terça-feira, 21 de setembro de 2010

Chegou a hora de mobilizarmos para ampliar a recuperação dos nossos salários

Campanhas salariais, entre elas a dos comerciários de São Paulo, avançam

(Postado por Marcos Afonso, diretor de comunicação da UGT) — Abaixo vocês podem ler o clipping que registra o reajuste histórico dos metalúrgicos de São Paulo que injetará 837,5 milhões na economia do Brasil. Assim como os metalúrgicos, os bancários estão em negociação avançada e diversas outras categorias do Brasil, sendo que a UGT participa da maioria dos acordos em andamento. Especialmente, dos acordos que estamos em vias de fechamento com os patrões vinculados aos comerciários de São Paulo, que tem a tendência de fecharmos um acordo histórico, conforme alguns patrões já chegaram a admitir. Mas, como ainda faltam alguns detalhes, conclamamos os comerciários a manter a mobilização e a organização. Os empresários do setor, mesmo em época de economia em expansão, criam toda sorte de dificuldades. São especialistas no chororô, mas sempre ao final, quando percebem a determinação de nossa mobilização acabam cedendo. Afinal, todos queremos ganhar. As empresas precisam de seus trabalhadores para manter as portas abertas e o lucro caindo no caixa. E nós trabalhadores precisamos dos empregos desde que tenhamos a garantia de salários decentes que se concretizam a partir de negociações salariais bem sucedidas, como a que estamos realizando.

ACORDO SALARIAL — Reajuste recorde dos metalúrgicos injeta R$ 837,5 mi no país

Montadoras e metalúrgicos de São Paulo chegaram a um acordo que garantiu o maior reajuste salarial da história da categoria.
Pelo acordo, 45 mil trabalhadores receberão aumento de 10,81% retroativo a 1º de setembro, além de abono de R$ 2.200 em 20 de outubro. O ganho é 6,26% acima da inflação. Com isso, serão injetados R$ 837,5 milhões na economia, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Inicialmente, Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen queriam parcelar o reajuste e o abono, mas cederam.
Segundo José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, 2010 será o ano de reajustes com maior ganho acima da inflação.
Petroleiros e bancários continuam em negociação. (Folha)

Construtoras não podem cobrar juros, decide STJ

Decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que as construtoras que negociam imóveis na planta não podem cobrar juros sobre as parcelas pagas pelo comprador antes da entrega das chaves. A resolução aconteceu no julgamento do recurso com o qual a construtora Queiroz Galvão pretendia desobrigar-se de devolver em dobro os juros pagos por uma cliente, na Paraíba.

A cobrança dos juros antes da entrega do imóvel era prática comum entre as construtoras, mas começou a ser limitada após o surgimento do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, o qual considera nulas as cláusulas de contrato tidas por abusivas. Em 2001, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça editou portaria declarando abusiva qualquer cláusula "que estabeleça, no contrato de venda e compra de imóvel, a incidência de juros antes da entrega das chaves".

Em 1997, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios firmou com 27 construtoras um termo de ajuste que proibia esses juros. No caso julgado agora pela Quarta Turma do STJ, a compradora havia sido obrigada em contrato a pagar correção monetária pelo INCC e juros de 1% ao mês sobre as parcelas anteriores ao recebimento do imóvel, a chamada poupança. (Estado)

