quarta-feira, 10 de junho de 2009

Os trabalhadores, através do consumo, ajudaram a segurar o PIB. Agora é a hora dos setores econômicos também agirem para superar a crise
















Projeto Motociclistas do Brasil auxiliará na criação de políticas públicas

A UGT, desde o Seminário dos Motoboys, no ano passado, está integrada à campanha por meloria de condições de sobrevivência desta categoria de profissionais tão essencial para a agilização dos grandes centros urbamos, que são os motoboys. O resultado do Seminário chega, agora, através da aprovação pelo Codefat de um financiamento de R$ 100 milhões para a renovação da frota de motocicletas, especificamente para profissionais motoboys, que terão veículos com mais segurança e financiamento de longo prazo. A UGT conseguiu sensibilizar o governo federal, através do ministro Carlos Lupi, do Trabalho e está em andamento treinamento para motoboys e a adoção de políticas públicas para criar vias especiais, educar os demais motoristas e fazer campanhas a favor da vida e da segurança no trânsito, especialmente, vinculadas à proteção da vida do motoboy. Agora, a UGT está mobilizando suas bases nos Estados para acionar as respectivas prefeituras e governos estaduais para iniciar a adoção de políticas públicas a favor do equacionamento da atividade dos motoboys. Pois, independente do tamanho da cidade, mais cedo ou mais tarde, terá que conviver com a atividade de entrega rápida de documentos e a atividade de motoboy, por isso, tenderá a crescer. Daí a necessidade de se antecipar e adotar políticas que criem vias especiais para os motoboys com educação permanente dos motoristas e qualificação para esses bravos companheiros e companheiras que arriscam a própria vida para manter as cidades em pleno funcionamento.

Leia mais: Acidentes de trânsito envolvendo motoboys serão estudados em levantamento social. O ministro do Trabalho e emprego, Carlos Lupi, apresentou nesta terça-feira, em São Paulo, o Projeto Motociclistas do Brasil, desenvolvido pela Fundação Jorge Duprat de Saúde e Segurança do Trabalho (Fundacentro), do Ministério do Trabalho e Emprego, para coletar dados sobre a atividade de motofretistas e mototaxistas. Pesquisadores acompanharão registros de acidentes de trânsito com intervenção médica em hospitais públicos de grandes cidades. A partir deste trabalho será feito um levantamento social dos motociclistas envolvidos em acidentes.

"A intenção é utilizar os dados deste estudo para desenvolver políticas públicas direcionadas a profissionais que utilizam motocicletas como instrumento de trabalho. É preciso conscientizar os pilotos da importância de trafegar com segurança, pois o maior valor que temos é nossa vida, e aquele motociclista estendido no chão que vemos pelas ruas não é apenas mais um, ele tem família, tem filhos, e precisa pilotar moto para levar sustento para casa", disse Lupi.

Atualmente, há 11 milhões de motocicletas no país, 3 milhões delas utilizadas como instrumento de trabalho. Estima-se a ocorrência anual de um milhão de acidentes de trânsito envolvendo motos, dos quais 214 mil resultam em atendimento médico-hospitalar.

Linha de crédito - O ministro entregou um cheque simbólico de R$ 100 milhões ao presidente do Sindimotosp, Gilberto Almeida, em referência à liberação da linha de crédito para renovação da frota de motocicletas para profissionais do setor. "Teremos taxas de juros totais de 1% ao mês. Esta é uma vitória da categoria, que lutou junto ao Ministério do trabalho para conseguir este crédito", comentou Lupi.

Planseq - Carlos Lupi anunciou ainda a abertura de um Plano Setorial de Qualificação (Planseq) para motofretistas em São Paulo. "Em Goiás, segunda maior frota de motos do país, já formamos a primeira turma, com 300 alunos; e a meta é formar mais de quatro mil. Os motoboys de São Paulo também terão a oportunidade, em breve, de fazer cursos de qualificação, que incluem pilotagem defensiva e legislação de trânsito", disse o ministro. (Agência Brasil)

Consumo faz PIB cair menos que o esperado, mas investimento desaba

A UGT desde Setembro do ano passado tem feito todos os tipos de alerta e mobilizado seus filiados para nos preparar para uma crise que afetaria nosso PIB, nossos empregos e nossa capacidade de consumo. Até agora, conseguimos, graças ao vigor do mercado interno e à decisão dos trabalhadores de consumir a favor do Brasil, manter a economia relativamente aquecida. Mas já começamos a sentir os efeitos do desemprego, pois trabalhador desempregado reduz o consumo e vamos passar por um período crítico até o próximo mês de Setembro, quando acreditamos que haverá uma nova recuperação em função das expectativas criadas com o Natal e as festas de fim de ano. Mesmo assim, é importante que os setores econômicos atuem através de seus líderes a favor do Brasil e do seu mercado interno. E que apostem em negociações que voltem a gerar empregos, que reduzam a rotatividade, que reforcem o mercado interno que é, em última instância, a grande alternativa para o Brasil conseguir superar a atual crise.

