sexta-feira, 25 de junho de 2010

Com distribuição de renda através de ganhos salariais e adoção de políticas públicas estamos vencendo a subnutrição infantil

Estamos vencendo a Copa do Mundo da Subnutrição Infantil

(Postado por Roberto Santiago, vice-presidente da UGT, licenciado) Nesta semana decisiva na Copa do Mundo, venho dividir com vocês uma outra copa que estamos vencendo ao longo dos anos e que precisa ser lembrada porque seus gols quando são feitos contra ou a favor, são feitos de maneira silenciosa. Nesta semana, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde constatou que a desnutrição infantil caiu cerca de 62% no Brasil em crianças menores de cinco anos, entre 2003 e 2008. Com isso, a taxa passou de 12,5% (2003) para 4,8% (2008). O mesmo estudo constatou que o déficit de altura por idade também baixou de 20% para 14%.

Os gols desta luta pela vida são decididos através da implantação de políticas públicas, da combinação do Bolsa Família com geração de rendas para as famílias, com o envolvimento do Estado nas suas várias extensões através da escola, dos hospitais, através do Sistema Único de Saúde (SUS), dos professores e nutricionistas. Com a mobilização dos pais, mães e das comunidades.

Os indicadores de desnutrição infantil referem-se aos usuários do SUS e foram divulgados no Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição nesta semana, em Brasília. O seminário tem como um dos principais pontos a discussão e revisão da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (Pnan), com a participação do governo e especialistas.

A Pnan completa uma década em 2010. Segundo o Ministério da Saúde, uma das principais ações é o monitoramento nutricional de crianças com até dez anos. Atualmente, 4,5 milhões de crianças são acompanhadas pelos profissionais de saúde do SUS.

Para combater a desnutrição, o Ministério da Saúde, entre outras ações, disponibiliza anualmente pelo SUS 1,6 milhão de frascos de xarope de sulfato ferroso e 191 milhões de comprimidos de sulfato ferroso, 131 milhões de comprimidos de ácido fólico e mais de 3,9 milhões de cápsulas de vitamina A. Todos esses suplementos alimentares podem ser obtidos gratuitamente pela população.

"Esses produtos garantem o nível adequado de nutrientes às pessoas, mantendo o peso das crianças dentro de padrões recomendados pela Organização Mundial da Saúde", explica a coordenadora de Alimentação e Nutrição do MS, Ana Beatriz Vasconcelos.

Um dos principais motivos da diminuição da desnutrição infantil é a ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família, responsável pela atenção básica da população. As equipes que acompanhavam 31,30% dos habitantes da região Norte (4,2 milhões de pessoas), em 2003, hoje acompanham 50,8%, ou 7,7 milhões de cidadãos.

No Nordeste a cobertura era de 50,5% em 2003 e passou para 71,6% em 2010. Isso representa um aumento do atendimento de 24,6 milhões para 38 milhões entre 2003 e 2010.

Atualmente, mais de 20 mil unidades básicas de saúde acompanham as condições alimentares dos brasileiros. São atendidas 6,7 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O monitoramento nutricional e o fornecimento gratuito de suplementos, garantidos pelo Ministério da Saúde, vão ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

"O combate à desnutrição de crianças é imprescindível tanto para erradicar a fome quanto para diminuir a mortalidade infantil", avalia Ana Beatriz Vasconcelos. Por isso, esses dois ODMs devem ser alcançados antes do prazo estipulado pela ONU.

Leiam, por favor, o clipping do dia:

93% das categorias conquistaram aumentos reais em 2009, revela Dieese

Apenas 28 categorias tiveram índices de reajuste inferiores ao da inflação. O Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2009 aponta ainda que 96% das negociações para reajuste de pisos salariais resultaram, no mínimo, na reposição das perdas salariais ocorridas desde a última data-base

Apesar dos efeitos que a crise internacional impôs à economia brasileira, a partir do último trimestre de 2008, nada menos do que 590 categorias de trabalhadores - 93% do total de 635 categorias pesquisadas - conquistaram aumento real de salários nas negociações que mantiveram com as empresas no ano passado revelou, na última sexta-feira (18), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Apenas 28 categorias tiveram índices de reajuste inferiores ao da inflação. O Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2009 aponta ainda que 96% das negociações para reajuste de pisos salariais resultaram, no mínimo, na reposição das perdas salariais ocorridas desde a última data-base.

