segunda-feira, 8 de março de 2010

No centenário de comemoração do Dia Internacional da Mulher é hora de avançar, de fato, para a igualdade salarial nos ambientes de trabalho

Mulheres querem participar das decisões

No centenário do Dia Internacional da Mulher, que comemoramos hoje, é o momento de refletir não apenas sobre o papel da mulher na sociedade, na economia, na política e inclusive no movimento sindical. As mulheres não querem mais o mero papel de cumpridoras de cotas figurativas nos movimentos sociais. Chega. Queremos porque temos condições culturais e habilidades profissionais para exigir muito mais espaços em

todos os níveis, principalmente, no que diz respeito aos salários que recebemos. Vamos avançar para igualar os salários que recebemos para as mesmas funções de nossos companheiros seja na fábrica, no escritório ou nas lojas. Estamos politicamente habilitadas para ocupar mais espaços, com legitimidade e com o apoio dos nossos companheiros que percebem que ganham mais eficiência nas nossas luas quando integram e respeitam nossos pontos de vista. Uma realidade que já vivemos dentro da União Geral dos Trabalhadores e que nos esforçamos para fazer chegar até as nossas bases. O ganho para o Brasil será imenso, ao termos as mulheres nas frentes de luta, pressionando os deputados federais, cobrando resultados das Câmaras Municipais, integradas às reivindicações sociais. Outra reflexão necessária e inadiável é estimular nossas companheiras, que são cuidadoras por natureza, a se tornarem cuidad

oras delas mesmas, ou seja, se preocupar com a própria saúde, buscar acompanhamento médico, realizar os exames de Papanicolau, com freqüência. Pois a luta é árdua e precisamos estar preparadas e saudáveis para as grandes batalhas que temos à frente, ao lado de nossos companheiros, por mais Educação, mais Saúde e empregos com salários dignos. (Cleonice Caetano Souza)

Eliana mostrou trabalho árduo dos garis neste domingo

Após Boris Casoy ofender os garis em rede nacional no Jornal da Band, a apresentadora Eliana, do SBT, resolveu mostrar como é o trabalho árduo dessa classe de trabalhadores. Neste domingo (7), a partir das 14h45, o programa Eliana mostrou a apresentadora em um dia de gari, como parte da final de um concurso que o programa promove com as profissionais de limpeza do Estado de São Paulo, o Guerreira 2010.

Eliana passou um dia nas ruas de São Paulo na pele de quem faz esse trabalho todos os dias.

No palco, os jurados Reginaldo Rossi e Christina Rocha avaliaam qual é a gari mais bonita, que ganhou uma motocicleta e um cheque de R$ 3.000.
A atração teve ainda a presença de Lívia Andrade, de Virna do vôlei, da cantora Perlla, do cantor Rodriguinho e do grupo Cavaleiros do Forró. (R7)

Clique no link a seguir para ler a entrevista da Istoé de Mary Del Priore: "O espelho é a nova submissão feminina"
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/54698_O+ESPELHO+E+A+NOVA+SUBMISSAO+FEMININA+?sms_ss=email

Mulheres trocam trabalho doméstico por comércio, diz Seade-Dieese

Baixos salários e jornadas longas estimulam a mudança de ocupação

Enquanto na Região Metropolitana de São Paulo os serviços domésticos ainda são o segundo maior mercado de trabalho para as mulheres -17,1% da mão-de-obra feminina - em outras regiões do país, especialmente no Nordeste, o comércio está tomando esse espaço.

O setor já é o segundo maior empregador em Porto Alegre (17% das trabalhadoras), Salvador (17,1%), Fortaleza (19,7%) e Recife (19,8%).

Em todo País, o setor de serviços é o maior empregador. Nas principais regiões metropolitanas, responde por 55% a 61% da oferta do emprego tanto para homens como para mulheres.

Os dados constam da pesquisa A Mulher nos Mercados de Trabalho Metropolitanos, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Dieese.