Leia mais: PIB cai 0,8% no primeiro trimestre, menos do que o previsto pelo mercado, mas confirma que País entrou em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,8% no primeiro trimestre de 2009, na comparação com o último trimestre de 2008, na série que expurga variações sazonais. O resultado, melhor que as projeções do mercado, mas ainda configurando uma "recessão técnica", foi marcado por fortes contrastes: o crescimento dos serviços contrabalançou a violenta queda na indústria e a expansão do consumo das famílias e do governo neutralizou parcialmente a intensa contração dos investimentos. "O consumo segurou e atenuou a desaceleração industrial", disse Roberto Padovani, estrategista do Banco WestLB no Brasil.   

Na comparação com igual período do ano anterior, o PIB no primeiro trimestre recuou 1,8%, o pior resultado desde o último trimestre de 1998. Em consequência, a produção de bens e serviços recuou para o nível do segundo trimestre de 2007. Na série encadeada de quatro trimestres, o PIB cresceu 3,1% até o fim de março, depois da expansão de 5,1% em 2008. A divulgação do PIB trimestral foi feita ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de negativo, o PIB no primeiro trimestre ficou bem acima da média das projeções do mercado. No caso da comparação com o último trimestre de 2008, a projeção média era de recuo de 2% e a mais otimista, de queda de 0,9%.

PROJEÇÕES ­— O resultado surpreendente deu alento às perspectivas da economia em 2009 e está levando a uma correção para cima nas projeções do PIB deste ano. Agora, para que o crescimento seja zero em 2009, o PIB deve crescer 0,6% nos três últimos trimestres, ante igual período do ano anterior. Já uma expansão de 1,9% de abril a dezembro levaria o PIB a crescer 1% no ano, e a expansão de 3,2% levaria ao crescimento de 2%.

O PIB negativo de janeiro a março configura a chamada "recessão técnica", ou seja, dois trimestres seguidos de recuo na comparação com o trimestre anterior - no último trimestre de 2008, a queda foi de 3,6% -, numa contração total de 4,5%. Foi a maior queda em dois trimestres consecutivos da série iniciada em 1996. Incluindo a série anterior, a queda é a maior desde 1990, no Plano Collor, quando houve um recuo de 6,7% do PIB nos dois primeiros trimestres.

A indústria recuou 3,1% ante o trimestre anterior, depois de ter caído 8,2% no último trimestre de 2008. Ante os três primeiros meses de 2008, a indústria encolheu 9,3%, o pior desempenho da série iniciada em 1996. Todos os subsetores industriais caíram ante o primeiro trimestre de 2008, mas a pior contração, de 12,6%, foi na indústria da transformação (também o pior resultado da série), responsável por 57% da indústria como um todo.

Foram particularmente afetados os segmentos de máquinas e equipamentos, metalurgia, veículos, mobiliários e vestuários e calçados. "O desempenho da indústria foi bastante afetado pelas máquinas e equipamentos, o que bate diretamente no investimento", disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.

A construção civil caiu 9,8% em relação ao primeiro trimestre de 2008, o pior resultado da série. O subsetor de eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana caiu 4,2% e a indústria extrativa mineral, 1,1%, combinando o aumento de 6,5% na extração de petróleo e gás com a drástica queda de 38,1% na extração de minério.

Os serviços cresceram 1,7% no primeiro trimestre, com destaque para a intermediação financeira, com expansão de 5,8%; serviços de informação, de 5,4%; e outros serviços, de 7%. (Leia mais no Estadão)

CEF reduz juros e conta com queda da Selic

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem que a partir do dia 15 deste mês 18 linhas de crédito comercial terão redução nos juros. É a sexta redução neste ano, mas desta vez o banco antecipou a possível baixa da Selic pelo BC, que divulga a decisão hoje.

