quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Decisão a favor do País e um alerta aos agiotas


por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) apóia a decisão do Copom em reduzir a Taxa Selic em 0,5 pontos. Lamenta apenas ter faltado ousadia a favor do Brasil e se adotar uma redução mais enérgica, de pelo menos um ponto percentual. Isso sim, seria uma decisão pelo Brasil, pela geração de empregos e pela prudução, mesmo assim é um alerta aos agiotas e especuladores de que nossa economia tem novo rumo e que aagitoagem no País está com os dias contados.   

BC corta juro de novo para segurar economia
Instituição reduz em 0,5 ponto a taxa básica de juros para atenuar efeitos da crise internacional sobre o Brasil. Expectativa é que inflação desacelere a partir deste mês, e fique dentro do limite fixado pelo governo em 2012De olho no crescimento da economia no ano que vem, o Banco Central decidiu baixar mais uma vez a taxa básica de juros da economia, que serve como referência para os bancos fixarem o custo de empréstimos no país.
A taxa foi reduzida em meio ponto percentual, para 11,5% ao ano. O objetivo do BC é evitar que o agravamento da crise na Europa e nos Estados Unidos esfrie demais a economia brasileira nos próximos meses.
Ao justificar a decisão, o BC reafirmou em nota a estratégia que adotou para conter a inflação mesmo afrouxando os juros, principal instrumento de que dispõe para segurar os preços.
A decisão do BC era esperada pelos economistas do mercado, que em geral acham a escolha feita pelo BC muito arriscada, porque a inflação subiu muito neste ano.
O BC pretende fazer a inflação se reaproximar do centro da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%, no ano que vem. Nos 12 meses encerrados em setembro, a inflação atingiu 7,31%, acima do limite superior da meta, 6,5%.
Diante da expectativa do BC de que o crescimento mundial terá uma queda mais brusca, com reflexos na economia brasileira, chegou-se a especular nas últimas semanas que o corte poderia ser mais agressivo.
Mas a decisão de cortar a taxa em meio ponto foi unânime entre os diretores do BC.
Segundo assessores da presidente Dilma Rousseff, o governo espera que o afrouxamento dos juros dure o tempo necessário para evitar que a economia cresça em 2012 menos do que neste ano, quando o governo conta com uma expansão de 3,5%.
Um corte maior na taxa seria motivo de comemoração no Planalto, mas o governo também se preocupa com a inflação, que tende a crescer se a economia ficar muito aquecida. Por isso, o governo prefere que a redução dos juros seja feita num ritmo mais moderado, ao longo de um período de tempo maior.
Assessores de Dilma acham que o ideal seria chegar ao fim do próximo ano com uma taxa de juros de um dígito e crescimento da economia perto de 4%.
O Banco Central acredita que a inflação começará a cair a partir deste mês. Na avaliação do governo, o crescimento deste ano já está praticamente definido.
Agora, todo o trabalho da equipe econômica será voltado para garantir o crescimento da economia brasileira no ano que vem. (Folha)

Brasil cai para 126º em ranking de ambiente de negócio
Relatório do Banco Mundial avalia desde facilidade para abrir empresa à inadimplência em 183 países. Chile, México e Argentina superam país; asiáticos, como Cingapura e China, lideram a lista.
Apenas 57 países têm ambiente para negócios pior do que o Brasil, afirma estudo anual do Banco Mundial lançado hoje. O país é o 126º dos 183 avaliados no relatório "Doing Business 2012" (Fazendo negócios em 2012) - queda de seis posições.
O relatório elogia o país por ter "melhorado o sistema de informação sobre crédito ao permitir que agências privadas coletem e divulguem dados positivos", o cadastro positivo, lei que cria uma lista de bons pagadores que ajuda empresas e instituições financeiras a decidirem a quem emprestar dinheiro.
Ainda assim, o Brasil tem um dos piores ambientes da América Latina: enquanto o Chile ficou em 39º, o México, em 53º, e a Argentina, em 113º, superamos apenas vizinhos politicamente instáveis, como Honduras, Equador, Bolívia e Venezuela (o país de Hugo Chávez é o 177º).
Na conta do Banco Mundial, estão na Ásia os países com melhor ambiente para negócios hoje: Cingapura lidera o ranking, seguida por Hong Kong e a ex-comunista China (Nova Zelândia, EUA e Dinamarca vêm em seguida).
O índice é calculado com base em dez indicadores, como facilidade em abrir um novo negócio e índices de inadimplência, além de questões práticas, como obter uma conexão elétrica. (Folha)


