quarta-feira, 27 de maio de 2009

Mobilizar trabalhadores e opinião pública contra ação predatória dos banqueiros que nos penalizam com tarifas altas e spreads absurdos

Tarifas variam até 300% entre bancos, diz Procon- SP
A UGT está organizando uma campanha que envolverá nossos sindicatos e a opinião pública contra a desfaçatez de alguns bancos que continuam a achacar seus correntistas com tarifas absurdas e com spreads inaceitáveis e injustificáveis. Se valendo da posição de gestores da moeda, pois o crédito é a principal moeda hoje, para impor tarifas que são verdadeiros assaltos ao bolso dos correntistas e que atentam contra nossa economia nesta hora em que não apenas o Brasil, mas todos os países do mundo se mobilizam para buscar saídas para uma crise sem precedentes, que exige a contribuição de todos, indistintamente. Os banqueiros agem de maneira irresponsável contra o Brasil. A UGT, os trabalhadores brasileiros e a opinião pública vão dar uma resposta a estes desmandos continuados.

Leia mais: Pesquisa divulgada na terça-feira pelo Procon de São Paulo (Procon-SP) mostra que, mesmo com a padronização dos serviços estabelecida pelo Banco Central (BC) há um ano para a cobrança de tarifas bancárias, ainda há grande disparidade de preços entre algumas modalidades. Por exemplo, a pesquisa destacou a tarifa para a emissão de cheques administrativos (ou cheques de transferência), que varia de R$ 1,60, no HSBC, a R$ 0,40 no Itaú Unibanco, uma diferença de 300%. No fornecimento de extrato mensal de conta de depósito e poupança (além dos dois extratos que os bancos são obrigados a fornecer gratuitamente por mês), os preços variam até 230% - de R$ 4,30, também no HSBC, a R$ 1,30, no Itaú Unibanco.
Definido pelo próprio BC, o pacote padronizado reúne seis diferentes serviços, como confecção inicial de cadastro, saques, extratos mensais e transferências.
A padronização também foi benéfica para o bolso dos correntistas. Comparando os valores cobrados por dez grandes bancos em outubro de 2008 com aqueles de abril deste ano, o Procon constatou que em cinco dessas instituições houve redução de tarifas e que o valor médio do pacote padronizado de serviços também caiu. A pesquisa do Procon-SP revela que, em relação a outubro, a Nossa Caixa baixou as tarifas de 12 tipos de serviços (o maior corte foi de 51,67%), o Real reduziu 16 tarifas (em até 75,56%), e o Santander, cinco. O campeão no recuo de preços foi o Unibanco, que teve 25 tarifas reduzidas.
Caixa e Itaú Unibanco têm pacotes mais baratos — O realinhamento de preços promovido pelo Unibanco, depois da fusão com o Itaú, em novembro, foi responsável por outra boa notícia da pesquisa. Ao baixar de R$ 28,10 para R$ 15 o preço de seu pacote padronizado (que reúne seis dos serviços mais usados pelos correntistas), o Unibanco fez o preço médio desse pacote entre os dez bancos pesquisados cair 6,13% em relação a outubro - recuou de R$ 21,36 para R$ 20,05 em abril. Segundo a pesquisa, a Caixa Econômica Federal e os bancos Itaú Unibanco tinham no fim do mês passado as menores tarifas para o pacote padronizado (R$ 15), enquanto a mais salgada era a do Real (R$ 27). (Leia mais em O Globo)
Presidente do BNDES prevê PIB a 4% em 2010 e pouco abaixo de 1% neste ano
Como sempre afirmamos desde o início da crise no ano passado, 2009  será um ano perdido, principalmente do ponto de vista dos trabalhadores. Pois precisamos de um crescimento mínimo de 3,5% para absorver os jovens que chegam no mercado e os trabalhadores dispensados pela tecnologia. De qualquer maneira, estamos em melhor situação que muitos países, mas também não justifica euforia exagerada. Aguardaremos com bastante ânimo 2010, pois nosso desempenho ao longo desta crise nos qualifica para dar grandes avanços no próximo ano. Com os pés do chão.