A taxa do penhor caiu de 2,10% para 2,08% ao mês. Para o financiamento de veículos a taxa será a partir de 1,19% ao mês. A taxa mínima do cheque especial passou de 1,27% para 1,20% ao mês. (Leia mais na Folha)

Máquinas e eletrônicos terão ajuda do governo

O governo já estuda medidas para incentivar dois setores considerados importantes para impulsionar o crescimento este ano: bens de capital (máquinas e equipamentos) e eletroeletrônicos. Segundo os técnicos, a indústria de bens de capital precisa continuar ativa. Se ela sofrer um forte desaquecimento por causa da redução dos investimentos dos demais setores, a recuperação da atividade produtiva no país passará a depender de importações.

- Esse tipo de indústria (bens de capital), você não deixa morrer - disse um integrante da equipe.

Os cálculos do governo mostram que os investimentos vão crescer menos em 2009. Sem a crise, a taxa de investimentos fecharia o ano em 21% do PIB. Mas agora ficará próxima de 18%.

O governo deve publicar hoje uma medida provisória (MP) autorizando a União a fazer um aporte de R$ 4 bilhões para garantir financiamentos a micro e pequenas empresas. Esse dinheiro será dividido entre dois fundos - um do BNDES e outro do Banco do Brasil (BB) - e vai dar garantia a R$ 48 bilhões em financiamentos.

Pela MP, o Tesouro vai garantir recursos dos bancos privados emprestados a micro, pequenas e médias empresas. Isso será feito via fundo garantidor, que será criado pelo BB. Bradesco, por exemplo, poderá conceder os empréstimos e recorrer ao BB para terem acesso à cobertura do risco. O BNDES vai criar outro fundo, para cobrir os recursos da própria instituição, repassados aos agentes financeiros.

O fundo cobrirá até 80% do valor do empréstimo, limitados a 7% do total da carteira de cada banco. Além dos R$ 4 bilhões da União, as instituições deverão contribuir com 0,5% do valor da operação e o tomador, com um percentual pequeno. (Leia mais em O Globo)

Governo pode cortar imposto de salário

O governo pode retomar a discussão para a desoneração da folha de pagamentos das empresas para criar um estímulo adicional à atividade econômica e à preservação dos empregos. Essa alternativa está sendo considerada diante da queda de 14% nos investimentos no primeiro trimestre e do fraco desempenho da indústria.

Embora o governo tenha considerado que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8% no primeiro trimestre foi "menos ruim" que os cenários mais dramáticos considerados por integrantes da equipe econômica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou preocupado com a situação da indústria.

Ontem, na reunião com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, Lula recomendou um "acompanhamento permanente" do setor para identificação de problemas que possam ser equacionados pelo governo.

O objetivo do encontro era apresentar a Lula uma interpretação da queda do PIB. Os ministros foram detalhistas em questões como a drástica queda dos investimentos, as dificuldades do setor exportador, as restrições que ainda existem para a retomada da produção industrial, além de uma avaliação otimista sobre a demanda criada pelos gastos públicos e o consumo das famílias.

A estratégia, a partir de agora, é que os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, o Banco Central, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) façam uma avaliação sobre o que está acontecendo na oferta de crédito ao setor. O governo avalia que os empresários se intimidaram com os primeiros sinais da crise e não quiseram correr risco. Optaram pela venda de estoques e, agora, devem retomar os investimentos e, para isso, devem ter crédito.

Lula quis saber quais eram os dados sobre a capacidade instalada do setor. Bernardo explicou que os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que a capacidade instalada alcançou 79,2% em abril ante 78,8% em março. "Existe uma margem enorme para investimentos", confirmou uma fonte.

Os problemas dos exportadores são mais complexos, no diagnóstico da equipe. A questão do câmbio é um fator importante, mas relativizado pelo fato de que o setor já conviveu com uma taxa de câmbio mais desfavorável. "A questão é externa", citou um assessor, tratando da retração em outros países. "Tudo depende do que acontecerá na economia americana, porque é muito pouco provável apostar em uma recuperação da Europa." (Leia mais no Estadão)

 

terça-feira, 9 de junho de 2009

Financiamento de R$ 100 milhões ajudará a renovar frota e garantir mais segurança para motoboys, com geração de emprego na indústria de motos