Renda sobe mais para quem não tem diploma
Remuneração do assalariado com ensino médio tem crescido, enquanto de quem tem curso superior estagnou
Enquanto empresas reclamam da falta de profissionais qualificados, pesquisas mostram que os maiores reajustes salariais têm sido destinados a quem não tem curso superior. Já a renda média de quem tem diploma universitário está praticamente estagnada.
Em 2007, quem tinha curso superior ganhava 168% mais do que aqueles que pararam no ensino médio, segundo um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). Dois anos depois (dado mais recente), o número caiu para 156%.
Isso ocorre porque a remuneração dos menos instruídos tem subido mais do que a dos diplomados. De 2003 a 2010, a renda dos que têm curso superior aumentou apenas 0,3%, enquanto a da população ocupada em geral, 19%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para especialistas, um dos fatores que explicam esse movimento é a política de reajuste do salário mínimo, que leva em consideração não apenas a inflação, mas o crescimento do PIB (produto interno bruto). "O salário mínimo vai aumentar 14% no ano que vem. Provavelmente vai ser o maior reajuste de todos", afirma o pesquisador Arnaldo Mazzei Nogueira, professor da FEA-USP e da PUC-SP.
Com o aumento do mínimo, os sindicatos passam a pressionar também por elevações maiores nos pisos das categorias, explica o economista Sérgio Mendonça, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). O resultado é um reajuste maior para os cargos mais baixos e um pouco menor para as funções médias ocupadas por quem tem curso universitário.
Mendonça observa, ainda, que a maior parte das vagas criadas nos últimos anos oferece uma remuneração entre dois e três salários mínimos e não exige diploma. Entre 2006 e 2010, foram gerados 2,1 milhões de empregos para quem tem superior completo e 6 milhões para quem tem nível médio.
Diploma insuficiente -- Outro fator que explica a estagnação salarial da população com curso superior é o fato de que cada vez mais pessoas entram nesse grupo - e nem todas obtêm um aumento de remuneração assim que concluem o curso.
"Ultimamente, ocorreu uma grande proliferação de cursos [superiores], alguns deles com qualidade contestável", afirma Constantino Cavalheiro, diretor da Catho Educação. "Deve ser observado até que ponto um profissional, mesmo com um certificado, apresenta o conhecimento e as qualificações de que as empresas necessitam."
Quando não é acompanhado pelo desenvolvimento de outras qualificações, o curso superior em muitos casos tem servido para gerar mão de obra em cargos operacionais, que exigem muita repetição e pouca análise. "Existem pessoas com curso superior de engenharia que trabalham na linha de montagem", conta Nogueira.
Com o aumento do número de pessoas que terminam o ensino médio e o superior, há, também, uma proporção cada vez maior de pessoas instruídas entre os desempregados. Em março de 2002, 37% dos desempregados tinham pelo menos 11 anos de estudo; em agosto de 2011, essa proporção era de 55%.
Apesar de a diferença entre os salários dos diplomados e dos não diplomados ser cada vez menor no Brasil, ela ainda é alta em comparação com países mais ricos e menos desiguais. Nos Estados Unidos, quem tem diploma universitário ganha 79% mais do que quem não tem; na Suécia, 26%.
"Provavelmente está havendo uma distribuição de renda [no Brasil] entre os assalariados, mas sem tocar nos ganhos de capital", avalia Nogueira. (Estado)

