quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mobilização e negociação ajudam a conquistar vitória na greve dos bancários que chegou a duas semanas

Greve dos Bancários é vitoriosa, avalia Lourenço Prado da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito)

A greve nacional dos bancários que teve o seu ponto alto a paralização que chega a duas semanas, sustentada por uma mobilização sempre crescente, a ponto de ter sensibilizado os mais duros negociadores que são os banqueiros brasileiros a melhorar a proposta inicial de 4,29% para 7,5% e aceitar reajustes significativos na PLR, como o documento abaixo mostra, e ter registrado também a negociação direta da Contec com Banco de Brasília, com reajuste de 12% mais PLR significativa, coloca a categoria bancária brasileira em outro nível de mobilização nacional e de negociação de suas respectivas entidades sindicais, especialmente suas centrais sindicais. No caso da Contec, o sucesso de nossa negociação se deve à orientação da União Geral dos Trabalhadores, UGT, da qual somos filiados, da orientação que acatamos de preservar os interesses imediatos dos nossos trabalhadores, sem deixar de apoiar o movimento grevista como um todo. O resultado foi a atual vitória que terá reflexos salariais, na mobilização da categoria e na opinião pública nacional e dos correntistas dos bancos que souberam entender e apoiar as razões do nosso movimento.

Veja abaixo a súmula do acordo que fechamos:

nf.10/1331 - CAMPANHA SALARIAL 2010: Dias de greve, Reajuste e PLR

Qua, 13 de Outubro de 2010 11:06

A Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação - CEBNN/CONTEC insistiu, durante as negociações, no abono dos dias de greve. No entanto, os bancos confirmaram que NÃO descontarão os dias parados e que NÃO haverá nenhum reflexo na vida funcional daqueles que aderiram ao movimento paredista.

A proposta dos bancos (FENABAN, BANCO DO BRASIL e CAIXA) é que os DIAS DE GREVE sejam COMPENSADOS até 15 de dezembro de 2010.

- Reajuste:

1. FENABAN - Propõe reajustar em 7,5% os salários dos bancários que ganham até 5.250,00. Para quem ganha acima desse valor, é oferecido um valor fixo de R$ 393,75, garantindo um reajuste mínimo de 4,29%. A proposta ainda é de reajustar em 7,5% os benefícios e verbas fixas, como: o adicional de caixa, adicional de tempo de serviço, auxílio refeição, auxílio cesta alimentação, etc.

2. BANCO DO BRASIL S.A - A proposta é reajustar em 7,5%, TODAS as verbas salarias de TODOS os funcionários do banco. Os benefícios também serão reajustados em 7,5%.

3. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - Propõe reajuste salarial seguindo a regra da Fenaban, de 7,5% em todas as verbas salariais, SEM o teto de R$ 5.250,00. Ou seja, o mesmo índice de reajuste para TODOS os salários dos empregados. Os benefícios também serão reajustados em 7,5%.

- PLR:

1.FENABAN

PLR BÁSICA E PLR ADICIONAL - Mesmas regras da CCT 2009/2010, com todos os valores corrigidos em 7,5%, à exceção do limite individual da Parcela Adicional, cujo valor passará de R$ 2.100,00 para R$ 2.400,00 (14,28%).

2.BANCO DO BRASIL S.A

PLR que contempla 17 mil novos funcionários em relação ao ano anterior, com s seguintes parâmetros:

NRF Especial......................................................................3,0 salários

NRF 01 e 02....................................................................... 3,0 salários

NRF 3................................................................................. 2,3 salários

Primeiros Gestores Rede..................................................... 1,85 salários

Primeiros Gestores Demais ................................................ 1,85 salários

Demais Gestores Rede ...................................................... 1,57 salários

Demais Gestores BB........................................................... 1,57 salários

Analistas e Assessores NRF 04 ........................................... 1,57 salários

Gerência Média Rede .......................................................... 1,55 salários

Demais Gerências Médias.................................................... 1,55 salários

Analistas e Assessores NRF 05 e 06..................................... 1,50 salários

Demais Comissionados ........................................................ 1,47 salários

Escriturários...........................................................................R$ 3.118,08

Caixas Executivos ................................................................ R$ 3.434,99

4.CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

PRL - Regra Fenaban

PLR EXTRAORDINÁRIA - Equivalente a 4% do lucro líquido, distribuídos de forma linear para todos os empregados.

Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação - CEBNN

CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS 2010

EDITORIAL ESTADÃO cita Contec: A eleição e a greve dos bancários

Iniciada há duas semanas, a greve nacional dos bancários é a maior dos últimos anos e, como coincidiu com o 1.º turno da eleição presidencial e com a campanha do 2.º turno, seu desfecho pode levar a uma crise na Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), uma vez que os bancos públicos têm interesses opostos aos dos bancos privados.

Em São Paulo, onde há a maior concentração de bancos privados do País, 54% das agências bancárias impedidas de funcionar, por causa da greve, são basicamente da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Em outras regiões, a paralisia nessas duas instituições - que atendem à clientela de menor poder aquisitivo e executam operações que não são de interesse dos bancos privados - é ainda mais forte, prejudicando, por exemplo, quem depende de uma instituição oficial para receber aposentadoria ou pensão.

Os bancários estão pedindo um reajuste de 6%, a título de reposição da inflação, mais 5% de aumento real e a concessão do 14.º salário. Eles também reivindicam três salários, a título de Participação nos Lucros e Resultados, elevações dos pisos para contínuos, atendentes de telemarketing e funcionários de portaria, escritório e tesouraria e o fim de metas de produtividade, que consideram abusivas. A categoria pleiteia ainda um reajuste automático sempre que a inflação medida com base na variação mensal do Índice do Custo de Vida do Dieese ultrapassar 3%.

Braço sindical da Febraban, a Fenaban propôs um aumento de apenas 4,29% e rejeitou quase todas as demais reivindicações dos bancários. Os bancos públicos, cujos servidores têm direito à estabilidade, são os mais afetados pela greve. Como os dias parados costumam ser compensados, as greves nessas instituições costumam ser longas. Já os bancos privados, cujos funcionários podem ser demitidos a qualquer momento e não recebem pelos dias não trabalhados, resistem às pressões e não têm pressa em chegar a um acordo. Para tentar evitar que os sindicalistas impeçam a entrada de clientes nos bancos, os bancos privados chegaram a entrar nos tribunais com um pedido de interdito proibitório - instituto jurídico que impede manifestações nas portas das agências.

O problema é que as negociações salariais no setor bancário ocorrem numa mesa única, que define as mesmas cláusulas tanto para os bancos públicos quanto para as instituições financeiras particulares. E é por isso que a Fenaban está próxima de um impasse.

Como quase todos os dirigentes das instituições financeiras públicas vieram dos meios sindicais, são simpatizantes do PT ou filiados ao partido e chegaram ao cargo por indicação política, no governo do presidente Lula, eles tendem a ser mais sensíveis do que os diretores dos bancos privados às reivindicações dos bancários. Além disso, como as pequenas cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste são servidas somente pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil, o governo teme que o descontentamento da população dessas cidades acabe prejudicando a candidata governista Dilma Rousseff em regiões onde ela foi bem votada no 1.º turno.

Por isso, os dirigentes dos bancos públicos estão pressionando a Fenaban a chegar o mais rapidamente possível a um acordo, aceitando o que está sendo pedido pelos bancários, cujo dissídio coletivo é no mês de setembro. Uma mostra da disposição das instituições financeiras públicas a acatar o que está sendo reivindicado pelos bancários foi dada pelo Banco Nacional Regional de Brasília (BRB), cuja diretoria acaba de fechar um generoso acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito (Contec). Por meio dele, os bancários terão um aumento de 12% - ou seja, 1% a mais do que o reivindicado pela categoria - e férias de 35 dias, entre outros benefícios.