Luís Ribeiro, o técnico do Dieese responsável pela pesquisa, disse que 6% dos reajustes se deram sobre pisos salariais de até R$ 465 e outros 25% entre R$ 465 e R$ 500. A faixa de R$ 500 a R$ 600 representou 37% dos pisos reajustados. De R$ 600 a R$ 700, quase 15%. A faixa de R$ 700 a R$ 800 representou 7% dos pisos pesquisados. Negociações sobre pisos superiores a R$ 800 representaram 10% do total.

De acordo com o analista, o sucesso na maioria das negociações está diretamente ligado à conjuntura econômica de crescimento e ao aumento do número de empregos formais.

"As negociações estão conseguindo trazer para os salários esses ganhos que estão sendo vistos na sociedade".

No setor rural, que paga os salários mais baixos, 97% dos pisos salariais tiveram aumento real em 2009. Mas os maiores índices de aumento foram conquistados pelos trabalhadores nas negociações com a indústria.

O setor industrial foi o que mais concedeu aumentos reais superiores a 10%. Em contrapartida, também foi na indústria que o Dieese identificou maior perda no piso salarial.

No comércio, segundo o Dieese, houve maior concentração dos reajustes nas faixas de aumento real entre 2,01% a 6% acima da taxa de inflação. E no setor de serviços a pesquisa identificou a maior incidência de reajustes abaixo da variação do INPC, assim como a maior proporção de reajustes iguais à inflação e com aumentos reais de até 2% entre os segmentos analisados.

O Dieese ressaltou, contudo, que isso não significa que os menores pisos salariais estejam concentrados nos serviços.

Em valores absolutos, metade dos pisos ficou abaixo de R$ 540 mensais.

"Se, por um lado, é possível destacar o bom desempenho da negociação dos pisos salariais em 2009 no que diz respeito, especificamente, aos reajustes, por outro, chama atenção o fato de que os valores dos pisos ainda são fortemente referenciados pelo salário mínimo", assinala o Dieese. (Fonte: Brasília Confidencial)

Otimismo da indústria diminui, mas segue acima da média, aponta CNI

O otimismo dos empresários da indústria brasileira recuou ligeiramente de maio para junho, mas ainda permanece alto, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), calculado pela entidade, caiu 0,3 ponto, passando de 66,3 pontos em maio para 66 em junho. Trata-se da quinta queda consecutiva do indicador desde que ele atingiu o pico de 68,7 pontos em janeiro.

Ainda assim, o índice neste mês ficou 6,8 pontos acima da média histórica, que é de 59,2 pontos. O indicador vai de zero a 100 e leituras acima de 50 denotam otimismo. Foram consultadas 1.545 empresas, entre os dias 1 e 24 deste mês. Nas companhias de grande porte, o otimismo correspondeu a 67,1 pontos, maior que os 65,9 pontos registrados nas de médio porte e os 64,6 pontos verificados nas pequenas indústrias.

O gerente-executivo da CNI, Renato da Fonseca, explicou que as grandes empresas geralmente são mais otimistas porque, além de atenderem a mercados maiores, enfrentam menos dificuldades do que as médias e pequenas indústrias. A entidade ressaltou que o atual cenário positivo da economia nacional alimenta a confiança dos empresários com relação ao futuro. Apesar de recuar de 69,1 pontos em maio para 68,6 pontos em junho, o índice de expectativas para os próximos seis meses segue elevado, o que indica que a indústria vai manter o ritmo dos investimentos.

Os mais otimistas em junho são os empresários da construção civil, cujo índice marcou 66,4 pontos. O indicador da indústria de transformação foi de 65,1 pontos. (O Globo)

Tarifas bancárias têm diferença de até 275%, diz Procon

Diferença do valor cobrado em extratos mensais de conta corrente e poupança chega a 196,55%

As tarifas cobradas pelos principais bancos do País podem apresentar diferenças de até 275%, dependendo do serviço. É o que revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 24, pela Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), com dados de maio deste ano. Na comparação entre pacotes padronizados, que incluem um conjunto de serviços bancários básicos, a diferença de tarifa entre as instituições pode chegar a 90,48%.

