quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sinais tímidos de superação da crise, como os investimentos estrangeiros na produção, começam a surgir no horizonte.

Aposta na produção faz entrada de dólar dobrar

(Postado por Laerte Teixeira da Costa) A chegada de investimento produtivo, em dólar, nestes tempos de crise é sempre um bom sinal. Temos que manter nossa atenção para a imensa liberalidade que o Brasil tem com as remessas de lucros. Precisamos acompanhar essas remessas mais de perto. Mas o capital que chega para ser investido na produção é muito melhor do que o capital especulativo que chega dorme no país e no dia seguine já está em outro país.

Leia mais: O fluxo de dólares para o Brasil mais do que dobrou em maio, saltando 119% na comparação com abril. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que US$ 3,13 bilhões ingressaram no País no mês passado, o melhor resultado desde abril de 2008, antes do agravamento da crise, em setembro.

Essa forte recuperação foi puxada pela entrada de um grande volume de investimentos diretos na produção e na bolsa. Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, o ingresso de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) somou US$ 2,75 bilhões no mês passado.

Outros US$ 2,5 bilhões ingressaram no País para aplicações na bolsa, disse ele, em depoimento na Câmara. Esses investimentos mantiveram uma tendência de recuperação já delineada em abril, quando o volume de IED já havia somado US$ 3,4 bilhões, bem acima da média mensal de US$ 1,7 bilhão do primeiro trimestre.

O forte ingresso de capital externo permitiu também que a chamada conta financeira registrasse entrada líquida de US$ 1,54 bilhão em maio. Nessa conta, além do investimento produtivo e na bolsa, são computadas também as aplicações no mercado financeiro e em títulos públicos. Foi a primeira vez desde março de 2008 que essa movimentação de investidores e empresas ficou no azul.

Apesar dos números positivos da conta financeira, o segmento comercial perdeu força, segundo o BC. Em maio, as operações de câmbio ligadas ao comércio exterior foram responsáveis pela entrada de US$ 1,551 bilhão. O resultado é 68,5% menor que o de abril. Chama a atenção o aumento de 21% na conta paga pelas importações e a queda de 10,2% na receita obtida com as exportações. (Leia mais no Estadão)

CCJ aprova projeto que dá mais estabilidade às gestantes

Com a inversão da prova, as empresas vão ter que pensar dez vezes mais antes de demitir uma gestante. É algo extremamente positivo pois geralmente as demissões acontecem como uma maneira de pressão de chefias num momento em que a gestante está fragilizada e precisa de todo o apoio para ter uma gravidez sem estresse.

Leia mais: Projeto altera CLT para transferir ao empregador o ônus de provar a justa causa para a demissão

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira, 3, uma proposta que dá mais estabilidade à trabalhadora gestante. O projeto altera a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para transferir ao empregador o ônus de provar a justa causa para a demissão. Pela regra atual, em caso de dispensa por justa causa, cabe à gestante procurar a Justiça para tentar reverter a demissão.

"A dispensa por justa causa da empregada gestante só poderá ser efetivada após a apuração da falta grave em inquérito", diz o texto do projeto. Durante a tramitação do inquérito, a gestante continua recebendo o seu salário. "Trata-se da criação de mecanismo que imprime maior efetividade à estabilidade provisória da empregada gestante, direito constitucionalmente garantido", justificou o relator do projeto, deputado Flávio Dino (PCdoB-MA).

O projeto, do deputado Paulo Rocha (PT-PA), tem caráter terminativo, ou seja, pode seguir direto para votação no Senado, se não houver recurso para votação no plenário. (Leia mais no Estadão)

OEA anula suspensão de Cuba após 47 anos

Realmente, a decisão é histórica. Significa além do fim da guerra fria aponta para a aceleração do fim do embargo económico dos Estados Unidos o que levará, esperamos, para uma maior abertura em Cuba.

Leia mais: Bloco bolivariano cede na exigência de que entidade pedisse desculpas a país; decisão não implica reintegração automática de Havana. Representante dos EUA, que também teve que ceder em negociação, diz ter agido em nome "do espírito de diálogo da Casa Branca de Obama".

