quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vencida a primeira batalha com a extinção do fator previdenciário é hora de nos prepararmos para a grande batalha no plenário da Câmara dos Deputados

Cálculo de aposentadoria deve mudar

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) — Esta vitória dos aposentados na Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara Federal, com a extinção do fator previdenciário vem para comemorar a criação do Sindicato Nacional dos Aposentados da UGT, que terá um grande evento no dia 26 de novembro no hotel Braston em São Paulo. A retomada de novas negociações em torno dos valores da aposentadoria é uma clara vitória da UGT e das demais centrais sindicais, junto com a Cobap e representações dos aposentados no Brasil. Mostra também a força política dos aposentados e o reconhecimento dos deputados diante das reivindicações de um contingente expressivo do eleitorado brasileiro que quer apenas condições de sobrevivência na velhice ao resgatar as aposentadorias e pensões pelas quais fizeram jus ao longo de toda a sua vida, com contribuições mensais, com muito trabalho e muita dedicação ao País. A UGT está contra o novo fator 85-95 e quer ampliar as discussões que começaremos a partir da próxima segunda-feira, quando com as demais centrais, buscaremos uma unidade na prática para avançar além desta primeira batalha, a daextinção do fator previdenciário, e nos preparar para o grande embate que ocorrerá no plenário da Câmara dos Deputados.

Leia mais: Projeto que acaba com o fator previdenciário faz benefício ser calculado pelos 3 últimos anos de contribuição.
O governo corre contra o tempo para desarmar outra bomba nas contas da Previdência Social. O projeto do senador Paulo Paim (PT-RS), que trata do fim do fator previdenciário, ressuscita um critério de cálculo da aposentadoria anterior à reforma de 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso. A aposentadoria voltaria a ser calculada com base nos últimos três anos de contribuição. Atualmente, são utilizadas na conta 80% das melhores contribuições feitas desde 1994.
Se o projeto de Paim for aprovado sem mudanças, muitos brasileiros poderão contribuir com base no valor do salário mínimo (R$ 465) para a aposentadoria e nos últimos três anos pagar para receber o teto, que hoje é de R$ 3.218,90. Isso provocaria um forte aumento das despesas da Previdência.
Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), responsável por um projeto substitutivo ao de Paim, o impacto da volta da chamada "média curta" será mais danoso do que o fim do fator previdenciário. "Não haverá nem o critério escadinha (aumento gradual) que existia antes. A pessoa poderá contribuir com o mínimo e nos últimos meses elevar a contribuição com base no teto", ressaltou.
Vargas disse que a necessidade de financiamento da Previdência aumentaria em valor equivalente a 9,69% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2050 apenas com a adoção da média curta, segundo cálculos do Ministério da Previdência. Considerando o fim do fator previdenciário, esse "rombo" saltaria para 11,09% do PIB. Sem essa alteração, a necessidade de financiamento teria um aumento de 5,75% do PIB.
Para barrar esse rombo nas contas no longo prazo, o substituto de Vargas estabelece que o cálculo da aposentadoria seja feito com base em 70% das melhores contribuições. "Isso aumentaria o valor do benefício", destacou.
Na avaliação do deputado é insustentável para o equilíbrio fiscal aprovar, sem alterações, o projeto de Paim. Somente em 2010, conforme estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização da Câmara, as despesas previdenciárias subirão R$ 2,53 bilhões com o fim do fator e alteração no cálculo da contribuição. Em 2011, esse valor salta para R$ 3,859 bilhões.
Na terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou o relatório do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-S) favorável ao projeto de Paim. Agora, o texto segue para o plenário. O presidente da Casa, Michel Temer, já assumiu o compromisso com Faria de Sá de colocar o texto na pauta de votação assim que terminar a apreciação dos projetos do pré-sal. A ideia é evitar o desgaste ainda maior do governo com os aposentados.
Segundo Faria de Sá, a extinção do fator previdenciário não é o fim do mundo. Ele disse ainda que não aceitará a alternativa proposta por Pepe Vargas, que cria um novo critério de cálculo do benefício, a chamada regra 95/85.
Com ele, as pessoas só poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens), ou 85 (mulheres). O relator na CCJ disse estar disposto a negociar a média de contribuição com o governo. "Nesse ponto, aceito discutir alterações no projeto", afirmou.
O ex-ministro da Previdência Social e atual superintendente do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, José Cechin, destacou que o fim do fator previdenciário e a volta do cálculo do benefício com base nos três últimos anos de contribuição é um retrocesso. Isso porque as pessoas não terão mais motivos para adiar as aposentadorias e, além disso, muitos brasileiros poderão pagar o mínimo de contribuição para elevar o valor apenas nos últimos anos de trabalho. (Leia mais no Estadao)