De acordo com o levantamento, realizado em nove bancos (Itaú e Unibanco, na prática, já cobram as mesmas tarifas), a diferença de 275% aparece no serviço de cheque de transferência bancária: enquanto o Itaú Unibanco cobra R$ 0,40, Banco do Brasil (BB), Real, Safra e Santander cobram R$ 1,50. Já o fornecimento de extrato mensal de conta corrente e poupança custa R$ 1,45 no Banco do Brasil e no Bradesco, enquanto o HSBC cobra R$ 4,30 (diferença de 196,55%).

Nos pacotes padronizados, o maior preço é cobrado pelo Safra: R$ 20 por mês. Este valor é 90,48% maior que o do Itaú Unibanco, que cobra R$ 10,50. Segundo o Procon-SP, o valor médio dos pacotes padronizados é de R$ 14,90. Os demais pacotes que aparecem na pesquisa são do BB (R$ 13,00), do Bradesco (R$ 14,50), da Caixa Econômica Federal (R$ 15,00), do HSBC (R$ 17,00), da Nossa Caixa (R$ 12,50), do Real (R$ 18,00) e do Santander (R$ 18,00).

Por determinação do Banco Central (BC), o pacote padronizado inclui serviços de cadastro para abertura de conta, oito saques por mês, quatro extratos mensais, dois extratos referentes ao mês imediatamente anterior e quatro transferências mensais entre contas na própria instituição. Para realizar a pesquisa, o Procon-SP considerou a existência de um cliente que utiliza regularmente os principais serviços necessários para movimentação e controle de sua conta corrente. (Estado)

Dívida interna soma R$ 1,519 trilhão em maio

Crescimento de 1,79% ocorreu em função do impacto da correção dos juros no estoque da dívida e da emissão líquida de títulos.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMi) em títulos subiu R$ 26,650 bilhões em maio. Dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional mostram que a dívida alcançou, em maio, R$ 1,519 trilhão, com um crescimento de 1,79% em relação a abril. O aumento ocorreu em função do impacto de R$ 15,02 bilhões de correção dos juros no estoque da dívida e da emissão líquida de títulos, no valor de R$ 11,63 bilhões.

A parcela da dívida atrelada a títulos prefixados subiu de 32,93% para 33,65%. Já a parcela de títulos atrelados à Selic (a taxa básica de juros da economia) teve uma ligeira redução, de 35,95% para 35,70%. A participação de títulos corrigidos por índice da inflação caiu de 29,41% para 28,93%. Os títulos corrigidos pela taxa de câmbio corresponderam, em maio, a 0,66% do estoque da dívida. Em abril, essa parcela era de 0,64%.

A parcela da dívida a vencer em 12 meses subiu de 26,03% para 28,35%. Este é um indicador bastante observado pelos economistas, porque mostra a necessidade de financiamento no curto prazo. O prazo médio da dívida interna caiu de 3,43 anos para 3,36 anos.

De acordo com os dados do Tesouro Nacional, a dívida pública federal externa teve um aumento de 2,92% em relação a abril, encerrando o mês de maio em R$ 94,85 bilhões. O estoque da dívida pública federal total - que corresponde à soma das dívidas interna e externa - subiu 1,85%, o equivalente a R$ 29,34 bilhões em um único mês, alcançando R$ 1,614 trilhão.

O custo médio da DPMFi acumulado em 12 meses elevou-se de 10,76% ao ano em abril para 10,94% ao ano em maio, segundo os dados. O aumento ocorreu em função da maior variação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI). (Estado)

Anatel quer ampliar tarifa local na telefonia fixa

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende ampliar a definição de "área local" para as tarifas de telefonia fixa. A agência vai abrir na próxima terça-feira, dia 29, audiência pública para proposta de revisão do regulamento sobre áreas locais na telefonia fixa. A intenção da agência é ampliar ou criar mais áreas de municípios vizinhos em que poderá ser cobrada tarifa local.

Em nota, a agência informa que a proposta contempla 27 regiões metropolitanas e três regiões integradas de desenvolvimento. Se for colocada em prática, a alteração pode beneficiar até 63 milhões de usuários da telefonia fixa, segundo estudos iniciais da Anatel.