UGT e Sindicato dos Motoboys fazem manifestação a favor de mais segurança

Hoje a UGT junto com o Sindicato dos Motoboys participam de um ato para registrar o financiamento de R$ 100 milhões que foi autorizado pelo Codefat para ser investido em motos novas e com mais segurança. O ato terá a presença do ministro Carlos Lupi, do Trabalho, e tem o significado maior para a UGT por serem os motoboys a expressão máxima de integração e de inclusão social de uma categoria de trabalhadores batalhadores, homens e mulheres que arriscam a vida, todos os dias, para manter a dinâmica dos grandes centros urbanos como São Paulo, por exemplo. Os motoboys estão em todos os lugares ao mesmo tempo, exercendo funções de transporte de documentos, ajudando a salvar vidas com os serviços prestados para hospitais. E arriscando a vida no trânsito das metrópoles. Além da oportunidade de comprar motos novas e mais seguras, com financiamento que superam 24 meses, estamos aproveitando o ato com representantes da Prefeitura de São Paulo para criar campanhas educativas para os motoboys e para os motoristas paulistanos. É possível sim uma convivência pacífica a favor das vidas e da dinâmica de São Paulo, que não pode parar.

Cresce interesse estrangeiro no mercado interno do País

Em tempos de crise, empresas de automóveis, informática e telecomunicações apostam suas fichas no Brasil

A crise tem alterado o perfil do investimento produtivo no Brasil. Dados do Banco Central (BC) mostram que atividades ligadas ao mercado interno têm atraído cada vez mais empresas multinacionais interessadas no aumento da renda do brasileiro.

O melhor exemplo é o setor automobilístico, que tem recebido cada vez mais dólares. De janeiro a abril, o investimento estrangeiro direto (IED) no segmento saltou 221% ante igual período de 2008. Informática, eletrônicos e telecomunicações também têm apostado mais fichas no País. Já as áreas que estavam no olho do furacão da crise diminuíram o ritmo. Bancos cortaram os aportes em 87,8% e o setor imobiliário, em 51,8%.

Mesmo com a situação difícil nos Estados Unidos e Europa, montadoras têm reforçado os projetos no Brasil. De olho na rápida reação das vendas após as medidas de desoneração anunciadas pelo governo, a indústria automobilística recebeu US$ 1,95 bilhão em IED nos quatro primeiros meses do ano. O valor conferiu às montadoras o primeiro lugar no ranking dos setores que mais investiram no País, com 22,3% de participação. No mesmo período de 2008, a fatia era de modestos 5,2%, no quinto lugar.

"No Brasil, a política anticíclica tem sido muito ativa, com estímulos importantes à indústria automobilística e eletrodomésticos. Isso chama a atenção das empresas. Além disso, tivemos a manutenção da renda da população", diz Daniela Prates, professora de economia da Unicamp.

Daniela afirma também é preciso lembrar da frágil situação da economia nos países centrais, o que diminui as perspectivas dessas empresas nos mercados tradicionais, como Estados Unidos, Europa e Japão. (Leia mais no Estadão)

Emprego na indústria cai ao nível mais baixo em 8 anos

Lenta retomada da produção, que subiu 1% em abril ante março, não impede cortes. Demissões crescem pelo sétimo mês; Estados de MG e SP, em especial nos setores de vestuário e produtos de metal, são os mais afetados.

Abalado pela crise, o mercado de trabalho industrial não sentiu ainda a discreta melhora dos indicadores de produção. Em abril, o emprego caiu 5,6% ante abril de 2008 e chegou à menor marca da série histórica do IBGE, iniciada em 2001.

Na comparação livre de influências sazonais com março, houve retração de 0,7%. Trata-se da sétima taxa negativa consecutiva. Nesse período, a perda acumulada chega a 6,6%.

Outros dados da pesquisa também revelam a deterioração. O número de horas pagas na indústria, um indicador antecedente de eventuais contratações futuras, recuou 0,4% em relação a março. Também em queda por sete meses consecutivos, o índice acumula uma retração de 7,1% no período.

Imune à crise até fevereiro, o rendimento na indústria já sente os reflexos da perda de ritmo do setor: a folha de pagamento da indústria cedeu 0,2% em relação a março e 1,8% na comparação com abril de 2008.

Todos esses dados mostram que o mercado de trabalho da indústria não se beneficiou ainda da "gradual" recuperação do nível de produção, segundo afirma André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.