Vigília por reajuste maior no INSS

Centrais sindicais vão se reunir na segunda-feira para tentar chegar a consenso. Presidente de sindicato da Força apresentará proposta que vai desagradar as entidades: quer na mesa só as que representam aposentados.
A novela sobre o acordo do reajuste de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do mínimo (R$ 465) terá novo capítulo na segunda-feira. Representantes de seis centrais — CUT, Força Sindical, UGT, CGT do B, Nova Central e CTB — se reúnem, às 9h, em São Paulo, para tentar consenso em relação à proposta de aumento. O presidente Lula diz que só negocia com os aposentados se as centrais apresentarem uma posição unitária. 

Mas a reunião pode resultar em discórdia. O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, ligado à Força, João Batista Inocentini, vai propor que o acordo seja fechado somente entre as quatro entidades que representam aposentados (CUT, Força, UGT e CGT do B). Assim ficariam de fora a Nova Central e CTB. As duas apoiam a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), que insiste em reivindicar aumento igual para todos os segurados do INSS.
'Quem não tem representação de aposentado não pode participar do acordo. Vou defender a proposta acertada com o governo, de 50% do PIB mais a inflação”, afirmou. 

Após passar a noite em vigília no corredor de acesso ao plenário da Câmara, um grupo de pelo menos 150 aposentados e pensionistas do INSS deixou o local ontem às 15h. Segundo o presidente da Cobap, Warley Martins, eles voltarão a tomar as galerias na terça-feira para pressionar o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), a colocar o PL 01/07 em pauta. A proposta concede reajuste único às aposentadorias. (O Dia)

SP e Sudeste perdem participação no PIB entre 1995 e 2007

Migração de indústrias para perto da matéria-prima ou do consumidor e incentivos fiscais influenciaram, diz IBGE

O Estado de São Paulo e a região Sudeste perderam fatia de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do País entre 1995 e 2007, segundo mostram os resultados do PIB regional de 2007 divulgados nesta quarta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A fatia paulista, que era de 37,3% em 1995, caiu para 34,6% em 2002 e ficou em 33,9% em 2007, não mostrando alteração em relação ao ano anterior. De acordo com o documento de divulgação da pesquisa, no período de 1995 a 2007 a economia paulista perdeu participação nacional na indústria e nos serviços, mas ganhou na agropecuária.

Segundo o IBGE, "a indústria de transformação do Estado teve a maior perda (-4,3 ponto porcentual no período) dentre todas as 27 unidades da Federação, com as transferências de alguns setores industriais para outros Estados, a migração de algumas plantas industriais para perto da matéria prima ou do consumidor final. Além disso, também influíram no processo alguns incentivos fiscais para investimento industriais em outros Estados".

Depois de São Paulo, o Rio Grande do Sul foi o Estado que mais perdeu participação no setor industrial. Segundo o IBGE, a queda foi influenciada pelas fortes secas e pela migração da indústria do fumo para Minas Gerais. Esse último aumentou sua participação de 8,6% para 9,1% ao se apropriar também da cadeia automobilística e por ser o maior produtor de aço e derivados (cerca de um quarto da produção brasileira).

No que diz respeito à região Sudeste, a participação continua sendo a maior entre as regiões no PIB do País (56,4% em 2007), mas era maior em 1995, quando chegava a 59,1%. Já o Nordeste, no mesmo período, teve o maior avanço: de 12,0% em 1995 para 13,1% em 2007.

Apesar da descentralização do PIB, os oito Estados mais industrializados do País (SP, MG, RS, PR, RJ, SC, BA e AM) ainda concentravam 78,7% da economia em 2007. Em 1995, esse porcentual era de 81,5%. O grupo também detinha 87,2% da indústria de transformação nacional em 2007, ante 88,7% em 1995.

O maior PIB per capita também continuou sendo o do Distrito Federal (R$ 40.696,08), cerca de três vezes o PIB per capita nacional (R$ 14.464,73). No período, os três maiores PIB per capita permaneceram na mesma ordem (Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro) assim como os dois menores (Maranhão e Piauí).