O aumento da escolaridade, em especial das jovens, e as precárias condições de trabalho - com baixos salários e jornadas extensas - ajudam a explicar a migração de parte das trabalhadoras domésticas para outros setores.

Em Recife, por exemplo, a jornada média é de 54 horas, número que sobe para 58 entre as com carteira assinada. Em Fortaleza, a média chega a 50 horas (53 horas, com carteira). A legislação do país prevê 44 horas semanais.

"É difícil para a trabalhadora colocar um limite na jornada de trabalho e não há legislação específica para essa categoria. É preciso fazer uma equiparação de direitos", afirmou Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.

As domésticas ganham apenas 37,7% da média do rendimento dos trabalhadores ocupados em Salvador; 40,7% em Fortaleza; 46,3% em Recife e 52,1% em Porto Alegre. A região com a menor proporção é o Distrito Federal: 29% da renda média dos ocupados. (Fonte: Monitor Mercantil)

Trabalhadores ganham mais benefícios

Com a retomada econômica, sindicatos ampliam reivindicações e obtêm direitos como cesta básica e plano de saúde. Avanço ocorre sobretudo nos setores mais dinâmicos, como a construção civil, que tem demanda aquecida e escassez de profissionais.
Passada a crise econômica, os trabalhadores têm conseguido ampliar os benefícios obtidos nas negociações com os empregadores. Sindicatos que fizeram acordo coletivo no final do ano passado ou no início deste ano melhoraram itens como auxílio-creche e vale-alimentação, reduziram a fatia descontada do salário para o vale-transporte e, em alguns casos, pela primeira vez, asseguraram cesta básica e plano de saúde.
O avanço ocorre principalmente nos segmentos da economia que estão mais dinâmicos, como a construção civil, impulsionada pelas obras de infraestrutura, pela recuperação do crédito e pelo programa habitacional do governo.
Em algumas cidades, com a demanda por pedreiros, carpinteiros e ferreiros em alta e a escassez de profissionais para preencher as vagas disponíveis, os sindicalistas afirmam que ficou bem mais fácil negociar.
"Com a chegada das grandes construtoras para as obras das hidrelétricas do rio Madeira, conseguimos aumentar os benefícios. E, depois disso, mesmo as empresas da cidade que não fazem parte da obra tiveram que conceder benefícios para não perder os trabalhadores", afirma Clébio Roberto Lobato, assessor-executivo do sindicato dos trabalhadores da construção civil de Porto Velho, em Rondônia.
No ano passado, pela primeira vez, o sindicato garantiu cesta básica e plano de saúde para os trabalhadores da construção pesada. O sindicato também melhorou as condições do plano de saúde oferecido aos trabalhadores da construção leve.
Em Salvador e na Bahia, os trabalhadores da construção pesada conseguiram a inclusão do plano de saúde em acordo coletivo.
José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), afirma que a pauta de reivindicações dos sindicatos se diversificou nos anos 2000, incluindo de distribuição de protetor solar para trabalhadores que atuam em ambientes externos a políticas específicas para mulheres e negros. Silvestre destaca que os trabalhadores ganharam poder de barganha com o crescimento econômico do país, a partir de 2004.
Durante a crise, porém, a discussão dessas chamadas cláusulas sociais se estagnou. "Em 2009, negociamos no auge da crise e não conseguimos nada de cláusula social", diz Romildo Miranda, do sindicato dos comerciários de Fortaleza.
A retomada da economia ajudou as negociações dos empregados da indústria de calçados. Paulo Ribeiro, do sindicato de Franca (SP), fechou no mês passado acordo com pequenas empresas para reduzir o tempo do contrato de experiência.
Organização sindical — O número e a diversidade de benefícios nas convenções coletivas estão relacionados a quão antigo e forte é o sindicato da categoria. Os que representam os metalúrgicos, por exemplo, incluem cláusulas sociais na negociação pelo menos desde os anos 60. Miguel Torres, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, lembra que em 1961 os metalúrgicos paulistas fizeram greve pelo então abono de Natal, que depois foi estendido a todos no país na forma de 13º salário.
Desde o fim do ano passado, mesmo metalúrgicos que já têm diversos benefícios garantidos em convenção coletiva conseguiram melhorar algumas cláusulas. Entretanto, em algumas regiões ainda há categorias com dificuldades de negociar tanto a melhora dos benefícios sociais quanto reajustes salariais. Em Ipatinga (MG), o sindicato que representa os metalúrgicos da Usiminas tenta acordo desde novembro. (Folha)

