quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Brasil, aos poucos, sinaliza com o fim da crise. Mas ainda faltam muitos empregos a serem criados para realmente entrarmos em nova fase

Construção garante melhor mês do emprego

De repene, o otimismo mais ou menos exagerado está nas manchetes. É hora de nós, trabalhadores, adotarmos, como sempre, a cautela. Principalmente, porque nossa medida de superação da crise tem como referência a geração de empregos. Milhões de empregos. Pois a cada ano, seriam necessários a geração de mais de dois milhões de novas vagas para assimilar os jovens que chegam ansiosos para contribuir com o crescimento do País. Se empatarmos este ano, já está bom demais. Mesmo assim estaremos melhor que muitos países do mundo e da América Latina que tiveram reduções significativas nos seus PIBs. Vamos então ler e discutir as tendências. Manter a calma. E não perder o foco no emprego, na manutenção do valor dos salários, na fé inabalável que a classe trabalhadora tem no Brasil.

Leia mais: O mercado de trabalho formal do País recuperou o fôlego em julho, com a abertura de 138,4 mil novos empregos. Foi o melhor saldo líquido mensal entre contratações e demissões este ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem. As contratações na indústria chegaram a 17,3 mil, mas, no ano, as demissões ainda superam as admissões.
O total de vagas abertas em julho elevou em 0,43% o estoque de empregos formais, para 32,4 milhões. De janeiro a julho, somam 437,9 mil as vagas criadas, o que representa um acréscimo de 1,37% ante o estoque de empregos existente em dezembro de 2008.
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou que o desempenho de julho "consolida o processo de recuperação" do mercado formal, pois o saldo do mês ficou próximo da média de 140 mil vagas criadas nos meses de julho dos anos de 2003 a 2008. "O Brasil já está vendo a crise pelo retrovisor", disse Lupi.
O resultado de julho mostrou que o mercado de trabalho retomou a tendência de alta perdida em junho, ante maio. No entanto, a abertura de 138,4 mil vagas é quase 32% menor que as 203,2 mil ocupações criadas em julho do ano passado.
Para agosto, o ministro aposta num saldo melhor que o de julho. "Teremos um agosto de bom gosto", brincou, sem prever números. Lupi mantém a previsão de geração de pelo menos 1 milhão de empregos formais em 2009.
CONSTRUÇÃO CIVIL — Embaladas pelas obras públicas e pela expansão do mercado imobiliário, as empresas da construção foram as que mais contrataram em julho. O saldo líquido de empregos formais no setor foi de 32,1 mil, o segundo melhor resultado da série histórica do Caged para meses de julho. O recorde ainda é julho de 2008, quando foram criados 35 mil empregos formais.
Com os 17,3 mil postos de trabalho abertos em julho, a indústria de transformação, responsável por cerca de um terço das vagas com carteira assinada do País, voltou a apresentar número significativo de empregos. No mês anterior, o setor havia criado apenas 2 mil vagas.
Lupi avaliou que o crescimento no setor é consistente. "A indústria saiu da crise e deve se recuperar ainda mais", comentou. Normalmente, é entre os meses de julho e setembro que as indústrias aceleram a produção e contratam empregados temporários para abastecer o comércio para as vendas de fim de ano.
O setor de serviços abriu 27,6 mil novas vagas em julho e acumula 263 mil novos postos no ano. Já o comércio, gerou no mês passado 27,3 mil novos empregos e reduziu o saldo negativo do ano para 5,6 mil.
Todas as regiões do País tiveram bom desempenho na criação de empregos em julho, com destaque para São Paulo (52,8 mil), Bahia (9,7 mil), Rio de Janeiro (9,6 mil) e Ceará (9,5 mil). As novas contratações nesses Estados foram mais fortes no comércio, nos serviços e na agropecuária. (Leia mais no Estadão)