Crescimento das regiões — Todos os Estados da Região Norte cresceram, em termos reais, acima da média nacional (39,8%), e a região teve o maior crescimento no período (73,6%), ficando acima do Centro-Oeste (63,5%). O líder da região foi o AM (96,1%) que, no conjunto do País, foi superado apenas pelo MT (111,5%).

Já o Nordeste cresceu 44% no período, em termos reais, sendo que apenas CE (38%), PE (37%) e AL (31%) cresceram abaixo da média brasileira. O destaque ficou com o Maranhão, que cresceu 60,2%. No Sudeste, a expansão foi de 33%. RJ e SP (26% e 32%, respectivamente) cresceram abaixo da média nacional (39,8%, enquanto MG (42%) e ES (líder do Sudeste, com 69%) cresceram acima da média nacional.

A Região Sul cresceu 39,9% no período, quase igualando a média brasileira (39,8%). O RS foi o responsável por este desempenho, pois cresceu apenas 30,9%, abaixo dos 47,9% do PR e 44,9% de SC.

O Centro-Oeste (63,5%) ficou atrás apenas da Região Norte (73,6%). Todos os estados do Centro-Oeste crescem acima da média brasileira, ficando o MS com 53,3%, o MT com 111,5% e GO e DF com 57% e 56,6%, respectivamente. (Leia mais no Estadão)

Emprego na construção civil cresce no Brasil

36 mil trabalhadores foram contratados formalmente em setembro, o que representa um aumento de 1,59% na comparação com agosto. O nível de emprego na construção civil brasileira acumulou 10,17% mais postos de trabalho em relação a dezembro de 2008. São 212 mil trabalhadores a mais nesse período.

As informações são da pesquisa mensal de Nível de Emprego realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a FGV, com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No mês de setembro, o número de trabalhadores da construção brasileira alcançou 2,297 milhões, seguindo a linha otimista das empresas neste ano, apesar da crise econômica. Em São Paulo, as 7.775 contratações em setembro fizeram o nível de emprego no setor se aproximar dos 650 mil trabalhadores, com alta de 1,21% sobre agosto.

O nível de empregos na construção civil no ano, até setembro, chegou a 9,68%, com mais 57,3 mil empregados. Em 12 meses, a expansão do estoque foi de 7,02%, ou 42,6 mil novos postos de trabalho. Na capital paulista, o ritmo de contratações continua elevado: foram admitidos 3.579 trabalhadores em setembro, o que representa crescimento de 1,14% no mês. (O Dia)

PIB paulista teve crescimento recorde de 7,4% em 2007

Impulsionado pela indústria e pelo setor financeiro, o PIB paulista cresceu 7,4% em 2007, acima da média do país, de 6,1%. O resultado é o maior da série histórica do IBGE, iniciada em 1995, e consolida a tendência de estancamento de perda de participação do Estado na economia do país. Em 2006, o PIB do Estado avançou 4%.
De 2005 a 2007, o peso de São Paulo no PIB nacional se manteve estável em 33,9%, após uma trajetória contínua de queda iniciada em 1995.
As informações são das Contas Regionais de 2007. Foram divulgadas somente agora porque era preciso antes ter dados definitivos do PIB do país, que saíram no começo deste mês.
Para o IBGE, o perfil de crescimento da economia nos últimos anos beneficiou São Paulo, em especial em 2007, quando a indústria e o setor financeiro tiveram bom desempenho. Ambas as atividades se concentram no Estado, com peso geral de 44% e 51%, respectivamente.
Segundo Frederico Cunha, gerente das Contas Regionais do IBGE, São Paulo tem a economia mais diversificada do país e tende a crescer mais em períodos de forte expansão econômica, como em 2007 -quando o PIB do país subiu 6,1%, o melhor resultado desde 1986.
O mesmo cenário de 2007 pode ser extrapolado para 2008: indústria e setor financeiro tiveram bons resultados e possivelmente vão alavancar o PIB paulista.
Diante disso, diz Cunha, é possível que São Paulo tenha mantido seu peso no PIB. "Com o perfil de crescimento que vigorava até 2007 e se manteve em 2008, o processo de desconcentração regional da economia provavelmente se estabilizou."
Outro fator que deve contribuir para uma melhor repartição do PIB do país neste ano é o maior peso do governo na economia, com aumento de gastos públicos como forma de compensar os efeitos da crise. (Leia mais na Folha)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Respeito aos trabalhadores em fase de aposentadoria avança na Câmara dos Deputados

