terça-feira, 27 de setembro de 2011

CAMPANHA SALARIAL DOS BANCÁRIOS 2011

Banco de Brasília oferece 17,45% de reajuste

Por Lourenço Prado, presidente da Contec e vice-presidente da UGT

Os funcionários do Banco de Brasília (BRB) fecharam ontem (26/09) acordo que lhes garante o reajuste salarial de 17,45%. Este resultado, fruto de muita negociação, será avaliado em assembleia e provavelmente levará os bancários do BRB a interromper o estado de greve.

O BRB é um banco que lucrou pouco mais de R$ 196 milhões em 2010 e mesmo assim oferece aos seus funcionários reajuste de 17,45%. O contraditório, é vermos que outras instituições financeiras, como BB, CAIXA, Itaú, Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC, que acumularam no mesmo período lucros na casa dos bilhões de reais, insistem na proposta de reajuste de 8%. Ou seja, apenas 0,56% de aumento real. É diante dessa insensibilidade dos banqueiros, que só querem acumular e não pensam nos bancários que os ajudam na conquista desses volumosos lucros, que a categoria se mobiliza em GREVE GERAL POR TEMPO INDETERMINADO a partir desta terça-feira (27/09/2011).


Leia o clipping de hoje, por favor:


Crise e juro baixo complicam fundo de pensão
Nenhum fundo conseguirá cumprir a rentabilidade mínima para 2011, afirma entidade.
A crise das Bolsas de Valores e a redução da taxa básica de juros estão complicando os fundos de pensão do país. As entidades de previdência possuem em média 32% dos seus ativos em renda variável (ações) e 60% atrelados à Selic (taxa de juros oficial), ambos em queda.
Segundo o presidente da Abrapp (Associação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), José de Souza Mendonça, nenhum fundo conseguirá cumprir sua meta atuarial em 2011.
A meta atuarial é a rentabilidade mínima que os fundos devem alcançar para garantir que seus beneficiários recebam suas aposentadorias, corrigidas pela inflação, sem comprometer o equilíbrio da carteira.
Hoje a meta é de 6% mais o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o que dá um compromisso de rendimento mínimo de 12,26% neste ano.
Segundo Mendonça, se a Bolsa de Valores permanecer no atual patamar de 55 mil pontos, e a taxa básica de juros (Selic) se mantiver próxima dos 12% ao ano em dezembro, a rentabilidade média dos fundos será de apenas 2,57% em 2011
"Este ano será muito parecido com 2008, quando os fundos apresentaram uma rentabilidade negativa de 1,62%, em meio aos efeitos da crise global. Mas em 2009 e em 2010 houve uma rentabilidade média muito superior à meta e as entidades de previdência recuperaram as perdas", disse o executivo.
PREVI -- A Previ, maior fundo de pensão do país, com R$ 154 bilhões em ativos, é a que mais possui investimentos em renda variável: cerca de 60% de seu patrimônio.
O diretor de Participações do fundo, Marco Geovanne Tobias da Silva, diz que "vai ser muito difícil bater a meta atuarial no atual cenário".
Mas ele explica que a Previ tem peculiaridades.
"Boa parte dos nossos investimentos em renda variável não são contabilizados apenas pelo preço dos papéis em Bolsa, mas pelo valor econômico das empresas", diz.
"Isso não reflete pura e simplesmente a desvalorização na Bolsa, mas é um cálculo mais complexo", completa Silva.
LONGO PRAZO -- Segundo ele, a administração de um fundo de previdência não pode olhar no curto prazo, tem sempre que lembrar que possui benefícios para pagar nos próximos 40, 50 anos.
"Não somos um fundo de investimento que precisa se desfazer de ativos não rentáveis no dia seguinte. Nós sempre olhamos no longo prazo. E, se a Bolsa não vai bem agora, no futuro ela irá. Nós fazemos parte do controle de empresas sólidas", disse o diretor da Previ.
Para ele, o fundo deve perseguir a estratégia de investir em setores como o de infraestrutura, em especial o de energia, que possui estabilidade de longo prazo.
"Empresas elétricas possuem concessões de 30 anos, com remuneração atrelada à inflação, e grande fluxo de caixa. São ideais para fundos de pensão como a Previ."
Imóveis comerciais de alto padrão em grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília também estão nos planos da entidade. O objetivo não é o ganho com a valorização e futura revenda dos prédios, mas com o aluguel dos imóveis. (Folha)


