quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A crise continua mas também continua nossa determinação de diminuir os seus efeitos

BB socorre montadoras com R$ 4 bi

A UGT já tinha percebido e alertado para a redução drástica do crédito para automóveis com o nível de exigência aumentando e a redução dos prazos de financiamento. Avaliamos como positiva a iniciativa do governo federal. Desde que sejam criadas as contrapartidas que são a manutenção dos preços e a manutenção dos empregos. Se o governo descuidar, além de reforçar o caixa das financeiras das empresas, ainda teremos que conviver com aumentos de preços e com demissão. O que para a UGT é inaceitável, desde que as financeiras das montadoras busquem socorro governamental.

Lei mais:  Os bancos das montadoras vão receber R$ 4 bilhões do Banco do Brasil para financiar a compra de carros aos consumidores. A medida será confirmada hoje pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Terça-feira, a Nossa Caixa também deve anunciar participação no programa, informou o governador de São Paulo, José Serra.

Com a verba extra que será disponibilizada entre este mês e dezembro, as instituições pretendem voltar a oferecer juros mais baixos e prazos mais longos de crediário para recuperar as vendas de veículos. No mês passado, os negócios caíram 11% na comparação com setembro.

Diante da retração, montadoras anteciparam férias coletivas de fim de ano. A General Motors anunciou um programa de demissão voluntária em duas fábricas.

A ajuda dos bancos estatais vinha sendo negociada entre montadoras e governo desde o dia 30. Naquela data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura do Salão Internacional do Automóvel, em São Paulo, e prometeu maior participação do BB e da Caixa Econômica Federal no financiamento de veículos para ampliar a oferta de crédito, atualmente escasso por causa da crise internacional.

Com a linha especial destinada à venda de carros novos e usados, as montadoras calculam que terão fôlego para irrigar o crediário pelo menos por dois a três meses, quando esperam que a crise já tenha dado trégua. Cada instituição negociará o empréstimo diretamente com o BB, em condições similares às de mercado. Parte da verba virá do empréstimo compulsório retido pelo banco.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, afirmou que algumas das medidas já anunciadas pelo governo, como a nova forma de recolhimento do compulsório sobre depósitos a prazo, começam a ter efeitos. "A oferta de crédito começou a voltar, mas ainda é insuficiente para manter o ritmo de financiamento que tínhamos antes", disse ele, que apenas confirmou as negociações com Mantega.

Segundo a Anfavea, cerca de 70% das vendas de veículos no País são financiadas. Antes da crise internacional, os bancos ofereciam planos de até 72 meses, sem pagamento de entrada. As vendas passaram a bater sucessivos recordes mensais, situação interrompida em outubro, quando os negócios registraram queda de 2,1% ante o mesmo mês de 2007, para 239,2 mil veículos. (Mais informações no Estadão)

Inflação para mais pobres atinge maior taxa desde junho

Como sempre, os trabalhadores são as primeiras e principais vítimas de qualquer crise. Por isso nossa vigilância permanente e o apelo renovado para que o governo do presidente Lula mantenha-se alerta e adote todos os mecanismos disponíveis para controlar a inflação. Que nos impõe uma transferência de renda dos trabalhadores para o bolso dos empresários, que têm mais condições de se proteger durante as crises, muitas vezes se valendo da especulação.

Leia mais: Após ceder 0,57% em setembro, índice calculado pela FGV registra alta de 0,66% em outubro

A inflação voltou a pressionar a renda dos mais pobres. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda de 1 a 2,5 salários mínimos mensais (de R$ 415,00 a R$ 1.037,50), e que subiu 0,66% em outubro, após registrar queda de 0,57% em setembro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 5, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi a maior taxa desde junho deste ano, quando o indicador teve alta de 1,29%. 