IBGE: economia tem atualmente ritmo de crescimento de até 8% ao ano

O desempenho do PIB em 2009 deve ter ficado entre uma leve queda e crescimento zero, segundo projeções do mercado.

A economia, porém, na visão de muitos analistas, entrou em 2010 num pique bastante acelerado, e está rodando neste primeiro trimestre num ritmo anualizado entre 6% e 8%.

Na quinta-feira (4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do último trimestre de 2009 e o primeiro número do crescimento anual do PIB (que passará por várias revisões).

Embora a atenção provavelmente se voltará para o sinal do PIB em 2009 - negativo ou positivo -, o que o IBGE deve mostrar de mais importante é um ritmo forte de atividade econômica no último trimestre do ano passado.

A maioria das instituições está prevendo um crescimento superior a 2% em relação ao trimestre anterior, em base dessazonalizada.

No primeiro trimestre de 2010, o embalo continua, embora o crescimento ante o trimestre anterior deva recuar, porque se parte de uma base mais forte.

De qualquer forma, a visão geral é de uma economia aquecida, que levará o Banco Central (BC) a iniciar ainda no primeiro semestre um ciclo de alta da taxa básica, a Selic.

A dúvida que resta ao mercado é até que ponto a recuperação fulgurante de boa parte do ano passado sofreu uma arrefecida a partir de novembro.

Nesse caso, o BC poderia manter a Selic nos atuais 8,75% na próxima reunião, nos dias 16 e 17 de março, e deixar o primeiro aumento para abril, ou até depois. (Fonte: O Estado de S.Paulo, na Agência Estado)