Como a greve se expandiu na última semana, os dirigentes dos bancos públicos temem que ela possa alastrar-se ainda mais nos próximos dias. E como os bancos privados não querem ter seus interesses pautados por razões eleitorais, isso pode provocar uma crise na Fenaban. (Editorial Estadao)

Após 69 dias, Chile começa o resgate dos 33 mineiros

Primeiro a ser resgatado é Florencio Ávalos, 31, à 0h11 de hoje; até as 2h05, outros dois tinham sido retirados. Operação de retirada deve continuar pelos próximos dois dias; presidente Piñera acompanha processo.
O acampamento Esperanza explodiu de alegria nos primeiros minutos de hoje, quando Florencio Ávalos, 31, emergiu do solo dentro da cápsula Fênix 2, tornando-se o primeiro homem a ser resgatado de profundidade superior a 600 metros.
Até as 2h05, dois outros mineiros -Mario Sepúlveda, 39, e Juan Illanes, 52- também haviam sido retirados.
No total, foram 69 dias confinados, depois que um desmoronamento ocorrido no dia 5 de agosto soterrou 33 homens sob milhares de toneladas de pedra, cobre e terra, dentro da mina San José, no deserto de Atacama.
As cerca de 3.000 pessoas que acompanharam o resgate de Florencio Ávalos no acampamento choraram, gritaram quando se abriu a porta da cápsula de resgate.
Com capacete vermelho, óculos escuros (para proteger os olhos das luzes dos refletores de TV, já que passou os dois últimos meses na semiescuridão), o mineiro dirigiu-se ao filho Byron, que, desfeito em lágrimas, chamava pelo pai.
Durou 16 minutos a subida da Fênix. Tempo angustiante. Jornalistas e parentes sabiam que havia o risco de a cápsula enganchar-se em alguma saliência do poço.
Quando se completavam oito minutos no poço, a polia que enrolava o cabo de aço diminuiu a velocidade de rotação. Era sinal de que Ávalos estava chegando.
Uma sirene soou no meio do silêncio absoluto no acampamento.
A operação de resgate começou às 23h20, quando o resgatista Manuel González, especialista em resgate vertical, com 12 anos de experiência, entrou no poço.
González chegou ao local onde se encontravam os mineiros depois de 16 minutos de viagem. Contato imediato.
Uma câmera mostrou os homens lá embaixo, sem camisa, lembrando a temperatura de 38ºC e ultraumidade reinante sob a terra.
Em seguida iniciou-se a preparação de Ávalos, pai de dois filhos, que atuava como capataz da turma que ficou presa no desabamento da mina San José.
Era o segundo na hierarquia de trabalho subterrâneo, abaixo apenas de Luís Urzúa, o chefe do turno, que será o último a sair (como com os capitães de navios).
À mãe de Florencio e de seu irmão Renan, outro mineiro preso, perguntou-se qual filho ela preferia que saísse antes, já que vem conversando durante o último par de meses com os dois:
"Ambos tem a mesma ânsia de sair. Ambos mereciam. Tenho orgulho pelos dois."
PRIMEIROS OLHOS Ávalos não foi o primeiro só agora. Ele já tinha sido o primeiro rosto a ser visto, quando uma sonda com uma câmera na ponta baixou pelo buraco estreito aberto no dia 22 de agosto, 17 dias depois do desabamento.
Os olhos do filho (única coisa que era possível ver) foram reconhecidos imediatamente pela mãe.
Mineiro experiente, com oito anos dentro das galerias subterrâneas de Atacama, o capataz Florencio sabia -como seus colegas de trabalho- que a mina estava em más condições.
Reclamava para os pais que ela fazia ruídos, como se estivesse se quebrando por dentro.
A mãe diz que ele sofria de hipertensão e que recebeu alta poucas semanas antes do desabamento.
Para tornar-se o primeiro a sair, entretanto, Florencio teve de passar por exames ao longo do período em que passou soterrado. Provou que não tinha mais o problema.
O quarto a ser retirado seria Carlos Mamani, 24, boliviano, único imigrante do grupo dos 33.
Para recepcionar seu compatriota, o presidente da Bolívia, Evo Morales, era esperado no acampamento Esperanza durante madrugada. (Folha)

Desemprego cresce entre os mais pobres

Segundo estudo do Ipea, taxa na classe baixa subiu de 20% para 26% de 2004 para cá. Entre os mais ricos caiu de 4% para 1,4%.

