terça-feira, 18 de agosto de 2009

Entre as lições da crise percebemos a nova atuação dos bancos públicos a favor do crédito

Caixa eleva projeção para alta do crédito para 40% em 2009

A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES se transformaram nesta crise na grande lição que o governo brasileiro conseguiu impor aos bancos privados. Desde o início da crise chamávamos a atenção para o problema da oferta de crédito. O governo, no primeiro momento, liberou os compulsórios. Os banqueiros, numa atitude antipatriótica, resolveram comprar títulos do Tesouro e sentar em cima da grana, em vez de emprestar. Em seguida, o governo acionou seus bancos e pela primeira vez na História do Brasil estes bancões públicos assumiram suas funções e foram para o mercado. Em vez de deixar os banqueiros privados tungarem impunemente os brasileiros, os bancos oficiais foram à luta. Hove uma mudança de direção no Banco do Brasil e a mensagem foi entendida. Os spreads baixaram e o crédito fluiu, gerando inclusive crescimento das instituições e colocando o Banco do Brasil no topo do sistema bancário. A crise ensina. E nos abre os olhos. Hoje sabemos quais são os bancos que podemos confiar.

Leia mais: Instituição deverá aumentar mais uma vez a projeção em setembro; participação no mercado deve chegar a 8%

Inicialmente com uma projeção de crescimento de 30% para sua carteira de crédito, a Caixa Econômica Federal (CEF) agora trabalha com a expectativa de que o saldo em 2009 avance pelo menos 40% em relação à posição de 2008, o que levaria o estoque a R$ 112 bilhões e daria à instituição 8% de participação de mercado. Porém, o vice-presidente de Finanças da instituição financeira, Márcio Percival, destaca que esta é uma projeção "extremamente conservadora" e que deve ser ultrapassada.

"Os números apresentados no primeiro semestre mostram que este planejamento deve ser superado", afirmou, destacando que em setembro a instituição deve fazer nova revisão. Para a carteira de crédito livre, que inclui recursos concedidos a pessoas físicas e jurídicas, a alta na comparação com 2008 deve ser de 43,2%, constituindo uma presença de 3,73% no mercado total.

Considerando somente o estoque de recursos destinado às pessoas físicas, deve subir 41,7%, levando o market share da Caixa a 4%. O saldo da carteira de financiamentos para empresas, por sua vez, deve evoluir 45%, o que levaria o banco público a deter 3,39% deste mercado, conforme projeções de Percival. Empréstimos para infraestrutura deverão exibir um estoque 50,1% maior.

Já a previsão da Caixa para o saldo da carteira de habitação é de um avanço de 34,5%, para R$ 61 bilhões ou 78% deste mercado. "Mas esse número será bem maior", afirmou, com base no resultado do final de junho, quando o saldo desta carteira cresceu quase 50% ante igual intervalo de 2008, para R$ 55,019 bilhões. Vale notar que o saldo total das operações de crédito da Caixa somou R$ 99,23 bilhões no final do semestre, alta de 56,1% em 12 meses. (Leia mais no Estadão)

Reunião com centrais sobre reajuste do INSS é adiada

A próxima reunião ficou marcada para o dia 23. Estamos vivendo uma ferrenha disputa nos bastidores. Os trabalhadores querem o fim do fator previdenciário e a recuperação dos valores das aposentadorias e pensões mais a definição do reajuste do salário mínimo. O governo só aceita discutir, prá valer, o salário mínimo e quer empurrar com a barriga os assuntos relacionados com as aposentadorias. Mas ano que vem é ano eleitoral e acreditamos que conseguiremos sensibilizar, politicamente, o governo.

Leia mais: A pedido das centrais sindicais e de representantes dos aposentados, o governo adiou para a próxima semana a reunião prevista para hoje sobre o aumento real para os benefícios da Previdência acima de um salário mínimo.

Os sindicalistas e aposentados argumentaram que precisam de mais tempo para fechar entre si os limites da negociação. Na semana passada, o governo exigiu que trabalhadores e aposentados abram mão de quatro projetos favoráveis que tramitam no Congresso para então apresentar uma proposta de reajuste.