Filiais brasileiras salvam balanço de multinacionais

Operações no país compensaram resultado fraco das companhias nos EUA e na Europa. Nos casos de Unilever e Nestlé, país passou a ser o 2º maior mercado, atrás apenas dos EUA; Fiat já vende mais no Brasil do que na Itália.
O Brasil é a grande estrela da atual safra de balanços das multinacionais -referente ao ano de 2009. Com a estagnação ou a retração das economias da Europa e dos Estados Unidos, a força do mercado interno brasileiro, sobretudo a partir do segundo semestre, contribuiu para melhorar o desempenho das companhias nos mais diversos setores.
Com vendas de R$ 11,5 bilhões no ano passado, a Unilever Brasil subiu no ranking da multinacional e alcançou a segunda posição, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2004, o Brasil era a sétima subsidiária em faturamento. De acordo com o vice-presidente corporativo, Luiz Carlos Dutra, o desempenho é resultado da decisão da companhia de manter os investimentos, apesar da crise global. "Fizemos mais de 60 inovações, investimos na expansão da fábrica de sabão em pó no Nordeste e ampliamos a presença na mídia", diz Dutra.
Manter o ritmo de investimentos e ganhar mercado em ano de crise também foi a estratégia da Nestlé Brasil, que em 2009 se transformou no segundo principal mercado para a multinacional suíça, com vendas de R$ 15,5 bilhões. O país galgou duas posições no ranking de faturamento, superando Alemanha e França e ficando atrás apenas dos EUA.
Enquanto as vendas da Nestlé na Europa cresceram apenas 1,2%, nas Américas a alta foi de 4,8% -sendo que no Brasil, isoladamente, o crescimento foi de 10%. "O Brasil é uma prioridade para a Nestlé", afirmou o presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, durante inauguração de uma nova fábrica em Carazinho (RS).
Apesar de a Nestlé ter registrado uma queda de 42% no lucro líquido, o resultado, turbinado pela performance nas Américas e na Ásia, ficou acima das expectativas dos analistas.
Na AB Inbev, maior cervejaria do mundo, a contribuição do Brasil foi ainda mais crucial. Enquanto no mundo todo as vendas de cerveja caíram 0,8% no ano passado, no Brasil a empresa vendeu 9,9% mais. A Ambev, que é controlada pela AB Inbev e produz as marcas Brahma e Skol, respondeu por 30,8% do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] do grupo, que foi de US$ 13 bilhões em 2009.
O estímulo às vendas de carros com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) fez do Brasil um dos únicos países a registrar crescimento nesse setor no mundo: 11,4%. E, pela primeira vez na história, as vendas da Fiat no Brasil superaram a da matriz. Foram 737 mil unidades, contra 722 mil na Itália. Há dez anos, o mercado brasileiro era metade do italiano.
"A contribuição do Brasil foi bastante expressiva e em 2010 deverá ser ainda maior, considerando que este será um ano ainda muito difícil na Europa", disse, na semana passada, o presidente mundial do grupo Fiat, Sergio Marchionne, que veio ao Brasil para inaugurar uma fábrica de máquinas agrícolas em Sorocaba.
Para a Portugal Telecom, o Brasil também já superou a matriz. No ano passado, 51,1% do resultado da companhia teve origem no Brasil. A PT é dona de 50% da Vivo. No último trimestre de 2009, as vendas da PT cresceram 18% no Brasil, para 905,3 milhões, enquanto em Portugal elas caíram 3,4%, para 846,7 milhões.
Na rede varejista francesa Casino, controladora do Grupo Pão de Açúcar, enquanto na matriz as vendas recuaram 3,8%, na América do Sul cresceram 5,7%. O desempenho nas vendas foi puxado por "uma excelente performance" no Brasil. O crescimento sobre mesmas lojas no Grupo Pão de Açúcar foi de 12,7%. (Folha)

sexta-feira, 5 de março de 2010

UGT e movimentos populares mobilizados por uma democracia solidária

Movimento popular, na UGT, quer um Brasil solidário

Tadeu Amaral, secretário da UGT e responsável pelos movimentos de moradores da central, com participação direta na Coordenação Brasil Comunitário e no Centro de Estudos e Ação Comunitária, entre outras organizações populares no Brasil, América Latina e no mundo, diz que o Brasil precisa organizar trabalhadores e moradores em situação de risco (os que são obrigados a viver em cortiços, favelas e até mesmo nas ruas) para através das alianças com os sindicatos e centrais sindicais criar um movimento Unitárioa favor de uma economia mais solidária, em que a democracia que conquistamos chegue, de verdade, à base da sociedade. Para Tadeu Amaral, a democracia real respeitaria os direitos inalienáveis do ser humano à uma moradia decente, educação que prepare o cidadão para ocupar uma posição económica e social e uma saúde que seja preventiva. Com a democracia real e participativa, diz, os movimentos sociais que hoje organizam cerca de 1,5 milhão de cidadãos teremos condições de acelerar a distribuição de renda no Brasil, melhorar as condições de moradia que nos remetem para a barbárie após mais de 25 anos em que construímos a democracia com a doação de nossas vidas e da nossa mobilização. Ainda falta muito a ser feito no Brasil, que torna seu povo vítima de uma cruel distribuição de renda e de oportunidades, que nos mantêm em cortiços e favelas, que abandona nossos filhos em escolas precárias e que na hora da doença, somos jogados pelos corredores dos hospitais, sem assistência.

Leia mais:

Desemprego feminino diminui em 2009, mas desigualdades persistem

Apesar de a crise ter afetado mais os homens no mercado de trabalho, mulheres ainda recebem menos.

