sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Diante da inoperância do sistema financeiro, só restam aos trabalhadores e ao governo buscar saídas para crise

Crédito a empresas volta ao nível de 2007

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) Isso é preocupante. Afinal, o Brasil vive num sistema capitalista, onde o crédito é essencial para que as empresas funcionem. E aqui deveria prevalecer a norma de os bancos cumprirem o seu papel de irrigadores da moeda, de fornecedores preferenciais de crédito. E o que temos visto é uma inversão das vocações dos banqueiros, que entraram em pânico com a crise e fecharem os cofres, comprometendo mais ainda a pouca confiança que temos no sistema bancário, principalmente, num momento que mais precisamos de bancos ativos, prontos para ajudar a sociedade como um todo a construir as saídas para a atual crise.

Leia mais: Novas concessões de empréstimos caíram quase 25% em janeiro

A concessão de novas operações de crédito bancário para as empresas caiu fortemente em janeiro e atingiu o montante mais baixo desde setembro de 2007. O volume de novos financiamentos, de R$ 84,5 bilhões, recuou 11,4% em relação a janeiro de 2008. Na comparação com dezembro, o tombo foi ainda maior: 24,8%. Os dados contrariam o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, que tem dito que as concessões de crédito já estariam retornando aos níveis que antecederam o aprofundamento da crise, em setembro.

O montante refere-se às operações de crédito livre, que não têm destinação específica nem são direcionadas por lei. O valor é 13,7% menor que o de agosto de 2008. Para o analista da Tendências Consultoria Bruno Rocha, "os bancos estão mais seletivos na liberação do crédito".

Em relatório, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) observou que parte da retração do crédito foi compensada pelo desempenho dos bancos públicos.

"A perda de ritmo só não foi maior por causa do desempenho dos empréstimos direcionados, ancorados nas operações do BNDES", diz o Iedi.

Além de mais escasso, o crédito para as empresas ficou mais caro. O juro médio cobrado das empresas subiu de 30,7% ao ano em dezembro para 31% em janeiro.

A alta decorreu da ampliação da margem do banco.

O chamado spread bancário - diferença entre a taxa de captação e o juro cobrado nos empréstimos - passou de 18,4 pontos para 18,8 pontos porcentuais ao ano. Em fevereiro, a tendência continua e o juro avançou para 31,2% nos primeiro oito dias úteis. O salto do spread foi maior, para 21,5 pontos. (Leia mais no Estadão) 

Falta dinheiro no FAT para ampliar seguro-desemprego

Se o Tribunal de Contas da União fez o alerta, a situação é preocupante. Os trabalhadores através das centrais e a UGT, especialmente, tem assento no Conselho do Fat, e é nosso dever acompanhar de perto a movimentação dos fundos que saem eo FAT para irrigar o BNDES e depois os mais diferentes setores económicos. Algumas regras têm que ser claras e exigir que o uso de qualquer financiamento que se origine no FAT gere mais empregos e mantenha  as atuais ocupações. Senão teremos perdido o propósito de ser do FAT e comprometido definitivamente o fundo que foi criado com dinheiro do trabalhador para defender nossos interesses.

Leia mais: TCU alertou órgão para evitar o déficit; ministro Lupi (Trabalho) diz que este ano ainda dá para fazer desembolso.

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) não tem condições financeiras para custear as despesas decorrentes de uma ampliação do seguro-desemprego para até dez parcelas, segundo avaliação da área técnica do governo. Essa ampliação, cuja possibilidade foi admitida no início do mês pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, teria de ser bancada com recursos adicionais do Tesouro ou pela redução ou eliminação dos empréstimos do FAT ao setor produtivo, para que os recursos fossem direcionados ao pagamento dos benefícios.

Por causa da crise, as centrais sindicais reivindicam o aumento das parcelas do seguro-desemprego, que hoje é pago em até cinco meses. Para custear a ampliação para até sete parcelas aos trabalhadores dos setores mais afetados pela crise, já decidida pelo governo no início deste mês, a lei permite que o FAT lance mão, por semestre, de até 10% de suas reservas técnicas, que hoje estão em torno de R$ 11 bilhões.

O FAT paga o seguro-desemprego, o abono salarial e destina recursos para a qualificação profissional e para empréstimos aos setores produtivos (os chamados "depósitos especiais"), com o objetivo de aumentar a oferta de empregos. O Fundo é mantido com recursos das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor (Pasep). A avaliação técnica é que o FAT está à beira do colapso, pois as despesas estão crescendo em ritmo mais acelerado do que as receitas.

A nota técnica 89/2008, elaborada pela coordenação-geral de recursos do FAT, órgão ligado à Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério do Trabalho, informa que o programa vai apresentar em 2010, pela primeira vez em sua história, um déficit operacional de R$ 497,2 milhões. Ou seja, as despesas serão maiores que todas as receitas, inclusive as financeiras, resultantes das remunerações das aplicações. A nota diz que o déficit será crescente e atingirá R$ 4,3 bilhões em 2012.

Esse "rombo" anual terá de ser coberto pelo Tesouro Nacional ou pela devolução pelos bancos dos "depósitos especiais" - empréstimos concedidos com recursos do FAT. As projeções da nota técnica foram feitas antes da decisão de pagar o seguro-desemprego em até sete parcelas e com base numa previsão de crescimento da economia de 3% este ano e de 4% em 2010. (Leia mais no Estadão)

Vendas de carros aumentam até 10% em fevereiro, dizem revendas do Rio

As vendas de carros novos continuam em recuperação nas concessionárias do Rio em fevereiro, mostra reportagem do jornal O Globo. No entanto, devem encerrar o mês com um volume inferior ao de janeiro por causa do efeito calendário, já que fevereiro tem 19 dias úteis, enquanto que janeiro teve 21.

As vendas diárias (que eliminam a diferença do calendário) aumentaram de 6% a 10% neste mês frente a janeiro, amparadas pela redução de impostos como IPI e IOF, além da melhora nas taxas de juros do financiamento, indicam as revendas visitadas pela reportagem do Globo. (Leia mais em O Globo)

Taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas teve maior alta em janeiro desde 1998, mostra Dieese

Mais 75 mil pessoas perderam o emprego em janeiro, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade e pelo Dieese - Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal. Segundo o levantamento divulgado nesta quinta-feira, o contingente de pessoas sem empregos chegou a 2,620 milhões nessas seis localidades.

Com isso, a taxa de desemprego aumentou de 12,7%, em dezembro, para os atuais 13,1% nessas metrópoles. Segundo a pesquisa, embora seja comum que a taxa aumente em janeiro, esse foi o maior crescimento para o período desde 1998, quando o levantamento começou a ser feito nas seis regiões. Ainda assim, é a menor taxa para o mês de janeiro já registrada pela pesquisa, refletindo a forte geração de emprego nos três primeiros trimestre de 2008.

Na semana passada, o Ministério do Trabalho divulgou que mais de 100 mil empregos foram perdidos em janeiro, considerando todo o país. Segundo o governo, quase 800 mil postos de trabalho foram fechados no Brasil desde novembro.

De acordo com Fundação Seade e Dieese, o crescimento da taxa de desemprego em janeiro ocorreu em quase todas as regiões, com exceção de Salvador, onde foi registrada pequena redução. As regiões metropolitanas de São Paulo e de Belo Horizonte apresentaram os maiores aumentos relativos.

Na região metropolitana paulista, a taxa de desemprego aumentou entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, ao passar de 11,8% para 12,5%. Apenas no início dos anos 1990 verificou-se aumento dessa magnitude. Apesar disso, a taxa é a menor para janeiro desde 1996. (Leia mais em O Globo)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Exigimos, com o presidente Lula, todo apoio aos trabalhadores da Embraer

Lula pede 'esforço' da Embraer para ajudar demitidos

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) A Embraer não devia demitir. Afinal, ao longo dos anos conta com recursos públicos, com infraestrutura operacional do governo, com apoio a ponto de gerar protestos da Bombardier, sua principal concorrente no mundo. Agora demitiu. Os trabalhadores têm todo o apoio da UGT para exigirem a reintegração e caso não consigam, pelo menos, amplos apoios para minorar os prejuízos causados pela demissão indevida.

Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pediu aos diretores da Embraer, na reunião de hoje, no Palácio do Planalto, que revejam a decisão de demitir 4.270 dos 21,3 mil funcionários, informou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em entrevista, após participar do encontro. Lula, segundo o ministro, pediu que os dirigentes tomem medidas para minorar os problemas dos demitidos.

Na quinta-feira passada, Lula estava indignado com as demissões, segundo relato feito pelo presidente da CUT, Arthur Henrique, após encontro com ele. O sindicalista contou que Lula afirmara ser inadmissível uma empresa beneficiada com recursos públicos promover demissões ao primeiro sinal de problemas. O relato de Arthur Henrique não foi desmentido pelo Palácio do Planalto.

