quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Copa do Mundo e Olimpíadas aceleram investimentos em Educação e Qualificação

UGT trata a Educação como âncora do desenvolvimento

(Postado por Antonio Bittencourt Filho, secretário de Políticas Educacionais da UGT) — O Ministro Carlos Lupi lançou na última 6ª feira – 27/08, o projeto de qualificar 150 mil trabalhadores até 2014, nas áreas de serviços de apoio com vistas a otimização do atendimento ao público alvo da copa do mundo de futebol. Será este o momento em que o Brasil ficará visível para o mundo em todos os seus detalhes, fato que justifica a iniciativa do governo em preparar pessoas para atender bem as delegações estrangeiras, turistas, imprensa, sem esquecer o público interno. A UGT destaca a relevância do investimento na qualificação destes trabalhadores tanto pelo preparo na acolhida dos visitantes, quanto pela geração de empregos e melhoria do nível de atendimento aos cidadãos brasileiros e turistas internacionais pós copa do mundo e véspera das olimpíadas de 2016. Nossa Central congrega trabalhadores que certamente estarão envolvidos nos cursos a serem abrigados pelo PLANSEQ, envidará todos os esforços, inclusive através dos seus institutos e escolas de qualificação profissional, no sentido de colaborar para a obtenção dos objetivos e metas planejadas. Conforme dispõe seus atos constitutivos, a UGT tem a educação, seja ela formal ou informal, como âncora do desenvolvimento de todos os setores do país. A essencialidade da educação profissional deve ser vista como forma de adequação do trabalhador às necessidades do mercado de trabalho, portanto, deve ser contínua e inovadora. Se esta não vem sendo a política do governo, agora ante o fato concreto e gigantesco como é o caso da copa do mundo, nosso despertar tem tempo hábil para proporcionar aos trabalhadores a qualificação da qual precisa. Com isto, todos ganham: os trabalhadores, os setores produtivos e os governos. Quem vir de fora não terá somente uma boa impressão do Brasil, terá a certeza de que o nosso nível de relacionamento com o mundo é bom mesmo. Além deste engajamento, a UGT irá discutir internamente, via Secretarias de Políticas Educacionais e de Qualificação Profissional, formas e meios de garantir o uso eficiente do dinheiro a ser investido, advindo do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) - que é dinheiro do trabalhador, para que os resultados da qualificação atinjam os níveis que desejamos, que o Brasil anseia e que o mundo espera.

Leia o clipping do dia:

Distribuição de renda gerou 930 mil vagas, diz BNDES

Estudo realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) afirma que a queda na desigualdade de renda no país foi responsável por 6% da criação de postos de trabalho no período de 2001 a 2008.
O impacto é equivalente a 25% das novas vagas criadas em seis regiões metropolitanas no país.
Nos cálculos de André Sant'Anna e Beatriz Meirelles, da equipe de Pesquisa Econômica do BNDES, o impacto redistributivo criou 930 mil empregos nesse período, ou 116 mil a cada ano.
A conta compara uma expansão com e sem distribuição de renda no mercado de trabalho. Além disso, leva em conta a propensão maior para consumo dos mais pobres.
Os 50% de menor rendimento gastam, em média, 122% do que ganham, o que sinaliza o endividamento dessas famílias para consumir. Os 10% mais ricos gastam em média 61% da renda.
Os empregos gerados em razão da queda da desigualdade estão ligados principalmente a atividades mais intensivas em trabalho.
No período de 2001 a 2008, os 10% mais pobres registraram um crescimento real da renda de 8% ao ano. Na média do país, a expansão foi da ordem de 2,7% ao ano. (Folha)

Senado aprova adicional de periculosidade para porteiro

Projeto de lei estende para vigilantes o pagamento, o que abrange trabalhadores de condomínios. Se aprovada na Câmara e sancionada pela Presidência, proposta elevará em até 20% o custo para os moradores