Enquetes feitas pelas entidades apontaram que a maior parte dos aposentados não aceita a oferta do governo, o que teria motivado o pedido por mais tempo.

Amanhã, o governo planejava apresentar um reajuste e propor aos aposentados quatro grupos de discussão para debater os projetos. O aumento real deve ficar abaixo de 3%. Na equipe econômica, a proposta é de um ganho real entre 1% e 1,5%. (Leia mais na Folha)

Parcela de brasileiros com conta bancária triplicou, mas setor sofreu concentração

Quatro décadas após o milagre econômico, os números oficiais apontam 126 milhões de contas correntes no Brasil. Ou seja, 66% dos 191 milhões de pessoas que vivem no país teriam conta. No entanto, especialistas estimam que, na verdade, no máximo apenas metade desse número, aproximadamente 30% da população, ou 60 milhões de pessoas, tenham acesso a todos os recursos da conta corrente, via caixa eletrônico ou internet, para pagar contas, fazer saques, transferências, operações de crédito e aplicações.

Em 1969, quando o caderno de Economia do GLOBO começava a circular, calcula-se que nem 10% da população tinham conta em bancos. Na época, as instituições eram de caráter regional e atendiam preferencialmente a pessoas de classes A e B. Na época, com 93 milhões de habitantes, eram 9 milhões de contas.

Os números do Banco Central incluem cadastros em diferentes bancos mas pertencentes à mesma pessoa, gente que só recebe aposentadoria ou recursos de programas sociais do governo, além de contas-salários.

Antonio Bento Furtado de Mendonça Neto, vice-presidente sênior da consultoria Solving Efeso Group calcula que o número atual seja de 30% da população economicamente ativa, de cerca de 100 milhões, que usam bancos na sua plenitude.

- No fim dos anos 1960, para abrir uma conta corrente, era preciso uma apresentação pessoal ou da empresa. Nos anos 1960, o gerente ficava trancado, era preciso marcar hora com a secretária - lembra Antonio Bento.

Foi justamente nos anos 1970 que os bancos começaram a se popularizar. Com as reformas tributárias do governo militar, e a criação da restituição do Imposto de Renda, as instituições financeiras passaram a ter interesse em movimentar recursos devolvidos à população, ampliando o acesso da classe média ao sistema bancário. Foi também nos anos 70 - com o estouro da bolha do milagre econômico - que tomou força o processo de aquisições dos bancos menores. Estava aberto o caminho para a concentração bancária. (Leia mais em O Globo)

Falta mão de obra especializada para o pré-sal

As dificuldades técnicas e políticas de se concluir e aprovar os três projetos do marco regulatório da exploração do petróleo da camada do pré-sal não são os únicos obstáculos à transformação do Brasil em grande produtor mundial. É o que mostra a reportagem de Gustavo Paul, publicada no jornal O Globo deste domingo. Governo, Petrobras e demais empresas do setor estão correndo contra o tempo para sanar um dos mais expressivos gargalos que devem surgir nos próximos anos: a falta de mão de obra técnica para transformar esse sonho em óleo. Estimativas do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) apontam que a demanda por trabalhadores especializados continuará em ritmo crescente e será preciso qualificar 285 mil pessoas nos próximos cinco anos.

Parte desse pessoal já está empregada, mas uma boa parcela será contratada no futuro. Esses números, porém, devem ser revistos, pois fundamentam-se exclusivamente na estimativa de produção dos próximos cinco anos. À medida que a exploração do pré-sal for deslanchando, a demanda do setor por profissionais provavelmente crescerá.

O Plano Decenal de Energia 2008-2017, lançado no início de agosto, adverte que "haverá um vertiginoso crescimento da demanda por profissionais, de nível básico, técnico e superior, para atender projetos de construção de equipamentos de exploração e produção". (Leia mais em O Globo)

Previdência Social redistribui renda entre os municípios brasileiros

Macururé, região Nordeste da Bahia. No município de pouco mais de oito mil habitantes, os benefícios pagos pela Previdência Social representaram 36,28% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006.