A proposta da Anatel pode beneficiar as seguintes regiões: Porto Alegre, Chapecó (SC), Curitiba, Maringá (PR), Londrina (PR), Campinas (SP), Baixada Santista (SP), Belo Horizonte, Vale do Aço (MG), Rio de Janeiro, Vitória, Distrito Federal e Entorno (DF/GO/MG), Goiânia, Cuiabá, Salvador, Petrolina e Juazeiro (BA/PE), Aracaju, Maceió (AL), Agreste (AL), Campina Grande (PB), João Pessoa, Recife, Natal, Cariri (CE), Fortaleza, Sudoeste Maranhense (MA), Teresina (PI/MA), Belém, Macapá e Manaus. (Estado)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Trabalhadores garantem aumento de produtividade e fazem jus à Participação nos Lucros e nos Resultados

Produtividade sobe mais que salários na indústria

No ano passado, 80% dos acordos coletivos registraram aumento real de renda, com reajuste médio de 2% acima da inflação.

Os salários estão subindo, mas a produtividade na indústria cresceu muito mais. Nos 12 meses encerrados em abril, a indústria de transformação ampliou sua produtividade em 4,7%, enquanto o custo salarial médio por trabalhador aumentou 1,9% no mesmo período. Na avaliação de economistas ouvidos pelo Valor, o crescimento mais intenso da produtividade em relação ao custo da folha de pagamentos cria uma folga para que a indústria acomode reajustes sem pressionar a inflação.

No primeiro semestre, algumas categorias importantes já negociaram acordos salariais com reajuste real superior a 2%, como os 2,4% dos trabalhadores da construção civil de São Paulo e os 3,2% dos operários da mesma categoria no Rio. Outros sindicatos menos representativos, como os trabalhadores nas indústrias de suco, negociaram ganhos reais de 2,5% para o piso salarial e 1,6% para os demais empregados.

Categorias mais fortes, como metalúrgicos e químicos, têm data-base no segundo semestre, período em que a pressão por reajuste real deve ser ainda mais intensa que em 2009. No ano passado, 80% dos acordos coletivos registraram aumento real de renda, com reajuste médio de 2% acima da inflação.

Na comparação entre os primeiros quatro meses de 2010 e igual período de 2009, a diferença entre a produtividade e os salários é muito maior - os ganhos de eficiência subiram 15% e os dos salários, 2,5%. Nessa comparação, em 15 segmentos analisados pelo Valor (a partir do cruzamento de duas pesquisas diferentes do IBGE), em somente três o aumento da folha de pagamento real por trabalhador superou os ganhos de produtividade. Para Flávio Castelo Branco, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o custo salarial cresceu menos porque durante a crise a indústria não cortou mão de obra na mesma proporção em que derrubou a produção.

Para Rogério Cesar de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os investimentos que estavam sendo realizados em 2008, antes da crise, maturaram ao longo de 2009 e permitiram à indústria aumentar sua produtividade, abrindo espaço para os salários. (Valor)

Capital aprova aumento de 33% para professor

Índice é superior a projeto enviado pelo Executivo; decisão beneficia 92 mil docentes e gera pressão política sobre o prefeito Gilberto Kassab.

Em ano eleitoral, com 23 dos seus 55 vereadores candidatos no pleito de outubro, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou aumento de 33,79% para os 92 mil professores ativos e inativos das escolas da rede municipal. O piso da categoria por 20 horas de trabalho saltará, caso a proposta seja sancionada pelo Executivo, de R$ 1.709 para R$ 2.287.

O reajuste foi possível após um inédito acordo entre as 14 lideranças da Casa, incluindo PSDB e PT. Os vereadores se uniram para derrubar o projeto original enviado ao Legislativo pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), cujo índice era de 28,41%. O novo aumento será escalonado em três parcelas de 10,19% a partir de 2011, mas a reposição para quem ganha o piso salarial da categoria será imediata por meio de um abono de R$ 488. Ao final dos três anos dos reajustes, em dezembro de 2013, o abono acaba. Para quem não ganha o piso, o aumento começa em 2011 em três parcelas.

A articulação da Câmara vai gerar forte pressão política sobre Kassab. A estratégia da bancada do PT no Legislativo, a segunda maior com 11 parlamentares, era a de tentar gerar um desgaste ao prefeito, que ainda não decidiu se vai vetar ou sancionar a proposta. A tendência é a de que a cúpula da campanha presidencial do candidato José Serra (PSDB) peça que o prefeito sancione a proposta. Se houver veto, os petistas pretendem explorar na campanha o aumento do governo federal aos aposentados como contraponto ao que foi feito com os docentes de São Paulo.