Os efeitos da crise econômica internacional afetaram mais os homens que as mulheres no mercado de trabalho brasileiro em 2009, mas as desigualdades históricas de renda persistem. É o que mostra a pesquisa "Trabalho e Desigualdades de Gênero" divulgada nesta quinta-feira, 4, pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No ano passado, as mulheres ocuparam mais postos de trabalho que foram criados e, por conta disso, a taxa de desemprego feminina recuou, ao contrário da masculina. Mas a pesquisa também mostrou que permanece grande a diferença entre os salários de homens e mulheres. "2009 foi um ano bom, mas precisaríamos de muitos mais como esse para equiparar a condição da mulher no mercado de trabalho", afirmou a socióloga Márcia Guerra, analista do Seade.

Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a taxa de desemprego feminino caiu pelo sexto ano consecutivo em 2009, para 16,2%, de 16,5% em 2008. Entre os homens, houve elevação de 10,7% para 11,6% no período. Segundo o Seade/Dieese, a redução do desemprego entre as mulheres deve-se à criação de novas vagas de trabalho em setores que têm presença notadamente feminina, como os Serviços (+1,6% vagas) e o Serviço Doméstico (5,6%).

Na outra ponta, houve forte redução do emprego na indústria (-7,4% vagas para os homens), o setor mais afetado pela crise e com presença notadamente masculina. "A taxa de desemprego masculina é mais aderente à conjuntura econômica", afirmou Márcia Guerra.

Na questão salarial, embora o rendimento médio real por hora das mulheres ocupadas tenha crescido 3,0% em 2009, para R$ 6,17, esse valor equivale a apenas 79,8% do que ganham nos homens na Grande São Paulo, embora seja um nível maior que os 76,5% de 2008. A remuneração masculina caiu 1,4% no ano passado. Mulheres com nível superior ainda ganham 30% menos que os homens.

A pesquisa do Seade/Dieese também mostrou que o trabalho doméstico continua a ser alternativa importante de trabalho para as mulheres da RMSP, embora o perfil dessa trabalhadora esteja passando por transformações. Depois do setor Serviços, o Serviço Doméstico é o maior empregador da região mais rica do País. As trabalhadoras domésticas passaram de 19,2% da mão de obra ocupada na RMSP em 2000 para 17% em 2009, enquanto as que trabalham em Serviços foram de 50% para 53,5% no período.

A parcela de jovens (10 a 17 e 18 a 24 anos) no trabalho doméstico tem caído nos últimos anos em favor das mulheres mais velhas e com menor instrução. "O aumento do nível de escolaridade da população tem feito com que as jovens procurem outras profissões no mercado de trabalho", explicou Márcia Guerra.

Entretanto, nota-se um aumento de mulheres com ensino médio ou superior incompleto (de 6,7% em 2000 para 20,2% em 2009) entre as trabalhadoras domésticas. "Ocupações como babás e acompanhantes de idosos e outras funções ligadas à saúde têm aumentado por conta do envelhecimento da população e da maior inserção da mulher no mundo do trabalho", disse.

Ainda assim, 60% das trabalhadoras domésticas possuem apenas até o ensino fundamental. Sua remuneração também está bem abaixo da média salarial feminina na Grande São Paulo. Enquanto a média é de R$ 1.030 por mês, o doméstico ganha apenas R$ 543 mensais. (Estadao)

Caixa vê R$ 1 bi do FGTS da capitalização da Petrobras

O vice-presidente de Fundos de Governos e Loterias da Caixa Econômica Federal, Moreira Franco, calculou hoje que o impacto do uso do FGTS na capitalização da Petrobras pode chegar, no máximo, a R$ 1,034 bilhão. A estimativa foi feita sobre o valor do FGTS dos cotistas que ainda têm ações da estatal.
Segundo o texto aprovado ontem na Câmara dos Deputados, cada cotista poderá comprar novas ações até um limite de 30% do que têm guardado no FGTS. "É um impacto insignificante no patrimônio do FGTS", comentou Franco, em entrevista após o lançamento de novas loterias instantâneas no Rio - no final do ano passado, o patrimônio líquido do FGTS somava R$ 30,8 bilhões.
O executivo informou que, dos cerca de 312 mil trabalhadores que optaram por adquirir ações na primeira oferta, aproximadamente 128 mil detêm hoje os papéis. O restante zerou suas posições nos últimos anos. O vice-presidente da Caixa lembrou que, mesmo com os impactos negativos provocados sobre o emprego no início do ano passado, o FGTS fechou 2009 com recorde de arrecadação líquida. "A economia se recuperou rapidamente no final do ano. E este ano temos mantido o mesmo ritmo", concluiu.