Hoje, de acordo com as informações de Miguel Jorge, Lula começou a reunião pedindo aos dirigentes da Embraer que explicassem os motivos dos cortes de pessoal. O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse a Lula, segundo o ministro, que a empresa teve cancelamentos e adiamentos de 30% das encomendas de aviões, que 93% das encomendas são do mercado externo e apenas 7% do interno e que a aviação executiva no Brasil reduziu em 60% suas compras.

"Ele (Lula) pediu que a empresa verifique o que é possível fazer para minimizar o problema das pessoas dispensadas", relatou Miguel Jorge. Os diretores da empresa disseram ao presidente, ainda de acordo com o ministro, que avaliarão o que é possível fazer e informaram que os demitidos terão um ano de assistência de saúde pago. Segundo Miguel Jorge, Lula pediu "um esforço adicional", com outras medidas para auxiliar as pessoas dispensadas.

O ministro do Desenvolvimento contou ainda que, na quinta-feira da semana passada), às 11 horas da manhã, informou a Lula que a Embraer faria as demissões. Em resposta a uma pergunta sobre notícia publicada em dezembro antecipando as demissões, Miguel Jorge disse que, na ocasião, telefonou para dirigentes da Embraer e que estes lhe asseguraram que não havia previsão de cortes de pessoal. (Mais informações no Estadão)

Campanha da CNBB “Fraternidade e Segurança Pública” recebe apoio do papa

A UGT vai apoiar a campanha da CNBB porque toca num ponto que nos interessa, ou seja, recuperar a dignidade da vida, acabar com a violência gratuita, criar um ambiente seguro e estável para nossas famílias. Cada morte gera um prejuízo incalculável para o país. Cada jovem, pai, mãe assassinado é uma tristeza imensa e um cidadão preparado para a vida que é, não apenas para suas famílias, mas para o Brasil como Nação, insubstituível.

Leia mais: O papa Bento 16 enviou ao presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Lyrio Rocha, mensagem de apoio à Campanha da Fraternidade, inaugurada ontem com o início da Quaresma. A campanha deste ano tem o tema "Fraternidade e segurança pública" e busca incentivar o debate "sobre a insegurança que toma conta da população e os caminhos para uma cultura de paz".

Em sua mensagem, Bento 16 disse que a Quaresma "convida a lutar sem pausa para fazer o bem". "É necessário buscar seriamente a justiça para que a convivência esteja baseada na paz e no amor e não no ódio ou na indiferença", afirmou. (Leia mais na Folha)

Taxa básica de juros deve chegar a 10,38% no final deste ano

A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, ao final deste ano caiu de 10,5% para 10,38%. Para 2010, a expectativa foi ajustada de 10,5% para 10,25%. A informação é do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC) elaborada com base em estimativas de analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia.

A Selic é de definida pelo Comitê de Política Monetária ( Copom) do BC e usada pela autoridade monetária para controlar a inflação. Para o próximo mês, quando haverá uma reunião do comitê, os analistas mantiveram a projeção de que a taxa básica seja reduzida dos atuais 12,75% para 11,75% ao ano.

Os analistas esperam pelos cortes de juros por conta do desaquecimento da economia neste ano, um efeito da crise financeira internacional, e pela expectativa de que a inflação permanecerá sob controle, ou seja, dentro da meta do governo. (Leia mais no DCI)

Venda direta "usa" crise para faturar R$ 20 bi

O setor de vendas diretas tem demonstrado fôlego na contramão da crise mundial -- que chega a lhe ser favorável em alguns pontos. O setor cresceu 14% e movimentou R$ 18,5 bilhões ano passado, com 2 milhões de revendedores. A aposta este ano é faturar R$ 20 bilhões e expandir os negócios, na opinião de marcas de peso como Amway , que vai aumentar seu poll de produtos e investir US$ 100 milhões para dobrar o faturamento na América do Sul até 2012 - em especial no Brasil. Outro caso é o da Avon, que detém mais de 1 milhão de revendedores e investirá em um centro de distribuição. A mais nova marca do mercado, a Jequiti/Hidrogem, do Grupo Silvio Santos, acaba de fechar contratos na China para colocar no mercado brasileiro, a partir de maio, um catálogo de itens para o lar.

A crise tem impacto menor em vendas diretas do que em outros setores, entre outros motivos, porque nos períodos de turbulência, como o atual, aumenta o número de pessoas que perdem o emprego. Uma parte delas opta pela venda direta, seja para ter alguma renda, seja para complementar seus ganhos.

Por isso, as empresas que trabalham no segmento seguem tão otimistas e continuam apostando em várias inovações para crescer este ano. O diretor-geral da divisão de cosmético da Hidrogem/Jequiti, Lásaro do Carmo Júnior, por exemplo, voltou há duas semanas da China e disse ter fechado contratos para iniciar por lá uma linha de produção de não-cosméticos (itens voltados para casa). "Vamos produzir lá porque encontramos qualidade e preço é bons Marcas como Nike e Dolce & Gabbana estão lá." (Leia mais no DCI)

São Paulo não pode omitir-se ante a crise

Por Carlos Reis  — Presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo e vice-presidente da UGT, publicado no Monitor Mercantil

A crise econômica mundial, cuja gravidade é incontestável, precisa ser enfrentada no Brasil com mais determinação, coragem e competência. É necessário, sobretudo, que União, governos estaduais e municipais, empresas, trabalhadores e toda a sociedade mobilizem-se, com muito empenho e sinergia, para evitar uma recessão e garantir crescimento econômico pelo menos razoável no presente cenário.

Num momento grave como o atual, o papel do Estado é imprescindível, como tem deixado claro em seus pronunciamentos o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Prova de que isso é verdadeiro encontra-se no mercado brasileiro de automóveis, cuja produção já duplicou em janeiro, em decorrência da desoneração tributária do IPI estabelecida pelo Governo Federal. Este, aliás, ante evidência tão cristalina dessa positiva relação causa-efeito, deveria adotar providências mais amplas e eficazes, como redução de impostos em mais larga escala e, barateando o custo do dinheiro, diminuição imediata significativa dos juros e do spread bancário, começando pelos bancos estatais, nos quais tem ingerência, para dar o exemplo e fazer valer as leis do mercado. Nesse processo de mobilização do País na luta contra a crise, São Paulo não pode ficar omisso. Afinal, o Estado, com 34% do PIB nacional, tem a maior economia e população dentre todas as unidades federativas. Assim, é estranho e desconfortável observar que o governo paulista age como se nada de anormal estivesse ocorrendo, mantendo-se distante do campo de discussões e sequer cogitando a adoção de medidas.

Entendemos, a exemplo de posição consensual de centrais sindicais e entidades de classe patronais, que, em âmbito estadual, deveriam ser adotadas medidas eficazes: criação do drawback paulista, eliminando-se o ICMS dos insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação; maior prazo para o recolhimento do ICMS e redução de sua alíquota, atualmente de 18%. Um setor importantíssimo no qual o governo paulista já poderia ter atuado é o da energia elétrica, altamente taxado e com boa gordura para redução tributária. Como se sabe, numa absurda manobra contábil, o chamado cálculo por dentro, o ICMS cobrado dos consumidores passa de 25% para 33%. Sua redução significaria economia muito bem-vinda para os consumidores neste momento. Além disso, teria positivo efeito em cascata, considerando que a eletricidade é insumo decisivo da produção, na qual seu barateamento contribuiria para a redução de custos, melhoria dos resultados e manutenção de postos de trabalho. Para os trabalhadores, é decisivo que o setor público faça sua parte no sentido de conter a crise. Afinal, no período de ampla prosperidade encerrado em outubro último, quando se observou a internacionalização da crise, eles não foram contemplados proporcionalmente à expansão econômica e ao crescimento do lucro das empresas. Agora, contudo, são os primeiros a pagar a amarga conta, com o fantasma das demissões em massa, como demonstra, aliás, o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2009, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O documento mostra que a crise econômica global pode resultar em até 50 milhões de novos desempregados este ano, com a taxa mundial de desemprego chegando à média de 7,1%, contra 6% em 2008 e 5,7% em 2007. Isto significaria 230 milhões de desempregados em todo o mundo. A nova estimativa da OIT é bem mais drásticas do que a divulgada em outubro de 2008, quando o organismo projetara que o número de desempregados poderia aumentar em até 20 milhões de pessoas este ano. Na América Latina, as perspectivas para 2009 são de uma taxa média de desemprego na região de 8,3%. Isto significaria aumento de um ponto percentual em relação a 2008.