G-20 pode perder 20 milhões de empregos até o fim de 2012

Segundo estudo da OIT, com a crise de 2008, países já haviam perdido 20 milhões de postos de trabalho; se expansão do emprego não aumentar, número subirá para um total de 40 milhões

Os riscos de um desemprego prolongado estão crescendo nos países do G-20, grupo dos 20 países mais desenvolvidos e em desenvolvimento, ao mesmo tempo em que a atividade econômica desacelera, mostrou um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentado nesta segunda-feira em Paris. O estudo indica que os países do G-20 perderam 20 milhões de empregos com a crise financeira de 2008 e se arriscam a perder mais 20 milhões até o fim de 2012.
"Estamos muito preocupados com o que estamos vendo nos números", disse Stefano Scarpetta, chefe de análise de empregos na OCDE, logo antes de uma reunião de dois dias que ocorrerá na capital francesa com os ministros do Trabalho dos 20 países. "O emprego e as políticas sociais deveriam estar no centro de uma política de combate à situação atual".
A recente expansão do emprego no G-20 é insuficiente para compensar os 20 milhões de empregos perdidos na crise econômica de 2008, disse Scarpetta. O emprego cresceu 1%, mas é necessária uma expansão anual de pelo menos 1,3% para suprir a falta de 20 milhões de empregos nos países do G-20 até 2015. Scarpetta disse que a situação tende a piorar com a atual desaceleração da economia.
"Ser a taxa de emprego crescer 0,8% até o final de 2012, agora uma possibilidade bem presente, então a falta de empregos crescerá em mais 20 milhões de postos de trabalho para um total de 40 milhões nos países do G-20", disse o relatório da OIT e da OCDE.
"Isso não é apenas sobre negócios. Nós temos uma situação pela frente onde as tensões sociais vão aumentar. Isso é uma questão para o G-20 porque quando as tensões sociais crescem em um país elas têm implicações em outro", disse Scarpetta.
O estudo indica que 200 milhões de pessoas estão desempregadas atualmente no mundo, o que quase alcança a pior marca, atingida durante a Grande Depressão que começou a partir de 1929.
Na página da OIT, o relatório indica que a situação melhorou em alguns países do G-20, como o Brasil e a Alemanha, mas o desemprego permanece muito alto em outros, como a Espanha, onde supera 20% da força de trabalho.
"A performance dos mercados de trabalho foi muito diferente de país a país. Enquanto alguns países, como Brasil, Alemanha e Indonésia, tiveram um forte crescimento no emprego e significativas quedas na taxa de desemprego, outros como Argentina, Austrália e a Federação Russa mostraram pouco ou nenhum crescimento no emprego, e outro grupo de países e regiões ainda têm uma persistente taxa alta de desemprego, como a Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, África do Sul e União Europeia. (Estado)


Após os Correios, bancários também entram em greve
Trabalhadores prometem parar a partir de hoje, por tempo indeterminado; bancos admitem transtornos. Funcionários pedem 12,8% de aumento e maior participação nos lucros; bancos oferecem índice de 8%.
Bancários de todo o país prometem cruzar os braços a partir de hoje, em paralisação por tempo indeterminado, diante do impasse nas negociações de correção salarial da categoria.
Dessa forma, se unem a trabalhadores dos Correios e metalúrgicos do ABC paulista, que entraram em greve nas últimas semanas.
Os bancários pedem reajuste de 12,8% e maior participação nos lucros das empresas. Isso significa aumento real de 5%, se descontada a inflação.
Os bancos ofereceram 8% de aumento sobre salários e participação nos lucros, incremento real de 0,56%.
No ano passado, os trabalhadores obtiveram aumento real de 3,08%, após 15 dias de greve.
"Foram cinco rodadas de negociações frustradas. A greve é o nosso último instrumento; ela é de responsabilidade dos bancos", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf, entidade que coordena o Comando Nacional dos Bancários.
"A negociação estava em andamento, fizemos duas propostas, e eles disseram que vão para a greve. É um espanto", afirmou Magnus Apostólico, diretor de relações trabalhistas da Fenaban(Federação Nacional dos Bancos).
O representante das instituições financeiras disse acreditar que a maioria das agências vai abrir, a exemplo da greve do ano passado.
ALTERNATIVAS -- Afirmou que possíveis transtornos podem ser minimizados com a utilização de outros canais com serviços bancários, como os caixas de autoatendimento e a internet.
Nos Correios, a empresa disse que, apesar da greve, cerca de 9,4 milhões de correspondências foram entregues no fim de semana passado, por meio de mutirão.
A paralisação dos funcionários completa 14 dias hoje.
Segundo os Correios 18% de funcionários aderiram à greve e 35% das entregas estão atrasadas.
O presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira, estima que a paralisação esteja provocando um prejuízo diário de R$ 20 milhões.
O comando nacional da greve emitiu nota aos sindicatos regionais recomendando a manutenção da greve. (Folha)