Jornada das domésticas chega a 59 horas semanais

Excluídas da CLT, elas cumprem horário extenso e são as que ganham menos, diz Dieese. Apesar desse quadro, estudo indica que as condições de trabalho melhoraram com avanço da formalização de domésticas.

A jornada de trabalho das empregadas domésticas com carteira assinada atingiu até 54 horas semanais em 2009, segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para as trabalhadoras informais, a jornada semanal média chega a 59 horas.
Apesar da jornada excessiva, o estudo indica que as condições de trabalho melhoraram. Em cinco das sete regiões monitoradas, a maioria das que atuam como mensalistas é registrada.
Segundo o Dieese, as jornadas mais extensas são cumpridas pelas domésticas do Nordeste. Em Recife, as mensalistas com carteira assinada trabalham em média 54 horas por semana. Na região, as que não são negras e não têm registro formal trabalham em média 59 horas por semana. Negras não formalizadas trabalham 57.
As menores cargas horárias foram registradas em São Paulo e em Porto Alegre, onde as empregadas domésticas cumprem em média 41 horas semanais.
Patrícia Costa, economista do Dieese, afirma que trabalhadoras que dormem no local de trabalho costumam ter jornada mais extensa, mas que mesmo as demais cumprem longas jornadas. "Existe informalidade na relação com a família. Como a atividade se exerce em casa, é difícil estabelecer o limite."
Costa destaca que cada vez menos trabalhadoras aceitam dormir no emprego. Entre as regiões pesquisadas, o Distrito Federal teve o maior percentual de domésticas dormindo no emprego, com 25%.
Pior remuneração no país — Segundo o Dieese, o serviço doméstico é a atividade que oferece a pior remuneração no país. A trabalhadora doméstica recebe, em média, em todas as regiões monitoradas, metade do valor pago às funcionárias do setor de serviços. O pior resultado foi registrado em Fortaleza, onde se pagou, em média, R$ 1,72 por hora de trabalho em 2009. Na capital do Ceará, a remuneração média para o setor de serviços é de R$ 5,36.
A economista do Dieese afirma que o mercado de trabalho se formalizou nos últimos anos, o que tem ajudado a melhorar as condições da profissão. Em cinco das sete regiões metropolitanas, a maioria das trabalhadores que atuavam como mensalistas tinha registro formal. A formalização da maior parte das trabalhadoras não ocorre em Salvador e em Fortaleza.
O Dieese também destaca que o avanço econômico dos últimos anos tem modificado as oportunidades para as mulheres. Costa diz que, com a abertura de vagas nos setores ligados a serviços e comércio, há migração das mulheres do trabalho doméstico para essas atividades, em que é mais comum ter registro formal.
A mudança no mercado de trabalho e o avanço da escolaridade na população também fizeram com que o serviço doméstico deixasse de ser a porta de entrada no mercado para as mulheres jovens que vivem nas regiões metropolitanas. De acordo com a pesquisa, mais de 77% das mulheres que exercem a atividade têm de 25 a 49 anos. (Folha)

Indústria cresce 1% e reverte as perdas do final de 2009

Bens intermediários se destacaram mais em janeiro, com a 13º alta consecutiva. Com a recuperação, produção se aproxima dos níveis verificados em setembro de 2008, antes de a crise afetar o setor, aponta IBGE.

