segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Saída da atual crise econômica passa pela mobilização do sentimento de pátria dos líderes setoriais envolvidos

Brasil tem cenário melhor que resto do mundo, diz OCDE

Vivemos uma época em que temos que tomar cuidado com notícias otimistas demais e controlar as que são pessimistas em excesso. A crise financeira mundial está em processo de contaminação global, afetando vários setores econômicos simultaneamente.  Cabe a todos nós a busca do maior realismo possível e nos manter sempre mobilizados e prontos para usar nossa imensa criatividade. Dos governos se espera açoes a favor da sociedade, proteção aos mais fracos, manutenção dos níveis de emprego e do valor dos salários, para preservar os mercados internos.

Leia mais: Tendência no país permanece de avanço, enquanto perspectiva global é de forte desaceleração.  Entre os países analisados, só o Brasil não aparece em desaceleração; em outubro de 2007, apenas três não tinham cenário positivo.

Em um cenário de aprofundamento da desaceleração para a economia global em outubro, o Brasil aparece como o único ponto positivo, apesar de já dar sinais de recuo. Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), entre os principais industrializados e emergentes como China e Índia, só o Brasil não aponta para uma "forte desaceleração".

De acordo com relatório mensal da entidade que reúne 30 dos países mais ricos do mundo, os dados "continuam a apontar para um enfraquecimento em todas as sete grandes economias, mas, comparado com o mês anterior [setembro], o cenário se deteriorou significativamente para as economias que não integram a OCDE, com China, Índia e Rússia agora também enfrentando fortes desacelerações". O Brasil, diz a OCDE, está em um cenário de inflexão, isto é, está em expansão, mas a curva aponta para uma perda de ritmo.

Entre os 31 países analisados pela OCDE, apenas o Brasil não aparecia com forte desaceleração em outubro. Cenário bem diferente do registrado no mesmo período de 2007: nessa época, apenas Japão, Coréia do Sul e Nova Zelândia, entre os 34 países estudados, apareciam em cenário de desaceleração.

Em outubro do ano passado, o mundo já começava a sentir os efeitos da crise, mas eles ganharam ainda mais força nos últimos meses, especialmente a partir de setembro, quando ocorreu o pedido de concordata do banco de investimento americano Lehman Brothers.

Para chegar a essa previsão, a OCDE usou os chamados indicadores antecedentes, que são vários dados dos países aglutinados para "tentar indicar momentos de mudanças na atividade econômica com aproximadamente seis meses de antecedência". Ele é, por isso, considerado um termômetro para as economias dos países.

No caso brasileiro, em que são usados dados como produção industrial e exportações, o índice da entidade mostra tendência de crescimento desde junho de 2006.

No final do mês passado, a OCDE previu que a economia brasileira vai se desacelerar. Segundo ela, o PIB brasileiro vai se expandir em 5,3% neste ano e 3% em 2009 -mesma estimativa que foi feita dias antes pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).(Leia mais na Folha)

Equipe econômica leva a Lula na próxima semana medidas que envolvem isenção fiscal.

O governo brasileiro, como você pode ler nesta e na próxima notícia, tem se esforçado e acertado. Falta apenas que os setores econômicos beneficiados adotem o patriotismo que se espera de empresários e líderes corporativos (sejam eles banqueiros ou donos de indústria) neste momento de crise.

Leia mais: Governo estuda reduzir alíquota de IOF e antecipar em até 20 dias o pagamento por obras públicas para reforçar caixa de empresas.

A equipe econômica entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana, um novo pacote de medidas para tentar injetar recursos na economia, aliviar o caixa das empresas e estimular a demanda e o crescimento em 2009.

O montante dos recursos e os setores beneficiados, porém, serão decisão do presidente já que envolve renúncia fiscal.

Na avaliação da equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda), como a perspectiva é de queda na arrecadação em 2009 por causa de ritmo menor de crescimento, não será possível adotar todas as medidas de uma vez. Nas palavras de um assessor da Fazenda, o pacote inclui um pouco mais de tudo do que já foi anunciado. Uma das opções apresentadas é a redução do IOF para estimular o crédito, medida que não conta com a simpatia de toda a equipe econômica. Há resistências a essa proposta até mesmo na Fazenda.

A renúncia fiscal se a alíquota do IOF voltar aos níveis de janeiro, antes do aumento feito num momento de forte expansão, pode chegar a até R$ 12 bilhões, que corresponde ao valor arrecadado a mais neste ano. Ontem, em reunião com empresários na Fiesp, em São Paulo, Mantega antecipou a preparação do pacote. Segundo a Folha apurou, devem ser beneficiados os setores agrícola, automobilístico, de bens de capital e de construção civil.

Mantega não deu detalhes das medidas que serão adotadas, mas adiantou que, no caso da construção, trata-se de liberação de capital de giro. O setor vem tendo vários encontros com autoridades do governo.

Um dos pedidos do setor para reforçar o caixa das construturas foi a antecipação em 20 dias do prazo de pagamento das faturas de obras públicas. Segundo Paulo Safady Simão, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Construção Civil), a quitação é feita com 30 dias, e o pleito é para que ela ocorra com dez dias. "Isso daria mais caixa.