Reajuste maior e 13º elevam deficit do INSS

Em agosto, saldo negativo superou em 111% o de julho; aumento maior e antecipação do 13º foram os motivos. Apenas o reajuste de 7,72% para benefícios acima do mínimo, retroativo a janeiro, custou R$ 898 milhões.
O deficit da Previdência Social mais que dobrou em agosto e acumulou R$ 5,4 bilhões -alta de 111,2% em relação a julho, informou o governo, ontem.
No acumulado do ano, o resultado negativo (despesas maiores do que as receitas) chega a R$ 30,8 bilhões, valor 1,3% inferior ao do mesmo período de 2009.
Retroativo a janeiro, o reajuste de 7,72% para aposentadorias e pensões maiores que um salário mínimo começou a ser pago em agosto, o que custou R$ 898,4 milhões para o Ministério da Previdência Social.
No mês passado também houve a antecipação do 13º salário para parte dos aposentados e pensionistas, o que gerou despesa de R$ 955,3 milhões.
Em entrevista, o ministro Carlos Eduardo Gabas reclamou de sua equipe por ter colocado ambas as despesas no mesmo pacote. "Eu não teria de explicar esse resultado."
Descontando o reajuste e a antecipação, o deficit da Previdência Social em agosto é de R$ 3,56 bilhões, ainda assim superior aos R$ 2,56 bilhões de julho.
Em comparação com agosto do ano passado, as contas ficaram estáveis. Todos os valores foram ajustados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O saldo negativo de agosto resulta da arrecadação líquida de R$ 17,3 bilhões e de despesas de R$ 22,7 bilhões.
Gabas diz que as despesas da pasta crescem na ordem de 7% a 8%, e a receita, na faixa de 11%. Mas a estimativa do deficit para 2010, que subiu de R$ 45 bilhões para R$ 47 bilhões, foi mantida.
Segundo o ministro, isso se deve à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) da semana passada que exige o reajuste pelo teto para todos os aposentados e pensionistas que não o receberam entre 1998 e 2003.
Ele calculou um gasto extra de R$ 1,5 bilhão para cerca de 154 mil pessoas. A quantia deverá ser desembolsada ainda neste ano, segundo Gabas, para "que não fique nada pendente para o próximo governo".
SALDO PREOCUPA — Ex-ministro da Previdência Social do governo Fernando Henrique Cardoso, José Cechin diz que o saldo de agosto é "preocupante".
Segundo ele, o aumento, de um mês para o outro, de quase 40% do deficit, desconsiderando os gastos com 13º e reajuste de 7,72%, é contundente.
"Em um período de crescimento do emprego, do salário e da arrecadação, ter aumento dessa ordem no deficit mostra que as regras deveriam ser mudadas", afirma.
Cechin defende que se alongue o tempo de contribuição antes de obter direito à aposentadoria.
Apesar do resultado de agosto, o Ministério da Previdência Social manteve em R$ 47 bilhões a previsão de deficit para este ano.

Crediário vira minoritário no varejo

Cartões de crédito e de lojas desbancam carnês; em 5 anos, essa modalidade caiu de 80% para 20% nas Casas Bahia. Carnês embutiam maior risco de varejista no preço final; para inadimplentes, juros em cartão são mais altos.
O tradicional carnê vem perdendo espaço entre as formas de pagamento nas principais redes de varejo.
Nas Casas Bahia, o maior grupo do setor no país, a participação do carnê caiu da quase totalidade (80%), há cinco anos, para os atuais 15% a 20%.
Na Máquina de Vendas, formada por Ricardo Eletro e Insinuante, o uso do crediário também vem perdendo força entre os clientes.
"Nos últimos cinco anos, representava 35% das vendas, agora está em torno de 15%", diz Samuel Henrique Belo, diretor de serviços financeiros da holding.
CRESCIMENTO — Entre 2005 e este ano, o número de cartões de crédito cresceu 126% no país, enquanto os cartões de loja tiveram alta de 131%, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), com base em estimativa para 2010.
Na opinião de especialistas, a tendência é que o movimento se intensifique nos próximos anos com um maior acesso das classes C e D aos cartões. A previsão da entidade é que as transações com cartões de crédito cresçam 115% até 2015 e as com cartões de loja, 67% .
"O cartão de crédito tem grande peso no nosso negócio e, ao longo do tempo, isso vem crescendo. Com mais renda e emprego, está ocorrendo uma "cartonização" das classes C e D, o que impulsiona esse movimento", diz Orivaldo Padilha, diretor financeiro da Globex, empresa formada por Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro.
No Ponto Frio, a modalidade representa hoje menos de 2% dos pagamentos, enquanto o plástico responde por cerca de 73%.
E, com o reposicionamento da marca, a tendência é que "chegue próximo a zero nos próximos anos".
"Como pretendemos atingir prioritariamente as classes A e B, acredito que o carnê seja cada vez menos usado nas lojas do Ponto Frio", avalia Padilha.
SEM ANÁLISE — O professor do centro de excelência em varejo da FGV (Fundação Getulio Vargas) Maurício Morgado diz acreditar que os cartões de crédito e de loja deverão assumir o lugar do carnê nos próximos anos. "O crediário tradicional está sumindo", afirma.
Ele ressalta a conveniência do novo sistema de pagamento. "No carnê, o consumidor tem que voltar à loja para fazer o pagamento todos os meses, o que não é prático", afirma Morgado.
Analistas também destacam como vantagem do cartão para o comprador o fato de não precisar passar por análise cadastral a cada vez.
Apesar da queda que vem ocorrendo, o diretor financeiro da Globex afirma acreditar que esse meio de pagamento continuará existindo.
"Ele perdeu espaço, mas ainda tem um público cativo, que o manterá ativo. Daqui para frente, deverá ficar estável", afirma Padilha. (Folha)