“Nem fator previdenciário nem 85/95”
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) deu um grande passo no caminho da Justiça que devemos aos aposentados e pensionistas ao aprovar o fim do fator previdenciário.
“Os deputados fizeram justiça aos aposentados e aos trabalhadores e trabalhadoras em fase de aposentadoria ao respeitar os direitos adquiridos depois de 30 anos pagando por eles”, afirma Ricardo Patah, presidente Nacional da UGT.
A UGT acompanhou a votação na CCJ e agora mobiliza seus sindicatos filiados e a militância para convencer os deputados a derrubar em plenário a tentativa do governo de tentar substituir o Fator Previdenciário pelo “fator 85-95”.
“Com a decisão da CCJ, os trabalhadores brasileiros, principalmente os em via de se aposentar vão sonhar com seu futuro um pouquinho mais tranqüilo”, diz Ricardo Patah. (Nota à imprensa distribuída ontem, dia 17 de novembro, por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Fim do fator previdenciário passa em comissão da Câmara e desafia governo
Relatório do deputado Arnaldo Faria de Sá é aprovado e embate com aposentados segue agora para o plenário
Pressionada por cerca de 200 aposentados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou ontem, por unanimidade, o relatório do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) favorável ao fim do fator previdenciário como está previsto no projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS). O embate agora segue para o plenário da Câmara.
Os líderes do governo dizem que o assunto só deve entrar na pauta depois da votação dos projetos do pré-sal. E avisam que o fator só pode acabar se houver um mecanismo alternativo que produza efeito parecido: evitar aposentadorias precoces. Mas a briga não deve ser fácil para o governo.
Os aposentados já avisaram que não querem nenhuma proposta alternativa e ainda pretendem garantir que todas as aposentadorias sejam reajustadas pelo mesmo índice de correção do salário mínimo. Querem também a vinculação do valor do benefício ao número específico de salários mínimos a que correspondiam na data em que foram concedidos.
O governo, no entanto, vai insistir em projeto substitutivo do deputado Pepe Vargas (PT-RS) para não provocar um rombo ainda maior nas contas da Previdência. Esse projeto institui um novo critério de cálculo das aposentadorias: as pessoas só poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens), ou 85 (mulheres).
ACORDO -- O polêmico relatório de Faria de Sá só foi levado à votação graças a um acordo entre o parlamentar e governo. O relator retirou do texto artigos relacionados à inconstitucionalidade do projeto substitutivo de Pepe Vargas. Com a manobra, mesmo sabendo que os aposentados não querem negociação, o governo pode insistir na aprovação da proposta de Vargas, que é fruto de um acordo feito com algumas centrais sindicais no mês de agosto.
Além disso, o governo quer que os aposentados abram mão de projetos como o que vincula a concessão da aposentadoria a uma quantidade específica de salários mínimos e o concede a todos os aposentados o mesmo reajuste do salário mínimo. Em troca, o governo está disposto a conceder um aumento de 6% para as aposentadorias com valor acima do mínimo em 2010 e 2011 (o que, de acordo com projeção de inflação, resultaria num aumento real de 2,5% por ano).
Segundo Vargas, se o acordo firmado não for cumprido e os projetos que oneram as contas públicas forem aprovados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai vetar os benefícios concedidos e quem vai sair perdendo é o aposentado. Isso porque existe a possibilidade de se editar uma medida provisória estabelecendo o reajuste. "Hoje, para quem ganha acima do mínimo tem reajuste pelo INPC", comentou Pepe Vargas.
Faria de Sá afirma que não aceitará nenhuma alternativa. "O governo estava tentando passar (empurrar o assunto) com a barriga", afirmou o relator. Apesar de ter retirado de seu relatório, Faria de Sá considera inconstitucional a criação do novo critério de cálculo que considera a idade e os anos de contribuição. (Leia mais no Estadão)