Em números reais, seriam 23 milhões de pessoas sem trabalho. Precisamos tirar o Brasil dessas tristes estatísticas!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Além de vincular empréstimos a contrapartidas sociais, bancos públicos devem reduzir spreads

Mantega: crédito público estará condicionado a emprego

Cabe agora ao ministro Mantega cuidar também do spread bancário. Que está criando um constrangimento muito grande para quem trabalha no Brasil, especialmente as pequenas e médias empresas, que não suportam mais a ditadura do spread brancário. Os empresários estão voltando às factorings como alternativa derradeira para manter as portas abertas. O que é um absurdo já que temos um sistema bancário sofisticado, mas infelizmente, completamente descolado da realidade brasileira, sem a mínima preocupação com a solução da crise. Os banqueiros privados sentam em cima do dinheiro, grande parte dele conseguido através de lucrativos empréstimos ao poder público e riem, literalmente, das consequências da crise que o Brasil está enfrentando.

Leia mais: O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que, a partir de agora, a oferta de crédito público para as empresas estará condicionada à manutenção do emprego. Segundo o ministro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já exige na assinatura do contrato de financiamento que as empresas informem o volume de empregos que aquele investimento vai gerar.

Ele não explicou detalhadamente como será implementada essa regra. Disse apenas que o banco público que repassar os recursos terá que fazer a fiscalização. Questionado como seria a punição da empresa, o ministro respondeu apenas que não acredita na hipótese de um investimento não gerar empregos na empresa tomadora do crédito e também disse que não há riscos do desvio do dinheiro para outras finalidades, como capital de giro. Com a experiência de ex-presidente do BNDES, Mantega contou que o banco, ao emprestar recursos para o investimento, cobra da companhia a comprovação da compra do bem, como, por exemplo, um alto-forno. Ele reconheceu, no entanto, que o governo não tem como impedir que as empresas que não acessam crédito público demitam. Mantega disse não acreditar também que as empresas que tomaram crédito no BNDES para investimentos estejam demitindo.

PIB — Mantega avaliou que, com a nova oferta de crédito ao BNDES, não haverá recessão na economia brasileira em 2009 e que o País manterá taxas de crescimento positivas. Segundo Mantega, o governo tem instrumentos para garantir a expansão da economia. Ele disse acreditar que a economia brasileira "poderá ter desempenho bastante bom em 2009, melhor do que a maioria dos países". O ministro reafirmou a meta de crescimento de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano.

"É uma meta que implica esforço do setor público e do setor privado. É preciso que o setor privado vista esta camisa, que ele confie que o País tem condições de manter esse crescimento, que as pessoas continuem investindo, comprando, enfim, agindo naturalmente", afirmou. "Se todos agirem assim, poderemos manter a taxa de crescimento em torno de 4%." Mantega destacou que as previsões dos analistas econômicos são muito voláteis, especialmente em momentos de maior instabilidade.

Mantega disse que a liberação de R$ 100 bilhões ao BNDES vai garantir o financiamento dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) realizados por empresas privadas. Ele classificou a medida como de "grande impacto e magnitude". "Eu repito: são R$ 100 bilhões colocados à disposição", afirmou.

Mantega informou que a medida provisória autorizando a liberação será publicada amanhã no Diário Oficial da União. Segundo ele, a engenharia financeira da operação levará em conta a liberação de títulos para o BNDES e parte do superávit financeiro das contas do governo federal. Ele disse que o volume de cada parte (títulos ou superávit) ainda não está definido. (Leia mais no Estadão)

 

Governo quer capitalizar BB para manter ritmo no crédito

A única esperança para resolver a crise é ampliar a ação dos bancos públicos brasileiros, através da CEF, BB e BNDES. O cuidado de novo é com o spread que não pode se igualar aos bancos privados. Senão, de nada adianta as boas intenções e os discursos oficiais.

Leia mais: Banco ficará próximo do limite para expandir crédito apesar de mudança contábil. Equipe econômica descarta aporte de recursos direto do Tesouro e não vê um momento propício para fazer aumento de capital.

As mudanças feitas pelo governo no final do ano passado, que aliviaram o peso dos calotes no balanço dos bancos, possibilitou o aumento em mais R$ 55,4 bilhões na capacidade de empréstimos do Banco do Brasil e deu fôlego para a instituição ampliar sua atuação sem ter que recorrer a aportes imediatos do controlador, no caso, o Tesouro Nacional.

No entanto, como pela previsão do próprio BB esse ganho deverá ser consumido no primeiro semestre de 2009 por causa da aquisição da Nossa Caixa e de metade do banco Votorantim, persiste dentro da equipe econômica o debate sobre medidas que aumentem o fôlego do BB e permitam ao governo continuar contando com o banco para financiar empresas, grandes projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e minimizar os efeitos da crise na economia.

De acordo o balanço do último trimestre de 2008, ao conseguir elevar em mais R$ 55,4 bilhões sua capacidade de empréstimos em relação ao terceiro trimestre, o BB iniciou o ano com a possibilidade de emprestar até R$ 117,4 bilhões.

O ganho no quarto trimestre foi resultado da combinação de alterações promovidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) nos normativos que determinam como os créditos tributários, obtidos principalmente por causa de calotes, e as reservas extras para prevenção contra inadimplência afetam o patrimônio das instituições e, também, pela apropriação de lucro de R$ 1,5 bilhão pelo BB.

As mudanças anunciadas pelo CMN têm impacto no patrimônio usado como referência para determinar quanto um banco pode emprestar. Pela regra em vigor, um banco precisa ter patrimônio equivalente a, no mínimo, 11% da sua carteira de crédito. É o chamado índice de Basileia. No caso do BB, ele encerrou setembro em 13,6%, próximo ao limite fixado pelo Banco Central. Quanto mais aumentasse sua carteira de crédito (fazendo novas operações ou comprando bancos e carteiras de terceiros), menor ficaria esse percentual, e o BB precisaria elevar seu patrimônio.

No entanto, apesar do crescimento da carteira de crédito nos últimos três meses de 2008, quando o banco atuou, por determinação do governo, para suprir a falta de dinheiro no mercado, o BB fechou 2008 com índice dois pontos percentuais maior: 15,6%. (Leia mais na Folha)

Justiça Federal suspende altas do INSS em 5 Estados. Cerca de 180 mil processos contestam a prática em SP.

Obrigar o trabalhador a voltar ao trabalho, depois de uma doença constatada, sem nova perícia, é um crime. A vida do trabalhador está sempre no limite, seja pela insegurança, pelo stress dentro e fora dos escritórios, das lojas e das fábricas. Temos que analisar no detalhe o que ocorre e nos apoiar nas decisões da Justiça Federal e entrar com uma ação revisora, cobrando danos morais das empresas e do INSS que tratam os seus trabalhadores como lixo descartável.

Leia mais: Uma decisão da Justiça Federal deste mês favorece os beneficiários do INSS de cinco Estados (SE, AL, PE, RN e PB) que tiveram auxílio-doença e auxílio-acidente suspensos por causa da adoção do sistema de alta programada.

Por essa prática, adotada pelo INSS em 2005, o benefício é concedido por um um período e suspenso sem que o segurado passe por nova perícia médica para constatar se está ou não apto para voltar ao trabalho.

Ao avaliar uma ação civil pública da Defensoria Pública da União em Sergipe, o juiz Edmilson da Silva Pimenta, da 3ª Vara Federal de Sergipe, decidiu, há cerca de 15 dias, que o INSS tem de por fim à prática de "Data de Cessação de Benefício (DCB)" ou alta programada. O INSS já recorreu da decisão.

Agências e postos do INSS situados nos cinco Estados têm agora de agendar e realizar novas perícias médicas antes de suspender automaticamente os benefícios dos segurados.

O auxílio-doença previdenciário é decorrente de enfermidades não relacionadas com a atividade do trabalhador. O auxílio-doença acidentário já resulta de doença relacionada à atividade da pessoa ou ainda a um acidente de trabalho. (Leia mais na Folha) 

No chão das fábricas, hipertensos e deprimidos

O estudo "Diagnóstico de saúde e estilo de vida", recém-concluído pelo Sesi nacional, mostra que pressão alta, depressão e obesidade são os principais males que acometem os trabalhadores da indústria brasileira. Foram ouvidos 355.858 mil trabalhadores de 2.463 empresas no fim do ano passado. Pelo estudo, 27,6% estão hipertensos, 12,1%, deprimidos e 10,7%, obesos. O levantamento, apresentado em reportagem de Cássia Almeida na edição deste domingo em O Globo, mostra que mais de 80% dos trabalhadores que apresentaram sintomas de hipertensão e depressão não sabiam que tinham as doenças.

Na pesquisa, 40% dos trabalhadores estavam doentes, com quase 10% apresentando mais de um problema de saúde. Para Henrique Guerra, médico epidemiologista consultor do projeto Indústria Saudável do Sesi, os resultados mostraram que a crença de que o trabalhador é mais saudável que a média da população caiu por terra:

- Por serem mais jovens, estarem em condições para trabalhar e terem recursos para cuidar da saúde, esperava-se um resultado melhor que o da média da população. Mas não foi isso que encontramos. Os dados são semelhantes aos do restante da população.

