sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Através da geração de empregos com bons salários vamos acelerar a distribuição de renda no Brasil

Romper com a nefasta concentrração de renda através de empregos com bons salários

Ao combinar as duas notícias publicadas hoje, que mostram que o “País tem o melhor janeiro da história na criação de empregos” e que os setores de serviço e comércio abriram quase 70% das ovas vagas desde 2003 a gente se anima com as perspectivas para o setor do trabalho. Mas não muito. Tradicionalmente, os setores de comércio e serviços são bons empregadores com baixos salários. E a UGT e seus sindicatos filiados, muitos deles da área de comércio (como é o caso do Sindicato dos Comerciários de São Paulo) e de serviços (como é o caso do Sindicato de Asseio de São Paulo) vão se organizar para transformar o emprego em serviços e comércio como uma garantia de distribuição de renda no Brasil. Mais do que participar da economia do País, temos que incentivar e formalizar nas convenções coletivas que emprego é o principal canal distribuidor de renda. Afinal, é a família trabalhadora que acaba se tornando a responsável pela renovação da força de trabalho, com investimentos diretos na educação e saúde de seus filhos. E é passada a hora dos governos brasileiros e a sociedade civil se conscientizarem que é um investimento no futuro do Brasil adotar políticas que estimulem a distribuição de renda, via trabalho, que tem a característica que nem mesmo o capital tem que é gerar mais riquezas ainda para a Nação. (Marcos Afonso de Oliveira, secretário de Comunicação da União Geral dos Trabalhadores)

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Serviço e comércio abriram quase 70% das novas vagas no governo Lula

Desde o início do governo Lula, em 2003, foram criadas quase 9 milhões de vagas formais de trabalho no Brasil. Deste total, os setores de serviço e comércio são responsáveis por 68% dos novos postos. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o setor de serviço contratou 3,615 milhões e serviços, 2,434 milhões. Em terceiro lugar e bem distante fica a indústria de transformação, com 1,714 milhão de novas vagas.

“Os números mostram que o emprego cresceu em setores onde a necessidade de investimento era menor. Além disso, a modernização das empresas dos setores de serviço e comércio fez com que trabalhadores que estavam no mercado informal entrassem para o mercado formal, o que acabou impactando os números do Caged neste período”, afirma o professor do Núcleo de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp, Anselmo L. Santos.

Ele lembra que, para a indústria, o setor externo tem influência maior. “As crises internacionais, a alta do dólar em 2008 e um mercado asiático muito competitivo dificultaram os investimentos no setor industrial. O setor de serviço fica mais protegido destas oscilações externas. Fica claro que o emprego responde diretamente ao aumento de recursos aplicados no setor”, explica.

Santos destaca que na China e na Índia, onde os custos industriais são mais baixos, o processo de industrialização foi mais rápido. “Isso impactou o nível de empregos do setor e até mesmo o segmento de construção civil e infra-estrutura”, explica o professor da Unicamp. Ele conta que o Brasil ainda não foi beneficiado por um crescimento mais forte e sustentado por um período mais longo. “Quando isso acontecer por quatro a cinco anos seguidos, o mercado de trabalho na indústria terá um impulso surpreendente”, afirma.

Novas oportunidades — O professor da Unicamp tem perspectivas muito otimistas para o mercado de trabalho. “2010 será o melhor ano das últimas três décadas”, afirma. Ele acredita que os setores voltados para o mercado interno ainda vão puxar as contratações. “O aumento da renda da classe C, que tem impulsionado o consumo; as obras do PAC; e as obras ligadas às Olimpíadas e à Copa vão deixar o mercado interno ainda mais aquecido.”

Ele cita os setores de calçados, têxtil, material de construção e bens populares como oportunidades para quem vai ingressar no mercado de trabalho ou busca uma nova colocação. Santos destaca ainda o setor de petróleo como importante foco para contratações. “A exploração do pré-sal vai exigir mão-de-obra especializada. A Petrobras vai intensificar estas contratações”, prevê.

Vagas abertas desde janeiro de 2003

Serviços: 3.615.150

Comércio: 2.434.136

Indústria transformação: 1.714.232

Construção civil: 779.595

Agropecuária: 159.267

Administração pública: 82.137

Extração mineral: 60.185

Serv. Ind. Util. Pub.: 51.854

Outros: 945

Total: 8.897.501 (IG São Paulo)

País tem o melhor janeiro da história na criação de empregos

Dados do Caged superaram previsões e apontaram geração de 181 mil postos formais de trabalho.

Confirmando as expectativas já anunciadas pelo próprio presidente Lula, o País fechou o mês de janeiro com geração de 181.419 postos de trabalho. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Carlos Lupi, trata-se do maior volume de criação de postos formais para meses de janeiro da história.