Planalto teme o 'pior dos mundos para o governo' com possibilidade de Senado aprovar 10% para Saúde, sem fonte

A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta segunda-feira grande preocupação com a disposição do Senado de retomar o texto original da regulamentação da Emenda 29, aprovado na Casa, que estabelece o gasto mínimo de 10% das receitas da União com a Saúde, mas sem a criação de um novo imposto. O Palácio do Planalto orientou os líderes aliados no Senado a monitorar de perto a base governista e evitar que o texto aprovado na Câmara seja alterado. A proposta de fixar um percentual mínimo para a União é de autoria do ex-senador Tião Viana (PT), atual governador do Acre.

- É o pior dos mundos para o governo - reconheceu nesta segunda-feira um auxiliar da presidente Dilma, ao falar da possibilidade de aumento de despesas sem a criação de uma nova fonte de receitas.

Planalto estuda mobilização para barrar mudanças -- O alerta de Dilma foi feito para ministros em reunião na manhã desta segunda-feira no Planalto. Integrantes da coordenação política já defendem uma nova mobilização com os governadores para barrar mudanças no texto no Senado.

Embora o Planalto reconheça que os governadores temem o desgaste de defender a recriação da CPMF, a presidente entende que eles têm que participar do debate. Para Dilma, também é responsabilidade dos governadores evitar que o Senado aumente as despesas do governo sem apontar a nova fonte de financiamento.

O problema é que os governadores estão insatisfeitos com a postura do Planalto sobre o assunto. Primeiro, foram incentivados pela própria presidente a defender o novo imposto. Depois, ela mesma voltou atrás, dizendo que não iria propor sua aprovação.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que o governo federal não pretende criar novo imposto, mas reforçou que a ordem do Palácio do Planalto é que a base aliada mantenha sem alteração o texto da Câmara.

- O Congresso e o governo vão fazer um grande esforço para conscientizar sua base de que não é possível retomar o texto original da Emenda 29, pois, quando ele foi votado há três anos, a conjuntura econômica do país era outra e se imaginou que seria criado um novo imposto - adiantou o senador Romero Jucá.

Governo sob risco de derrota no plenário -- O cuidado do Planalto e seus líderes no Congresso não é por acaso. O Planalto foi alertado que, se a votação fosse hoje, correria forte risco de ser derrotado no Senado. Ao contrário do texto aprovado na última quarta-feira pelos deputados, que não onera o Executivo federal, a proposta original da Emenda 29 aumentaria as despesas do governo no setor em mais de R$ 30 bilhões.

- Essa proposta de fixar em 10% das receitas o investimento da União na Saúde pública é inexequível - reiterou Jucá, acrescentando que está descartada a possibilidade de o Congresso aprovar qualquer proposta de criação de um novo tributo para a Saúde, seja este ano ou no próximo - Não é o momento de criarmos novos impostos. Muito difícil de prosperar qualquer iniciativa dessa ainda este ano. No próximo, também será muito complicado. A curto prazo, não teremos uma solução.

Nada será fácil, mas, certamente, essa proposta vai ter o apoio de muita gente que não é da oposição -- A oposição, no entanto, conta com o apoio de parte da base governista para tentar restabelecer o texto original da Emenda 29. De acordo com o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), o texto aprovado pela Câmara não acrescenta um centavo a mais para a Saúde.

- Nada será fácil, mas, certamente, essa proposta vai ter o apoio de muita gente que não é da oposição - previu Dias.