No acumulado do ano até outubro, o IPC-C1 registra alta de 6,36%, acima da taxa apurada até setembro (5,66%). Nos últimos 12 meses até outubro, a variação atinge 7,97% - superior do que a apurada até setembro deste ano, quando subiu 7,47%. (Mais informações no Estadão online)

Faturamento do comércio varejista tem alta de 9,5% em setembro

Ainda bem que a Fecomercio faz e publica estes estudos. Que infelizmente, não são percebidos pela maioria dos empresários do setor do comércio. Que continuam a se comportar com um viés anti-social, anti-democrático e com muito atraso. Esquecem-se, os empresários, que os trabalhadores do comércio são os principais aliados para a manutenção das lojas abertas, pela busca de clientes, pelo fluxo da lucratividade, confirmada pela Fecomercio. Mas os empresários do setor agem com truculência, com uma visão arcaica e prejudicam a classe trabalhadora que se dedica a renovar seus empreendimentos. Em 2008, o comércio teve um dos seus melhores anos. E os comerciários uma das suas piores negociações salariais, devido à indiferença, atraso e truculência do setor patronal.

Leia mais: Pelo 30º mês consecutivo o comércio da região metropolitana de São Paulo registrou alta. Em setembro a elevação nas vendas foi de 9,5% no contraponto ao mesmo período de 2007, segundo apurou a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. No ano, o índice acumula variação positiva de 5,4%. A maior elevação foi no setor de Concessionária de Veículos (40%), enquanto a principal queda foi nas lojas de Autopeças e Acessórios: (-21%).

De acordo com a Fecomercio, até setembro o comércio varejista continua apresentando o ritmo verificado ao longo do ano: vendas aquecidas e impulsionadas pela combinação positiva das expansões do crédito e da renda. Mesmo com a alteração das percepções relativas ao cenário internacional, a tendência de curto prazo pouco deve se alterar.  Alguns setores do varejo podem mostrar antecipadamente sinais de reação a um quadro mais complexo, como o setor de venda de automóveis e de eletroeletrônicos. (Mais informações no site da Fecomercio: http://www.fecomercio.com.br/pagina.php?tipo=21&pg=950)

Mantega e Serra acertam R$ 6,4 bi por Nossa Caixa

Começou a temporada de concentração bancária. Temos que ficar de olho pois na semana passada a Nossa Caixa já reajustou suas tarifas. Vamos vigiar e nos manter mobilizados para evitar as demissões.

Leia mais: Em reunião ontem em Brasília, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fecharam o preço básico da venda da Nossa Caixa para o Banco do Brasil: cerca de R$ 6,4 bilhões, apurou a Folha. Esse valor ainda deverá sofrer um pequeno ajuste antes de a operação de venda -cujas negociações começaram em abril- ser concluída. Falta, agora, somente o aval do presidente Lula.

O preço de venda do banco paulista, que foi avaliado por seis consultorias independentes, foi o principal impasse nas negociações. Após a reunião, Serra afirmou que o valor da Nossa Caixa ainda não foi definido e que a fusão entre o Itaú e o Unibanco não deverá afetar o preço da instituição. "Não acredito numa interferência direta [da fusão] porque foram contratadas consultorias dos dois lados, e elas trabalharam."

Serra afirmou que a MP 443, editada pelo governo para permitir que bancos estatais comprem instituições financeiras, pode apressar a venda da Nossa Caixa. Segundo ele, a operação já poderia ser feita por meio de troca de ações, mas agora a venda direta é permitida.

Com os governos federal e estadual convergindo para um preço, as negociações avançaram bastante nas últimas semanas e é possível que o negócio seja concluído nos próximos dias. (Mais informações na Folha)

Decreto muda Sistema S para ampliar curso profissionalizante gratuito

O setor patronal está furioso com as medidas adotadas pelo governo. Não percebe a importância da inclusão social através do treinamento dos jovens, da reciclagem profissional dos desempregados, dos investimentos feitos através das pessoas para resgatar o Brasil. Temos que retomar o sentimento de Pátria, o amor ao Brasil e aos brasileiros. Pois o futuro do Brasil depende dos investimentos que se fizerem agora na Educação, na qualificação e na inclusão social, como é lema da UGT, a terceira maior central sindical e a que mais cresce no País.