Aposentados vão se manifestar durante toda semana na Câmara
Aposentados fizeram manifestação nos acessos ao Salão Verde da Câmara.
O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Warley Martins Gonçalles, disse que os aposentados pretendem pressionar os deputados ao longo de toda a semana, até que o PL 01/07 seja colocado na pauta do Plenário. "A gente vai continuar trazendo os aposentados para a rua. Se não tiver pressão, nós não vamos chegar a lugar nenhum. Nós fazemos uma manifestação pacífica e vamos conseguir o que é de direito dos aposentados."
Os aposentados fizeram manifestação nos acessos ao Salão Verde da Câmara, nesta terça-feira, em defesa da aprovação do projeto de lei que garante a todas as aposentadorias o mesmo índice de reajuste do salário mínimo. A proposta, do senador Paulo Paim (PT-RS), tem o apoio da Cobap e de outras seis centrais sindicais, como a CTB, a CGTB e a Nova Central Sindical.De acordo com a emenda do Senado ao projeto, as aposentadorias e pensões seriam reajustadas de acordo com o índice da inflação mais o aumento real baseado no PIB integral.
Nova proposta -- Já as duas principais centrais sindicais, CUT e Força Sindical, têm negociado com o governo em torno de outro projeto de lei que garante às aposentadorias o índice da inflação mais o aumento real com base na metade do PIB de dois anos anteriores.
A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todas as centrais sindicais devem se reunir, na próxima segunda-feira 23), em busca de uma nova proposta, mais consensual, como informa o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). "Um acordo (de reajuste) como querem hoje - igual ao salário mínimo -, ele [Lula] disse que não dá e que não vai cometer essa irresponsabilidade. Se for um pouco a mais do que a gente [CUT e Força] já negociou - inflação mais a metade do PIB -, ele está disposto a conceder."
O deputado acrescentou que as centrais pretendem sair da reunião de segunda-feira com uma nova proposta para encaminhar ao governo. "Segundo o presidente Lula, se a gente encaminhar, ele fará uma medida provisória, porque esse aumento tem que valer a partir de primeiro de janeiro".Amplo acordo -- O presidente da Câmara, Michel Temer, também só vê possibilidade de votar a matéria em Plenário em caso de amplo acordo. "Nós vamos ver como resolver a questão das aposentadorias, que deve nascer de um entendimento. Qualquer outra fórmula vai ser muito difícil".Em reunião da base governista com o presidente Lula, na semana passada, ficou acertado que os projetos de interesse dos aposentados só deveriam ir ao Plenário depois da votação das propostas que tratam do pré-sal.A oposição, no entanto, reagiu e pretende manter a obstrução enquanto os projetos de reajuste das aposentadorias e do fim do fator previdenciário não forem colocados na pauta do Plenário. Íntegra da proposta: - PL-1/2007

Fazenda: investimento cresce mais que o consumo
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou hoje que os dados do PIB do terceiro trimestre deste ano, que serão divulgados no início de dezembro, deverão mostrar o investimento crescendo mais que o consumo. Segundo ele, isso reflete a retomada da atividade econômica e as medidas adotadas pelo governo para estimular os investimentos.Barbosa disse que faz parte da agenda do governo continuar desonerando os investimentos produtivos e aumentar a competitividade via redução de tributos, mas ressaltou que essa política depende de espaço fiscal que agora não existe. Segundo ele, no entanto, com a melhora da economia, os resultados fiscais vão melhorar e o espaço para essas ações será retomado.
De acordo com o secretário, um dos desafios da economia brasileira é a geração de fontes de financiamento de longo prazo, problema mencionado também pelo ex-secretário de Política Econômica Júlio Sério Gomes de Almeida, que participa do mesmo painel que Barbosa sobre política econômica no Encontro Nacional da Indústria (Enai). Barbosa afirmou que o governo, via BNDES, tem ajudado a prover recursos de longo prazo para a economia.Câmbio -- Nelson Barbosa reafirmou o compromisso do governo com o câmbio flutuante, mas disse que o governo tenta conciliar esse regime com uma situação em que não ocorra flutuação excessiva. Ele reconheceu que o câmbio é um elemento que afeta a competitividade da indústria, mas destacou que o governo tem atuado para atenuar os movimentos do real ante o dólar por meio de acumulação de reservas e de medidas pontuais, como a taxação do capital estrangeiro com IOF.
"As duas maiores economias do mundo, EUA e China, estão depreciando suas moedas e, por isso, trabalhamos para conter esse impacto com a acumulação de reservas e eventuais controles localizados sobre o fluxo de capitais", disse Barbosa. O secretário também falou sobre a questão das taxas de juros, que é criticada por empresários, e disse que o juro real no Brasil mudou de patamar para uma faixa entre 5% e 7% e pode cair mais futuramente em um processo natural. (Leia mais no Estadão)