O número consta do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foi divulgado nesta manhã. O dado superou a estimativa de Lupi, de 142 mil empregos no primeiro mês do ano.

Ainda em janeiro, o Caged registrou um total de 1.410.462 pessoas admitidas em postos formais de emprego e 1.229.043 demissões. Com isso, o saldo líquido do Caged ficou positivo em 181.419 vagas com carteira assinada. O número foi bem acima do recorde de 142 mil empregos de janeiro de 2008.

Meta para 2010 — O ministro do Trabalho reforçou durante a divulgação do Caged de janeiro a meta do governo de gerar 2 milhões de empregos formais em 2010. Ele disse que um eventual aumento na taxa de juros não vai comprometer a geração das vagas. O ministro disse também que é contra o aumento de juros. "Não vejo necessidade nenhuma de aumentar a taxa de juros, o aumento só favorece quem especula. Sou a favor de taxas mais baixas possíveis para alimentar o aquecimento da economia", disse.

De acordo com o ministro, "se tiver algum aumento da taxa de juros, para o qual eu trabalho contra e torço para que não tenha, será muito pequeno. Não há bolha inflacionária, a inflação está sob controle e por isso, se houver o aumento será muito pequeno e não influenciará a geração de empregos", afirmou. Lupi disse prever uma taxa de desemprego (medida pelo IBGE) de 7,3% a 7,4% em 2010. (O Estado)

Maior participação desde anos 60: Em 2009, agronegócio foi responsável por 42% das exportações do país

Os produtos agrícolas representaram 42% do total das exportações brasileiras em 2009, contra 36% em 2008. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, este aumento não se deve a um crescimento significativo do setor, mas a um decréscimo dos outros por causa da crise econômica. Essa participação não era tão grande desde a década de 60, quando a industrialização do país se acentuou.

No ano passado, as exportações foram de US$ 65,8 bilhões, contra US$ 71,8 bilhões em 2008, o que representa uma redução de 9,8%. No entanto, para Reinhold Stephanes, estes números não são comparáveis porque houve muita variação do dólar e também do preço dos produtos. Ele chamou a atenção que a queda no volume foi de apenas 0,4%.

Para 2010, a estimativa do ministro é de um aumento no volume de exportações dos produtos agrícolas entre 5% e 6%.

Ele acredita que o agronegócio brasileiro poderá conquistar no curto prazo um mercado com potencial de US$ 10 bilhões. Para isto já estão programadas 19 missões de negociação sanitárias e fitossanitárias para 25 países. Entre os produtos estão a carne suína, bovina, e de aves, além de frutas. Em alguns países, como o Japão, disse o ministro, as negociações estão bastante adiantadas. (O Globo)

Lucro do BNDES sobe 26,8% em 2009, para R6,7 bilhões

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve lucro líquido de 6,7 bilhões de reais em 2009, aumento de 26,8 por cento sobre o apurado no ano anterior.

O expressivo aumento das carteiras de operações de crédito e de títulos e valores mobiliários fez com que o resultado bruto da intermediação financeira saltasse de 3,9 bilhões de reais em 2008 para 5,8 bilhões de reais em 2009, informou o banco de fomento nesta quinta-feira.

"A expansão dos financiamentos foi possível devido às recentes captações junto ao Tesouro Nacional ao longo de 2009, que totalizaram 105 bilhões de reais. Com isso, o maior volume de operações compensou a redução dos spreads cobrados pelo BNDES em seus financiamentos", informou a instituição.

O índice de Basileia do BNDES ficou em 17,5 por cento no ano passado, contra os 11 por cento exigidos pelo Banco Central.

Os desembolsos de novos empréstimos pelo BNDES no ano passado totalizaram 137 bilhões de reais e a carteira de crédito do banco chegou a 280 bilhões de reais.

A participação do BNDES na oferta total de crédito no país subiu de 17 por cento para 20 por cento de 2008 para o final de 2009.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse esperar que os bancos privados aumentem os empréstimos para empresas em 2010.

A expectativa de Coutinho é de que o BNDES empreste menos em 2010 e que os mercados de capitais e de crédito também ajudem a suportar os investimentos no país.

A inadimplência representava 0,20 por cento da carteira de crédito total do BNDES, com 97,7 por cento dos financiamentos classificados entre os níveis de risco "AA" e "C".

BNDESPAR — O braço de participações do banco de fomento, BNDESPar, encerrou o ano com carteira de investimentos de 92,9 bilhões de reais, avanço de 109,6 por cento sobre 2008.

