quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vamos criar uma barreira para impedir acesso de pessoas com ficha suja aos cargos eletivos

Ficha Limpa vai incentivar mudanças exigidas pela sociedade civil

Chega! Basta! A sociedade civil e a classe trabalhadora através de projeto de iniciativa popular, apoiado por 1,6 milhão de assinaturas, exigem que o Congresso Nacional vote e torne válido ainda para este ano o Projeto Ficha Limpa que impede que candidatos com ficha suja tenham legenda a partir das próximas eleições. A renovação e a limpeza do Congresso Nacional é necessária para evitar que pessoas com problemas na Justiça tentem se proteger com o mandato ou, pior, que passem a usar o mandato parlamentar para seus objetivos criminosos. É com um Congresso renovado que conseguiremos acelerar as reformas políticas para a Educação plena, garantir verbas para novas escolas, equipar hospitais e as polícias, enfim, apostar na modernidade do País com um controle sempre crescente da corrupção. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Desfigurado, projeto contra ficha suja está pronto para ir a plenário

Promessa é votar texto na próxima semana, mas não deve valer para este ano.

Com um texto totalmente modificado, líderes dos principais partidos do governo assinaram ontem requerimento para que o projeto que proíbe a candidatura de pessoas com ficha suja siga direto para o plenário da Câmara.
A promessa agora é votar a proposta na semana que vem. Mesmo assim, ela não deve valer para as eleições deste ano.
O texto, de iniciativa popular, foi apresentado ao Congresso com 1,6 milhão de assinaturas em 2009, mas o relatório, com flexibilizações, só foi apresentado ontem à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
O relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), propõe tornar inelegível aqueles que tenham sido condenados por decisão colegiada da Justiça (por mais de um juiz), mas estabelece o chamado efeito suspensivo, também em caráter colegiado.
Com essa proposta, fica permitido ainda um recurso a outro órgão colegiado de uma instância superior para que se obtenha uma espécie de "autorização" para registrar a candidatura. Nesses casos, o político que conseguisse se candidatar teria seu processo analisado com prioridade pelo Judiciário.
Cinco deputados, encabeçados por Regis de Oliveira (PSC-SP), pediram vistas ao texto de Cardozo, impedindo a votação na CCJ. "O avanço para o que é hoje é mínimo. Na prática, todo tribunal vai acabar dando o efeito suspensivo e todos poderão concorrer", disse Oliveira.
Hoje um candidato só fica inelegível quando não existir mais a possibilidade de recursos. A proposta protocolada originalmente propunha a inelegibilidade para os condenados já em primeira instância.
PT e PMDB assinaram o requerimento de urgência para levar a proposta direto para o plenário. Eles haviam se recusado a assinar o mesmo documento no começo do mês, impedindo a votação do texto mais rapidamente. (Folha)

Centrais sindicais condenam aumento da taxa Selic

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) divulgaram nota em que condenam o aumento da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, anunciado hoje pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). "O aumento da taxa Selic é uma violência contra os trabalhadores e a economia do País. Hoje, o Brasil tem a maior taxa de juros do planeta, mesmo assim, o Copom do Banco Central (BC) decidiu aumentar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual", criticou o presidente da UGT, Ricardo Patah.

Patah advertiu que a medida traz impactos diretos na economia e no bolso dos trabalhadores, pois aumenta o custo dos empréstimos e, conseqüentemente, da matéria-prima, produzindo em escala um aumento de preços e perdas para os empregados. "Além disso, o custo da dívida interna terá um substancial aumento, beneficiando diretamente os banqueiros. Essa decisão faz com que a Nação assista, mais uma vez, ao BC praticar bons serviços aos banqueiros da Febraban e não ao Brasil", acrescentou.

Para o presidente da CGTB, Antonio Neto, o Copom, em especial o presidente do BC, Henrique Meirelles, "demonstrou, mais uma vez, que ignora por completo os anseios e interesses do País ao aumentar em 0,5 ponto percentual a já altíssima taxa de juros praticada no Brasil". Depois de observar que as posições externadas nos últimos dias não deixaram dúvidas de que "o setor produtivo e as forças progressistas do País não queriam o aumento da Selic e que isso seria desastroso para a nossa economia", o sindicalista acrescentou que "somente os especuladores projetavam ou defendiam o aumento dos juros, pois são os únicos que lucram com isso". "O Copom, mais uma vez, beneficiou a especulação em detrimento do País e do seu povo."