Leia  mais: O mercado interno vai puxar a expansão da economia em 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) brasileiro deverá variar entre 3,5% e 4%. Esta foi a estimativa apresentada pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, durante entrevista no programa "Roda Viva", transmitido na noite dessa segunda-feira, pela TV Cultura. Para este ano, porém, Coutinho disse que o resultado deverá ficar um pouco abaixo de 1%, ou seja, da previsão do Ministério da Fazenda, indica matéria publicada pelo jornal O Globo.
- Será 1% ou um pouquinho abaixo disso, dependendo de alguns fatores. Mas já em meados do ano, na margem teremos um crescimento entre 3,5% e 4%. Será perfeitamente factível crescer 4% em 2010 - disse ele, para quem o mercado interno continua mostrando "vigor muito grande" a despeito do aumento dos índices de desemprego.
O mercado está mais pessimista que Coutinho. Pela terceira semana consecutiva, o relatório Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central (BC) junto a analistas, rebaixou a previsão de crescimento do PIB este ano.
Na entrevista, Coutinho também defendeu a fórmula criada pelo governo para mudar a remuneração das cadernetas de poupança - depósitos superiores a R$ 50 mil passarão a pagar IR, como forma de evitar a migração de investidores dos fundos de renda fixa. Para o presidente do BNDES, os partidos de oposição aproveitaram o assunto para fazer terrorismo contra o governo. Segundo Coutinho, a tendência de redução da Selic (taxa básica de juros) vai "desafiar alguns paradigmas", como a remuneração fixa para as cadernetas. (Leia mais em O Globo)
Programa social é proteção contra crise, diz ministro
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que programas sociais como o Bolsa Família funcionam como um "guarda-chuva" contra a crise e deixam o país numa situação bem mais confortável do que no passado, quando os governantes costumavam recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e "já iam desabotoando o cinto".
"Antes, o governo sempre quebrava e tinha que adotar medidas como aumentar impostos, cortar gastos de maneira profunda, paralisando certos programas. Para resolver o problema, tinha que buscar ajuda no FMI, no Banco Mundial."
O ministro afirmou que o governo atual, porém, inverteu essa lógica ao ampliar benefícios sociais como o seguro-desemprego e desonerar alguns setores da economia. (Leia mais no Estadão)
Planalto deve adiar projeto sobre poupança
Sem consenso na equipe econômica, texto só deve chegar ao Congresso no 2º semestre; governo também quer evitar "efeito CPI".
Governo avalia que proposta prevendo cobrança de IR de aplicação de mais de R$ 50 mil corre risco de ser afetada pela disputa política com oposição.
A guerra política deflagrada pela criação da CPI da Petrobras e a falta de consenso na equipe econômica deve levar o governo a adiar o envio ao Congresso do projeto que vai taxar as aplicações acima de R$ 50 mil na caderneta de poupança.
Embora a cobrança de IR (Imposto de Renda) sobre os rendimentos da poupança tenha sido anunciada no último dia 13, o governo ainda não tem pronto o texto com a proposta. A ideia é começar a cobrança em janeiro de 2010 por meio do recolhimento mensal na fonte, mas não houve acordo sobre como isso será feito.
Agora, a tendência é que o texto chegue ao Legislativo apenas no segundo semestre, quando o clima pode estar menos desfavorável. Segundo a Folha apurou, a área econômica e os articuladores políticos do governo avaliam que a tramitação da proposta correria risco se fosse enviada em meio às turbulências políticas criadas depois da CPI da Petrobras, dando mais munição à oposição na sua guerra ao Executivo.
A cobrança de imposto sobre as aplicações da caderneta é um tema politicamente sensível e o governo teme os ataques feitos pela oposição, que já criticou a proposta. A palavra final caberá ao presidente Lula, mas tudo indica que o envio será mesmo adiado. Um auxiliar do presidente destacava ontem que o governo tem até o final do ano para aprovar a taxação das cadernetas e que agora o tema ficaria "contaminado" pela disputa no Congresso.
Se o Congresso não aprovar a criação do imposto, a cobrança não poderá ser feita em 2010. A legislação exige que novos impostos ou a elevação de alíquotas seja aprovada no ano anterior ao início da arrecadação. (Leia mais na Folha)
Contas externas têm superávit em abril, o primeiro em 18 meses
No mês passado, conta corrente teve superávit de US$146 mi, diz BC.
Investimentos diretos sobem em abril, mas caem 30% no quadrimestre.
A conta de transações correntes, um dos principais indicadores das contas externas brasileiras, se recuperou em abril deste ano ao registrar um superávit de US$ 146 milhões, segundo números divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central.
Esse é o primeiro resultado positivo da conta de transações correntes, que engloba a balança comercial, os serviços e as rendas, em 18 meses, de acordo com a autoridade monetária. Em março deste ano, o déficit somou US$ 1,64 bilhão.
Razão do superávit — Dados do BC mostram que a recuperação da balança comercial brasileira foi um dos principais motivos para o saldo positivo registrado em abril. No mês passado, a balança teve um superávit de US$ 3,71 bilhões, contra um saldo positivo de US$ 1,77 bilhão março. Além disso, a queda no volume de remessas de lucros e dividendos também contribuiu para esse resultado.
"O superávit [de abril] não surpreendeu. Ficou positivo depois de um longo tempo de déficit. Desde setembro de 2007. Tem duas fontes básicas: a primeira é o ajuste que se vem observando em remessas de lucros e dividendos. Em abril, foram a metade de abril de 2008. Mas o saldo comercial foi muito positivo. Extrapola a sequência de resultados de um bilhão, um bilhão e pouco dos primeiros meses do ano. É um resultado bom, mas não representa mudança de tendência. Em maio, deveremos ter um déficit de US$ 2,3 bilhões. Mas o quadro geral é positivo", avaliou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.
Primeiro quadrimestre — Nos quatro primeiros meses deste ano, segundo o BC, o déficit na conta de transações correntes caiu para menos da metade ao somar US$ 4,87 bilhões, contra US$ 12,67 bilhões em igual período do ano passado.
Além da recuperação da balança comercial, outro fator que contribuiu para a redução do déficit em conta corrente neste ano foi o menor volume de remessas de lucros e dividendos ao exterior. Nos quatro primeiros meses de 2008, foram remetidos US$ 12,35 bilhões em lucros e dividendos para fora do país, valor que recuou para US$ 5,27 bilhões em igual período deste ano.
Investimentos diretos —Já os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 3,40 bilhões em abril deste ano, os maiores desde dezembro de 2008, quando totalizara US$ 8,11 bilhões. Para maio, a expectativa do BC é de um ingresso de US$ 2,6 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
Nos quatro primeiros meses de 2009, porém, os investimentos estrangeiros somaram US$ 8,75 bilhões, os mais baixos para este período desde 2006 (+US$ 4,77 bilhões). Contra o primeiro quadrimestre de 2008 (US$ 12,67 bilhões), a queda foi de 30,9% no ingresso.