Ele afirma que não são apenas as doenças ocupacionais que devem requerer atenção dos empresários. Há uma série de indicadores na pesquisa sobre os hábitos alimentares e de atividade física que explicam os resultados numa população que tem, em média 34 anos, ainda jovem para apresentar excesso de peso e pressão alta. A metade dos mais 300 mil investigados pelo Sesi tem até 31 anos. (Leia mais em O Globo)

Governo sabia de demissões na Embraer há mais de dois meses

São José dos Campos (SP), 25 de Fevereiro de 2009 - A alta cúpula do governo federal sabia do processo de demissão na Embraer há mais de 75 dias. A certeza dos sindicalistas quanto a um acerto no discurso e na conduta entre Embraer e governo federal foi reforçada com as declarações do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Vagner Freitas, de que em encontro com a ministra Dilma Rousseff, no dia 3 de dezembro, havia dito que tinha informações sobre o início das demissões na Embraer. A Gazeta Mercantil informou em 11 de dezembro os planos da companhia de cortar 20% do quadro de pessoal. (Leia mais na Gazeta Mercantil)

 

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Embraer falha e trai confiança da sociedade ao demitir 4.200 de maneira brutal

Embraer demite 4.200 funcionários

A Embraer falhou feio ao demitir com tanta irresponsabilidade social. A empresa é a que mais recebe dinheiro público no Brasil, além de contar com todo o governo empenhado nas negociações no Exterior para reforçar suas encomendas de avião. O BNDES é praticamente sócio da empresa, que tem mais apoio do banco agora do que quando era estatizada. O desafio que se coloca agora é reverter as demissões, rapidamente. Com a interferência direta do governo federal que é sócio sim da Embraer, dado o volume de recursos que repassa e as negociações que ajuda a empresa a fazer no Exterior. É uma vergonha que a empresa se valha dos cofres públicos, funcionando como uma estatal, e na hora da demissão, venha com o discurso de empresa privada e independente.

Leia mais: 

Fábrica de aviões corta 20% da folha de salários por causa da crise.

Com a queda na demanda mundial por jatos comerciais e executivos, a Embraer anunciou ontem cerca de 4.200 demissões, o equivalente a 20% de seu quadro de 21.362 funcionários. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou indignação ao ser informado sobre os cortes.

As demissões interrompem um ciclo de expansão de mais de uma década da companhia, que disputa com a mineradora Vale o posto de maior exportadora do Brasil. Só em 2007, com a demanda em alta, a fabricante contratou nada menos do que 3 mil pessoas. Em um esforço para atender à demanda, a empresa bateu recorde de produção no ano passado, quando entregou 204 aeronaves, ante uma previsão de 194. Mas a sorte começou a virar no terceiro trimestre do ano passado, quando a Embraer anunciou seu primeiro prejuízo trimestral (R$ 48 milhões) em 11 anos.

Nos últimos dois meses e meio, clientes da Embraer pediram para adiar a entrega de quase 30 aviões, reduzindo a previsão de entregas totais no ano para 242 unidades. No início do ano passado, quando ainda havia filas de três ou quatro anos para conseguir adquirir um jato executivo da Embraer, a fabricante chegou a prever de 315 a 350 entregas para 2009. Com o adiamento das entregas, a previsão de faturamento foi reduzida em 13%, de US$ 6,3 bilhões para US$ 5,5 bilhões. (Leia mais no Estadão)

OIT na UGT discute comunicação do ponto de vista dos trabalhadores

Carmem Benitez, especialista em Educação Obrera da OIT, do escritório regional de Lima, Peru, participou de uma reunião, ontem, com a UGT e seu departamento de Comunicação.

A especialista veio avaliar, de perto, os vários canais de comunicação que a UGT estabelece com seus sindicatos filiados, com a comunidade e com a imprensa brasileira e internacional. “Aproveito para congratular a UGT por conseguir socializar suas informações para seus sindicatos através de vários meios, simultaneamente, quer seja através de revistas, jornais, sites de internet e por ser uma das únicas que tem um blog da presidência que chega a todos os seus sindicatos filiados”, afirmou. Segundo a especialista da OIT as novas tecnologias abrem vastas possibilidades de realizar campanhas para mobilizar a classe trabalhadora brasileira a favor da Convenção 87 (Liberdade Sindical) e a 98 (Negociação Coletiva).

AUTOPEÇA CANCELA JORNADA MENOR NO ABC

A Fiamm, autopeças de São Bernardo do Campo, cancelou a redução da jornada de trabalho iniciada no final de janeiro e convocou 168 trabalhadores para retornarem aos seus horários normais a partir de março. A jornada havia sido reduzida para quatro dias de trabalho por semana, segundo acordo firmado entre o Sindicato Metalúrgicos do ABC e a empresa para um período de quatro meses. Segundo o sindicato, o corte no salário era compensado por vale-compra. O acordo firmado prevê ainda estabilidade de 90 dias no emprego. (Folha)

Habitação de baixa renda terá subsídio de R$ 8 bilhões

O pacote habitacional que será divulgado no início de março terá como carro-chefe um orçamento de R$ 8 bilhões para concessão de subsídio às famílias de baixa renda (rendimento de até R$ 2 mil mensais). É o que revela reportagem do Globo, nesta sexta-feira. O pacote deverá incluir ações que vão desde uma desoneração de até R$ 1,1 bilhão para materiais de construção até a possibilidade de abater o pagamento de juros com a compra de imóveis do Imposto de Renda.

É bancando parte do valor do financiamento - com o apoio de um Fundo Garantidor com recursos públicos e carência para início de pagamento - que o governo federal pretende garantir um milhão de novas moradias (construção, remodelação e aquisição) até o fim de 2010. A última leva de subsídios federais concedida foi de R$ 2,6 bilhões, incluindo FGTS e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).

A aposta nos subsídios eleva para mais de R$ 10 bilhões o valor do pacote habitacional que está sendo fechado pelo governo, sob coordenação da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata à presidência, Dilma Rousseff.

A prioridade é a baixa renda. Além do aumento do subsídio, a União vai criar um Fundo Garantidor, com R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão do Tesouro, para reduzir riscos. O dinheiro servirá para cobrir a inadimplência do mutuário, por exemplo, em caso de demissão. Também haverá medidas para a classe média. (Leia mais em O Globo)

Lucros das empresas brasileiras avançaram em 2008, apesar da crise

O grande destaque desta quinta-feira está nos resultados fechados de grandes empresas brasileiras em 2008, que registraram altas significativas como um todo, apesar dos resultados terem despencado no quarto trimestre, com os efeitos da crise financeira global.

O Banco do Brasil (BB) abriu os anúncios do dia revelando avanço de 74% no lucro líquido do ano passado, que atingiu R$ 8,8 bilhões, o maior resultado positivo anual já registrado pelo setor no Brasil, impulsionado por um avanço de 40% na carteira de crédito.

A Gerdau, maior produtora de aços longos das Américas, também conseguiu aumentar seu lucros em 15% em 2008, para R$ 4,95 bilhões, apesar da forte freada no último trimestre, período no qual o saldo positivo despencou 67% para R$ 311 milhões. A Usiminas, outra gigante do setor siderúrgico, informou que fechou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 837 milhões , 14% inferior ao ganho de R$ 970 milhões de igual período de 2007. No ano inteiro, o resultado teve alta de 2%, para R$ 3,224 bilhões.

No fim do dia, é a vez da Vale apresentar o balanço fechado de 2008, que deve bater recorde, de acordo com as previsões dos analistas, superando R$ 21 bilhões.

Reação da economia brasileira: será crescimento?                                        

Crise global eleva status do Brasil frente às empresas de consumo em massa, com previsões de investimentos produtivos em vários seguimentos. O dinheiro internacional começa a retornar as Bolsas de Valores e nas expectativas de novos negócios do país.

O fluxo cambial começa a ficar positivo. O aumento da crise no exterior está provocando mudanças de hábito no aplicador brasileiro com opções para ativos financeiros mais seguros.

O setor de consórcios está em alta, empregos nos seguimentos de serviços de assistência como tele-atendimento está gerando uma demanda de contratação de mão-de-obra alta na área de telemarketing.

Começam os processos de contratação de 2009 em vários setores da economia que foram protelados do início de janeiro em virtude do aumento das atividades já previstas a partir de março.

A crise interna não está tão grave, mas a crise global é muito séria e vão influenciar a economia brasileira, principalmente as subsidiárias de empresas internacionais que estejam em situação delicada de gestão empresarial.

O presidente da república negocia com governadores a possibilidade de isenção do ICMS para a cesta básica da construção civil, bem como o governo federal renunciará suas cotas de tributação. Esta medida pode provocar um impacto positivo na geração de empregos e influenciar num crescimento da ordem de 1% do PIB, que numa cadeia produtiva como a brasileira representa algo em torno de 750.000 novas vagas de trabalho.