Leia mais: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem decretos que alteram os regimentos das entidades que compõem o Sistema S, com o objetivo de aumentar o número de vagas gratuitas para cursos profissionalizantes.

Até 2014, Senai e Senac terão de investir na gratuidade 66% de sua receita (tributos pagos pelas empresas). Para a indústria (Senai), o ponto de partida é de 50% dos recursos, a partir do ano que vem. No comércio (Senac), de 20%. O Sistema S tem uma receita anual de cerca de R$ 7 bilhões.

Governo e representantes da indústria e do comércio chegaram a um acordo, após atritos no início do ano, quando o governo sugeriu criar um fundo para disciplinar parte desse recurso. Empresários falaram em tentativa de "estatização".

Para o presidente da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Antônio de Oliveira Santos, a iniciativa da gratuidade está "resgatando os princípios de criação do sistema". (Leia texto completo na Folha)

 

 

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barak Obama significa que a mudança a favor da Paz é possível

“A mudança chegou à América”, diz Obama no 1º discurso após ser eleito

Hoje, a UGT, através da eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos, registra, para a História, que Barak Obama mais do significar a mudança, confirma que cada um de nós, em qualquer parte do mundo, pode acreditar de novo que a Paz também é possível. Como presidente da UGT acredito ter sido um dos únicos sindicalistas brasileiros que teve a oportunidade de participar da Convenção Democrata em Denver, nos Estados Unidos, que garantiu a indicação de Barak Obama para a disputa presidencial. Lá, nos idos de 21 de Agosto deste ano, o sonho de mudança já contagiava todos. Sonho que se confirma com a eleição de ontem e que nos pauta para confirmar a mudança do mundo inteiro a favor de novos tempos, de muito mais democracia, de muito mais Paz.

Fui aos Estados Unidos a convite de entidades sindicais mobilizadas em torno da campanha de Barak Obama. Um dos eventos ocorreu em um magnífico centro de convenções. Em seguida, nos dirigimos para o Estádio da Pepsi Cola. Vários ônibus traziam lideranças e populares de todos os cantos dos Estados Unidos. O clima era de euforia democrática, de fé nos homens e mulheres que se congragavam para mudar o mundo. E com a confirmação da eleição do primeiro negro para a presidência da Nação mais poderosa do mundo, temos muito que refletir. Aqui no Brasil, principalmente, onde os negros são quase metade da população e aonde, infelizmente, predomina o racismo disfarçado, que à luz do dia tolhe oportunidade de emprego, paga menores salários só por ser negro, retira das famílias negras a oportunidade que oferece aos brancos.

Barak Obama foi eleito por que ocorreram uma série de circunstâncias que motivaram a opinião pública norte-americana e do resto do mundo a fazer essa opção. A humanidade não quer mais as guerras articuladas em cima de interesses de lobbystas do petróleo e do armamento. Por isso, Barak Obama derrotou McCain que foi associado com Bush e sua guerra e sua agressividade contra nações e povos.

Barak Obama foi eleito porque os Estados Unidos e o mundo estão mudando sistematicamente nos últimos 50 anos. Uma mudança a favor da integração dos povos, a favor da Paz, a favor do respeito entre as nações.

 No Brasil, com Lula, experimentamos o gostinho da mudança com a eleição de um ex-metalúrgico para a presidência. E agora, nesta nova era que se inicia, estamos credenciados para apostar na inclusão social, na geração de oportunidades iguais para negros, mulheres e minorias. E é essa a missão da UGT, a central que mais cresce no Brasil, que continuará sua luta cotidiana e sua mobilização sistemática a favor do Brasil, da Paz e da inclusão social.

Leia o que foi publicado hoje sobre Barak Obama:  Democrata bateu McCain nas urnas e é o 1º presidente negro dos EUA.

Em discurso no Arizona, senador republicano assumiu a derrota.

Barack Hussein Obama, 47 anos, foi eleito nesta terça-feira (4) o 44º presidente da história dos Estados Unidos. Ele será o primeiro negro a chefiar a nação mais rica do planeta.