O resultado bruto do banco com a venda de participações em empresas caiu para 1,2 bilhão de reais no ano passado, ante 4,6 bilhões de reais em 2008, "em consequência da paralisação dos esforços de venda de ações no primeiro semestre de 2009 em função do ambiente de mercado desfavorável, só retomados no segundo semestre". (O Globo)

Atividade dos shopping centers aumenta 2,5% em janeiro

A atividade comercial em shopping centers cresceu 2,5% em janeiro, na comparação com igual mês de 2009, registrando o índice de 115,7, de acordo com pesquisa do Ibope Inteligência. O indicador é uma combinação do fluxo de pessoas com o volume de vendas nos empreendimentos.

O crescimento está em linha com os patamares registrados ao longo do ano passado, mas é inferior ao observado nos meses de janeiro anteriores. Em janeiro de 2009 ante o mesmo mês de 2008, o acréscimo tinha sido de 3,2%. Um ano antes, esse percentual tinha sido de 3,9%.

Entre as três capitais contempladas pela pesquisa, São Paulo foi a que registrou menor crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o indicador avançou 0,6%.

Na avaliação do diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, o resultado foi motivado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade em janeiro. Por outro lado, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram alta de 4,2% e 3,5%, respectivamente.

Na análise por tamanho, os shoppings de grande e médio porte apresentaram aumento na atividade comercial de 3% e 2%, nesta ordem, enquanto os pequenos registraram retração de 3%. (Valor online)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A redução da jornada significará avanço social, geração de emprego e qualidade de vida para a família trabalhadora

Pais em casa, com redução da jornada, geram qualidade de vida para toda a família

As mulheres estão sendo obrigadas a reduzir a jornada doméstica, sempre exaustiva e complementar à jornada de trabalho, por estarem trabalhando mais, muitas vezes dentro das próprias casas. As razões constatadas pela pesquisa do IBGE apontam para o avanço da ocupação feminina no mercado de trabalho, mas mostra também a necessidade dos pais de família, marido e esposa, terem mais tempo para a própria residência, para o cuidado com os filhos, para um convívio familiar que é a base de sustentação, orientação e educação dos filhos. Com a redução da jornada, que a UGT defende, este é também o momento de iniciarmos uma campanha para civilizar mais as relações dos maridos dentro das casas, integrando os pais e as mães, os filhos e filhas, igualmente, às tarefas domésticas. Não é aceitável que apenas as mulheres, especialmente as mães, assumam sozinhas as responsabilidades pelas tarefas. Enquanto que o pai e os demais filhos sejam poupados. É dentro de casa que se mantém a unidade da família, na divisão plena de tarefas, na discussão dos projetos e dos sonhos de cada um dos seus membros. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia, por favor, as notícias do dia:

Mulheres trabalham menos tempo em casa

Com mercado de trabalho feminino aquecido e renda em alta, tempo semanal gasto em tarefas domésticas cai 5 horas desde 2001.

Vagas em setores como comércio e serviços ganham participação no mercado, e acesso a bens de consumo agiliza trabalho no domicílio.