Assim como a pequena cidade baiana, em vários municípios do Brasil os benefícios da Previdência são uma das principais fontes de renda.

No grupo dos municípios mais pobres do País, eles representam 17,1% do valor do PIB.

Os dados são de um estudo divulgado na última semana pelo Ministério da Previdência Social.

A pesquisa, que introduziu os dados do PIB de 2006 como parâmetro na análise socioeconômica da área, também mostra que os pagamentos resultam na distribuição de renda dos municípios mais ricos para os mais pobres do País.

As comparações revelaram que, nos 556 municípios mais pobres, a Previdência arrecada somente R$ 261 milhões, mas paga R$ 3,8 bilhões em benefícios.

Isso significa que são injetados na economia local R$ 3,6 bilhões, que correspondem a 17,1% do PIB total das cidades, de R$ 21,1 bilhões.

Já nos 556 municípios mais ricos, a arrecadação da Previdência - R$ 82 bilhões - é maior do que as despesas, que somam R$ 67 bilhões.

A diferença entre a receita e a despesa é de R$ 15 bilhões, 1,1% do PIB total dessas cidades, que é de R$ 1,4 trilhão.

O segundo exercício feito pelos técnicos usou a relação entre a população dos municípios, o saldo entre a arrecadação e a despesa da Previdência e o PIB.

Nas cidades com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, a diferença entre o valor pago em benefícios (R$ 11,7 bilhões) e a arrecadação da Previdência (R$ 3,1 bilhões) é de R$ 8,6 bilhões, 6,9% do PIB total, que é de R$ 126 bilhões.

Já nas cidades com mais de 100 mil habitantes, o saldo positivo das contas é de R$ 3,4 bilhões e equivale a apenas 0,2% do PIB total. (Agência Diap)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sempre que o movimento sindical se une, o Brasil avança

Centrais sindicais realizam manifestações em todo o País

Sempre que o movimento sindical se une, o Brasil avança. Foi assim na Constituinte, quando entre outras conquistas, emplacamos as 44 horas semanais, apesar dos discursos patronais contra. Na época avançamos, também, na liberdade das entidades sindicais. Agora, iniciamos uma nova etapa, após o reconhecimento das centrais sindicais. A unidade agora sustenta intervenções diretas no Congresso Nacional, no relacionamento com o Poder Executivo e na mobilização e ampliação da organização dos trabalhadores. A última manifestaão do dia 14 é, na prática, um novo exemplo de que estamos preparados para avançar. Porque a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salários e com um controle das horas extras vai gerar mais de dois milhões de novas vagas. Ou seja, mais emprego e muito mais inclusão social. Além de significar uma melhor qualidade de vida para a família trabalhadora, pois sobrará mais tempo para os pais estarem junto com os filhos, apostando na educação e na orientação.

Leia mais: As centrais sindicais Força Sindical, CUT, NCST, UGT, CTB e CGTB, além de diversas organizações de movimentos sociais realizam hoje ato público em diversas capitais do País contra as demissões e pela redução de jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução dos salários. No Grande ABC, o ato será realizado a partir das 6h na estação ferroviária de Mauá.

Em São Paulo, a manifestação acontecerá a partir das 10 horas, com concentração na Praça Oswaldo Cruz, seguindo, a partir daí, pela Avenida Paulista rumo ao vão livre do Masp. Nesse percurso, os manifestantes prometem fazer duas paradas - uma em frente ao prédio da Petrobras e outra defronte à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

"Pretendemos reunir na Avenida Paulista cerca de 3.000 pessoas em nosso dia nacional de luta em defesa do trabalhador", disse o presidente estadual da Força Sindical, Danilo Pereira da Silva.

Segundo as Centrais Sindicais, em diversas regiões do Estado, sob coordenação regional das entidades, haverá panfletagens, comícios, atos públicos e passeatas para marcar a posição dos trabalhadores contra a crise.

