sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Trabalhadores são os primeiros a pagar (sem ter culpa) pela crise mundial

Desemprego, a terceira fase da crise financeira global

Os números relacionados com o desemprego são incertos mas todos são de uma grandeza monumental e preocupantes. Em recente reunião da qual participamos na OIT em Genebra analistas chegaram a sugerir 20 milhões de desempregados vítimas da crise económica mundial. Torcemos para que não cheguemos a tanto, pois seria uma verdadeira catástrofe. Mas é bom termos consciência da imensidade da crise, um tsunami e não uma marola, para pressionar nossos governantes a aumentar a mobilização e as ações para proteger os empregos, os salários, especialmente, dos extratos sociais que ganham menos.

Leia mais:  A crise financeira transformou-se em uma crise na economia real e políticos já alertam para a terceira fase: a crise social. Na Europa, são quase 10 mil novas demissões a cada dia. Nos EUA, relatório apontou a perda de mais de 1,2 milhão de postos de trabalho entre janeiro e novembro e considerou esse o principal fator para determinar que o país está em recessão desde dezembro do ano passado. No Brasil, os indicadores de emprego ainda resistem, mas o desaquecimento da atividade provocado pela crise global já dá sinais de que esse quadro pode ser afetado.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o número de desempregados nos países que integram a organização poderá aumentar em 8 milhões nos próximos dois anos apenas. O desemprego poderia subir dos atuais 34 milhões para 42 milhões até 2010. Veja abaixo a evolução do desemprego nas principais economias do mundo. (Leia mais no Estadão)

Projeto proíbe demissão de marido de grávida

Predomina, a nosso ver, a proteção à família, à convivência entre pais num momento determinante para a reprodução da família e de nossa sociedade. A mãe precisa de proteção econômica e emocional. Com o emprego do marido ou companheiro garantido, pelo menos durante o período de gestação, temos certeza que teremos mães, filhos e pais mais estáveis emocionalmente.

Leia mais:  A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou hoje projeto de lei que proíbe a demissão sem justa causa do trabalhador cuja esposa ou companheira esteja grávida. O período vale a partir da concepção presumida, comprovada por laudo médico. Se aprovada, a lei não se aplicará ao profissional contratado por período determinado. De acordo com o Projeto de Lei 3829/97, de autoria do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o empregador que desrespeitar a norma deve pagar multa corresponde a 18 meses de remuneração ao empregado. A proposta segue para votação no Senado.

De acordo com informações da Agência Câmara, originalmente o projeto concedia "estabilidade de emprego" ao trabalhador cuja mulher estivesse grávida. O termo foi retirado do texto, que passou a proibir a dispensa arbitrária ou sem justa causa. (Mais informações no Estadão e Agencia Câmara)

Comissão da Câmara aprova cadastro positivo e considera prática abusiva o valor de um produto à vista ser o mesmo da soma de sua venda a prazo

O bom pagador será protegido. O que é muito bom, pois incentivará as empresas a se relacionarem com seus clientes de maneira respeitosa, pois o bom pagador terá crédito no concorrente caso seja desrespeitado. E acaba também com essa verdadeira enganação de obrigar o comprador a pagar os juros embutidos nas mercadorias, ao se recusar a dar descontos para pagamento à vista.

Mais informações: A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou em caráter terminativo (ou seja, sem necessidade de votação no plenário) dois projetos que afetam os consumidores.

Um deles cria o chamado cadastro positivo de clientes do comércio; o outro considera prática abusiva o valor de um produto à vista ser o mesmo da soma de sua venda a prazo.

Ambas as votações ocorreram de forma simbólica, sem registro nominal dos votos. Caso não haja recurso de deputados para votação em plenário, eles seguem para o Senado.

O cadastro positivo de clientes é defendido principalmente pelo setor bancário como justificativa para que haja queda nos juros cobrados para aqueles consumidores que honraram seus compromissos.

O projeto que torna prática abusiva a venda à vista pelo mesmo preço a prazo afetaria lojas de varejo que anunciam a venda de produtos a determinado preço, com possibilidade de divisão do valor em seis, dez, 12 ou mais vezes sem juros. (Leia mais na Folha)

INFLAÇÃO DOS MAIS POBRES TEM MAIOR ALTA EM 4 ANOS

Notícia óbvia. Os pobres sempre pagam o pato primeiro. Tendo a renda prejudicada, perdendo emprego e sofrendo todas as consequências da crise. Por isso, insistimos nas contrapartidas sociais.

Leia mais: O custo de vida das famílias de renda mais baixa subiu com força neste ano e supera a taxa média de inflação, segundo a FGV. O IPC-C1 acumula alta de 6,76% de janeiro a novembro -percentual que em 11 meses já é maior que todas as taxas anuais desde 2004. A taxa média de inflação está em 5,53%. Já em novembro, o IPC-C1 cedeu para 0,38%, contra 0,66% em outubro.

Governo cria Confederação Nacional de Serviços

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, autorizou hoje a criação da Confederação Nacional de Serviços (CNS), entidade privada similar à Confederação Nacional da Indústria (CNI), à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional do Comércio (CNC).

A CNS nasce representando de 500 mil a 600 mil pequenas e médias empresas do setor de serviços, que empregam, juntas, cerca de 2 milhões de pessoas no País, segundo informação de Luigi Rese, presidente da Associação de Empresas do Setor de Serviços, uma entidade de caráter associativo, que será substituída pela CNS.

Rese teve hoje audiência com Lupi, na qual foi assinada a portaria que cria a confederação. A portaria autorizando a criação da CNS deve ser publicada amanhã no Diário Oficial da União (D.O.U.). A nova entidade terá caráter sindical.

"A CNS vai representar os setores de serviços, excetuando comércio, transportes, saúde e finanças, que têm suas próprias representações, como informática, comunicações, telemarketing e serviços gerais", comentou Rese, ao deixar o Ministério do Trabalho. (Leia mais no Estadão)