Jucá anunciou nesta segunda-feira que, no Senado, a Emenda 29 passará por três comissões permanentes, antes de ser novamente apreciada pelo plenário da Casa. Antes, o texto será submetido a debate nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Assuntos Sociais (CAS) e de Assuntos Econômicos (CAE).

Apesar desse longo périplo que a Emenda 29 fará pelo Senado, Jucá garantiu que o governo quer votar a matéria com rapidez. Quanto menos tempo o assunto ficar em evidência, menor a pressão pelo aumento de recursos da União.

Mercadante diz que Saúde é subfinanciada -- O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira que a Saúde Pública no Brasil é subfinanciada. Segundo ele, os gastos per capita com Saúde seriam 47% menores que os da Argentina. As afirmações foram feitas após a participação do ministro na abertura do seminário "Inovação -- o Brasil na rota do desenvolvimento científico e tecnológico", promovido pela revista "Brasileiros", em São Paulo.

- O que posso dizer é que a Saúde Pública no Brasil é subfinanciada, o setor privado gasta 2,5 vezes mais com Saúde o que o setor público consegue gastar. Temos um déficit comercial de quase US$ 12 bilhões do complexo da Saúde neste ano e estamos fazendo um grande esforço para fazer fármacos e diminuir esse déficit. Mas a Saúde vai ter de melhorar suas condições de financiamento - disse.

Perguntado sobre a possibilidade de se recriar um imposto para gerar recursos para o setor, ele preferiu evitar a polêmica:

Não sou mais senador. Já tem gente competente tratando disso - disse apenas.(O Globo)


BC deve baixar mais os juros, apesar da previsão do mercado sobre estouro da meta da inflação

Diante de um cenário internacional de crise, que tende a piorar, a equipe econômica não descarta uma redução mais ousada da taxa de juros (Selic) já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 18 e 19 de outubro, como arma contra os efeitos da turbulência lá fora. A avaliação do Palácio do Planalto é que o Brasil já vive um cenário de queda da inflação, assim como o resto do mundo, o que permitiria uma decisão mais arrojada no que se refere às taxas de juros, hoje em 12% ao ano. Essa percepção, porém, vai no sentido inverso à dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) em sua pesquisa semanal do Boletim Focus, que, pela primeira vez, preveem um estouro do teto da meta de inflação este ano, fixado em 6,5%, justamente pelo afrouxamento da política monetária. Segundo o boletim, o IPCA, índice usado pelo governo, encerrará o ano em 6,52%. Foi a sexta previsão seguida de alta da inflação.

De volta de uma rodada de conversas com autoridades monetárias e o setor financeiro da Europa e dos EUA, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, estão ainda mais preocupados com a situação internacional. Segundo interlocutores, preveem uma deterioração grave no cenário europeu já nos próximos dias.

Dilma não quer abrir mão de crescimento -- A percepção é que o cenário descrito na ata da última reunião do Copom, divulgada há duas semanas, e descrito como "catastrófico" por alguns economistas, vem se confirmando. O governo, por determinação da presidente da República, Dilma Rousseff, não considera a possibilidade de abrir mão do crescimento econômico este ano. Daí o cuidado de agir depressa, antecipando-se ao agravamento da crise, para não repetir 2008, quando o BC errou na mão ao esperar tempo demais para começar a cortar os juros após o estouro das hipotecas americanas.

Em Nova York, na semana passada, a presidente afirmou que não se sai de uma crise profunda por meio de políticas recessivas:

- É importante procurar respostas novas a problemas novos. Não acredito que se saia da crise produzindo recessão. Temos a experiência de duas décadas perdidas.

Ontem, após uma semana no exterior, a presidente recebeu Mantega logo pela manhã, e a pauta incluiu a situação econômica nacional, tendo por base todos os cenários discutidos lá fora. O presidente do BC também voltou ontem ao país. A avaliação da autoridade monetária é que o dia nos mercados foi mais calmo. Nenhuma nova medida para dar liquidez está descartada, sobretudo no mercado futuro, foco das turbulências da semana passada.

A decisão de mudar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), segundo uma fonte da equipe econômica, ainda não foi tomada. Para os especialistas, a alta do tributo travou o mercado porque pegou todo mundo no contrapé com apostas na queda do dólar e na alta da Selic, o que não aconteceu. A preocupação é evitar que a turbulência internacional, o sobe e desce do dólar, as previsões maiores de inflação contaminem as expectativas da população.(O Globo)