No discurso da vitória, o senador democrata disse que a "hora da mudança chegou à América" (assista ao lado).

 Obama falou em Chicago, seu berço político, pouco depois das 23h no horário local (3h de quarta em Brasília). Uma hora antes, projeções indicaram sua vitória sobre o também senador John McCain, 72 anos, um republicano.

 Pelas projeções, Obama terá mais de 330 dos 538 votos no Colégio Eleitoral - o mínimo para ser eleito é 270 -, num resultado que confirma a tendência apontada pelas pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera da eleição. Até o início da manhã desta quarta, a apuração estava concluída em poucos estados (veja os números mais recentes da apuração dos votos).

A posse do democrata está marcada para 20 de janeiro, encerrando oito anos de um impopular governo do republicano George W. Bush.

O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, chega para discursar no Grant Park, após a vitória, na noite de terça-feira (4). (Foto: AFP)

Obama discursou para uma multidão no Grant Park, em Chicago, às margens do Lago Michigan. Segundo estimativa da rede de televisão CNN, o público foi de 125 mil pessoas. A agência Associated Press estimou em 250 mil.

Obama parabenizou o candidato derrotado, disse que McCain "trabalhou duro" durante a campanha e que quer trabalhar junto com o rival na Casa Branca. Ele também parabenizou seu candidato a vice, Joe Biden, sua mulher, Michelle Obama, e sua família.

Obama disse que o caminho que os Estados Unidos têm à frente é difícil e pediu "unidade" para enfrentar os desafios. "Nossa escalada vai ser íngreme. Nós não chegaremos lá em um ano nem em um mandato, mas, América, eu nunca estive tão esperançoso como nesta noite em que nós estamos aqui", disse.

O presidente eleito afirmou que é hora de "sonhar novamente o sonho americano". Ele repisou várias vezes o "Yes, we can" (sim, nós podemos), um dos lemas de sua campanha, e disse que "tudo é possível".

Pouco depois, o senador McCain fez discurso em Phoenix, Arizona, admitindo a derrota. Ele disse que telefonou para Obama cumprimentando-o pela vitória.

 Acompanhado de sua mulher, Cindy, e de sua candidata a vice, Sarah Palin, ele parabenizou publicamente Obama e se colocou à disposição do rival para ajudá-lo.

O discurso de McCain foi assistido com muita atenção no Grant Park, onde eleitores de Obama já se concentravam para festejar a vitória e esperavam a fala de Obama.

O candidato derrotado foi bastante aplaudido quando disse que ia respeitar o resultado das urnas. O único momento de vaia foi quando o republicano agradeceu a Sarah Palin.

O presidente George W. Bush também cumprimentou seu sucessor pela vitória eleitoral, informou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez o mesmo.

Aos 42 anos, Obama entra para a história depois de uma longa campanha, iniciada nas prévias do partido democrata, disputadas com a ex-primeira-dama Hillary Clinton. Um ano antes das eleições, o agora presidente-eleito ainda era desconhecido da maior parte dos Estados Unidos.

Por que a eleição de um negro para a Presidência dos EUA é histórica?

Ele concorreu fazendo um apelo por “mudança”, palavra chave da sua campanha, e conseguiu empolgar o eleitorado, especialmente os mais jovens, com propostas de rompimento com o atual governo.

Para analistas, Obama conseguiu o impossível e o improvável

Em um resultado considerado impossível há alguns anos e improvável há alguns meses, os americanos elegeram nas urnas o democrata Barack Obama, o primeiro presidente negro do país. "O que vemos hoje é um passo enorme na história política americana. Mostra que superamos uma barreira que, há dez anos, parecia intransponível", disse Thomas Brunell, professor de ciência política da Universidade do Texas, em entrevista à Folha Online, por telefone.