Numa decisão chamada de histórica por representantes de todos os seus 34 países, dos Estados Unidos à Venezuela, a OEA (Organização dos Estados Americanos) anulou ontem o ato que suspendeu o governo socialista de Cuba em 1962, durante a Guerra Fria, encerrada há 20 anos com a queda do Muro de Berlim.

A resolução, aprovada por consenso, não implica a volta automática dos cubanos à OEA. Ela estabelece que um eventual retorno dependerá de um processo de diálogo aberto a pedido do país caribenho e de acordo com os "princípios e propósitos" da organização.

"O resultado prático para Cuba não virá amanhã ou no dia seguinte. O importante era tirar da OEA um pedaço de sucata", disse o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza.

O texto aprovado na Assembleia Geral de chanceleres encerrada ontem em San Pedro Sula, Honduras, tenta conciliar duas ideias: o reconhecimento do anacronismo da decisão de 1962, que expulsou o governo cubano sob a acusação de receber ajuda militar de "potências comunistas extracontinentais" (a extinta União Soviética), e a reafirmação dos atuais documentos da OEA, entre eles a Carta Democrática aprovada em 2001, que prega "a defesa e a promoção da democracia representativa". Cuba é uma ditadura de partido único.

Para que se chegasse a esse resultado, dois blocos minoritários tiveram que ceder em suas posições iniciais.

De um lado, os EUA até a semana passada não admitiam a anulação do ato de 1962, propondo que antes se abrisse um diálogo para a eventual reintegração cubana à OEA. De outro, os países da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas), liderados pela Venezuela, queriam não só a revogação, mas que se pedissem desculpas a Cuba por ter sido violado seu direito à autodeterminação e que ficasse a critério exclusivo dos cubanos seu retorno à OEA ou não.

A proposta de solução conciliatória em duas etapas partiu de um grupo de 11 países, incluindo o Brasil. A resolução, embora cite princípios de democracia e direitos humanos, não menciona textualmente a Carta Democrática. Seus termos prenunciam certa elasticidade se chegarem a ocorrer negociações para a retomada da participação cubana no órgão.

"O bom senso continua vivo. A OEA está viva, e a resolução de 1962, morta, sem pompa nem vintém", disse à Folha por telefone o chanceler brasileiro Celso Amorim, que participou das negociações antes de partir ontem cedo de volta a Brasília. (Leia mais na Folha)

Serviços ligados ao turismo geraram R$ 149,6 bilhões em 2006, mostra IBGE

As atividades voltadas para o consumo turístico responderam pela geração de R$ 149,642 bilhões em 2006, com incremento de 11,5% sobre o ano anterior, segundo o estudo Economia do Turismo: Uma Perspectiva Macroeconômica 2003/2006, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira.

Os dados mostram que o turismo teve participação de 7,1% no valor da produção do setor de serviços no Brasil naquele ano. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país, a participação das atividades características do turismo foi de 3,6%.

Os grupos de atividades de serviços turísticos com maior participação no valor da produção foram alimentação, transportes rodoviários e lazer, alcançando, respectivamente, 40,94%, o que corresponde a R$ 61,279 bilhões; 17,67% (R$ 26,422 bilhões); e 13,82% (R$ 20,682 bilhões).

Alimentação também foi a atividade que teve a maior participação (36,36%, com R$ 26,856 bilhões) no total de R$ 73,868 bilhões gerados de valor adicionado pelas atividades características do turismo em 2006. Em relação ao setor de serviços, a participação das atividades voltadas ao consumo turístico foi de 5,5%, representando 3,6% do valor adicionado da economia nacional.

Para o diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco de Salles Lopes, os resultados verificados apontam para um crescimento no setor.

- Em termos absolutos, embora com algumas quedas, houve crescimento em todos os itens. Este ano conseguimos eliminar da pesquisa atividades que não tinham a ver com o turismo, como alimentação fora do lar em empresas e escolas e alguma coisa de transporte. Este dado mais correto permite definições mais precisas sobre investimento tanto no setor publico como privado - avaliou o diretor do MTur.