"O mercado de trabalho não refletiu ainda a reação, ainda que modesta, da produção. Pelo contrário, até a folha de pagamento já começa a sentir os efeitos da freada da indústria."

Em abril, a produção cresceu 1,1% ante março, na quarta taxa positiva neste ano. Já em relação a abril de 2008, o setor recuou 14,8%.

Sem contratações — Para Macedo, o fato de o volume de horas pagas não estar crescendo revela que a indústria não deve voltar a contratar tão cedo. Isto porque primeiro os empresários lançam mão de horas extras para só depois abrirem novas vagas.

Segundo Macedo, a pesquisa traz uma "difusão de resultados negativos" em abril. Já o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) vê uma melhora modesta nos dados de emprego do setor.

É que as taxas têm sido, mês a mês, "menos negativas" tanto no caso do emprego como no de horas pagas, de acordo com o instituto.

"Apesar de ser negativa, a variação [de abril] é bem melhor do que a registrada em março", diz o Iedi, em relatório. Pelos dados do IBGE, as horas pagas haviam recuado 1,1% de fevereiro para março, e o emprego registrara queda de 0,8%.

"Há uma perspectiva futura menos negativa para o emprego na indústria. Isso tanto do ponto de vista regional como setorial."

Segundo o IBGE, os setores que já vinham com fraco desempenho, como vestuário e calçados, aprofundaram as perdas. Já os ramos que sentiram com mais força o baque da crise passaram a registrar taxas negativas.

Setorialmente, as quedas mais relevantes no emprego em abril ficaram com vestuário (-9,7% ante abril de 2008), meios de transporte (-9,4%), produtos de metal (-10,2%) e máquinas e equipamentos (-8,5%). O emprego cedeu em 16 dos 20 ramos pesquisados.

Por região, os piores resultados ficaram com São Paulo (queda de 4,2% ante abril de 2008) e Minas Gerais (-7,2%). (Leia mais na Folha)

É a hora do Brazil

Certo, o país não se descolou da crise global. Mas o que faz tantas multinacionais redobrarem suas apostas (e seus investimentos) no mercado brasileiro? Respondem Wal-Mart, Tyson, Nestlé, DuPont, GM, Monsanto... Entenda como as corporações globais enxergam o Brasil, por que ele agora emerge como o queridinho entre os países do Bric e como é possível evitar os riscos que podem ameaçar esse poder de atração

Linha de montagem da Audi na Bélgica: no primeiro bimestre deste ano, as vendas caíram 20% na Europa, enquanto no Brasil subiram 12%. Pela primeira vez, um brasileiro foi nomeado presidente da subsidiária.

O executivo inglês Miles Young, de 53 anos, nunca se interessara pelo Brasil ou sentira urgência em conhecer o país – até que, em janeiro último, assumiu a presidência mundial da agência britânica de publicidade Ogilvy & Mather, em meio à pior crise econômica mundial das últimas seis décadas. O Brasil foi o primeiro lugar em que Young desembarcou, no início de fevereiro, como parte de um roteiro que inclui 15 dos 120 países onde a Ogilvy mantém escritórios. Mas ele mal teve tempo de conferir as belezas naturais, enaltecidas pelos estrangeiros há bem mais tempo do que os atributos econômicos. Passou a maior parte dos três dias da visita em reuniões na capital paulista para orientar a equipe sobre as metas para este ano. O ponto alto foi um discurso enfático para 300 funcionários da agência, no qual Young exaltou a importância do mercado brasileiro para os negócios da Ogilvy. A escolha do Brasil como primeira parada foi estratégica. Young acredita que a operação local apresentará neste ano o melhor desempenho entre os integrantes do chamado Bric, grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China. “O Brasil está numa posição privilegiada nesta crise. E é nesses mercados, onde a economia ainda cresce, que precisamos ajustar nosso faturamento”, diz Young. “É importante, inclusive, aproveitar o momento para rever nosso modelo de negócios na Europa e nos Estados Unidos.”