Impacto. O impacto do aumento costurado pelos vereadores na folha de pagamento do município será de R$ 682 milhões já neste ano, valor R$ 100 milhões superior aos gastos estimados com o aumento proposto pela Prefeitura, de 28,14%. "O governo teve um aumento de mais de R$ 1 bilhão de IPTU neste ano. Esse aumento de receita tem também de ser repassado em valorização ao funcionalismo", argumentou o vereador Aurélio Miguel (PR), líder do bloco político conhecido com "centrão", que agrega 16 vereadores.

O líder do PSDB, Carlos Alberto Bezerra, e o do governo, o também tucano José Police Neto, defenderam o aumento. "O governo teve um aumento de arrecadação forte. Essa atitude de a Câmara mudar o projeto não cria conflito com o governo de forma alguma. Existe fluxo de caixa que permite esse aumento", avalia Bezerra.

Presidente do Sindicato Municipal dos Professores Municipais, o líder do PPS, vereador Cláudio Fonseca, considerou o reajuste de 33,79% o mais adequado. O aumento aos professores também deve ser explorado pelos vereadores que vão tentar vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. (Estado)

Maior parte das famílias brasileiras gasta mais do que ganha, diz IBGE

De acordo com levantamento, 68% das famílias têm seus gastos desequilibrados; em 2003, porcentual era de 85%.

A maior parte das famílias brasileiras gasta mais do que ganha. Nada menos que 68,4% das famílias do País têm, em média, uma despesa mensal superior ao rendimento, segundo revela a POF 2008 e 2009. O levantamento mostra, porém, uma evolução no equilíbrio orçamentário familiar, já que, na pesquisa anterior, de 2003, 85% das famílias estavam com gastos desequilibrados.

Na camada mais baixa de renda da pesquisa, para rendimentos mensais de até R$ 830, as despesas médias mensais, no ano passado, totalizavam R$ 744,98, enquanto o rendimento médio era de R$ 544,21. A coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Márcia Quintslr, disse que, ainda que o desequilíbrio nas contas familiares ainda seja significativo, a redução do desequilibro em sete anos também é destaque. "É um período de aumento real do rendimento e da ocupação, então o maior equilíbrio no orçamento é resultado desses fatores", disse.

Como resultado desse aperto nas contas familiares, 75,2% das famílias entrevistadas revelaram que têm dificuldade para esticar a renda até o fim do mês. O resultado também é inferior à POF anterior (85,5%). Por outro lado, as famílias com "muita facilidade" para fechar o mês não ultrapassam 1% do total.

Renda — O rendimento das famílias brasileiras cresceu bem acima dos gastos desde o início do governo Lula. Segundo mostra o IBGE, o rendimento total médio mensal familiar chegava a R$ 2.763,47 em 2009 - de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares -, patamar 10,8% maior do que no início da atual gestão presidencial, em 2003. No mesmo período, as despesas aumentaram 5,98%.

A elevação de renda ocorrida em sete anos ocorreu nas transferências, que incluem os programas sociais federais, como o Bolsa Família, mas também aposentadorias e pensões e registraram um aumento, em valor, de 36,5% entre 2003 e 2009. No mesmo período, o rendimento do trabalho aumentou 9,17%.

No que diz respeito aos gastos, o destaque no período ficou com elevação das despesas ficou com a compra e reforma de imóveis (ou aumento do ativo, com 29% de alta nos gastos médios mensais) e no pagamento de dívidas, com alta de 11% nos sete anos de intervalo entre a POF relativa a 2002/2003 e a de 2008/2009, divulgada ontem.

Entre as regiões do País, o maior aumento de renda nos sete anos de governo foi registrado no Norte (19%), puxado sobretudo pelas transferências (alta de 47%). A menor variação no rendimento, abaixo da média nacional, ficou com o Sudeste (8,97%).