Classe C já usa internet como veteranos

Perfil de navegação da nova classe média é similar ao das classes A e B ao pesquisar produtos antes de comprar. Usuários buscam fotos e vídeos sobre produtos e endereços de lojas, além de comentários no microblog Twitter.
Usuários de internet da classe C já têm um perfil de navegação semelhante ao de internautas maduros, especialmente no que diz respeito ao uso da rede como ferramenta de decisão para a compra de eletrônicos.
Essa é uma das conclusões do estudo da consultoria americana TNS Research encomendado pelo Google Brasil e obtido com exclusividade pela Folha.
Segundo o levantamento, conduzido com 500 pessoas em São Paulo, 52% dos entrevistados da classe C utilizam a internet como primeiro recurso para procurar produtos eletrônicos, ante 63% dos usuários avançados -os "early adopters", cuja maioria (68%) é composta de internautas das classes A e B.
"O poder de compra que está trazendo a classe C para a economia vem ao mesmo tempo em que os recursos da internet estão mais maduros, e isso influencia positivamente no uso", afirma Leonardo Tristão, diretor de vendas diretas do Google Brasil.
A relevância da rede é superior inclusive à pesquisa nas lojas físicas, declarada por 23% dos participantes como principal fonte de informação para a classe C.
As ferramentas de busca são o principal local de procura de lançamentos de eletrônicos desses internautas, indicada por 64% da base. Esse percentual ultrapassa inclusive a participação dos buscadores entre os usuários avançados (61%).
Segundo Tristão, desde 2008, as buscas relacionadas a aparelhos de telecomunicações cresceram 98% no Google, e as de produtos de informática saltaram 120%. O buscador não revela os números absolutos.
INTERAÇÃO — Entre as principais informações buscadas pelos usuários da classe C, estão fotos e vídeos sobre os produtos (60%), endereço do site de lojas (34%) e de fabricantes (30%).
Opiniões de amigos também são consideradas no momento de decisão sobre a compra, segundo 45% dos entrevistados.
Nesse contexto, as redes sociais são fundamentais. De acordo com o estudo, 50% dos usuários da classe C procuram comentários sobre o produto no Orkut, e 17%, no Twitter.
"O que se vê é um ciclo, que pode começar a partir da busca sobre o lançamento, passando pela visualização dos recursos e pela materialização do produto em vídeo, e depois partindo para a opinião dos amigos", afirma Tristão.
COMPRA OFF-LINE — Apesar da densa participação da internet para pesquisa e consulta sobre produtos, a rede ainda tem pouca penetração no ato da compra.
Segundo a pesquisa, apenas 22% dos entrevistados da classe C pesquisaram e compraram os produtos na rede.
São consumidores como a empregada doméstica Edenildes da Silva, 36, que há dois anos tem computador com internet em casa e recorre à rede para ganhar tempo. Em geral, porém, costuma realizar as suas compras nas lojas tradicionais.
"Em vez de passar parte do fim de semana rodando nas lojas para pesquisar, olhei primeiro na internet. Ganhei tempo para ficar com o meu filho", diz sobre dois celulares, adquiridos há menos de seis meses.
Como motivação para a compra on-line, os entrevistados da classe C citaram a necessidade de mais segurança (48%) nos sites e melhores preços (40%).
Sites mais fáceis de navegar e de comprar também foram considerados por 26% da base.
Entre os usuários avançados, principalmente das classes A e B, os fatores determinantes na compra são promoções e descontos (42%) e melhores preços (40%). (Folha)