De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a redução de jornada geraria 2,5 milhões de novos postos no País, além de permitir ao trabalhador dividir o seu tempo entre trabalho, estudo e família. (Leia mais no DGABC)

Mercado interno também ameaçado

Essa é a tecla que a UGT bate desde o primeiro dia de crise. O mercado interno brasileiro, sustentado pelos salários e renda dos trabalhadores, ajudou a criar uma defesa do Brasil na crise mundial. Todo mundo reconhece. Mas alguns empresários, agindo contra a Pátria, adotam o caminho do lucro a qualquer preço e criam estratégias para apostar na rotatividade de mão-de-obra combinada com a redução de salários. O que já significa prejuízo para a classe trabalhadora e para o mercado interno.

Leia mais: Massa salarial há cinco meses em queda tira fôlego para o país sair da recessão

O encolhimento da massa salarial, cujo crescimento vem sendo fundamental para sustentar o consumo neste período de crise, começa a preocupar, adverte o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de o nível dos rendimentos no primeiro semestre permanecer 4,2% acima do apurado no mesmo período de 2008, a margem de diferença vem caindo, tendo passado de 5,9%, em janeiro, para 3%, em junho.

Entre janeiro e maio, houve quedas contínuas na massa salarial. "Nos últimos anos, não há registro de queda do rendimento que tenha persistido por tanto tempo", destaca o Boletim de Mercado de Trabalho do Ipea.

De acordo com o pesquisador Lauro Ramos, editor da publicação, talvez o mercado de trabalho esteja chegando ao limite de sua capacidade de suportar a crise: "Os dados sugerem um possível desaquecimento do consumo das famílias, o que poderia dificultar a recuperação da economia e do próprio mercado de trabalho", observou.

Ramos, no entanto, avalia que a queda na renda "não foi espantosa". Para ele, parte desse recuo pode ser debitado à dificuldade crescente dos trabalhadores para negociar reposições inflacionárias, embora a inflação esteja baixa.

"Existe também algum grau de rotatividade fazendo com que trabalhadores demitidos aceitem outro emprego com salário menor", salientou.

Ramos reconhece ainda que a queda da massa salarial não ocorria há algum tempo: "Mas os resultados não foram ruins", relativiza.

No entanto, o boletim do Ipea também chama a atenção para o fato de que o nível da massa salarial no segundo trimestre é inferior ao registrado no último trimestre de 2008. (Leia mais no Monitor Mercantil)

BNDES tem desembolso recorde em sete meses

Maior agente financiador do País, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 33,2 bilhões somente no mês de julho. Quase dois terços desse montante foi alocado em projetos industriais (R$ 21,7 bilhões). O incremento elevou os desembolsos do banco nos primeiros sete meses do ano para R$ 75,1 bilhões, um resultado recorde, 65% superior ao do mesmo período do ano passado.

"Depois dos resultados ruins do primeiro trimestre do ano, verificamos que a decisão de investimento na indústria mudou. As empresas, que estavam em compasso de espera, voltaram a procurar o banco. Já vínhamos notando isso desde abril, mas em julho o saldo foi muito bom", afirmou o chefe do Departamento de Orçamento do BNDES, Gabriel Visconti.

A indústria foi responsável por 53% do volume de recursos liberados de janeiro a julho e ultrapassou o setor de infraestrutura, com o qual vinha dividindo, quase meio a meio, a hegemonia na destinação da verba do BNDES. No período, foram desembolsados R$ 39 bilhões para o setor industrial (112% a mais do que em 2008), enquanto a infraestrutura respondeu por R$ 25 bilhões.

O banco - que inaugurou hoje um novo procedimento de divulgação de resultados também durante os fins de semana - já trabalha com a possibilidade de encerrar 2009 com um nível de financiamentos superior a R$ 120 bilhões. Foram aprovados nos primeiros sete meses do ano projetos que totalizaram R$ 87 bilhões e em 12 meses, de agosto de 2008 a julho de 2009, os financiamentos liberados chegaram a R$ 122 bilhões. (Leia mais no Estadão)

Empréstimo em banco público cresce 29,7%

O volume mensal de crédito concedido pelos bancos públicos cresceu 29,7% entre agosto de 2008 e junho de 2009 no País, variação porcentual quase quatro vezes superior ao aumento de 7,51% do crédito liberado pelos bancos privados no período. Os dados constam no levantamento do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), feito a partir de dados do Banco Central (BC) e obtido pela Agência Estado.