O aumento da renda familiar foi bem maior no campo do que na cidade. Enquanto na área urbana o rendimento médio mensal familiar foi de R$ 2.999,98 em 2009, com alta de 10,14% em relação a 2003, na área rural, apesar de bem inferior (R$ 1.481,91), o acréscimo foi bem maior no período, de 21,7%. Enquanto a renda com transferências nas cidades aumentou 35,2% em sete anos, no campo houve alta de 53%. (Estado)

Álcool ameaça 22% dos universitários

Esse é o índice de jovens sob risco de desenvolver dependência, segundo pesquisa da Senad nas 27 capitais. "Quanto mais precoce o uso, maiores as chances de dependência", diz um dos responsáveis pelo levantamento.
Um em cada cinco universitários brasileiros (22%) está sob risco de desenvolver dependência de álcool, de acordo com o mais recente levantamento realizado em universidades públicas e privadas do país.
O risco é considerado moderado para 19,2% e elevado para 2,6%, segundo a pesquisa encomendada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas). Para o estudo, foram entrevistados cerca de 18 mil estudantes, nas 27 capitais do país em 2009.
O risco foi calculado levando em conta um teste desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre frequência e consumo pesado de bebidas.
O levantamento também mostrou que o perigo quanto a uma possível dependência de álcool é maior para os homens (29%) do que para as mulheres (16%).
"Quanto mais precoce o uso de álcool, maiores as chances de desenvolver uma dependência alcoólica", disse o médico Arthur Guerra, um dos responsáveis pelo levantamento.
Os dados revelam que o jovem brasileiro começa a beber cedo -80% dos universitários com menos de 18 anos responderam já ter consumido bebida alcoólica.
Além disso, dentro das faixas etárias, os jovens de 18 a 24 anos são os que mais bebem.
O consumo pesado (cinco ou mais doses para homem e quatro ou mais doses para mulheres, num período de duas horas) atinge um patamar preocupante.
Um em cada quatro universitários afirmou ter bebido nesse padrão nos 30 dias anteriores ao teste. (Folha)

Crédito segue em alta no Brasil, apesar de custo mais elevado, diz BC

O crédito total disponibilizado pelos bancos brasileiros cresceu 2,1% em maio e alcançou o volume recorde de R$ 1,3 trilhão. A expansão ocorreu a despeito de um encarecimento dos empréstimos, mostrando que o aperto monetário ainda não desaqueceu o que tem sido um dos grandes motores da atividade.

O estoque de crédito somou o equivalente a 45,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no mês passado, informou o Banco Central nesta quarta-feira. O BC prevê que essa relação siga aumentando e feche o ano em 48%, mas destacou que o ritmo de alta não preocupa.

"A trajetória de crescimento do crédito prossegue de forma compatível com o dinamismo da atividade econômica e com a manutenção de indicadores positivos no mercado de trabalho, elementos que continuam impulsionando projetos de investimento e gastos de consumo", destacou o BC em comunicado.

Em meio a preocupações com um superaquecimento da economia, o BC elevou a taxa básica de juro em 1,5 ponto percentual desde o final de abril .

"Os efeitos da política monetária mais apertada devem demorar a se fazer sentir sobre o crédito, começando a ocorrer de forma mais importante no último trimestre do ano", avaliou a consultoria Rosenberg & Associados em relatório.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirmou que, em um primeiro momento, as instituições conseguem contornar parte do efeito da elevação do juro aumentando os prazos dos financiamentos oferecidos aos clientes. "Mas há um limite para isso", disse.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos subiu 0,6 ponto percentual ante abril, para 34,9% ao ano.

Esse encarecimento refletiu a elevação dos custos de captação dos bancos, uma vez que o spread bancário ficou quase estável. O spread -que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores finais- teve alta de 0,1 ponto, a 23,9 pontos percentuais.

Para as pessoas físicas, o juro médio aumentou 0,4 ponto percentual, para 41,5% ao ano. No caso das empresas, a alta foi de 0,7 ponto, a 27% ao ano.

A inadimplência ficou estável em 5,1% em maio pelo terceiro mês e o BC prevê que essa será a tendência do indicador também para os próximos meses. Segundo Altamir, o emprego e a renda elevados sustentarão os pagamentos em dia, mesmo diante de um encarecimento dos empréstimos.

O BC reviu suas projeções para a alta do crédito de bancos públicos e privados em 2010. A nova estimativa é que o crédito de bancos públicos cresça 20% no ano, ante elevação de 24% dos bancos privados nacionais e de 9% dos estrangeiros.

O estoque total de crédito deverá ter expansão de 20% no ano, segundo o BC. (Globo)