A pesquisa do IBGE mostra, também, que houve evolução no valor da produção das atividades de serviços relacionadas ao turismo desde 2003. Naquele ano, o turismo gerou R$ 113,284 bilhões, respondendo por 7,6% do valor da produção do setor de serviços e por 3,8% do valor gerado pela economia nacional. No ano seguinte, foi registrado crescimento de 6,7%.

Já em 2005, o valor da produção oriundo das atividades características do turismo cresceu 11% em comparação ao ano anterior, com destaque para o segmento de aluguel de bens móveis, com alta de 24,1%, e as atividades de agências e organizadores de viagens (22,3%).

Em 2006, a expansão do valor de produção atingiu 11,5% sobre o ano anterior. Aluguel de bens móveis e serviços de alimentação foram os setores que apresentaram as maiores variações positivas no valor da produção, atingindo, respectivamente, 21,2% e 21,1%.

Mulheres perderam menos empregos com a crise

Até o momento, a crise econômica mundial causou mais desemprego para a população masculina que para a feminina, no Brasil, de acordo com a pesquisadora da Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) Natália de Oliveira Fontoura. No entanto, isso não tem significado vantagens para as mulheres.

A redução de vagas na indústria de transformação e na construção civil, que tradicionalmente empregam mais homens, e a menor remuneração das mulheres são possíveis razões para esse cenário, segundo apontou Natália Fontoura em audiência pública da comissão especial que analisa os impactos da crise nas áreas de serviço e emprego realizada nesta quarta-feira (3).

Dos 585.912 postos de trabalho perdidos de outubro do ano passado a abril deste ano no País, somente 5.273 (0,9%) eram ocupados por mulheres. Segundo a especialista, em alguns setores ocorreu, inclusive, substituição de homens por mulheres. É o caso da construção civil, que demitiu 63.082 empregados, enquanto empregou 3.745 trabalhadoras.

A representante do ministério do Trabalho e Emprego Fátima Rosa Naves de Oliveira Santos acrescentou que, em regra, as mulheres empregadas no setor especializam-se em acabamento, o que lhes proporciona rendimento superior ao dos homens.

Trata-se de uma exceção no mundo do trabalho. De acordo com pesquisa do Ipea, embora as desigualdades de remuneração tenham diminuído continuamente na última década, mulheres ainda recebiam, em 2007, 65,6% da remuneração paga ao sexo masculino. Se forem comparadas trabalhadores negras com homens brancos, o rendimento delas corresponde a apenas 34% do que eles recebem.

Impacto na indústria — Na opinião de Natália Fontoura, embora ainda não haja evidências empíricas, essa menor remuneração das mulheres pode ser um dos fatores que explicam a substituição de homens por mulheres no mercado de trabalho. Outro elemento que explica o fenômeno, segundo ela, é o fato de a crise ter afetado mais profundamente a indústria de transformação e a construção civil. Dos postos de trabalho eliminados com a crise, bem mais da metade - 492.477 - eram industriais.

O setor de serviços, que, ao contrário, sempre empregou mais mulheres, ainda não teve impactos fortes da desaceleração da economia. No período analisado, o setor criou 126.839 vagas. Essa troca de emprego industrial por outros no de serviço também é um problema, pois os empregos no terceiro setor são normalmente de menor qualidade. "Se hoje a remuneração feminina já é menor, com essa mudança as diferenças podem tornar-se ainda maiores", afirmou Natália. (Leia mais no DCI)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A saída da crise passará, obrigatoriamente, pela recuperação do emprego e pelo enquadramento dos empresários com "visão pequena"

Lupi reclama de empresários que 'têm visão pequena'

O ministro Carlos Lupi tem nos surpreendido positivamente. A cada manifestação se posiciona com clareza a favor dos interesses dos trabalhadores e do Brasil. Tem se tornado um otimista realista e um intransigente defensor da retomada do crescimento da economia preocupado, sempre com a geração de empregos. Na última semana participou, em Goiás, de uma manifestação junto aos trabalhadores do amianto e deve ter sido o primeiro caso de um Ministro do Trabalho ter adotado uma posição tão clara ao lado dos trabalhadores. Especialmente preocupado, como nós, em se buscar condições de segurança individual para se trabalhar com o amianto. Através da criação e estabelecimento de normas de segurança claras para proteger a saúde dos trabalhadores. Na próxima terça-feira, o ministro Carlos Lupi estará em São Paulo e em frente ao Sindicato dos Motoboys, filiado à UGT, participará de uma manifestação para registrar o financiamento de R$ 100 milhões autorizado pelo Codefat, com o apoio de todas as centrais, para financiar motos novas e com itens de segurança para os msotoboys brasileiros, que dão a vida, infelizmente, para garantir que os grandes centros urbanos funcionem adequadamente. Sendo, inclusive, responsáveis por atendimentos em hospitais e clínicas.