Antonio Neto sustenta que aumentar a Selic "representa abrir ainda mais as portas do País para o ingresso de capital especulativo, valorizando o real artificialmente e prejudicando as nossas exportações e a nossa economia" e conclui que "está na hora de o Banco Central parar de boicotar os esforços do governo e da sociedade brasileira que luta para crescer de forma sustentada". (Agencia Estado/Portal Exame)

Economia nacional: UGT e Força Sindical: aumento de juro é perverso para setor produtivo

O presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, elevou o tom das críticas. Patah afirmou que o Copom se tornou "refém do capitalismo predatório que beneficia os agiotas e especuladores e, em nome de um suposto controle inflacionário, se alia com os que apostam contra o crescimento da economia brasileira".

"É possível um capitalismo com juros baixos, com crescimento econômico, com geração de empregos e com inflação baixa", disse. A Força Sindical divulgou nota na noite desta quarta-feira criticando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para 9,5%. A entidade afirmou que a atitude "é equivocada e perversa para com o setor produtivo, que gera emprego e renda".

"É lamentável que estejamos virando um paraíso para os especuladores do mundo inteiro, diante da elevada lucratividade paga pela exorbitante taxa de juros do Brasil", afirma a nota assinada pelo Presidente da Força Sindical, deputado Paulo Fereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP). (Terra/Reuters)

Presidente da UGT condena aumento da taxa Selic em 0,75 p.p.

Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT) posicionou-se contra o aumento da taxa Selic, decidida hoje pelo Banco Central. "Infelizmente, se confirma que o Comitê de Política Monetária (Copom) se torna refém do capitalismo predatório que beneficia os agiotas e especuladores e, em nome de um suposto controle inflacionário, se alia com os que apostam contra o crescimento da economia brasileira. É possível sim um capitalismo com juros baixos, com crescimento econômico, com geração de empregos e com inflação baixa", afirmou. (Redação - Agência Investimentos e Notícias)

RANKING:
COM TAXA REAL DE 4,5%, PAÍS SEGUE COM O MAIOR JURO DO MUNDO
Com a decisão do Copom de elevar a taxa Selic, o Brasil consolidou sua posição na liderança como o país com maiores juros reais do planeta. A alta levou os juros reais a 4,5%. Na segunda posição aparece a Indonésia, com taxa real de 3%. Na terceira posição do ranking ficou a China, com 2,8%.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Banco Central do Brasil ou Banco Central dos Especuladores? A decisão será confirmada hoje em torno da definição da nova taxa Selic.

Elevação da taxa Selic é “paulada” na expansão da economia brasileira

Henrique Meireles, o imperador do Banco Central, junto com todos os especuladores brasileiros, se preparam para ter um dia que se for glorioso para eles, conforme a campanha acirrada dos últimos dias, será desastroso para todos os demais brasileiros que trabalham e produzem.

O aumento esperado hoje da taxa Selic em 0,75 pontos, para 9,25% ao ano agradará, por certo, os que apostam e especulam contra o crescimento econômico com distribuição de renda, com aumento da produtividade, com a formalização de metade da nossa mão de obra, como foi anunciado esta semana.

A “paulada” com o reajuste da taxa Selic atingirá, em cheio, nosso espírito cívico quando nos preparamos para uma dos mais grandiosos Primeiro de Maio de nossa História, com um salário mínimo que, mesmo longe do ideal, agora gera transferência de renda. Numa data em que comemoramos 70 anos da Carteira de Trabalho e 25 anos da redemocratização do País.

Se confirmado o lobbie dos especuladores e agiotas que querem que o Estado brasileiro financie seus ganhos vergonhosos, a classe trabalhadora brasileira, sofrerá uma “paulada” nos salários e no crediário e vai aproveitar os eventos do Primeiro de Maio para ampliar, mais ainda, a mobilização a favor do gerenciamento da nossa economia com juros que sejam civilizados.