No comando da terceira maior agência de publicidade do mundo, com faturamento de US$ 1,8 bilhão em 2007, Young tem uma posição vantajosa. Monitora uma das matérias-primas do capitalismo global – a alocação das verbas publicitárias em diferentes países. Pode antever o destino do dinheiro e, assim, antecipar tendências. É justamente isso que o move neste momento e Young não está sozinho. O Brasil atrai cada vez mais investidores que buscam alternativas aos mercados desenvolvidos, em franca recessão. O economista inglês Jim O’Neill, que criou o termo Bric, acredita que o país tem uma posição privilegiada em relação aos demais emergentes. “O Brasil não apresentou nenhum sinal de crise real”, afirmou O’Neill a Época NEGÓCIOS. “Esta crise deixou claro que países com populações pequenas não têm alternativa de crescimento doméstico. O Brasil não tem esse problema.” (Leia a entrevista na página 86.) Vários executivos das maiores companhias do mundo acreditam que a economia brasileira, por estar sofrendo menos os efeitos da crise, tem o poder de aliviar o inverno financeiro que castiga mercados maiores e mais maduros, como os da Europa e dos Estados Unidos. A Alemanha, maior economia da União Europeia, pode encolher 8% neste ano. O Reino Unido está em recessão desde dezembro, algo que não se via desde 1946, ao final da Segunda Guerra Mundial. A expectativa é que a retração será de 2,8% neste ano. Nos Estados Unidos, espera-se uma queda entre 0,5% e 1,3%. A economia japonesa tem resultados negativos desde abril do ano passado, e estima-se que continuará encolhendo no primeiro semestre deste ano. Se confirmada a queda, serão 15 meses em marcha à ré, um dos piores resultados na história. (Leia mais na Época Negócios)

Copom começa nesta terça a decidir nova taxa de juros

Selic será anunciada na quarta-feira pelo Banco Central.

Copom revê previsão e espera reajuste de 6,3% na eletricidade em 2009

Mercado prevê corte de 0,75 ponto percentual nos juros nesta semana

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (9) a terceira reunião do ano para decidir a nova Selic, a taxa básica de juros  da economia. A decisão será anunciada nesta quarta, ao final do segundo dia de reunião.

Entenda o funcionamento do Copom  — Segundo analistas de mercado consultados em pesquisa do Banco Central, o chamado Relatório Focus, a expectativa é que o Copom decida pelo quarto corte consecutivo da Selic, atualmente de 10,25% ao ano. A aposta majoritária é de que o comitê reduza a taxa em 0,75 ponto.

Na reunião de abril, o BC reduziu a Selic em um ponto, ritmo menor do que havia adotado no encontro de março.
O que é — O Copom foi criado há mais de dez anos, em 20 de junho de 1996. A idéia foi inspirada na experiência do banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed). Antes, o BC aumentava ou reduzia a taxa de juros sem comunicar diretamente o mercado.

Com a mudança, segundo o BC, o processo se tornou mais transparente, o que melhorou a comunicação com o mercado financeiro. Atualmente, vários países seguem esse modelo.

As reuniões do Copom dividem-se em dois dias. A primeira sessão numa terça-feira; a segunda, no dia seguinte. Mensais desde 2000, as reuniões diminuíram para oito desde 2006. 

Objetivo — O objetivo das mudanças nos juros é manter a inflação sob controle, ou seja, cumprir a meta de inflação para o ano.  

A decisão do BC sobre os juros é soberana e não precisa de aprovação do presidente da República nem do ministro da Fazenda. Já a meta de inflação é fixada pelo governo. (G1)

PIB pode ter caído até 2,5% no 1º trimestre, diz Mantega

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode ter caído entre 1% e 2,5% no primeiro trimestre de 2009, o que levaria o Brasil a uma recessão técnica, afirmou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Evidentemente, o primeiro trimestre foi ruim, vamos registrar um crescimento negativo, não sei de quanto. Se fala em 1%, 2% e 2,5%. Eu não me arrisco a dar números para não me equivocar", disse Mantega em um evento com economistas e empresários em São Paulo.

Os dados oficiais sobre os três primeiros meses de 2009 serão divulgados amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, caso estas previsões se confirmem, o Brasil entrará em recessão técnica ao acumular dois trimestres consecutivos com contrações na economia.

No último trimestre de 2008, o PIB teve queda de 3,6%, embora a economia brasileira tenha fechado o ano com crescimento de 5,1%.

O ministro quis passar uma mensagem otimista e lembrou que estes números significam "olhar para trás", já que, segundo ele, já não servem para descrever o momento atual da economia brasileira, que "está dando sinais de recuperação".

Segundo cálculos oficiais, o Brasil retomará o crescimento econômico no terceiro trimestre e, nos últimos três meses do ano, pode crescer até 4%, o que permitiria fechar 2009 com dados positivos. (Leia mais no G1)