Receita das empresas eleva arrecadação do FAT em 32%
Quando a gente sabe que dos recursos arrecadados pelo FAT, 60% vão para o pagamento de seguro-desemprego, abono salarial, treinamento e intermediação de mão-de-obra, entre outros programas. E que os 40% restantes têm como destino o BNDES para financiar empresas a custos mais baixos que os do mercado, avaliamos positivamente a notícia, lembrando que se trata de um retrato, bem tirado, de uma economia em expansão.
A UGT quer evitar tropeços, a fúria arrecadatória e os juros altos que poderá prejudicar o desenvolvimento deste nosso imenso Brasil.
Eis a notícia: Com o faturamento das empresas em alta, a principal fonte de arrecadação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) -- o PIS/Pasep -- registrou crescimento de 32% no primeiro semestre do ano em relação a igual período de 2007.O forte aumento da receita levou o Ministério do Trabalho a rever sua avaliação sobre a saúde financeira do fundo, reestimando para R$ 4,757 bilhões o superávit previsto para este ano.Essa "sobra" será destinada, em 2009, a programas de geração de emprego e renda, como o Pronaf (agricultura familiar) e o Proger (pequenos negócios). Além disso, o aumento na arrecadação garante, já neste ano, mais recursos para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiar empresas a custos mais baixos que os do mercado, assim como abre espaço para o governo federal investir mais em ações para qualificar trabalhadores.
Dos recursos arrecadados pelo FAT, 60% vão para o pagamento de seguro-desemprego, abono salarial, treinamento e intermediação de mão-de-obra, entre outros programas. Os 40% restantes têm como destino o BNDES.
Captação da poupança em julho é a maior do ano
Depósitos superaram os saques em R$ 1,985 bilhão
Nossa posição é estimular a poupança interna como um contraponto aos juros altíssimos. Com poupança interna (que nossa população sempre que pode, faz) teríamos como manter por mais tempo os recentes financiamentos imobiliários, com geração direta de emprego. Estimular o mercado interno, sustentar o crescimento da nossa ecomomia. Toda vez que a poupança interna cresce, o Brasil cresce junto.
A caderneta de poupança teve seu terceiro mês seguido de captação positiva, levando o saldo total mantido na aplicação a R$ 251 bilhões. Em julho, segundo o Banco Central, os depósitos superaram os saques em R$ 1,985 bilhão, maior valor registrado neste ano.Entre janeiro e julho, a captação ficou positiva em R$ 6,420 bilhões, queda de 48% em relação ao mesmo período de 2007, quando a caderneta teve a maior captação da história.A procura pela poupança tem crescido desde o final de 2006, quando, com a queda dos juros, sua rentabilidade começou a se aproximar daquela oferecida pelos fundos DI e de renda fixa.Com os juros voltando a subir, a vantagem da caderneta passa a ser a segurança: a aplicação oferece um ganho quase certo, equivalente à variação da TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% ao mês, além de contar com uma garantia para depósitos de até R$ 60 mil por aplicador mesmo que o banco responsável pela conta quebre.
Câmara aprova a MP que isenta farinha de trigo
O plenário da Câmara aprovou ontem medida provisória que reduz a zero as alíquotas da contribuição do PIS/Pasep e da Cofins sobre importação e comercialização de farinha de trigo, trigo e pão comum, para evitar novos reajustes no preço de derivados de trigo. O relator, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), ampliou o prazo para a isenção para 30 de junho de 2009, e não mais até dezembro. A MP ainda será analisada no Senado.
Licença-paternidade maior passa no Senado
Prazo sobe de 5 para 15 dias, inclusive na adoção. Em caso de férias, será contado após o retorno aotrabalho. Os patrões, claro, são contra. O texto estende o direito a quem adotar uma criança.
Foi aprovado ontem na Comissão de Assuntos Sociais do Senado o projeto que aumenta de 5 para 15 dias a licença-paternidade -tempo de folga do pai após o nascimento do filho. Trata-se de um ganho para a família trabalhadora. Cada vez mais o casal trabalha em cidades que não podem contar com a ajuda dos parentes.