É hora de juntar nossa carteira de trabalho com nosso título de eleitor e interferir diretamente nas decisões do Copom e do Banco Central. Que defende a autonomia mas que favorece os lobbies dos especuladores e dos agiotas de plantão. E que deixa de lado, neste momento de expansão da economia, os grupos que ainda investem na produção, os trabalhadores e trabalhadoras que transformam seus salários em bens e produtos de primeira necessidade.

O Banco Central foi arrancado do Brasil, infelizmente. Se confirmado o aumento da taxa Selic será, pra os trabalhadores, o Banco Central dos Especuladores. E a decisão de hoje vai provar de que lado está o imperador Henrique Meirelles. Ou do Brasil e dos brasileiros ou junto com os especuladores e agiotas financeiros. Não tem meio termo na decisão que será anunciada hoje à tarde. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Leia o clipping do dia:

BC decide juros em meio a debate sobre "superaquecimento" econômico

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define, nesta quarta-feira, a taxa básica de juros, a Selic. A reunião ocorre em meio a estimativas de mercado de que a economia brasileira estaria “superaquecida”, o que exigiria uma nova rodada de elevação dos juros.

A maioria dos analistas consultados pelo BC na pesquisa Focus aposta em um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros, elevando a Selic para 9,25% ao ano. Muitos economistas, no entanto, já falam em um aumento de 0,75 ponto percentual.

O principal argumento para um maior aperto monetário é a inflação. As previsões de aumento da inflação vem sendo revistas para cima a cada semana e já ultrapassam o centro da meta do governo, que é de 4,5%.

O Focus desta segunda-feira prevê, para este ano, uma alta de 5,41% do IPCA – o índice de inflação que baliza as decisões do governo.

‘Superaquecimento’ — Em seu relatório anual, divulgado na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta para o risco de “superaquecimento econômico” no Brasil, resultado de um consumo interno mais forte do que a produção no país.

De acordo com essa avaliação, o Produto Interno Bruto do país entrou em um ritmo de crescimento que supera sua capacidade produtiva, resultando em uma inflação maior.

Na semana passada, o FMI revisou para cima a expansão do PIB brasileiro em 0,8 ponto percentual: a previsão agora é de um crescimento de 5,8% em 2010.

Entre os analistas consultados pela pesquisa Focus, do Banco Central, o otimismo é ainda maior. A maioria prevê uma expansão de 6% para o PIB deste ano.

O governo, no entanto, rebate a tese de que a economia brasileira esteja crescendo rápido demais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na semana passada que a economia está “aquecida, e não superaquecida”.

“Não há ainda sinais concretos. É preciso esperar com paciência os resultados de abril, de maio, de junho, da produção, para ver”, disse.

Inflação — As expectativas de inflação para esse ano vêm aumentando a cada semana, de acordo com o levantamento Focus, do Banco Central.

A maioria dos analistas aposta em uma alta de 5,41% do IPCA para este ano – acima do centro da meta do governo, que é de 4,5%, mas ainda abaixo do teto, de 6,5%.

Uma das dúvidas entre os economistas é o quanto dessa inflação pode ser considerada temporária, ou seja, reflexo de aumentos pontuais nos preços de alguns bens e serviços, e não de um descompasso entre consumo e produção, o que seria mais preocupante.

Entre os setores que mais têm puxado a inflação para cima está o de alimentos. Diversos itens, como frutas e hortaliças, vêm subindo de preço. A avaliação do IBGE é de que as chuvas do início de ano são a principal causa dessa alta, mas que o “aumento da demanda” também ajudou.

O economista-chefe da BES Investimentos, Jankiel Santos, diz que é preciso “ancorar” os aumentos de preços nesse momento, com uma alta de de juros. Mas segundo ele, a inflação “não está em um nível preocupante”.

“Imaginar que essa dinâmica (de aumento de preços) será perversa durante todo o ano, não me parece ser o caso”, diz.

Contas externas Se por um lado o aumento da taxa de juros é visto como o principal instrumento de controle da inflação, a medida também tem seus efeitos colaterais.

Um deles é a valorização do real diante do dólar. Uma Selic mais alta tende a atrair o capital estrangeiro, o que representa mais dólares no país – e em consequência, uma cotação menor para a moeda americana na comparação com o real.

O câmbio valorizado costuma reduzir a competitividade do produto nacional no exterior, prejudicando as exportações e o saldo da balança comercial, um problema que já estaria em curso, segundo economistas.

