois mandatos, de 14 milhões a 15 milhões de vagas formais. "Isso representa mais de 50% do estoque de empregos formais existentes em 2002", disse Lupi.
Novas profissões — Ontem, o ministro divulgou a nova CBO (Classificação Brasileira de Ocupações). Conforme a Folha antecipou no dia 28, há 47 novas profissões na CBO. Entre elas estão as de engenheiro de alimentos, de chefe de cozinha e médico da estratégia de saúde da família.
A CBO é usada pelas empresas para o preenchimento da carteira de trabalho e para efeitos de Imposto de Renda da pessoa física.

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Investimento público em ensino é fundamental, reforça economista da FGV

O chefe do Centro de Políticas Sociais (CPS) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), economista Marcelo Néri, considera importantes as ações de responsabilidade social corporativa e das organizações não governamentais voltadas à juventude. No entanto, enfatiza que o futuro dos jovens brasileiros depende muito da quantidade e, principalmente, da qualidade dos investimentos públicos.

Ele participou nesta quinta-feria (8) do painel que vai debater o perfil do jovem no Brasil em 2020, durante o 6º Congresso Gife sobre Investimento Social Privado, que ocorre no Rio de Janeiro até esta sexta-feira (9). Segundo Néri, mais de 97% das crianças e jovens entre 7 e 15 anos no país estão na escola e 90% estão em instituições de ensino públicas, "que são muito piores do que as privadas".

Nas escolas públicas, em uma escala de 0 a 10 a nota média do aprendizado é 3,6, e nas privadas, 6. A média brasileira é 3,8, informa Néri. A meta estabelecida pela sociedade e pelo Ministério da Educação é alcançar nota 6 - média dos países da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) - nas instituições públicas de ensino do Brasil até 2020.

- É um desafio grande. Acho que a gente não sabe a resposta para isso ainda. Não dá para ser otimista pelo passado histórico que temos de não avançar na questão da educação, principalmente a qualidade da educação - afirma. O futuro dos jovens depende da capacidade dos brasileiros de atingir essa meta, reiterou o economista.

Néri diz não ter visto nos discursos dos candidatos à Presidência da República, até agora, nenhuma manifestação a esse respeito. Um grande desafio para o futuro é colocar os jovens no ensino médio, além de melhorar a qualidade dos serviços de educação prestados, acrescenta o economista.

- A agenda da próxima década é a da qualidade da educação. É o primeiro passo para mudar alguma coisa. O segundo passo é saber para onde você quer ir - observa Néri. Para ele, o fato de haver metas pode ajudar nesse processo, embora não seja suficiente para fazer uma revolução no ensino. (O Globo)