Ford projeta crescimento de 9% nas vendas

Cálculos preliminares da Ford indicam que, mesmo com o fim da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos veículos, as vendas devem chegar a 3,1 milhões de unidades em 2009, alta de 8,8% em relação a 2008. A Anfavea, a associação do setor, prevê 3 milhões de unidades -uma alta de 6,4%.
Com a volta do IPI, que será aplicado gradativamente, a Ford estuda uma forma de não repassá-lo imediatamente, e de uma só vez, aos preços. "Mas haverá aumentos, inevitavelmente", diz Marcos de Oliveira, presidente da Ford do Brasil e a América do Sul.
As estimativas da Ford, divulgadas ontem durante evento comemorativo de seus 90 anos no Brasil, já levam em consideração o retorno do IPI.
Em 2010, a montadora espera um crescimento de vendas entre 3% e 5% para todo o setor, devido ao aquecimento da economia e a oferta de crédito na praça.
Outro sinal de otimismo: enquanto a produção do setor sofrerá retração de 13%, a Ford está cortando a sua em apenas 7%, ainda segundo Oliveira. Isso porque a montadora espera fechar 2009 com 10,6% de participação de mercado, ante os 9,7%, registrados no ano passado. (Leia mais na Folha)

Ipea rebaixa previsão de crescimento da economia brasileira em 2009

Devido à queda de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano em relação ao último de 2008, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) rebaixou sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2009 para entre 0,2% e 1,2%. A projeção anterior da instituição era de expansão entre 1,5% e 2,5%.

- Na nossa avaliação, nós perdemos o primeiro trimestre. Então, a nossa estimativa para o ano ficou menor - disse o diretor de Estudos Macroeconômicos do Ipea, João Sicsú.

Saldo em transações correntes — Por outro lado, o Ipea melhorou a sua projeção para o saldo em transações correntes. No início do ano, o órgão previa um déficit entre US$ 18 bilhões e US$ 25 bilhões. Agora, mais otimista, a estimativa é que o déficit fique entre US$ 10,5 bilhões e US$ 17,5 bilhões. No ano passado o saldo negativo chegou a US$ 28,3 bilhões.

- As exportações não caíram tanto quanto prevíamos, ao passo que as importações caíram mais do que imaginávamos - explicou Sicsú. (Leia mais em O Globo)

Emprego na indústria paulista está próximo da estabilidade, diz Fiesp

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já admite que a indústria paulista está muito próxima de apresentar dados estáveis de emprego e, em seguida, mostrar recuperação.

"É razoável pensar que, no mês que vem, o indicador (Índice de Nível de Emprego Estadual e Regional da Fiesp) possa vir com variação zero", afirmou o diretor do Departamento de Economia da entidade, Paulo Francini, enfatizando, no entanto, que é necessário cautela, pois uma recuperação no segundo semestre deverá ser lenta, diante da força com que a crise atingiu o setor.

Os dados apresentados hoje pela Fiesp confirmam essas expectativas. O nível de emprego da indústria de transformação paulista recuou pelo décimo mês consecutivo, em 0,32% em julho, ante o mês anterior, com ajuste sazonal. A queda, no entanto, foi menor do que a retração de 0,42% e de 0,65% registradas em junho e maio, respectivamente.

Nos dados não ajustados, os patamares do indicador ficam ainda mais próximos de zero, com queda 0,16% em julho. Enquanto em junho foram fechadas 8 mil vagas na indústria de São Paulo, em julho, 3,5 mil pessoas perderam o emprego.

Quando se observa a evolução nas cidades do Estado, o caminho na direção da estabilidade também fica evidente. Segundo Francini, em julho, 60% das diretorias regionais paulistas ficaram na faixa chamada de semi-estabilidade, ou seja, no intervalo de variação -0,5% a +0,5% do indicador de emprego, o que indica uma tendência a zero. No mês anterior, esta proporção ficava em 44% e, em maio, em 42%. (Leia mais em O Globo)

Instalada comissão sobre proposta que amplia licença-maternidade

Foi instalada nesta terça-feira (18), a comissão especial criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 30/07, da deputada Angela Portela (PT/RR), que aumenta o período obrigatório de licença-maternidade para seis meses.

Após a instalação do colegiado, a deputada Cida Diogo (PT/RJ) foi eleita presidente, e a deputada Rita Camata (PMDB/ES) designada relatora da proposição.

A data para a próxima reunião do colegiado ainda não foi definida. (Agência Diap)