O que ninguém imaginava no passado que os males de nossa economia que encarecem as taxas de juros e o alto custo Brasil, fossem fatores determinantes para auxiliar o país a sofrer menor impacto da crise. Alguns analistas internacionais comentam que nossa política de gestão financeira está entre as melhores do mundo e que benefícios sociais cortados em vários países como 13º salário salvaram a economia brasileira no pior momento da crise internacional em 2008. Outros países fazem elogios de muitas medidas que são muito criticadas aqui como exemplo: o alto volume do compulsório bancário e outros. (Leia mais no Pagina 20 www.pagina20.com.br)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Empresários irresponsáveis demitem irresponsavelmente

Miguel Jorge: há sinais importantes de reação à crise

A preocupação do governo, através do ministro de Desenvolvimento, é alentadora ao trazer para o cenário pessimista de notícias que apostam no quanto pior, melhor, um alento para que todos nós, a favor do Brasil e, por isso, determinados a superar a atual crise continuemos nossa tarefa. No setor de comércio se percebe que os empresários do setor não estão agindo com a mesma fúria catastrófica dos donos das indústrias. O que temos percebido, e o presidente Lula já confirmou, é que estão acontecendo demissões desnecessárias na indústria, obrigando, inclusive, muitos setores a recuar. São empresários egoístas, novos ricos, sem compromisso com o Brasil, gente que nem sabe o significado da palavra Pátria, que só pensa no próprio caviar e viram as costas irresponsavelmente para a responsabilidade social das suas empresas. O mercado está atento, a classe trabalhadora vigilante e vamos, no processo de expurgo que a crise vai gerar, identificar os maus empresários que gerenciam suas empresas pensando apenas no próprio umbigo.

Leia mais: O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, afirmou hoje que o governo já recebeu sinais importantes de reação em vários setores econômicos, apesar da crise financeira. Ele citou, por exemplo, os de linha branca, automóveis, varejo e têxtil. Segundo ele, este último já está começando a ter novas contratações. "Portanto, continuamos otimistas de que poderemos passar melhor pela crise do que vários outros países que estão em situação bastante grave", afirmou Jorge, após encontro com o presidente da Câmara, deputado Michel Temer. Miguel Jorge disse que o ministério também não percebeu nenhum movimento exagerado de exportações de outros países para o Brasil. "Apesar de nós ouvirmos de alguns setores que há estoques mundiais muito grandes, e que podem ser uma ameaça, por enquanto essa ameaça não se concretizou e nós agiremos em todos os casos que isso ocorrer", disse o ministro. (Leia mais no Estadão)

TRIBUTOS:

Desde a fundação da UGT lutamos ardorosamente contra o excesso de impostos. O governo do presidente Lula manteve a mesma voracidade do governo FHC e já ultrapassamos o limite do razoável, com as empresas  e a classe média sufocadas por tantos impostos. Da mesma maneira que equacionamos a inflação, é chegada a hora de dar um basta na escalada tributária, que além de mais justa deve trazer os retornos sociais pelos impostos que pagamos.

EMPRESAS BRASILEIRAS ESTÃO ENTRE AS QUE MAIS PAGAM IMPOSTOS

As empresas brasileiras estão entre as que mais pagam impostos e em nenhum lugar do mundo se gasta mais tempo tempo para cumprir as obrigações tributárias -108 dias e oito horas, apontou o relatório anual "Doing Business", do Banco Mundial. Segundo o levantamento de 2008, a taxa total de impostos representa 69,4% dos lucros das empresas no Brasil, o que coloca o país no 162º lugar entre 181 nações. (Folha)

Carga tributária recorde vai a 36,54% do PIB

Estudo de instituto mostra crescimento desde o primeiro mandato de Lula; alta em 2008 é de um ponto percentual. Para 2009, incertezas do mercado e dificuldade no crédito podem levar a uma queda real da arrecadação, avaliam especialistas

Com 36,54%, um ponto acima de 2007, a carga tributária em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) bateu novo recorde no ano passado. Estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) usou como referência a arrecadação de R$ 1,056 trilhão para um PIB estimado em R$ 2,890 trilhões. O aumento de um ponto percentual ficou dividido em 0,52 ponto para os tributos federais, 0,35 para os estaduais e 0,13 para os municipais.

A carga tributária tem crescido ano a ano desde 2004. O último ano em que houve recuo em relação ao PIB foi 2003, quando ficou em 32,54% -em 2002, havia sido de 32,65%. "Isso quer dizer que o governo avança cada vez mais na riqueza nacional, sem que isso revele efetivamente um aumento substancial da qualidade do serviço público", afirma o advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, coordenador do estudo. Procurada pela Folha, a Receita não se manifestou. A assessoria de comunicação disse que a arrecadação e assuntos correlatos serão tratados em entrevista hoje.

Embora questione a elaboração de estimativas antes da divulgação dos números oficiais, o ex-secretário da Receita Everardo Maciel, diretor da Logos Consultoria, avalia que a carga tributária "provavelmente aumentou". Maciel defende que se separe, no assunto, o conceito de pressão fiscal. Segundo ele, houve, no ano passado, aumento real de arrecadação -7,6% apenas no âmbito federal-, e não elevação de alíquotas nem da base de impostos. "Mantida a pressão fiscal, um ponto não é nada."

Ao ser questionado sobre se seria necessário flexibilizar as leis trabalhistas para garantir emprego, o ministro disse que pessoalmente acredita que este não é o momento. "As leis que nós temos hoje já permitem uma negociação entre sindicatos e empresa, com segurança jurídica para a redução de jornada e de salário. Não acho que seja razoável discutir isso num clima que é de muito pessimismo, porque normalmente a flexibilização sempre leva em conta mais o lado da empresa do que do empregado", disse. (Leia mais na Folha)

Congresso aprova projeto que torna airbag obrigatório

O texto, que segue agora para sanção presidencial, determina obrigatoriedade de airbag frontal para motorista e passageiro. Segundo Denatran, a ideia é que, até 2014, todos os carros já saiam de fábrica com o item de segurança; regra vale também para importados

A Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto que inclui o airbag frontal para motorista e passageiro na lista de itens obrigatórios de carros, caminhonetes e picapes. A medida vai para sanção presidencial. Se ratificada, os veículos sairão de fábrica já com o equipamento -importados também estão sujeitos à medida. Carros em circulação não necessitarão fazer a adequação.

O texto prevê um cronograma de adaptação, ainda a ser definido pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Diz que os airbags deveriam começar a ser instalados no primeiro ano após a regulamentação do conselho em novos projetos de veículos -ainda não desenvolvidos- e no quinto ano em projetos já existentes.

O próprio conselho já discutia a obrigatoriedade do airbag e do freio ABS, que seria adotada por meio de regulamentação do órgão. Segundo Alfredo Peres da Silva, presidente do conselho e diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a ideia é que a produção de veículos com airbags seja gradativa até 2014, quando todos deverão sair de fábrica com o item. Novos projetos podem ter de se adaptar até 2012. (Leia mais na Folha)

Haddad garante mais recursos para educação ainda este ano

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (18) que a área terá mais recursos ainda em 2009. Apesar de a proposta de emenda à constituição (PEC) que acaba com a incidência da Desvinculação de Receita da União (DRU) sobre os recursos da educação ainda não ter sido votada pela Câmara dos Deputados, Haddad afirmou que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, garantiu uma redução das perdas ainda este ano.

A DRU é um mecanismo que permite ao governo federal gastar 20% de qualquer arrecadação sem justificar a destinação dos recursos. Com isso, cada pasta perde 20% do orçamento para o fundo criado em 1994. Se a proposta for aprovada, a educação terá cerca de R$ 8 bilhões a mais por ano em seu orçamento.

A PEC que já foi aprovada no Senado prevê a reincorporação gradual desses recursos para a educação. A proposta reduz o percentual desse repasse de 20% para 12,5% em 2009 e para 5% em 2010, chegando à extinção em 2011. Mesmo sem a aprovação da PEC, Haddad afirmou que a redução de 7,5% em 2009 já foi acordada com Paulo Bernardo.

Durante audiência pública na Câmara, Haddad voltou  a defender que a PEC do fim da DRU inclua a ampliação do ensino obrigatório no país. Hoje, apenas o ensino fundamental, dos 6 aos 14 anos, é obrigatório. Com a mudança, a pré-escola e o ensino médio passariam a fazer parte dessa cobertura. (Leia mais no DCI)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Com crise ou sem crise, Educação é a solução

Vergonha: Brasil longe das metas de educação

Somente em cinco capitais alunos de 4 série atingiram objetivos de aprendizagem em português; no Rio, situação piorou.