A presença do pai nestes dias de alegria mas também de cuidados extras com o bebê e com a mãe humaniza a família. A proposta é da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que também elaborou o projeto que amplia a licença-maternidade de quatro para seis meses e aguarda votação na Câmara. Segundo o texto, os trabalhadores não terão prejuízo salarial nem poderão ser demitidos durante a folga.O projeto segue para a Câmara. Se for aprovado, será encaminhado para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O direito à folga começa um dia depois do nascimento do bebê. Caso o funcionário esteja em férias, a licença começará a ser contada após esse período.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) é contra a licença-paternidade maior. Argumenta que ela diminuiria o tempo de serviço dos trabalhadores por mais dias e aumentaria os custos das empresas.
Indústria de São Paulo avança 9,8% no semestre
As estatísticas desmentem o chororô patronal nesta época do ano em que a maioria das categorias se mobiliza para negociar a reposição da inflação e buscar o aumento real.
Veja a notícia: Resultado foi um dos principais motores do crescimento de 6,3% do setor no país. Segundo o IBGE, todas as 14 regiões pesquisadas aumentaram a produção; Espírito Santo, Paraná e Goiás passaram de 11%.Responsável por cerca de 40% da produção nacional, a indústria paulista expandiu sua atividade em 9,8% no primeiro semestre do ano.
Apesar de inferior ao verificado em outras regiões, o resultado foi um dos principais motores do crescimento no país, que ficou em 6,3% no período, o maior desde o primeiro semestre de 2004.
Com isso, tanto a produção industrial paulista como a nacional atingiram novo recorde histórico, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"São Paulo tem um peso muito grande para a indústria e apresentou crescimento em 17 dos 20 segmentos analisados", explica a coordenadora da pesquisa mensal da indústria do instituto, Isabella Nunes. O estudo mostra que, em todas as comparações, o desempenho paulista supera a média nacional.
Em relação a maio, o crescimento de junho foi de 2,8%; em relação a junho de 2007, de 10,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, chega a 8,9%. As médias nacionais são de 2,7%, 6,6% e 6,7%, respectivamente.
O crescimento, porém, não ficou restrito a São Paulo. No primeiro semestre do ano, todas as 14 regiões pesquisadas pelo IBGE tiveram aumento de produção. Alguns Estados chegaram a registrar taxas de dois dígitos: Espírito Santo (16,1%), Paraná (11,3%) e Goiás (11,1%).Abaixo de São Paulo, mas ainda acima da média nacional, ficaram Pernambuco (7,9%), Amazonas (7,5%) e Minas Gerais (6,6%). Os piores desempenhos foram os de Santa Catarina (1,3%), do Rio de Janeiro (2,3%) e do Ceará (2,6%).Para Nunes, o resultado evidencia a manutenção de um padrão de crescimento calcado nos setores produtores de bens de capital, de bens de consumo duráveis e de commodities para exportação. "Há um cenário mais favorável para esses segmentos, que vêm liderando o crescimento já há algum tempo."
EDUCAÇÃO -- SP tem a sexta pior avaliação do Brasil
É com tristeza que trago para vocês essa notícia. É incompreensível a gente ter uma economia no Estado de São Paulo que ainda é a locomotiva do País (veja texto acima) e os nossos homens públicos deixarem a Educação neste lamentável nível. Somos todos responsáveis. Os trabalhadores, através da UGT, têm reclamado, pressionado, mobilizado. Estive recentemente com o ministro da Educação, Fernando Haddad, quando mostrei para ele a lamentável realidade que agora os pesquisadores confirmam e divulgam. A responsabilidade é de todos os níveis governamentais: prefeituras, governos de Estado e da União.
Veja o que saiu hoje nos jornais: Dos 731 cursos que receberam nota no Estado, 208, ou 28,5%, obtiveram notas 1 e 2 em uma escala que vai até 5. Situação é pior em AL, DF, RJ, AM e PB; São Paulo está em 18º lugar entre os Estados que têm cursos com mais notas máximas, diz MEC.