A vitória do senador por Illinois marca um novo momento na política dos EUA e coloca as relações inter-raciais --tema delicado no país-- no topo da cena americana. "A eleição de Obama é uma oportunidade de melhorarmos as relações inter-raciais", avalia John Lapinski, cientista político e comentarista da rede de televisão NBC.

Os analistas, contudo, ressaltam o risco de superestimar a conquista de Obama. "Não vai simplesmente resolver o problema, até mesmo porque o próprio Obama tem opiniões divergentes em relação a ações afirmativas, mas mostra que os eleitores estão considerando as minorias", disse Lapinski, em entrevista por telefone à Folha Online, na Pensilvânia.

O fato dos EUA elegerem seu primeiro presidente negro, ressalva Brunell, mostra que a questão racial não deve mais influenciar significativamente nas urnas, mas não que foi superada. "Não acho que podemos simplesmente ignorar o voto guiado pela questão racial, mas o resultado desta eleição é uma indicação que crescemos nos últimos 30 ou 40 anos."

Donald Kettl, professor de ciência política da Universidade da Pensilvânia, engrossa o coro: "Raça, obviamente, é uma ferida aberta na América e na política americana". "A vitória de Obama representa certamente um movimento dramático na longa e turbulenta história da raça nos EUA", disse à Folha Online, por telefone.

Ano dos democratas — Embora a vitória de Obama carregue simbolismo histórico em uma nação marcada pelo preconceito racial, a Presidência democrata não surpreende, No ano em que os EUA vivem sua mais grave crise financeira em 80 anos, as chances do Partido Republicano eram remotas.

Para o professor Brunell, "é surpreendente pensar que, com as taxas de aprovação do presidente [George W.] Bush, a corrida tenha permanecido tão acirrada". "Na minha perspectiva, considerando o que o país está fazendo nos últimos anos, os republicanos não deveriam nem ao menos concorrer nestas eleições", completa. Obama entrou na corrida com a vantagem de que os eleitores estão insatisfeitos com a atuação de Bush, impopularidade agravada pelo estouro da crise financeira.

"Os eleitores culpam o governo pela crise que estamos vivendo e não pensam no governo como aquele que lidera a Câmara dos Deputados, no caso os democratas, e sim quem está na Presidência. Assim, o colapso da economia foi o que propulsou Obama em muitos Estados ganhos por Bush em 2004", avalia Lapinski.

E diante da perspectiva de um novo mandato republicano, os independentes e moderados --grupo que não tem voto definido e por isso pode ser crucial na eleição-- mostraram-se dispostos a sair de casa e votar não só a favor dos democratas, mas contra os republicanos.

Fardo

Mas o fato deste ser o ano dos democratas não traz apenas benefícios ao governo de Obama. Com a liderança do partido na Câmara dos Deputados e no Congresso --conquistada também nas eleições gerais de 4 de novembro--, Obama sofre uma cobrança ainda maior para aprovar suas medidas e solucionar a crise financeira que afeta o país.

"Ter a maioria no Legislativo não é garantia de ter aprovado todos os seus projetos. Ele pode ter problemas para conseguir apoio no Congresso e isso vai enfraquecer sua imagem como líder partidário", ressalta Kettl.

Outra dificuldade a ser enfrentada por Obama é cumprir as ambiciosas promessas de campanha, como a redução dos impostos para 90% da população americana. "Ele vai chegar no governo e perceber que não tem dinheiro para as promessas que fez e aí estará diante de decisões difíceis e impopulares", afirma o professor da Pensilvânia.

Para enfrentar os desafios da Presidência, Obama deve contar com seu companheiro de chapa, o senador veterano por Delaware, Joe Biden. "Biden foi uma escolha segura para a campanha, mas foi, acima de tudo, uma escolha garantida para seu governo", afirma Lapinski, lembrando que Biden é alguém em quem Obama confia e tem um bom relacionamento.

Ao lado do democrata estarão ainda sua mulher, Michelle, que promete ser uma primeira-dama tão proeminente quanto Hillary Clinton, e suas filhas Malia e Sasha --a quem prometeu um cão de estimação assim que chegassem à Casa Branca.