O ministro Mantega e Paulo Bernardo (Planejamento) acham que isso é possível." A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) juntou empresários dos mais importantes do país -como Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Clodorvino Belini, da Fiat, Ivoncy Ioschpe, da Ioschpe-Maxion, e Ivan Zurita, da Nestlé- para que eles pessoalmente relatassem a Mantega os problemas pelos quais estão passando.

"Pedi que todos falassem franca porém respeitosamente.

É importante que o governo ouça as dificuldades de quem vive a crise no dia-a-dia", afirmou Paulo Skaf, presidente da entidade. Foi em resposta a essas preocupações que o ministro contou do pacote. A avaliação apresentada pelos empresários ao ministro, em São Paulo, é de que o crédito internacional continua "zerado". Mantega ouviu reclamações de que o acesso ao crédito piorou nesta semana, e os empresários não acreditam que os bancos públicos terão capacidade de atender à demanda. (Folha)

Governo prepara conjunto de medidas anti-crise — O governo está montando um arsenal de medidas para enfrentar a virada deste ano e o primeiro semestre de 2009, período que ele trata internamente como os ?seis meses terríveis? da crise mundial de crédito. A primeira das medidas de curto prazo é um ataque ao spread cobrado pelos bancos nos empréstimos ao setor produtivo. Na avaliação do Planalto e da equipe econômica, o crédito disponível no País, a demanda por esse dinheiro e a solidez do sistema financeiro não justificam as taxas de risco altíssimas (spread) cobradas em cima dos gordos juros já fixados pelo Banco Central na Selic (hoje de 13,75%).

Ministros ouvidos pelo Estado ao longo da semana passada, todos do círculo que discute cotidianamente a crise com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consideram que os bancos ?estão demorando? a baixar os spreads. Para o governo, ?o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm capacidade de liderar um processo de baixas dos spreads, para que essas taxas de risco voltem aos níveis normais, tanto em valor quanto em prazo?. Juntos, os dois bancos públicos respondem por cerca de 40% do crédito, montante considerado suficiente para influenciar o sistema financeiro.

Além da exorbitância cobrada das pessoas físicas no cheque especial, com taxas que chegam a 188% ao ano, o governo estocou exemplos recentes do que considera spreads despropositais, mesmo em tempo de crise. A Petrobras quis tomar dinheiro no mercado e lhe foi oferecida uma taxa de 135% acima do CDI. A Caixa emprestou a 108% do CDI. Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não quis se manifestar sobre os planos do governo nem sobre os spreads praticados.

Compulsório — A outra decisão é fazer novas liberações de compulsórios, mas impondo aos bancos exigências que sirvam para alimentar a oferta de crédito. O governo ainda tem R$ 160 bilhões de compulsório para liberar, depois de ter disponibilizado R$ 95 bilhões - em outubro, o BC exigiu como contrapartida a compra de carteiras de crédito de instituições financeiras pequenas e médias com problemas de liquidez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Governo de SP lança agência com R$ 10 bi

A iniciativa do governo Serrra é política mas não é politiqueira. Neste momento de crise mundial, devemos alinhar a favor do Brasil e do seu povo todas as iniciativas, especialmente, as políticas.

Leia mais: O governo de São Paulo lança hoje a Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade), com carteira de R$ 10 bilhões distribuídos em 40 projetos de diversos setores da economia, número que o governo pretende dobrar no futuro.

A agência herda projetos da Secretaria de Desenvolvimento do Estado e tem a meta de atrair investimentos nacionais e internacionais para expandir empresas no Estado. A entidade terá um conselho deliberativo composto por secretários de Estado e empresários, além de um presidente e até três diretores.

No mês passado, o governador José Serra (PSDB) havia dito que a agência de fomento receberia R$ 1 bilhão dos R$ 5,4 bilhões obtidos com a venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil. (Leia mais na Folha)

Lula deve liberar R$ 2 bi para as cooperativas rurais

A agricultura familiar, que gira em torno das cooperativas agrícolas, merece toda a atenção e financiamento do governo federal. É elogiável a iniciativa do governo federal, através do Ministro da Agricultura, para preservar a produção familiar agrícola e ajudar o Brasil a sair o mais rapidamente possível desta crise que será imensa mas não será eterna. Os brasileiros são muito maiores que a crise.

Leia mais:

A pedido do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura), o governo deve liberar nos próximos dias uma linha de R$ 2 bilhões de crédito para as cooperativas agrícolas, informa o blog do Josias.

A intenção do governo é a de prover capital de giro aos agricultores --principalmente pequenos e médios produtores--, atenuando os efeitos da escassez do crédito sobre a atividade agrícola.

Ao lado da construção civil, a agricultura é vista como área estratégica pelo ministro Guido Mantega (Fazenda). Estima-se que o setor empregue 18 milhões de brasileiros.

Agricultura e Fazenda estudam outras medidas para socorrer o campo. Uma das providências sob análise é a abertura de uma linha de crédito também para as empresas de fertilizantes. O valor ainda não foi definido, mas estima-se algo em torno de R$ 2,5 bilhões. (Leia mais no Blog do Josias)