De acordo com o Banco Central, o déficit das contas externas do país chegou a US$ 12,1 bilhões no primeiro trimestre do ano, o pior resultado para o período desde 1947.

O economista Yoshiaki Nakano, da FGV-SP, diz que o aumento da Selic vai “piorar” esse cenário – e que a saída é estimular a produção, com incentivos fiscais, e não coibir o consumo.

“Vamos continuar cometendo os mesmos erros do passado, acionando instrumentos errados de política econômica”, avalia o professor, em seu site.

Questionado sobre o problema durante uma coletiva de imprensa em Washington, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o assunto “requer atenção”, mas que o déficit em conta corrente “tende a se ajustar” ao longo do tempo. (Portal Terra)

Líderes do governo prometem tentar acordo para reajuste de 7%

Governo trabalhava com percentual de 6,14%, mas oposição queria 7,7%.
Os líderes do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), prometem tentar um acordo político com as lideranças dos partidos da base governista no Congresso a fim de garantir um reajuste de 7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo.
Vacareza, que também é o relator da medida provisória que trata do aumento, disse que vai propor às lideranças na Câmara um percentual de 7%, ainda que a equipe econômica do governo tenha reafirmado que o reajuste de 6.14% é o valor máximo que o orçamento da Previdência pode suportar.
“O 6.14% é um percentual robusto, acima da inflação, mas, na Câmara, eu vou me esforçar para fazer um acordo com toda a base para chegarmos aos 7%. E quero pedir ao Senado que mantenha o relatório que for aprovado na Câmara”, disse Vacarezza ao deixar o prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde participou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além do deputado e do senador Romero Jucá, também participaram do encontro os ministros da Fazenda, Guido Mantega; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas; e da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci.
“Vamos trabalhar para isso”, confirmou Jucá. “Nosso objetivo é dar o máximo aos aposentados. Na conta da equipe econômica, o [reajuste] máximo é de 6,14%. Portanto, qualquer coisa acima disso será um ganho a mais [para os aposentados]”, afirmou. “Se o líder Vacarezza aprovar os 7% com um acordo de líderes, isso fortalecerá a posição de votação no Senado e também a possível sanção presidencial”, completou. (Diário de S. Paulo)

Servidores do Judiciário iniciam greve em SP

Sindicatos e TJ não chegam a acordo sobre reajuste salarial e funcionários, que reivindicam 20%, confirmam paralisação. Meta é obter a adesão de 45 mil servidores; tribunal diz que plano de carreiras entrará na pauta de votação da Assembleia em maio.
A direção do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo e os sindicatos dos servidores do Poder Judiciário paulista não chegaram a um acordo em reunião realizada ontem, e as entidades representativas dos funcionários da Justiça confirmaram para hoje o início de greve por tempo indeterminado.
O presidente da comissão salarial do TJ, desembargador Antonio Carlos Malheiros, e os representantes de 16 sindicatos e associações de servidores realizaram um encontro na tarde de ontem para tentar evitar a paralisação. Porém, a reunião não durou nem 15 minutos.
Ante a reivindicação dos sindicatos de reajuste salarial de 20,16%, o representante do tribunal propôs que os servidores aguardassem até agosto para dar início a discussões sobre um eventual aumento.
Segundo nota publicada ontem no site do TJ, na reunião Malheiros "informou que o Plano de Cargos e Carreiras, há muito esperado pelos servidores, entrará na pauta de votação da Assembleia Legislativa na primeira semana de maio".
O desembargador também disse aos sindicalistas que estão sendo realizadas negociações entre o tribunal e o Banco do Brasil -a instituição assumiu as contas bancárias dos servidores após adquirir o banco Nossa Caixa- com o objetivo de "rever a situação de alguns funcionários que tiveram o cheque especial suspenso e outros que estão em débito".
Irritados com o teor das afirmações de Malheiros, os representantes dos servidores encerraram a reunião.
José Gozze, presidente da Assetj (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), disse que a meta do movimento de greve é obter a adesão dos cerca de 45 mil funcionários da Justiça e parar todas as atividades do Judiciário até que o reajuste salarial seja concedido. O aumento reivindicado reflete apenas a reposição de perdas com a inflação, afirmou. Os grevistas também pedem reajuste no valor do vale-refeição e melhores condições de trabalho.
Gozze afirmou que as entidades sindicais esperam reunir hoje cerca de dez mil pessoas em uma assembleia na área que fica em frente ao fórum João Mendes, no centro da capital, além de paralisar o trabalho nos 450 prédios da Justiça em todo o Estado. (Folha)