Com crise ou sem crise, educação é a solução. Esse é um dos lemas que a UGT apresenta em todas as suas interações internas com os sindicatos filiados e externas junto ao poder público e à comunidade. Porque a Educação é a única alternativa provada de inclusão social. E faz parte do DNA da UGT que a todo momento se depara com análises, estatísticas e lamentações em torno da falta da Educação, mas que não percebe nas instâncias públicas e privadas a determinação de se resolver o problema. Como Educação é de propriedade da Nação, a UGT vai continuar insistindo, pressionando, se oferecendo para ajudar. Já estivemos com o Ministério da Educação, sem ainda conseguir que nossas colaborações fossem sequer estimuladas. Estamos, a todo momento, prontos para ajudar no que for possível a favor da inclusão social e por isso sabemos que só através da Educação conseguiremos organizar e oferecer um futuro digno para milhões de brasileiros em idade escolar e para outros milhões de adultos que precisam da Educação para ajudá-los na reciclagem profissional e lhes oferecer condições mínimas para conquistar dignidade nas suas vidas.

Leia mais: Em 22 das 27 capitais brasileiras, incluindo Brasília, os alunos de escolas públicas não atingiram as metas de aprendizagem de língua portuguesa na 4 série do ensino fundamental. Os dados são de 2007 e foram divulgados ontem pelo Movimento Todos pela Educação, organização não-governamental que reúne empresários, gestores e entidades educacionais.
Além de não atingir a meta estabelecida para 2007, que levava em conta o desempenho dos alunos em 2005, o Rio ainda piorou nesse período. Em 2005, 33,05% dos alunos demonstraram nível de conhecimento de português adequado à série. Em 2007, o percentual caiu para 29,07%. A meta era 35,46%. As únicas capitais que atingiram as metas foram: Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Recife (PE), Florianópolis (SC) e Boa Vista (RR).
Em matemática, todas as redes municipais atingiram suas metas. Isso não significa, porém, que a maioria dos alunos esteja aprendendo. Em Macapá (AP), somente 8,52% dos estudantes sabiam os conteúdos esperados. No Rio, o percentual era de 23,20%. O melhor resultado foi o de Curitiba, com 35,26%. Leia mais em O Globo

Obama assina plano de estímulo econômico de US$ 787 bilhões

O presidente Barack Obama assinou nesta terça-feira o plano de estímulo econômico de US$ 787 bilhões, transformando-o em lei. Um dos objetivos do projeto, aprovado sexta-feira passado pelo Congresso americano, é salvar ou criar entre três e quatro milhões de empregos no país.

Durante o discurso no Museu da Natureza e da Ciência, em Denver, no estado do Colorado - onde há várias empresas de energia renovável-, Obama afirmou que o plano de estímulo econômico ''marca o princípio do fim'' da crise e permitirá criar empregos e proporcionar ''alívio às famílias''.

- É o primeiro passo para resgatar a economia. Começamos a trabalhar para manter vivo o sonho dos americanos - disse Obama, que usou dez canetas cerimoniais para assinar o pacote.

O presidente americano fez questão de deixar claro que as medidas estão apenas começando. Haverá planos específicos para a habitação (a ser anunciado nesta quarta-feira), para o sistema bancário e de crédito e até para reduzir o déficit público:

- Precisaremos estabilizar, consertar e reformar nosso sistema bancário e fazer com que o crédito volte para famílias e empresas. Precisamos reduzir o aumento da retomada de casas pelos bancos e conter a queda nos preços dos imóveis, além de ajudar os mutuários a permanecerem em suas casas. Enquanto precisamos fazer o possível a curto prazo para mover nossa economia de novo, temos de reconhecer que herdamos um déficit de trilhões de dólares e precisamos recomeçar a restaurar a disciplina fiscal - disse Obama. (Leia mais em o Globo)

Não é hora de demitir", afirma Carlos Lupi 

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, reafirmou, nesta terça-feira, em Manaus, que a economia brasileira vai bem e que os empregadores não devem fazer demissões neste período. Na opinião do ministro, só demite quem não tem compreensão ou não está enxergando a força da economia nacional. De acordo com Lupi, a economia interna nacional está muito aquecida.

- O sistema financeiro do Brasil é muito sólido e a economia brasileira depende pouco do exterior, já que exportamos 2,5% do Produto Interno Bruto. O empregador brasileiro tem que se organizar e saber que, às vezes, recua-se para depois avançar. Demissão é uma palavra que, nesse momento, deveria estar fora do nosso vocabulário. A hora é de sentar, conversar, encontrar caminhos e alternativas para que o Brasil continue crescendo e gerando emprego - destacou. (Leia mais no Globo)

Caixa bate recorde de liberação de crédito imobiliário no mês de janeiro

Total liberado no primeiro mês de 2009 foi de R$ 1,91 bilhão.

Valor dos financiamentos cresceu 155% em relação a 2008.

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta terça-feira (17) que foram assinados 45.975 contratos de financiamento imobiliário no banco em janeiro, no valor total de R$ 1,91 bilhão, o que representa um crescimento de 155% em relação ao mesmo período de 2008, quando o montante financiado somou R$ 750,3 milhões.

De acordo com o banco, trata-se do melhor mês de janeiro em contratação de crédito imobiliário parar a Caixa. A instituição estima que as liberações para o setor somarão R$ 27 bilhões até o fim deste ano.

A média diária de contratação, informa a Caixa em nota, ficou em 2.189 contratos no mês passado, ou cerca de R$ 90 milhões. Em igual período, o resultado diário foi de 738 contratos por dia, com média de R$ 34 milhões - nesta comparação, o crescimento em valores foi de 165%.

Em 2009, os empréstimos com recursos da poupança totalizaram R$ 1,09 bilhão. Na linha de financiamento com dinheiro do FGTS, a Caixa aplicou o montante de R$ 790 milhões, com alta de 121% em relação ao mesmo período de 2008.

Em comunicado, o vice-presidente da Caixa, Jorge Hereda, disse que o resultado se deve à postura da Caixa de manter as linhas de financiamento abertas, apesar da crise. Segundo Hereda, a Caixa cumpre um papel econômico e social na área imobiliária. (Leia mais no G1)

Brasil e Argentina criam força-tarefa antiprotecionismo

Chanceler argentino, no entanto, afirmou que restrição a produtos brasileiros será mantida.

Da BBC Brasil em Brasília - Representantes dos governos do Brasil e da Argentina anunciaram nesta terça-feira a criação de um grupo de trabalho cujo objetivo é encontrar soluções "criativas" para evitar a adoção de medidas protecionistas no comércio entre os dois países.

O anúncio foi feito após uma reunião entre os chanceleres da Argentina, Jorge Taiana, e do Brasil, Celso Amorim, que disseram que a criação do grupo de trabalho é uma tentativa de "equilibrar" o comércio bilateral.

De acordo com Amorim, a conversa de três horas na sede do Itamaraty, em Brasília, "foi franca, mas não necessariamente concordante desde o início".

A Argentina vem adotando ações restritivas à entrada de produtos brasileiros no país.

Após a reunião com Amorim, no entanto, o chanceler argentino, Jorge Taiana, afirmou que tais medidas serão mantidas.

"As regras continuam vigentes", afirmou.

O ministro Celso Amorim afirmou que o Brasil "prefere não retaliar" em relação às decisões do país vizinho.

"O Brasil prefere não tomar essas medidas (de retaliação), por acreditar que essas medidas são contraproducentes", disse.

O objetivo do governo brasileiro, segundo ele, é encontrar "formas mútuas que evitem medidas unilaterais". (Leia mais no Estadão)

 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Silenciosamente, sem dar ouvidos às carpideiras de plantão, brasileiros encontram saídas da crise

Piso salarial paulista tem reajuste de até 12% e vai a R$ 505

Participamos do anúncio do novo piso salarial paulista porque acreditamos tratar-se de uma iniciativa do Governo Serra a favor da distribuição de renda e da inclusão social. Todos os meses, serão injetados mais de 50 milhões de reais na economia com o novo piso salarial. Além disso, a iniciativa vai estimular os setores organizados que ainda recebem abaixo do piso estadual e levará os sindicatos a renegociar pisos, criando um círculo virtuoso a favor dos trabalhadores que mais precisam e da própria economia. É também uma atitude positiva para enfrentar a crise em vez das choradeiras dos que nada fazem para tentar conter os estragos de uma situação económica que se originou nas economias do tão aclamado primeiro mundo através de ações desembestadas de especuladores e agiotas. Com a iniciativa do Governo paulista a vida dos que estão na base da pirâmide terá um pouco mais de alívio.

Leia mais: O governador José Serra (PSDB) anunciou nesta segunda-feira os novos valores dos pisos salariais para os trabalhadores do setor privado do Estado de São Paulo. Com reajuste de até 12,22 por cento, os pisos são dirigidos a categorias com pouca mobilização sindical, como trabalhadores domésticos e rurais, e que não têm piso salarial fixado.