FGTS compra R$ 2,8 bilhões em créditos de Santander, Itaú e Caixa
Por Mônica Izaguirre e Carolina Mandl | De Brasília e São Paulo
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai comprar até o fim do ano R$ 2,84 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) lastreados em financiamentos habitacionais concedidos por diversos bancos, principalmente Caixa Econômica Federal, Santander e Itaú. A tranche da Caixa será fechada hoje, na maior operação de securitização de créditos imobiliários já feita no Brasil, onde o mercado secundário desses papéis ainda é incipiente.
A aquisição dos CRI será anunciada hoje pela Caixa, na condição de agente operador do FGTS. Do total liberado pelo fundo, R$ 1,535 bilhão ficarão com o próprio banco estatal, também o maior agente financeiro da habitação. O Santander ficará com R$ 700 milhões e o Itaú com R$ 578 milhões. O restante será pulverizado entre diversos bancos, entre eles o Citibank, informou o vice-presidente de fundos da Caixa, Fábio Ferreira Cleto.
Segundo ele, a emissão dos certificados da Caixa será feita pela Gaia Securitizadora, uma vez que essa modalidade de título não pode ser emitida diretamente por bancos. Os papéis vão render ao FGTS 6,38% ao ano além da Taxa Referencial (TR). O prazo total é de 239 meses, mas haverá pagamentos durante esse período, de acordo com o fluxo das operações de crédito que os lastreiam.
A demanda das instituições financeiras pelos recursos do FGTS chegou a R$ 5,5 bilhões, perto do dobro, portanto, do que foi disponibilizado. O fundo não podia ir além de R$ 2,84 bilhões porque esse foi o teto autorizado pelo seu conselho curador, explicou Cleto.
Diante da enorme distância entre o volume proposto pelos bancos e o que o FGTS podia comprar, a Caixa, como agente operador, estabeleceu um critério de corte das propostas. Conseguiram mais recursos as instituições que tinham em carteira mais financiamentos para imóveis de até R$ 200 mil, faixa à qual o FGTS dá prioridade.
Criado para ser um instrumento de mercado secundário de créditos imobiliários, embora não seja recente, só agora o CRI começa a ser utilizado em escala maior pelas instituições financeiras, como fonte alternativa de "funding" do setor imobiliário. A poupança ainda é a principal fonte. "Mas não está mais dando conta", afirma o vice-presidente de fundos da Caixa.
A entrada do FGTS no mercado de CRIs visa justamente a fomentar o mercado secundário. Segundo ele, os bancos não estão obrigados a reaplicar em novos financiamentos os recursos obtidos com a securitização. Mas ele acredita que essa é a tendência. Mais do que isso, o dinheiro novo deverá ser aplicado em imóveis de até R$ 200 mil, por causa da perspectiva de que essas novas operações também venham a ser securitizadas pelo FGTS.
A operação de hoje não é a primeira do tipo para o FGTS. Outras vinte já tinham sido feitas nos últimos nove anos, mas em valores muitíssimo inferiores. No total, o fundo já tinha adquirido R$ 130, 6 milhões em CRI até então. (Valor)

Mais da metade do país não tem rede de esgoto, aponta IBGE
As regiões Sudeste e Sul são as que mais ampliaram ou melhoraram o esgotamento sanitário em todo o país entre 2000 e 2008, ao passo que neste período o crescimento populacional ocorreu mais intensamente no Norte do Brasil, área onde praticamente não houve avanço do saneamento básico ou investimentos para o provimento deste serviço. As informações constam do Atlas de Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em termos gerais, entre 2000 e 2008, houve aumento na proporção de cidades com acesso à rede de esgoto no país, que passou de 33,5% para 45,7%, ou 3.069 municípios, de acordo com dados coletados na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) 2008. Do total de 5.564 municípios do país, 2.495 cidades estavam sem rede coletora de esgoto.
Das cinco regiões brasileiras, apenas no Sudeste mais da metade dos domicílios tinham acesso à rede de esgoto, contingente que chegou a 69,8%. No Centro-Oeste, a proporção foi de 33,7%, pouco superior aos 30,2% do Sul e aos 29,1% do Nordeste. O Norte do país tem o pior desempenho e apenas 3,5% de seu território tem cobertura de esgoto.
Dos municípios com rede de esgoto, apenas 1.587 possuíam tratamento em 2008, o que representa 29% das cidades brasileiras. Neste quesito, a melhor taxa também é verificada no Sudeste, onde 48% das cidades têm tratamento de esgoto, enquanto o Norte mais uma vez apresentou o pior resultado, com 8%.
Os números, para o IBGE, retratam o histórico de ocupação do território brasileiro, concentrado no litoral e nas áreas de influência imediata das capitais estaduais.
Na avaliação da gerente de coordenação de geografia do IBGE, Adma de Figueiredo, as obras de saneamento básico no Sul e no Sudeste acontecem em maior número em razão de a demanda ser mais forte e mais antiga que Norte do país, onde a exploração territorial aconteceu mais tardiamente. Ela salienta que grande parte dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a região Sul é direcionada a projetos de saneamento básico.
O estudo do IBGE observa que, na região Norte, municípios como os de Manaus, no Amazonas; e Santarém, Belém e Marabá, no Pará, apresentam crescimentos absolutos expressivos e inexistência de rede coletora de esgoto na maior parte destas cidades e em áreas próximas a elas.
Ainda de acordo com o atlas, a ausência de rede coletora de esgoto se estende com amplitude nas cidades das regiões Norte e Nordeste, “onde mesmo as áreas que exibem números positivos de crescimento absoluto são acompanhadas de fracos resultados em melhorias de esgotamento sanitário”.
De acordo com o IBGE, o aumento populacional com ausência de rede coletora de esgoto concentra-se no cerrado central e em territórios da Amazônia, em decorrência de impactos causados por ocupação econômica de migração e da formação do sistema urbano. (Valor)