Indústria paulista pode zerar perdas da crise em abril

Em abril, o Indicador de Nível de Atividade (INA), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), poderá zerar as perdas registradas desde setembro de 2008, quando a crise econômico-financeira internacional se aprofundou e abalou a indústria. Em março, o INA cresceu 2,8% (com ajuste sazonal), mas o indicador ainda segue 0,9% abaixo do registrado em setembro de 2008. Em fevereiro, esse porcentual estava 2,9% abaixo.

Os dados da Fiesp divulgados hoje mostram forte recuperação da atividade industrial no ano. Sem ajuste, o INA deu um salto de 18% em março, ante fevereiro. Foi o melhor resultado para um mês de março desde 2004, quando houve aumento de 22,1%. O ganho acumulado no primeiro trimestre - de 18,2% ante o mesmo período em 2009 - é o melhor desde 2003. "Em abril, deveremos ver uma equiparação a setembro de 2008. Isso vai ocorrer até um pouco antes do que esperávamos graças ao bom resultado de março", afirmou o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini.

Se em fevereiro 6 dos 17 setores pesquisados não só tinham eliminado as perdas como já trabalhavam em níveis superiores ao período pré-crise, em março esse número subiu para 11 setores: minerais não-metálicos, materiais elétricos, veículos, móveis, alimentos e bebidas, têxteis, papel e celulose, refino de petróleo e álcool, químicos, borrachas e plásticos e outros equipamentos de transporte. Continuam com a produção abaixo do período pré-crise os setores de edição e gráfica, metalurgia básica, máquinas e equipamentos, produtos metálicos, material eletrônico/equipamentos de comunicação e máquinas e aparelhos elétricos.

Entre os setores de atividade industrial destacada em março, Francini citou o de produtos têxteis, cujo INA sem ajuste subiu 19,4% ante fevereiro e cresceu 3,7% com ajuste. O setor de minerais não-metálicos, ligado à construção civil, positivamente afetado pela redução tributária, registrou INA 3,7% maior com ajuste e 10,7% sem ajuste. "São ambos setores ligados ao mercado interno, que vai muito bem", destacou o diretor do Depecon.v (Estado)

Ministro apresenta pacote de metas do Plano Brasil 2022

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro, apresentou nesta terça-feira uma primeira versão do que será o Plano Brasil 2022, pacote de metas sociais, econômicas e ambientais para o país no ano do bicentenário de sua independência.

Se cumprir todas as metas previstas, o país terá erradicado, em 2022, o analfabetismo, a miséria e a desnutrição, bem como amenizado as disparidades sociais, de gênero e racial. Além disso, a qualidade de vida da população estará melhor graças a investimentos em infraestrutura, em especial a de transportes públicos. A expectativa é de que o bem estar do brasileiro fique mais próximo ao dos cidadãos de países desenvolvidos.

"O plano é ambicioso, mas exequível" — As redes de metrô triplicariam nas grandes cidades. E, graças a investimentos em infraestrutura, os sistemas aquaviário e ferroviário representariam 66% das redes de transporte.

O ministro afirma que, para sustentar as mudanças, o país teria de crescer, em média, 7% ao ano a partir de 2011. Na economia, as metas são universalizar o emprego formal, igualar os salários de homens e mulheres, incorporar os beneficiários do Bolsa Família ao setor produtivo e reduzir a zero a pobreza absoluta (números de cidadãos que vive com menos de US$ 2 por dia). O Brasil também triplicaria sua produção de pescada e alcançaria a autonomia na produção de fármacos.

- O plano é ambicioso, mas exequível - assegurou Pinheiro, explicando que o mote é distribuir para crescer.

- Nosso objetivo é o de sermos um país desenvolvido. Certamente isso não será alcançado em 2022 porque a renda per capita estará ainda em apenas US$ 12 mil. Mas teremos dado um passo muito significativo nesse sentido - afirmou o ministro.