O Estado de São Paulo teve a sexta pior avaliação no conceito Enade no país. A classificação considera esse conceito, calculado somente a partir do resultado da prova, sem considerar outros indicadores educacionais. São Paulo ficou atrás apenas dos Estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Amazonas e Paraíba e do Distrito Federal.
Dos 731 cursos que receberam nota em São Paulo, 208, ou 28,5%, obtiveram notas 1 e 2 em uma escala de 1 a 5. São Paulo fica em 18º lugar na lista dos Estados com maior percentual de cursos com notas máximas: apenas 14,6% obtiveram conceito Enade 4 e 5. Sob esse critério, o ensino superior paulista está atrás de unidades da federação mais pobres, como Rio Grande do Norte, Acre e Piauí -elas, por outro lado, têm menos cursos universitários. O Rio Grande do Sul é o Estado com mais cursos com as notas máximas -32,2%.
Mulheres de todo o país se reúnem para discutir Lei Maria da Penha
Fiz questão de registrar esse evento em que mulheres brasileiras discutem um futuro melhor, em que conste não apenas da pauta, mas das práticas o respeito à mãe, à filha, à esposa, à irmã. A violência contra a mulher ainda nos envergonha e constrange. Como também nos preocupa muito a falta de oportunidades para as lideranças femininas. A UGT trabalha para ampliar a participação feminina nas direções dos sindicatos, nas chefias, nas estruturas de poder.
Veja o que foi publicado hoje: Um evento realizado de quarta-feira (6) a quinta-feira (7), em Brasília, reúne mais de 300 mulheres de todo o Brasil para discutir diferentes aspectos da Lei Maria da Penha, que completa dois anos de vigência nesta quinta-feira. A legislação, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, prevê a prisão em flagrante de agressores e acaba com as penas alternativas para esses crimes. O nome da lei é uma homenagem a Maria da Penha Fernandes, que foi agredida pelo marido durante anos e sofreu duas tentativas de homicídio.
Reivindicações -- Nesta quinta-feira, as promotoras farão uma caminhada até o Palácio do Planalto para entregar um documento ao presidente da República em exercício, José Alencar, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, ao presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Gomes de Barros, à ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Nilcéa Freire, e ao ministro da Justiça, Tarso Genro.
O documento trará reivindicações e novas propostas reunidas pelas promotoras ao longo de seu trabalho. As recomendações sugerem um maior comprometimento com a implementação efetiva da lei por parte de todas as instâncias dos municípios e estados, em especial, do Judiciário e da área de Segurança Pública.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Boas notícias na economia mobilizam trabalhadores contra a recessão

Já sentimos o gostinho da moeda estável. E nos últimos seis anos experimentamos, na prática, o que significa a inclusão como cidadão e consumidores. Qualquer retrocesso ameaça diretamente conquistas que são caras aos trabalhadores, como a crescente oferta de empregos formais, o aumento da renda e a possibilidade de consumir e sonhar com a casa própria, como registramos nas notícias postadas a seguir.
Registre-se que a tese que a classe trabalhadora sempre defendeu de que a geração de empregos formais aceleraria a velocidade do círculo virtuoso a favor do crescimento econômico.
A recessão apoiada em juros altos não nos interessa. Só facilita a vida dos especuladores financeiros. E prejudica os investimentos produtivos, um dos principais responsáveis pelo crescimento da oferta de novos empregos e pelo aumento de produtividade que, em última instância, melhora nossa capacidade de controlar a inflação e nos tornar, enquanto País, muito mais competitivos internacionalmente.
Classe média já é maioria no País
Estudo "A Nova Classe Média", divulgado ontem pelo Centro Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas mostra que a classe média já é mais da metade (51,89%) da população do País, com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591,00.
Desde 2002, a participação da classe média na população economicamente ativa (PEA) cresceu de 44,19% para 51,89% nas seis regiões pesquisadas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Entre as principais razões para o crescimento da classe média está a expansão do emprego formal.