Leia mais: O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Luppi, criticou hoje os anúncios recentes de demissões nos setores de mineração e siderurgia. Reclamando de empresários que "têm uma visão muito pequena", Luppi disse que há segmentos no País que "só têm o objetivo, o princípio do lucro". Após um encontro com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), o ministro foi questionado sobre os cortes anunciados pela Usiminas e Vale na semana passada.

"Está havendo muitos exageros também. Porque alguns setores empresariais dessa área que você coloca (siderurgia e mineração), eles só têm o objetivo, o princípio do lucro", afirmou Luppi. "Na hora que diminui o lucro, a primeira coisa que fazem é demitir o trabalhador."

A Vale informou que irá demitir entre 250 e 300 funcionários a partir deste mês. Os afetados pela decisão seriam trabalhadores aposentados que ainda continuam na empresa ou empregados próximos da aposentadoria. Já a Usiminas anunciou o desligamento de 810 funcionários das usinas de Ipatinga (MG), Cubatão (SP) e da sede da empresa, em Belo Horizonte.

"É claro que temos consciência que tem dificuldades nessa área. Mas, por exemplo: China voltou a encomendar pesado a partir do final de março e abril; os Estados Unidos também estão voltando a encomendar; os carros nacionais estão vendendo bem, com isso precisa-se mais de aço para a fabricação de automóveis, para toda siderurgia", observou, ressaltando que o governo precisa ter "muita tranquilidade". "Porque alguns empresários têm uma visão muito pequena. Às vezes, estão matando a galinha dos ovos de ouro deles."

O ministro manteve o discurso otimista e a previsão de criação de um milhão de empregos formais no Brasil até o final do ano. "Minha previsão é de um milhão, mais de um milhão de empregos formais esse ano e mais de 2% de crescimento do PIB. Vocês estão gravando, estão me ouvindo e em dezembro vamos tirar a dúvida. Se os pessimistas estão certos ou se que aqueles que trabalham para o Brasil crescer estão certos". (Leia mais no Estadão)

Bancos aumentam competição no crédito

Avanço de instituições públicas e demanda fraca por financiamentos estimulam redução de taxas e extensão de prazos. Para analistas, oferta de crédito melhorou, e a maior dificuldade agora é convencer empresas e consumidores a tomarem emprestado.

A concessão de crédito teve forte recuperação em março, mas já esbarra na resistência de consumidores e empresas de assumirem novas dívidas.

O aumento da concorrência dos bancos públicos, pressionados pelo governo a expandir a oferta de crédito, e a demanda fraca por novos financiamentos têm forçado instituições privadas como Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander-Real a reverem suas estratégias de atuação, investindo mais em marketing, reduzindo taxas e aumentando prazos, especialmente no financiamento de veículos, imóveis e consumo.

Segundo especialistas, a maior parte do consumo represado pela crise -e a demanda por crédito- já se materializou. Daqui em diante, bancos e redes de varejo terão de lidar com os efeitos da crise na confiança de empresas e consumidores, até agora estimulados por políticas como redução de IPI para carros e outros produtos.

A boa notícia é que a disponibilidade de crédito parece ter voltado ao normal, inclusive com o retorno de alguns bancos pequenos ao mercado. "O problema está na demanda. A Selic [taxa básica de juros determinada pelo Banco Central] em queda induz a uma oferta maior de crédito. Os bancos criaram um colchão de provisionamento para enfrentar a inadimplência. Quem partir primeiro [para o crédito] vai conseguir recuperar os resultados, que foram fracos no primeiro trimestre", disse João Augusto Salles, analista da consultoria Lopes Filho.