Ele negou que o planejamento, lançado em ano de eleições, tenha fins eleitorais. O conteúdo está disponível na internet para sugestões. A versão final será apresentada em junho para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (O Globo)

Projeto prevê deduzir do IR plano de saúde de doméstica

Atualmente apenas 1,8 milhões têm carteira assinada, enquanto 4,8 milhões sem registro

No dia nacional da empregada doméstica, o Senado aprovou nesta terça-feira (27) projeto de lei que permite ao empregador deduzir do Imposto de Renda as despesas com plano de saúde para domésticas. A proposta foi aprovada por unanimidade na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) da Casa e segue agora para a Câmara.
Desde setembro, o Senado aprovou seis projetos relacionados à categoria. Neta terça, também foi lançada em Brasília a campanha "5 milhões de Domésticas Legais em 2010".
Promovida pelo Instituto Doméstica Legal, tem como objetivo pressionar a Câmara a aprovar projetos que estimulam a formalização. Atualmente, segundo a entidade, apenas 1,8 milhão de domésticas têm carteira assinada. Outras 4,8 milhões trabalham sem registro em carteira.
Pelo projeto aprovado no Senado, de autoria do senador César Borges (PR-BA), a dedução do gasto com plano de saúde para domésticas no IR é limitada a um empregado e é condicionada à comprovação da regularidade das anotações na carteira de trabalho do empregado doméstico e de sua inscrição na Previdência Social.
Segundo a relatora do projeto, senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), a medida deve estimular a formalização do empregado doméstico, com repercussão nas finanças da Previdência e alívio ao SUS (Sistema Único de Saúde). Rosalba disse ainda que no Brasil há cerca de 6 milhões de empregadas domésticas.
Em outra votação, a CAE do Senado aprovou projeto de lei que pretende facilitar a concessão de aposentadoria de um salário mínimo a idosos e portadores de deficiência. Atualmente, a família do beneficiado deve ter renda per capita de até 25% do salário mínimo. Mas pelo projeto aprovado nesta terça, serão atingidos idosos e portadores de deficiência cuja família tenha renda per capita de meio salário mínimo.
A proposta também reduz de 65 para 60 anos a idade mínima exigida das mulheres para requerer o benefício. Para os homens, a idade ainda será de 65 anos. O projeto aprovado na CAE será analisado agora, em decisão terminativa, pela Comissão de Direitos Humanos. Depois, segue para a Câmara, de onde vai à sanção presidencial. (R7)

PF faz operação contra fraudadores da Previdência

Grupo é acusado de dar prejuízo de R$ 9 milhões com falsificação de auxílio doença

Uma quadrilha suspeita de causar um prejuízo de R$ 9 milhões na previdência é o principal alvo de uma operação da Polícia Federal realizada nesta terça-feira (27). Mais de cem policiais cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão em São Paulo e mais quatro cidades da região metropolitana.

Segundo o Ministério da Previdência Social, o grupo atuava havia um ano falsificando dados junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para liberar o benefício para aqueles que não conseguiam a liberação dos pagamentos legalmente.

A PF diz que intermediadores de benefícios previdenciários espalhados pela grande São Paulo estabeleceram uma rede de contatos pela qual trocavam entre si dados de “clientes” interessados na obtenção fraudulenta da ajuda pre.

- Um servidor da Agência da Previdência Social de Guarulhos (Grande SP) usava as senhas apropriadas indevidamente dos médicos peritos daquela unidade para conceder ou prorrogar benefícios para os “clientes” da quadrilha.

Por cada dado, a quadrilha cobrava cerca de R$ 4.500, dos quais R$ 3.000 iam para o servidor da previdência que encabeçava o crime.

A PF e o Ministério Público acompanharam durante 45 dias a atuação da quadrilha. No período foram liberados benefícios ilegais a mais de 300 pessoas.

Segundo investigação da PF, o servidor, cujo nome não foi revelado, aplicava o dinheiro usando nome de laranjas em uma empresa de colheita e transporte de cana de açúcar do interior de SP.

A PF ainda deve apreender carros, caminhões, reboques, colheitadeiras, tratores, motos, imóveis, apartamentos, terrenos e bloquear contas de 13 envolvidos. (R7)