Desoneração chega a R$ 25 bi, diz Fazenda
Mantega diz que renúncia fiscal para o setor produtivo foi determinante para país superar crise e que PIB poderá crescer até 6,5% ao ano. Ministro afirma que IOF reduziu instabilidade no câmbio e que, com um dólar a R$ 2,60, "venceríamos qualquer concorrente".
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem em debate com empresários que o volume de desonerações concedidas pelo governo ao setor produtivo nos últimos cinco anos chega a R$ 100 bilhões. Em 2009, o valor da renúncia fiscal teria sido de R$ 25 bilhões.
Ao tentar justificar a queda do superavit primário (economia de gastos para reduzir a dívida pública) decorrente da queda na arrecadação, o ministro disse em debate que as reduções de impostos foram determinantes para a superação da crise financeira.
No evento, promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), Otaviano Canuto, vice-presidente do Banco Mundial, elogiou as medidas, mas criticou o aumento das despesas públicas. "É normal que países revejam o perfil dos seus gastos e acreditamos que, independentemente do resultado das eleições, o novo governo precisará olhar a questão."
Questionado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se a política de queda nos juros pode ficar comprometida pelo aumento dos gastos correntes, Mantega argumentou que as despesas são necessárias e incluem programas sociais do governo, mas reconheceu que também gostaria que a conta fosse menor. "O ministro da Fazenda é sempre o primeiro a se preocupar com os gastos."Para Mantega, essa política permitiu à economia brasileira começar um novo ciclo de investimentos e alcançar o patamar de crescimento de 5%, podendo até superar essa taxa entre 2010 e 2017. "O novo ciclo será maior que o anterior. Podemos crescer 6% ou 6,5% ao ano de forma equilibrada."Para ele, além da força do mercado interno, o desempenho econômico nos próximos anos deve ser impulsionado pelos investimentos estimulados por projetos de infraestrutura e eventos esportivos -pré-sal, Copa-14 e Olimpíada-16. (Leia mais na Folha)

Megaoperação contra sonegação deve recuperar R$ 4 bilhões aos cofres públicos
Uma megaoperação inédita realizada nesta terça-feira pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) em 12 estados e mais o Distrito Federal deve resultar na recuperação de pelo menos R$ 4 bilhões em impostos sonegados, sem considerar o cálculo de juros e correção monetária.
O presidente do GNCOC, Gercino Gerson Gomes Neto, não soube dizer o número de empresas flagradas praticando atos irregulares e nem quantas pessoas foram presas. A operação foi feita nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Goiás, entre outros.
Em São Paulo, a megaoperação do Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas teve como foco as empresas de comércio eletrônico e foi batizada de "Operação Matrix". No Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual manifestou que ofereceria denúncia nesta terça-feira contra 30 empresas que teriam sonegado cerca de R$ 200 milhões nos últimos dez anos.
Em São Paulo, só 4% declarado -- De uma lista das 200 principais empresas que atuam no comércio virtual em São Paulo, mas que tem alcance em todo o país por atuarem pela internet, a Secretaria da Fazenda do estado, a Receita Federal e a Polícia Civil fizeram ontem buscas e apreensões em 10 delas em 12 diferentes locais.
- Um levantamento inicial indica que, de R$ 60 milhões movimentados por essas 10 empresas ou pessoas físicas, só 4% foram declarados e tiveram os tributos recolhidos - afirmou Otávio Fineis Jr., da Coordenação Administrativa Tribuitária (CAT), da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
Segundo ele, o principal objetivo da operação foi a apreensão de informações.
- Buscamos documentos, principalmente em computadores, em HDs, com informações sobre as operações realizadas por essas empresas. Durante a Operação Matrix, foram constatadas várias irregularidades cometidas pelas lojas de comércio eletrônico, cujos nomes não foram divulgados.
- Havia uma loja de roupas que vendia produtos eletrônicos - disse Fineis, revelando ainda que muitas delas existem apenas virtualmente, como foi constatado em três endereços apontados como possíveis sedes destas empresas, que não existem.
Em toda a megaoperação nacional ninguém foi preso. Em São Paulo - onde houve a participação de 37 agentes fiscais, 14 auditores e analistas da Receita Federal, 10 delegados e 30 agentes da Polícia Civil - poucas mercadorias foram apreendidas. (Leia mais em O Globo)