Para FMI, real tem potencial para se internacionalizar
O real é uma das cinco moedas de países emergentes com potencial para se internacionalizar, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI), em estudo preparado pelo seu corpo técnico e divulgado nesta quarta-feira.
Além do Brasil, os outros países que compõem o grupo dos Brics têm chances de internacionalizar as suas moedas, incluindo China, Rússia, Índia e África do Sul. Mas o real provavelmente será uma moeda regional e um ativo de reserva, a exemplo do dólar australiano. Já o yuan da China pode ter papel global, aponta o FMI.
"No longo prazo, as moedas dos países emergentes mostram potencial para atingir um papel mais amplo no uso internacional, similar ao de economias avançadas", afirma o estudo do FMI.
Na definição usada pelo FMI, internacionalização de uma moeda significa o seu uso fora das fronteiras do país que a emite, incluindo a compra de bens, serviços e uso como ativos financeiros em transações entre não residentes. Hoje, a principal moeda internacional é o dólar dos Estados Unidos. Também têm papel relevante o euro, o iene do Japão e a libra, além de moedas de outros países desenvolvidos, como da Suíça e Canadá.
O FMI analisou os fatores que, no último século, determinaram a internacionalização de moedas de países como o dólar americano, o iene e o marco alemão. Os mais importantes são o tamanho da economia, a rede de comércio internacional do país, o aprofundamento e liquidez do mercado financeiro local e a estabilidade e convertibilidade de cada moeda. Os países emergentes têm avançado bastante nesses quesitos nos últimos anos.
Nos casos dos países que compõem os Brics, afirma o FMI, existem evidências de seu maior uso no cenário internacional. "Por exemplo, o uso do real em derivativos no exterior aumentou 50% [nos anos recentes], dobrou para a rúpia indiana e o rublo russo e aumentou 12 vezes para o yuan chinês."
A fatia brasileira no comércio mundial se manteve constante nos últimos anos, nota o FMI, mas o país cresceu como parceiro comercial regional. O fato de o Brasil exportar commodities também favorece o uso de sua moeda como ativo financeiro, pois mantê-la em carteira é uma forma de importadores de produtos básicos se protegerem contra oscilações nos preços. O Brasil pontua bem também no quesito abertura da conta de capitais.
Por muitos anos, países emergentes limitaram o papel internacional de suas moedas. Entre os benefícios de ter uma moeda internacional, diz o FMI, estão a redução dos custos de transações e redução dos custos de financiamento. Algumas estimativas indicam que o Tesouro dos Estados Unidos paga 0,6% menos nos seus títulos porque o dólar é uma moeda de reserva.
Os riscos, por outro lado, são a perda de controle sobre o volume de dinheiro em circulação e mais dificuldade para combater a inflação, já que as atividades internacionais fogem do controle dos bancos centrais nacionais. Também podem deixar os países mais vulneráveis à fugas de capitais. (O Globo)