Em meio à crise financeira global, o índice é ligeiramente maior do que o aplicado ao salário mínimo nacional, que passou de 415 reais para 465 reais, com reajuste de 12,04 por cento.

"Parece que são responsáveis (os valores) e que podem ser absorvidos pela economia paulista, defendendo a renda sem causar desemprego", disse Serra a jornalistas, mencionando que o piso procura proteger os rendimentos dos empregados com baixa organização.

São três faixas salariais, estipuladas de acordo com grupos de ocupação dos trabalhadores, seguindo decreto estadual de 2007. A primeira faixa subiu de 450 reais para 505 reais, com alta de 12,22 por cento. A segunda foi de 475 reais para 530 reais (+11,57 por cento) e a terceira, de 505 reais para 545 reais (+7,92 por cento). Em 2008, os reajustes foram menores, variando de 9,75 por cento a 3,06 por cento.

O método de cálculo do aumento prevê o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação (INPC) no período.

O projeto segue ainda na tarde desta segunda-feira para a Assembléia Legislativa e a expectativa do governo paulista é que os novos pisos entrem em vigor em abril.

Estavam presentes no anúncio representantes de quatro centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CGTB e Nova Central), além da Federação dos Empregados e Trabalhadores Domésticos.

De acordo com Ricardo Patah, presidente da UGT, os pisos atingem 1 milhão dos 12 milhões de trabalhadores paulistas. (Agência Estado e Reuters)

Vendas à vista no varejo paulistano melhoram em fevereiro, diz ACSP

Diariamente nosso setor monitora as atividades económicas do comércio. As homologações estão em patamares aceitáveis, com um viés de baixa, que nos anima bastante. As pessoas voltam, timidamente, às compras, sem se preocupar, tanto, com as carpideiras de plantão que só vêem a crise em todos os cantos. E com isso, o setor de comércio, um dos mais ativos e uma verdadeira carcaça de proteção do mercado interno continua a gerar empregos, a valorizar homens e mulheres que atuam no setor que são verdadeiros patriotas, que não desistem nunca, que atuam sempre com fé no Brasil.

Leia mais: As vendas por crediário no varejo da capital paulista tiveram ligeira queda e o número de carnês em atraso aumentou na primeira quinzena de fevereiro, comparativamente ao mesmo intervalo do ano passado, segundo os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Por outro lado, o movimento à vista cresceu e o desempenho do comércio como um todo foi melhor do que em janeiro. A ACSP enfatiza, porém, que o feriado de Carnaval, por cair em datas irregulares, pode distorcer as comparações do mês.

As consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), indicador das vendas a prazo, caíram 0,2% nos 15 primeiros dias de fevereiro, ante igual período de 2008. Em janeiro, a baixa havia sido de 6%. As consultas ao SCPC/Cheque, termômetro das vendas à vista, subiram 5,6% no mesmo confronto, depois de terem caído 5% em janeiro. (Leia mais no Valor)

Lula manda BB financiar habitação popular

Ordem é dada após Caixa dizer que não atingirá metas do plano lulista, que prevê financiar 500 mil casas neste ano e 500 mil em 2010.

O Banco do Brasil irá atuar no financiamento de imóveis para baixa renda. Apesar de esse segmento não ser o foco do banco, que entrou no segmento habitacional recentemente, o presidente Lula deu ordem à instituição para participar como financiador do pacote de habitação popular que deverá ser anunciado após o Carnaval.

A decisão foi tomada depois de Lula ouvir da Caixa Econômica Federal que ela teria dificuldade para, sozinha, levar o mercado a atingir a meta de financiamentos do plano: 500 mil unidades neste ano e 500 mil até o final do ano que vem.

A Folha apurou que a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse a Lula que seria possível financiar algo entre 300 mil e 350 mil unidades. Mas, para chegar aos 500 mil, seria necessário reforço do BB, que começou a financiar imóveis em julho, mas não atua com dinheiro do FGTS, principal fonte de recursos nas operações para a baixa renda.

Isso porque não há garantia do interesse dos bancos privados no início do processo. A ideia do governo é fazer com que pessoas que hoje não têm acesso a financiamentos habitacionais sejam incluídas no sistema bancário. Eles são o pilar do pacote do governo. Os maiores benefícios estão sendo direcionados para trabalhadores com renda até dez salários mínimos (R$ 4.650), que terá parte do custo subsidiada.

É nessa camada da população que estará a maior parte da demanda por imóveis nos próximos 15 anos -mais de 70%, segundo estimativas do governo- e onde Lula quer reforçar sua base eleitoral para fazer seu sucessor no ano que vem. (Mais informações na Folha)

Mantega diz a Lula que medidas estão contendo desaquecimento

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta segunda-feira que os efeitos da crise mundial no país estão bem abaixo das expectativas iniciais, tanto do governo quanto dos analistas. Na reunião de coordenação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro destacou que já há uma reversão das expectativas mais pessimistas do mercado financeiro em relação à economia brasileira.

Mantega destacou que medidas anticrise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis e aumento efetivo na oferta de crédito promovido pelos bancos oficiais, por exemplo, estão surtindo efeito de minorar a desaquecimento da economia.

Tais consequências podem ser notadas com os números sobre a retomada da produção industrial paulista e o aumento na produção de veículos em janeiro sobre dezembro, citou Mantega.

Segundo relato de fonte palaciana que participou da reunião, " ainda não há motivos para comemoração " , mas o governo mantém o seu discurso de que embora o país esteja passando por uma desaceleração, " não enfrentará recessão econômica em 2009 como vários países desenvolvidos " . (Mais informações em O Globo)

UGT cobra apuração rápida e isenta do caso da brasileira vítima de xenofobia

Desde a última quarta-feira (11/02), quando as imagens da advogada Paula Oliveira, que fora vítima de xenofobia na Suíça, foram exibidas pela primeira vez, o mundo está em choque. A crueldade foi tamanha que não há como não clamar por um basta à violência de todas as naturezas, em particular as que envolvem xenofobia. “ Para que não venhamos a ser surpreendidos com outros casos como esse, só mesmo a punição exemplar dos agressores” , alerta Ricardo Patah, presidente da UGT.

“ Por isso, a UGT (União Geral dos Trabalhadores) endossa a posição do chanceler Celso Amorim, que pediu urgência e isenção na apuração dos fatos. E vamos continuar a cobrar de quem de direito para que o caso não deixe as manchetes de jornais no mundo todo sem um desfecho. Ou pior, pairando dúvidas sobre a vítima”, reclama.

“ A UGT está em contato com os organismos internacionais, com sede na Suíça, que lá se instalaram dada a tradição de país neutro. Condição que é colocada sob suspeição a partir de incidentes desta ordem se não forem exaustivamente apurados e esclarecidos para a opinião pública mundial.

Estamos acionando o chanceler Celso Amorim, o Itamaraty, a Organização Internacional do Trabalho e a Comissão de Direitos Humanos da ONU. Além de enviar nossa posição para todos os organismos de imprensa brasileiros e para todas as autoridades que fazem parte do nosso relacionamento institucional”, avisa Patah. (Revista Fator)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Se depender dos trabalhadores e de suas entidades vamos rumar, a médio prazo, para resolver esta crise

Aumento real do mínimo injeta R$ 21 bi e reduz crise

(Postado por Roberto Santiago, vice-presidente da UGT e deputado federal (PV-SP) A crise financeira mundial, responsabilidade integral dos agentes do capitalismo, com ampla liberdade de ação para os banqueiros e especuladores, é extremamente preocupante. Mas somos brasileiros. E nosso realismo e disposição de luta sempre nos faz entrar de alma aberta, determinada a ganhar, em todos os desafios que nos são colocados. Com a chegada do salário mínimo, como os trabalhadores se referem ao reajuste de 6,4% em termos reais do mínimo, na economia brasileira já antecipamos um cenário ainda difícil mas com mais condições de todos nós, brasileiros e brasileiras, aposentados, pensionistas, pessoal da ativa  que somam 47 milhões de bolsos que vivem do salário mínimo podemos olhar com mais serenidade as dificuldades que temos pela frente. A ponto de os jornais que só vendem catástrofe começarem a associar o reajuste em termos reais do mínimo a uma redução da crise. Como relator do melhor salário mínimo da História do Brasil, sinto-me orgulhoso de como vice-presidente da UGT estarmos, todos, participando desta fase de grandes desafios da História brasileira e ajudarmos o país, por um lado, com o reajuste continuado do salário mínimo e, por outro lado, estarmos à frente da UGT, a central que mais cresce no Brasil por se dedicar, continuamente, à mobilização e organização da casse trabalhadora, concentrando esforços onde tem o resultado mais rápido, que é o respeito às determinações de seus sindicatos filiados.