A parcela mais pobre da população desempregada não foi beneficiada pela reativação do mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil. Entre agosto de 2004 e agosto deste ano, a taxa de desemprego dos 20% mais pobres (com renda per capita domiciliar inferior a R$ 203,3 por mês) saltou de 20,7% para 26,27%, enquanto o desemprego total caiu de 11,4% para 6,7%.

Entre os 20% mais ricos (com renda per capita domiciliar superior a R$ 812,3 mensais) a taxa de desocupação despencou de 4,04% para 1,4% nesse mesmo período.

As informações são de levantamento inédito feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base nos dados da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números apontam para uma realidade mais dramática. Por si só, o forte crescimento da economia e do emprego formal não está sendo suficiente para fazer com que os mais pobres possam ter as mesmas oportunidades que as pessoas com maior renda têm de encontrar uma ocupação.

"As dificuldades enfrentadas por essas pessoas estão diretamente relacionadas com a baixa escolaridade", afirma o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.

A questão é que o crescimento do emprego veio acompanhado de uma competição muito grande entre as empresas por trabalhadores qualificados. Quem não está preparado geralmente fica de fora.

De acordo com o levantamento do Ipea, apenas 41,8% dos desempregados mais pobres frequentaram bancos escolares por período de 11 anos ou mais. Entre os mais ricos, o número sobe para 86,1%.

Discriminação — Outro fator que também pesa contra os mais pobres é a discriminação racial, tratamento injusto que ainda persiste em alguns setores do mercado de trabalho, mesmo que de forma velada. Os dados levantados pelo Ipea indicam que só 23,3% dos desempregados pertencentes a famílias de baixa renda são brancos. Já a parcela dos desempregados de famílias mais abastadas é composta por 72,5% de brancos.

Nos últimos seis anos, o número de desempregados no chamado Brasil metropolitano caiu de 2,442 milhões para 1,6 milhão. Mas, a quantidade de desempregados de baixa renda aumentou de 652,1 mil para 667,7 mil.

"A persistir essa desigualdade, o que se pode esperar é que a distribuição dos salários vai voltar a ficar mais desigual", diz o economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio. Os salários dos mais ricos vão crescer mais rapidamente do que os salários dos mais pobres. "Vai ter menos gente qualificada se oferecendo no mercado de trabalho, porque está todo mundo empregado, e as empresas vão disputar esse tipo de profissional, que é cada vez mais raro, e mais c aro, no mercado", avalia. (Estado)

Brasil volta a cair em ranking de igualdade entre sexos

Boa notícia para as mulheres do mundo, mas não para as brasileiras: a igualdade entre os sexos está aumentando na grande maioria dos países, segundo o ranking do Fórum Econômico Mundial chamado Gender Gap, no qual o Brasil caiu da 81ª primeira para a 85ª posição este ano. Desde que o estudo começou a ser feito, em 2006, 86% dos países estudados aproximaram as condições de vida e de renda entre mulheres e homens; o Brasil, porém, ficou no mesmo lugar, com uma melhora insignificante, na faixa de 1%, na taxa de igualdade.

Para a economista Saadia Zahiri, uma das coordenadoras do estudo e diretora do programa de liderança para mulheres do Fórum Econômico Mundial, os resultados mundiais são animadores, e revelam o acerto de algumas políticas públicas adotadas nos mais diversos países.

- O que mais nos anima é que estamos vendo avanços tanto no topo do ranking quanto na parte de baixo, nos países que já estavam bem e em outros que conseguiram resultados importantes nos últimos anos. Não apenas na Noruega ou na Finlândia, mas também em países como os Emirados Árabes - disse Saadia.