Em agosto do ano passado, mês anterior ao agravamento da crise mundial, os bancos públicos liberaram R$ 380,32 milhões em crédito, volume que cresceu em todos os meses seguintes, até atingir R$ 493,42 milhões em junho deste ano. Já o crédito concedido pelos bancos privados passou de R$ 729,7 milhões para R$ 784,83 milhões ao mês no período.

Ao contrário dos bancos públicos, a oferta dos privados recuou por dois meses seguidos, entre dezembro do ano passado e fevereiro de 2009. Já o volume total de crédito saltou 15,13%, de R$ 1,11 bilhão durante agosto no ano passado, para R$ 1,278 bilhão em junho deste ano.

Segundo o professor titular da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e coordenador do Inepad, Alberto Borges Matias, as ações tomadas pelo governo após a crise foram refletidas no levantamento e, curiosamente, contrariaram o padrão do mercado de crédito no País. "As ações do governo na crise seguiram o ritmo verificado apenas anteriormente do mercado internacional, com taxas baixas de juros e volume alto de crédito", disse Matias.

Inadimplência — Para o economista, os bancos privados não aumentaram o crédito no mesmo ritmo pelo temor de inadimplência e "por não terem o mesmo fator de empreendimento que o governo teve durante a crise", disse. "Com isso, vão perder mercado", completou. E os dados apurados junto ao BC ratificam que a participação dos bancos privados no total de crédito oferecido no País caiu de 65,75%, em agosto de 2008, para 61,4%, em junho deste no. Já a fatia dos bancos públicos cresceu de 34,25% para 38,6% no período. (Leia mais no Estadão)

Baixa renda puxa retomada da construção civil

Afetadas pela crise de crédito no final do ano passado, as empresas de construção civil voltaram a registrar crescimento nas vendas de imóveis novos e a computar lucros consideráveis no segundo trimestre de 2009.

Segundo levantamento da consultoria Economática, o setor teve lucro líquido de R$ 577 milhões no segundo trimestre, resultado 3% superior aos R$ 561 milhões do mesmo período do ano passado, ainda antes da crise e em plena expansão no setor. O estudo considerou os resultados financeiros de 16 empresas com ações na Bolsa.

Impulsionado por programas do governo federal como o "Minha Casa, Minha Vida", o aumento nas receitas do setor veio principalmente do segmento de baixa renda, o primeiro a se recuperar ainda no início do ano.

Para a corretora Brascan, as construtoras focadas na baixa renda foram as que tiveram melhor desempenho financeiro no segundo trimestre. Líder na baixa renda, a Tenda teve alta de 32% no lucro líquido, bastante acima da média de 3% do setor, na comparação com o segundo trimestre de 2008. Mas a margem de ganho líquida da empresa caiu de 9,6% para 9%, nessa comparação.

Segundo Cassio Audi, diretor financeiro da construtora Rossi, as vendas de imóveis de média e alta rendas também mostram sinais de recuperação, mas isso só aconteceu em meados do segundo trimestre. A construtora teve lucro líquido de R$ 51,2 milhões, resultado estável em relação ao mesmo período de 2008 e 79% maior do que no primeiro trimestre."Tivemos um desempenho bastante forte no segmento de baixa renda, principalmente depois do anúncio do plano do governo", disse Audi.

No levantamento da Economática, as receitas das construtoras saltaram 35,8% -passaram de R$ 3,122 bilhões para R$ 4,239 bilhões do segundo trimestre do ano passado para o mesmo período deste ano.

Apesar desse forte aumento das receitas, o setor viu encolher suas margens de ganhos operacionais. O estudo mostra que houve redução dessas margens de 22,7% para 18,7%, do segundo trimestre de 2008 para o mesmo trimestre de 2009.

Para os próximos meses, a Brascan espera melhora nas margens, com acomodação dos incentivos do governo para baixa renda e recuperação maior das vendas na alta e média rendas. (Leia mais na Folha)