A indústria brasileira cresceu 1,1% em janeiro em relação a dezembro, revertendo as perdas verificadas nos dois últimos meses de 2009. Em relação a janeiro do ano passado, a alta chegou a 16%. O crescimento, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve "perfil generalizado".
Com a recuperação, caiu para -4,9% a diferença em relação à produção recorde verificada em setembro de 2008, quando os efeitos da crise econômica mundial ainda não tinham afetado o setor. Em dezembro, essa diferença chegava a -5,9%.
De acordo com o economista André Macedo, da coordenação de indústria do IBGE, o resultado de janeiro decorreu principalmente do bom desempenho nas fábricas de bens de consumo duráveis e de bens intermediários -esse setor possui peso de 55% no total da indústria.
No caso dos bens de consumo duráveis, a alta em relação a dezembro chegou a 8,6%, mas a taxa não foi suficiente para zerar as perdas registradas em novembro e dezembro. No último bimestre de 2009, a produção diminuiu devido à perspectiva do fim da redução do IPI e à concessão de férias aos trabalhadores de alguns segmentos, como o de celulares.
Para o economista do IBGE, o destaque da pesquisa foi a indústria de bens intermediários, que fornece produtos para a fabricação de outros bens, e teve alta de 2% ante dezembro, a 13ª seguida. Nesse período, a expansão no setor foi de 22,5%.
"Esse bom desempenho pode estar relacionado não só à normalização dos estoques na produção de bens finais mas também a uma recuperação do setor externo", afirma Macedo. Já a produção de bens de capital, principal indicador de novos investimentos na indústria, apresentou leve queda de -0,1% ante dezembro. O segmento de máquinas e equipamentos é o único cujo nível de atividade ainda está bem aquém do verificado no período pré-crise: a diferença chega a -11,6% em relação a setembro de 2008.
"A produção de bens de capital foi bastante atingida pelas expectativas no fim de 2008 em razão da crise, mas vem se recuperando numa velocidade importante", diz Macedo.
Metalurgia — A extração de minério de ferro e a produção de peças para veículos foram as atividades que mais cresceram.
O resultado de janeiro aponta que o segmento de produtos de metal teve alta de 12% ante dezembro.
Em relação a setembro de 2008, por exemplo, o desempenho de produtos de metal, excluindo máquinas e equipamentos, apresentou um incremento total de 14,4%.
Pelos resultados de janeiro, a metalurgia básica avançou 2,5% na comparação com o mês imediatamente anterior.
A produção de bebidas, em parte ligada ao setor de bens intermediários, também exerceu influência significativa na indústria nacional no mês de janeiro. Com alta de 8,1%, a produção de bebidas teve a terceira maior contribuição no resultado geral da indústria. (Folha)

Emprego formal no varejo de SP cresce 5,5% em janeiro

A análise mensal sobre o nível de emprego no varejo, na região metropolitana de São Paulo, organizada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, aponta crescimento de 5,5% no total de empregos formais em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O total de trabalhadores do varejo com carteira assinada subiu de 827 mil em janeiro de 2009 para 873 mil em janeiro deste ano.
Em relação a dezembro de 2009, no entanto, foram fechadas 948 vagas no varejo (queda de 0,1%). Os analistas da Fecomercio-SP atribuem o recuo à sazonalidade do setor, que costuma criar vagas para as vendas de final de ano. O coordenador da pesquisa, o estatístico Flávio Leite, sustenta que a baixa não deve ser repetida nos próximos meses. Ele diz que o cenário positivo está baseado na facilidade de obtenção de crédito, alongamento de prazos de financiamento e aumento da massa salarial.
A Fecomercio-SP também calculou o salário médio em janeiro do funcionário do comércio varejista, que ficou em R$ 1.371. As atividades que registraram os maiores salários foram lojas de departamentos (R$ 2.378), lojas de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (R$ 1.869), concessionárias de veículos (R$ 1.750) e autopeças e acessórios (R$ 1.445). O setor de supermercados (alimentos e bebidas) teve o menor salário médio: R$ 1.163. (Estadao)