"Não temos mais um problema de oferta, tanto que os bancos estão reduzindo juros e aumentando prazos", disse Bruno Rocha, da Tendências.

Dados do BC mostraram retração de 8,1% de março para abril (mês com menos dias úteis) das novas concessões de financiamento de carros, segmento em que os bancos privados têm elevado prazos para até 80 meses. Em abril, as novas concessões para outros bens duráveis (móveis e eletrodomésticos) tiveram retração de 4,7%; para imóveis, de 17,1%, segundo o BC.

Para Fabio Barbosa, presidente da Febraban (associação dos bancos) e do Santander, a oferta de crédito "está se normalizando" e os bancos "estão indo atrás do cliente", que segue rediscutindo planos de consumo e de investimento. "Já existe uma oferta bem maior [de crédito]. Obviamente, as empresas estão reprogramando seus investimentos, e as pessoas se retraíram. Agora que o cenário se apresenta um pouco melhor, a concorrência volta. A hora é agora de mostrar ao cliente a condição que você tem de apoiá-lo no seu plano de investimento ou de consumo."

Segundo Marcio Percival, vice-presidente da Caixa Econômica Federal, a maioria dos bancos privados perdeu espaço ao reduzir a oferta de crédito na crise. Para Percival, essas instituições buscam agora retomar o mercado perdido. "A gente cresceu porque nossas taxas ficaram estáveis. O desafio agora é fidelizar o novo cliente. A concorrência vai se acirrar", disse.

"A crise já está no retrovisor. A perspectiva de aumento da demanda para o crédito é positiva, e as taxas de inadimplência estão sob controle", disse ontem Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Os bancos argumentam que o alongamento de prazos decorre da expectativa de melhora na economia e de uma certa estabilidade na inadimplência -cresceu de 5% para 5,2% de março para abril. (Leia mais na Folha)

Para OMS, óculos evitaria perda anual de US$ 121,4 bi em produtividade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apareceu com uma nova ideia para gerar "enorme ganhos econômicos" nestes tempos de crise: que as empresas deem óculos para cerca de 150 milhões de pessoas com deficiência visual.

Um estudo publicado no jornal de saúde pública internacional da OMS estima em US$ 121,4 bilhões, no mínimo, a perda potencial de produtividade econômica no mundo anualmente, por causa de empregados que não enxergam bem com idade entre 16 e 50 anos.

A distribuição de um par de óculos apropriado, mesmo custando até US$ 1 mil por pessoa, ainda gera ganho econômico líquido, nas conclusões do doutor Tanasee Smith, da Bloomberg School of Public Health, dos EUA, que fez o estudo com entidades da Austrália e da África do Sul. (Leia mais no Valor)

Crédito a empresas deve passar por retomada

Depois de um início de ano com quedas no saldo de crédito para pessoa jurídica, o pequeno e médio empresário parece estar retomando confiança no cenário macroeconômico para voltar a investir. Esta é a conclusão da pesquisa de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios no Brasil (IC-PMN), divulgada pelo Insper (ex-Ibmec São Paulo) e Grupo Santander Brasil.

Segundo os dados do levantamento, o índice apontaria uma tendência de perspectiva otimista para o terceiro trimestre do ano. Em uma escala de 0 a 100, em que 50 seria a neutralidade, o IC-PMN alcançou 64,3 pontos, ante 57,2 na medição na medição anterior, referente ao segundo trimestre do ano.

Para o vice presidente de Produtos Pessoa Jurídica Varejo do Banco Santander, Ede Viani, a demanda por crédito foi muito impactada pela turbulência econômica, porém é esperado uma reativação junto com a melhora da economia. O executivo diz ainda que o banco notou que, nesse cenário em que muitas empresas que estavam financiando seu crescimento, precisaram de uma readequação de prazos.

"Muitos setores tiveram de readequar seu fluxo de caixa por conta da crise. O que fizemos nesses casos foi alongar os prazos de pagamento para se adequar ao caixa", diz.

O economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, confirma que já há sinais de uma certa retomada da expansão do crédito no País. "Houve uma maior cautela por parte do tomador com o crescimento do desemprego, porém os últimos números, de abril, já mostram um crescimento do crédito ao consumo para indivíduos e aumento da média diária na pessoa física."