Leia mais: Aliada à inflação menor, alta real de 6,4% do salário fortalece mercado interno

Setores como alimentos, roupas e fármacos e regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem ser mais beneficiados

Reajustado neste mês em 6,4% em termos reais, o novo salário mínimo de R$ 465 injetará diretamente na economia R$ 21 bilhões pelos cálculos do Ministério do Trabalho e será um importante instrumento de política anticíclica nestes tempos de crise, segundo especialistas. Permitirá, dizem, manter algum dinamismo em setores que dependem da expansão da renda, como o de alimentos.

Para Fábio Romão, economista da LCA, o aumento do mínimo, aliado à inflação menor neste ano, vai sustentar o consumo de alimentos e outros bens semi e não-duráveis (como roupas, calçados e produtos de limpeza e de higiene pessoal) e amortecer o impacto da crise tanto na produção como no emprego. O reajuste real também terá mais peso nas regiões onde a penetração do mínimo é maior, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Antes mesmo do aumento total de 12,05% do mínimo, o desempenho dos setores ligados à renda já destoava do resto. De outubro a dezembro, a indústria geral registrou tombo sem precedentes em crises anteriores, de 19,8%. Mas, em alimentos, a queda foi suave -0,7%, a menor dos ramos.

Só registraram expansão bebidas (0,2%), também dependente da renda, e outros veículos automotores (20,1%), por causa da fabricação de aviões encomendados antes da crise, contra queda de 54% na produção de veículos, diz o IBGE.

Isabella Nunes, do IBGE, diz que os ramos ligados à renda já tiveram resultados um pouco melhores nos três últimos meses de 2008 -quando a indústria sentiu, progressivamente, o forte baque da crise.

"A indústria desabou em dezembro, mas a renda ainda sustenta um pouco os não-duráveis." Em dezembro, a produção da indústria geral caiu 14,5% ante dezembro de 2007 -a maior retração desde 1991. Naquele mês, outro ramo ligado à renda, a indústria farmacêutica, cresceu 11,7%.

Para Nunes, uma eventual estabilidade do mercado de trabalho e o efeito do reajuste do salário mínimo jogarão um papel importante para definir o rumo da economia neste ano.

Já Romão vê o mínimo como um "amortecedor" da crise, mas que não impedirá uma desaceleração do ritmo da atividade. Regionalmente, os Estados do Nordeste já registraram em dezembro resultados "menos ruins", diz Romão, justamente por causa do maior peso das indústrias de semi e não-duráveis. Tiveram recuos abaixo da média de 14,5% as indústrias de Pernambuco (-6,2%) e Ceará (-3,9%). (Leia mais na Folha)

''Será que estamos saindo do poço?''

Economista da FGV vê retomada gradual da indústria e diz que dezembro foi o pior mês neste período recente

Apesar da crise econômica global ainda dar sinais de virulência, e da má recepção inicial dos mercados ao pacote de US$ 2 trilhões de ajuda ao sistema financeiro do presidente americano Barack Obama, uma tímida luz no fim do túnel parece ter surgido nos últimos dias, no caso brasileiro.

"Os dados me levam a crer que dezembro foi o pior mês da economia brasileira neste período recente, e que em janeiro nós já estamos saindo um pouco do fundo do poço", diz Vagner Ardeo, vice-diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio.

Ardeo é o principal responsável por indicadores da FGV com os índices de confiança do consumidor e da indústria de transformação, e o Sinalizador da Produção Industrial (SPI), que busca antecipar a produção industrial em São Paulo.

Ele nota que os índices de confiança chegaram perto da estabilização em janeiro, depois de quedas muito acentuadas nos meses anteriores. No caso do SPI, o índice para janeiro foi de avanço de 5,7%, depois de registrar quedas de respectivamente 0,4%, 6% e 13,5% em outubro, novembro e dezembro.

Ardeo observa que o SPI vem prevendo muito bem o resultado efetivo da produção industrial em São Paulo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que caiu 0,8%, 3,5% e 14,9% de outubro a dezembro. Desta forma, o SPI de 5,7% para janeiro é um resultado animador.

O economista ressalva que o aquecimento está muito concentrado no chamado "material de transporte", que inclui basicamente a indústria automobilística. Outro ponto de interrogação é o impacto da piora do mercado de trabalho no segmento de bens não-duráveis, como alimentos e roupas.

"Em dezembro houve grande perda de postos de trabalho, e isso tende a afetar a confiança do consumidor, embora em janeiro ela tenha ficado relativamente estável", diz Ardeo.

Na Quest Investimentos, do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros (leia entrevista abaixo), um levantamento mostra que, no último mês, o real e o peso chileno foram as únicas moedas que se valorizaram em relação ao dólar, numa lista de países que inclui Argentina, México, Turquia, Rússia, Coreia do Sul, Hungria e Polônia. Em termos de mercado acionário, o Brasil, com valorização acima de 5%, teve o melhor desempenho, com exceção da China e da Índia, num grupo de 13 países emergentes acompanhados pela Quest.

Joel Bogdanski, economista do Banco Itaú, é mais cauteloso em relação ao momento da economia brasileira: "É bem difícil afirmar com certeza que o fundo do poço tenha sido atingido, porque a crise continua evoluindo lá fora". Ele acha que o ocorrido em janeiro no setor automobilístico pode ter sido um fenômeno específico, que não necessariamente sinaliza uma tendência para a economia como um todo.

Bogdanski nota que o que mais afetou a economia brasileira, e provocou a parada brusca do fim de 2009, foram as expectativas, ligadas à confiança de consumidores e empresários. E esta, por sua vez, mostrou-se bastante vulnerável à evolução do quadro internacional, centrada nos Estados Unidos e nas economias ricas.

"Houve essa voltadinha no começo do ano, mas não se pode descartar outra onda de abalo lá fora - uma recessão mundial é algo muito sério", diz. (Leia mais no Estadão)

Indústria corta 32,5 mil vagas e tem pior janeiro desde 2006

O nível de emprego na indústria paulista caiu pelo quarto mês consecutivo em janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 13, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado com ajuste sazonal registrou queda de 1,86% em janeiro, ante dezembro. Sem o ajuste sazonal, o emprego recuou 1,34%, na comparação com dezembro, o que resultou no fechamento de 32.500 vagas, que se somaram às 130 mil vagas eliminadas em dezembro. Na comparação com janeiro de 2008, também houve queda de 2,22%. Ambos os resultados - com ou sem ajuste sazonal - foram os piores para meses de janeiro desde 2006, na série histórica disponibilizada pela entidade. Por mudança de metodologia, a pesquisa passou a partir deste mês a avaliar 22 setores industriais, ao invés dos tradicionais 21. Desse grupo de 22, 19 demitiram, dois contrataram e um manteve o nível de emprego estável.

A confiança dos empresários da indústria paulista melhorou na primeira quinzena de fevereiro. O índice Sensor, medido pela Fiesp, ficou em 41,4 pontos nos 15 primeiros dias de fevereiro, ante 38,7 pontos na segunda quinzena de janeiro. (Leia mais no Estadão)

Desemprego ameaça estabilidade global

Onda de demissões avança pelo mundo, e agência da ONU diz que 50 milhões de empregos podem ser perdidos

Desde advogados em Paris até operários de fábricas na China e seguranças na Colômbia, as fileiras dos desempregados estão inchando rapidamente em todo o mundo.

As perdas de empregos decorrentes da recessão que começou nos Estados Unidos em dezembro de 2007 podem chegar a estarrecedores 50 milhões até o final deste ano, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência das Nações Unidas. A recessão já levou à perda de 3,6 milhões de empregos nos Estados Unidos.

Os altos índices de desemprego, especialmente entre trabalhadores mais jovens, já levaram a protestos em países tão diversos quanto Letônia, Chile, Grécia, Bulgária e Islândia e contribuíram para greves no Reino Unido e na França.

No mês passado o governo da Islândia, país cuja economia está prevista para se contrair em 10% neste ano, caiu, e o primeiro-ministro adiantou as eleições nacionais, após semanas de protestos enfurecidos.

Na semana passada, o novo diretor de inteligência nacional dos Estados Unidos, Dennis C. Blair, afirmou ao Congresso que a instabilidade causada pela crise econômica global já é a maior ameaça à segurança norte-americana, passando o terrorismo.

"Quase todo o mundo foi pego de surpresa com a rapidez com que o desemprego vem crescendo, e quase todos estão sem saber como reagir", disse Nicolas Véron, do centro de pesquisas Bruegel, em Bruxelas, na Bélgica.

Em economias emergentes como as da Europa Oriental, teme-se que o desemprego crescente possa incentivar um afastamento da política de livre mercado, pró-ocidental, enquanto, nos países desenvolvidos, o desemprego pode reforçar o protecionismo. (Leia mais na Folha)