O número de horas que as mulheres dedicam aos afazeres domésticos está diminuindo. A carga horária média empregada em tarefas como a limpeza da casa e o cuidado das crianças e dos idosos passou de 28,9 horas por semana em 2001 para 23,9 horas em 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A mudança se relaciona com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, com o avanço da renda, que permite a compra de bens que agilizam o cuidado com a casa -como o micro-ondas, o liquidificador e a máquina de lavar- e com a melhora, ainda que modesta, da divisão de tarefas domésticas entre os homens e as mulheres.
Ana Lúcia Sabóia, gerente do IBGE, destaca que, com a melhora na renda nos últimos anos, mais famílias têm acesso a eletrodomésticos. "A cada ano, cresce o acesso a bens de consumo. A máquina de lavar, por exemplo, é um dos itens mais libertadores da mulher e ainda não é um bem universal no país, como a geladeira já é."
O acesso a serviços públicos também contribui para a queda no tempo gasto nas tarefas relacionadas à casa, uma vez que a matrícula dos filhos em creches e escolas permite que a mulher exerça outras atividades. E o aumento da renda possibilita a contratação de empregadas ou diaristas para exercer essas atividades dentro da casa.
"As mulheres foram para a rua", afirma Hildete de Araújo, especialista da Universidade Federal Fluminense, que destaca o aumento da participação das mulheres na População Economicamente Ativa. Segundo o IBGE, em 2008, 47,2% das mulheres com dez anos ou mais no país estavam ocupadas. Em 1992, eram 43,4%.
Ela diz que o IBGE fez antes da piora da crise as entrevistas para a Pnad 2008, que apontou a diminuição do tempo gasto na realização das tarefas domésticas. Na ocasião, cresciam os setores que empregam boa parte da mão de obra feminina, como comércio e serviços.
Em 2009, apesar do impacto da recessão econômica, esses segmentos também estiveram aquecidos, o que indica que continua crescendo a participação das mulheres no mercado de trabalho. A Pnad 2009 será divulgada no fim deste ano.
Número subestimado — A pesquisadora afirma que o número de horas dedicadas à casa apontado pela pesquisa está subestimado. Segundo Araújo, os dados referentes ao trabalho realizado pelo homem dentro do domicílio também podem estar distorcidos. "Existe o preconceito de que trabalho doméstico é coisa de mulher e, portanto, não é valorizado."
O professor da Unicamp Claudio Dedecca reforça essa percepção: "Os homens podem responder ao pesquisador do IBGE que o tempo para lavar o carro conta como afazer doméstico. E, por outro lado, a mulher pode não considerar atividades como a de levar os filhos à escola porque acha que são coisas normais do dia a dia".
O IBGE incluiu a pergunta sobre dedicação a essas tarefas em 2001. Mas, mesmo com a ressalva de que o número do IBGE pode estar aquém do real e de que a pesquisa é recente -e, portanto, a base de dados para a análise ainda é limitada-, Dedecca diz que a diminuição das horas dedicadas ao lar revela avanço na sociedade.
"Uma parte do trabalho doméstico não se pode exteriorizar -por exemplo, a atenção dedicada à formação dos filhos. Mas outra parte espero que o poder público assuma, com escola integral, creches etc."
Classes sociais — Os números do IBGE também revelam que, quanto menor é a escolaridade -e, por conseguinte, a renda-, maior é o tempo dedicado à casa. Mulheres que estudaram 15 ou mais anos empregam quase a metade do tempo nessas tarefas do que o gasto pelas que frequentaram a escola por até um ano. (Folha)

REDUÇÃO DA JORNADA COM LIMITE DE HORAS EXTRAS

Para Dieese, 2,5 milhões de vagas podem ser criadas

O debate envolvendo a redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, continua. Depois de ter entrevistado José Pastore, professor de relações do trabalho da USP, o blog conversou com o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Segundo ele, a proposta tem potencial para gerar mais de 2,5 milhões de postos de trabalho, mas precisa ser combinada com mecanismos que limitem a utilização das horas extras, para que essa não seja praticada pelos empresários como alternativa à diminuição da jornada.

- A nossa estimativa é essa, mas todas essas vagas serão criadas? As empresas podem aumentar a hora extra, o que não seria bom para o emprego. Por isso, pedimos um limitador - diz o diretor técnico.

Segundo o Dieese, em diversos países, como Argentina, Uruguai, Alemanha e França, há limite anual para a realização de horas extras que fica entre 200 e 280 horas/ano, em torno de quatro por semana.

- O fim das horas extras teria um potencial para gerar cerca de um milhão de postos de trabalho - informa a nota enviada pela entidade.

A redução da jornada não traria ainda prejuízos à competitividade das empresas, porque, de acordo com o Dieese, o custo com salários no Brasil é "muito baixo" quando comparado com o de outros países. Como mostra a tabela abaixo enviada pela entidade, o custo horário da mão-de-obra manufatureira em 2007 no país era de US$ 5,96, enquanto em Singapura, por exemplo, ficou em US$ 8,35; e na Coreia, em US$ 16,02.

O peso dos salários no custo total de produção também é baixo, de acordo com o Dieese, em torno de 22%.

- Uma redução de 9,09% na jornada (de 44 para 40 horas) representaria um aumento no custo total da produção de apenas 1,99%. Comparando-se esse pequeno acréscimo com os expressivos ganhos de produtividade, o impacto é muito possível de ser absorvido pelo setor produtivo, isso sem considerar a perspectiva de ganhos futuros de produtividade - diz a nota do Dieese, citando que o aumento da produtividade do trabalho entre os anos de 1988 e 2008 está em torno de 84% para a indústria de transformação.

Para o Dieese, a diminuição da jornada sem redução de salários contribuiria ainda para a melhora da distribuição de renda e para a formação do profissional.

- Com mais quatro horas disponíveis na semana, há mais tempo para o trabalhador se qualificar. Ele também dedicaria mais tempo à família, ao lazer e ao descanso, melhorando sua qualidade de vida - afirma Clemente.

O debate sobre a redução da jornada, na opinião do diretor técnico, está sendo proposto pelos "trabalhadores mais protegidos", com carteira assinada e sindicato forte, mas será visto no futuro como uma conquista.