Os 14 indicadores do Gender Gap incluem acesso à educação, expectativa de vida, participação no mercado de trabalho, remuneração, participação política (número de mulheres no Congresso e nos altos escalões do governo). Aqueles em que o Brasil vai pior são a desigualdade na remuneração - o estudo aponta que a mulher brasileira ganha pouco mais da metade do homem para fazer o mesmo trabalho - e a baixa participação política, com apenas 9% de mulheres no Congresso.

A pesquisadora nota que o Brasil melhorou muito, em termos de igualdade, na esfera da educação fundamental e básica, nos níveis de alfabetização, e que, no que diz respeito ao ensino universitário, as mulheres já ocupam mais vagas que os homens.

- Isso é extremamente importante nesse momento, em que o país está mudando de perfil, passando a ser uma economia mais voltada para a inovação e o conhecimento. É preciso assegurar que todo esse talento vai ser integrado à economia, mas quando você olha os níveis de participação na economia, as mulheres têm 64%, contra 85% dos homens, uma diferença enromeenorme. - observa Saadia.

O grande problema do Brasil, segundo a economista, é que a integração de grandes contingentes de mulheres às escolas e ao mercado de trabalho não está se traduzindo em maior igualdade de renda. Em termos de percepção sobre salários, os executivos brasileiros acreditam que as mulheres estão ganhando pouco mais da metade da remuneração dos homens para fazer o mesmo trabalho: US$ 7 mil anuais, em média, para mulheres, US$ 12 mil para homens. A percepção de igualdade de salários, se fosse o único indicador, colocaria o Brasil na 123ª posição, e, nesse indicador, o Brasil vem piorando a cada ano.

As mulheres brasileiras já são maioria nas ocupações com formação técnica ou universitária (52%), mas apenas 36% chegam aos postos de comando, o que é apontado pelo estudo do Fórum Econômico Mundial como um dos índices de maior desigualdade de gênero no país.

O Brasil vai mal na comparação com os vizinhos: a Argentina aparece na 28ª posição no ranking, e o Chile, na 48ª.

Quatro países nórdicos se mantiveram no topo da lista: Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. São países que se saem bem em todos os pontos aferidos pelo Fórum, e já reduziram a desigualdade entre gêneros em mais de 80%. Na Suécia, a licença pelo nascimento de um filho é em média de um ano, podendo ser estendida com redução proporcional de salário, mas tem que ser exercida ao menos em parte pelo pai. São cada vez mais frequentes os casos de famílias em que marido e mulher dividem em proporções mais equilibradas, ou até iguais, o tempo de licença.

- É claro que os países nórdicos têm níveis de impostos muito altos, e que suas políticas são difíceis de reproduzir ao redor do mundo. Mas há muitas coisas que podem ser aplicadas em outros lugares, como a igualdade na distribuição de cargos nos conselhos e a substituição do conceito da licença-maternidade pelo de uma licença para os pais - afirmou a pesquisadora.

Em escala global, a presença de mulheres em cargos políticos, que era de 14% em 2006, subiu para 18% este ano, revelam os dados do estudo.

Os Estados Unidos subiram no ranking, chegando à 19ª colocação, principalmente devido à nomeação de um grande número de mulheres para cargos importantes no governo do presidente Barack Obama, entre os quais a secretária de Estado, Hillary Clinton. Segundo Saadia, a importância de modelos reais nos quais as pessoas se inspirem é grande.

- Há um impacto dos modelos de liderança: ter um exemplo de liderança feminina afeta enormemente a próxima geração, seja na política, nos negócios ou em qualquer campo. Um exemplo tão físico, tão palpável, afeta a dinâmica do processo.

Na Ásia, o melhor desempenho foi o das Filipinas, um dos únicos oito países do mundo a já ter eliminado as diferenças entre os sexos nos indicadores de saúde e educação. (O Globo)