Para empresas, completa ele, o resultado ainda está um pouco abaixo, porém já há indicadores de melhora. "Indicações preliminares das instituições financeiras apontam para essa retomada no crédito também na pessoa jurídica", antecipa.

Segundo dados do Banco Central, o crédito para pessoa física teve um crescimento de 5,2% até abril de 2009, em relação à dezembro do ano passado, a saldo de R$ 286,7 bilhões. Só em abril, o crescimento foi de 1,8%, ante março. A média diária das concessões teve um incremento de 7,6% em relação à março, a R$ 2,679 bilhões em crédito concedido por dia.

Na pessoa jurídica, no entanto, houve um recuo de 0,5% no saldo de abril ante o mês anterior e de 1,3% no ano, a R$ 386,267 bilhões. Na média diária, a queda foi de 2,2% em relação à março, com R$ 4,485 bilhões concedidos por dia.

Para o professor e pesquisador do Centro de Pesquisas em Estratégia José Luís Rossi, o índice mostra essa tendência de melhora. "A perspectiva de investimentos da indústria melhorou para o próximo trimestre. Ainda não vai chegar aos níveis de 2008, mas já há melhora em relação ao segundo trimestre", diz. O IC-PMN apontava uma perspectiva de investimentos de 56,3 pontos no segundo trimestre, próximo à neutralidade. Para o período de julho a setembro, chegou a 62,4 pontos, mostrando um crescimento no otimismo com a economia. (DCI)

Melhora confiança entre pequenas empresas e médias empresas

O pequeno e médio empresário brasileiro está mais confiante e espera um terceiro trimestre melhor e menos sujeito à interferência da crise. Pesquisa realizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper, nova denominação do Ibmec São Paulo) e pelo banco Santander aponta melhoria no grau de confiança dos dirigentes de pequenas e médias empresas em todo o Brasil.

O Índice de Confiança do Empresariado de Pequenos e Médios Negócios do Brasil (IC-PMN) na economia brasileira para terceiro trimestre deste ano, divulgado hoje, chegou a 64,3 pontos em uma escala de zero a cem - na qual zero é pessimismo absoluto e cem, otimismo total. O resultado, 12,4% melhor que o índice da pesquisa anterior, aponta um cenário mais promissor para esse segmento da economia, indica Danny Claro, professor e economista do Insper.

A expectativa para o segundo trimestre era de 57,2 pontos e havia recuado fortemente em relação aos 69,5 pontos de confiança da primeira amostragem do IC-PMN, de outubro do ano passado, realizada antes do agravamento da crise (em 15 de setembro, com a quebra do Lehman Brothers).

O otimismo é maior quando o empresário fala do próprio negócio. O índice de confiança na melhora do faturamento entre as empresas consultadas é de 69,5 pontos, ante 62,5 pontos no levantamento de março. As expectativas também são melhores para os investimentos (62,4 pontos contra 56,3 na pesquisa anterior), lucro (66,2 a 59,2), manutenção do emprego (58,1 a 52,6) e ramo de atividade (67,8 a 60,9).

Dividida por setores da economia, a pesquisa aponta maior otimismo no comércio em relação à indústria e aos serviços. O segmento obteve índice de 65,1 pontos, contra 57 pontos no levantamento anterior. De acordo com o pesquisador do Insper, isso pode estar ligado à retomada do crédito em relação ao aperto de liquidez do trimestre final de 2008, principalmente o financiamento ao consumo. A indústria subiu de 58,8 para 64,2 pontos e os serviços, de 56,9 para 62,8.

Por região, o Sudeste mostrou mais otimismo, com 64,2 pontos, ante 56,3 na pesquisa anterior e 68,4 em outubro de 2008. Para os analistas do Insper e do Santander, isso se deve à maior importância econômica da região, que acaba reagindo mais cedo e puxando o restante da economia.

No Nordeste ocorreu o menor crescimento do otimismo. A região passou de 58,8 pontos para 62,5 pontos. O Sul teve 63,2 pontos na pesquisa recente, ao passo que o Centro-Oeste ficou com 67,3 e o norte, com 72,6 pontos. (Leia mais em O Globo)