- São esses trabalhadores que puxam a bandeira, não os da via pública, mas os avanços depois se universalizam - diz.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada tramita no Congresso. Contrários à medida, os empresários já mostraram resistência, o que levou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), a propor um texto alternativo com redução de 44 para 42 horas. (Blog da Miriam Leitão)

Crise e corte de impostos reduzem carga tributária

Estudo parte do princípio de que PIB não caiu em 2009 e diz que redução se deve exclusivamente às perdas da União.

Os efeitos recessivos da crise global e os incentivos ao consumo no ano passado reduziram a carga tributária brasileira a 35,2% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 35,8% em 2008 (menos 0,6 ponto porcentual), segundo o consultor na área fiscal Amir Khair. Será a primeira queda desde 2003. O número oficial será conhecido só quando for divulgado o PIB de 2009. Para 2010, porém, a tendência é de aumento da carga.

A carga tributária (ou fiscal) é a soma de todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos pela sociedade aos três níveis de governo, em relação ao PIB. Assim, segundo o consultor, de cada R$ 100 produzidos pelo País no ano passado, R$ 35,2 viraram tributos recolhidos pelos governos federal, estaduais e municipais.

Para calcular a carga do ano passado, Khair usou a metodologia de cálculo da Receita Federal e considerou uma variação nula para a soma das riquezas produzidas no País, estimada em R$ 3,005 trilhões. Se o resultado oficial do PIB de 2009, a ser divulgado no dia 11 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), for positivo, a queda da carga tributária será maior que a estimada pelo consultor. No caso de retração do PIB, a carga pode ter aumentado. "A redução da carga tributária no ano passado se deve exclusivamente às perdas da União", afirma Khair. (Estadao)

Atividade dos shopping centers aumenta 2,5% em janeiro

A atividade comercial em shopping centers cresceu 2,5% em janeiro, na comparação com igual mês de 2009, registrando o índice de 115,7, de acordo com pesquisa do Ibope Inteligência. O indicador é uma combinação do fluxo de pessoas com o volume de vendas nos empreendimentos.

O crescimento está em linha com os patamares registrados ao longo do ano passado, mas é inferior ao observado nos meses de janeiro anteriores. Em janeiro de 2009 ante o mesmo mês de 2008, o acréscimo tinha sido de 3,2%. Um ano antes, esse percentual tinha sido de 3,9%.

Entre as três capitais contempladas pela pesquisa, São Paulo foi a que registrou menor crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o indicador avançou 0,6%.

Na avaliação do diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo, o resultado foi motivado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade em janeiro. Por outro lado, Rio de Janeiro e Belo Horizonte apresentaram alta de 4,2% e 3,5%, respectivamente.

Na análise por tamanho, os shoppings de grande e médio porte apresentaram aumento na atividade comercial de 3% e 2%, nesta ordem, enquanto os pequenos registraram retração de 3%. (O Globo)

Focus aumenta projeção para IPCA em 2010 para 4,80%

A projeção da inflação oficial em 2010, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), subiu para 4,80%, pela quarta semana consecutiva, no Boletim Focus divulgado nesta quarta-feira, contra a estimativa anterior de alta de 4,78% nos preços este ano. O percentual está acima do centro da meta perseguida pelo governo tanto em 2010 como em 2011, que é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Os agentes financeiros consultados pelo Banco Central (BC) também reviram para cima a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que passou de expansão de 5,35% para 5,47%.

De acordo com o levantamento feito pela autoridade monetária junto a instituições financeiras, a Selic deve encerrar o próximo ano em 11,25%, ante 11% na pesquisa anterior. A previsão para a taxa de câmbio no final do ano que vem seguiu em R$ 1,85.

O Focus trouxe ainda prognósticos maiores para os demais indicadores inflacionários de 2010. O IGP-DI deve subir 5,51% no ano, contra os 5,13% aguardados antes. O IGP-M deve marcar 5,26%, seguindo expectativa de alta de 4,84%. No IPC-Fipe, a perspectiva saiu de 5,04% para 5,28%.

Em fevereiro, o IPCA deve se encontrar em 0,67% e o IGP-DI, em 0,49%. No Boletim Focus passado, esses percentuais estavam em 0,63% e 0,38%, respectivamente. Para o IGP-M, os analistas preveem elevação de 0,74%, quase o dobro do projetado no relatório antecedente, de 0,40%. O IPC-Fipe deve aumentar 0,47% em vez de 0,40%. Em 2011, o mercado financeiro prevê alta de 4,50% para IPCA, IGP-DI, IGP-M e IPC-Fipe. (O Globo)