O crescimento da classe média melhorou também o Índice Gini, que mede o grau de desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. O índice varia de 0 a 1, no qual o 0 significa que não há desigualdade e 1, desigualdade máxima. De abril de 2002 a abril de 2008, o Índice Gini passou de 0,62 para 0,58.
A participação das famílias na faixa da miséria (renda próxima de zero) no total da população caiu de 34,93% para 25,16% nos últimos seis anos.
A pesquisa revelou ainda que a renda média domiciliar total da população saltou de R$ 1.784,08, em 2002, para R$ 1.956,90 para abril de 2008. Nos últimos seis anos, a participação das classes A e B (famílias com renda acima de R$ 4.591 mensais) também cresceu nas seis regiões, passando de 11,61% para 15,52%. E a participação das famílias de classe mais baixa, que tanham menos de R$ 1.064,00 por mês, caiu de 46,13% para 32,59%.
Em 6 anos, 3 milhões entram na classe média das grandes capitais
Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que entre 2002 e final de 2008 que 3 milhões de brasileiros que moram nas seis principais regiões metropolitanas do País -- São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife -- terão saído da pobreza.
A taxa de pobreza nessas seis capitais do País, onde vive um quarto da população e são produzidos dois quintos do Produto Interno Bruto (PIB), cairá de 32,9% para 24,1%.
Segundo Márcio Pochmann, presidente do Ipea e coordenador da pesquisa, "a pobreza está caindo nessas seis regiões por causa do crescimento da economia, do aumento do salário mínimo, dos programas sociais de transferência de renda do governo, como o Bolsa-Família e dos incentivos à agricultura famimliar".
Crédito da poupança para imóveis cresce 86% no primeiro semestre
A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou ontem balanço que mostra um expressivo crescimento da aplicação dos recursos da poupança no financiamento habitacional em relação ao primeiro semestre do ano passado.
De janeiro a junho de 2008, foram aplicados R$ 12,932 bilhões -- 86,66% a mais do que em 2007.
Ao todo, 128.439 unidades foram financiadas na primeira metade deste ano, ou alta de 58,9%. A poupança é a principal fonte de recursos do crédito imobiliário, com 70% do total de aplicação, ante cerca de 30% do FGTS
Brasil ostenta crescimento forte em meio à crise mundial
Brasil está finalmente equilibrado para usufruir de seu potencial como agente global, dizem economistas. O Brasil, a maior economia da América do Sul, está finalmente equilibrado para usufruir de seu já antecipado potencial como agente global, dizem economistas, enquanto o País registra sua maior expansão na economia em três décadas.
Esse crescimento está sendo sentido em quase todas as partes da economia, criando uma nova classe de super-ricos enquanto pessoas como Maria Benedita se elevam a uma classe média em expansão.
Ele também tem fornecido um novo posicionamento ao País, permitindo, por exemplo, que o Brasil negocie mais duramente com países como os Estados Unidos e a União Européia em discussões sobre o comércio global. Após sete anos, essas negociações finalmente fracassaram nesta semana, em meio a pedidos de China e Índia por salvaguardas para seus agricultores, um claro sinal do crescente poder dessas nações emergentes.
Amplamente conhecido por sua distribuição desigual de riquezas, o Brasil reduziu a desigualdade de rendimentos em 6% desde 2001, mais do que qualquer país da América do Sul nesta década, disse Francisco Ferreira, economista do Banco Mundial.
Enquanto os 10% mais ricos do País viram seus ganhos aumentarem cerca de 7% entre os anos de 2001 e 2006, os 10% mais pobres tiveram crescimento de 58% na renda, disse Marcelo Cortes Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. O Brasil está gastando muito mais que seus vizinhos latino-americanos em programas sociais, e seus gastos públicos totais continuam sendo quase quatro vezes maior que o que México gasta, em porcentagem do PIB, disse Ferreira, do Banco Mundial.
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