O Senado aprovou ontem a extensão do pagamento de adicional de periculosidade para vigilantes na área pessoal ou patrimonial. Se o projeto for aprovado na Câmara, eles poderão ter acréscimo de 30% nos salários.
Na prática, a proposta abrange trabalhadores de condomínios, como porteiros e vigias, o que, para especialistas, acarretará aumento de até 20% no valor mensal pago pelos condôminos.
O texto altera a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ao reconhecer como atividades perigosas -com direito ao adicional- aquelas em que o trabalhador pode sofrer roubos e "outras espécies de violência física" como profissional de segurança.
Atualmente, a lei inclui só trabalhadores que tenham contato permanente com inflamáveis ou explosivos.
O projeto, no entanto, determina que o adicional não seja cumulativo com acordos coletivos já firmados.
NOVA VOTAÇÃO — Apesar de já ter sido aprovado na Câmara, como o texto passou por mudanças no Senado, segue para nova votação pelos deputados. Se aprovado, vai para a Presidência da República, que pode sancioná-lo ou vetá-lo.
Os senadores endureceram a proposta. No texto da Câmara, o adicional seria pago a todos que exercem atividades com risco de roubo, violência física, acidentes de trânsito ou de trabalho.
Relator do projeto na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado, João Tenório (PSDB-AL) mudou o texto ao manter o benefício só para vigilantes.
"O modelo da Câmara acarretaria aumento de 30% no custo do salário de quase todas as categorias", disse.
Segundo ele, "o adicional de periculosidade deve compensar o exercício daquelas atividades que expõem, de modo permanente, o trabalhador a risco acentuado".
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a mudança foi consequência do efeito que o texto teria sobre muitas categorias. "Ele passou a caracterizar melhor a questão do risco de vida para vigilantes." (Folha)

12% das famílias devem 5 vezes a sua renda

Pesquisa do Ipea revela que, em média, a dívida do brasileiro é de R$ 5.427; para 8,1%, débito é de até metade do rendimento. Mais da metade (54%) das famílias tem algum débito; economistas veem endividamento do brasileiro como baixo.

O endividamento de 12% das famílias brasileiras supera em cinco vezes sua renda familiar mensal, segundo pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado à Presidência da República.
Apesar desse dado, o nível de endividamento do brasileiro ainda é considerado baixo pelos economistas.
O levantamento do Ipea apontou que 54% das famílias têm alguma dívida a pagar. Em média, essas pessoas devem R$ 5.427.
Os números compõem o IEF (Índice de Expectativas das Famílias) do instituto de pesquisa, resultado de 3.810 entrevistas em 214 cidades do país. A medição leva em conta apenas a percepção de cada família sobre dívidas.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, analisa que o nível de endividamento mostrado pela pesquisa ainda é "extremamente baixo" se comparado ao dos EUA e ao de alguns países europeus.
No Brasil, para cerca de 8,1% das famílias, o débito corresponde a até metade do rendimento mensal.
Para 12,6% das famílias, o endividamento é equivalente a entre uma e duas vezes a renda mensal.
Outros 8,6% das famílias disseram que comprometem de duas a cinco vezes a renda familiar mensal com esses débitos.
O valor considerado na análise é o total devido, mesmo que seja parcelado.
TENDÊNCIA DE ALTA — Segundo o presidente do Ipea, diante da expansão econômica e do aumento de renda, a tendência é que as dívidas cresçam.
"As famílias de menor renda têm um grau de exclusão bancária maior. À medida que ganham mais, passam a ter mais acesso a crédito."
O economista Alex Agostini, da consultoria Austin Rating, concorda que o volume de crédito no país ainda tem bastante espaço para crescer.
De acordo com Agostini, a inclusão de um grande contingente de famílias nas classes C e D e as taxas de juros elevadas em várias modalidades de crédito encorajam os bancos do país a ampliar o volume emprestado.
Ele também destaca que, apesar de a concessão de crédito ter se acelerado, a inadimplência está controlada.
OTIMISMO — Mesmo endividada, a maior parte dos brasileiros -73%- avalia estar em melhor situação financeira do que há um ano.
Ainda assim, a maior parte das famílias diz não ter condições de pagar contas atrasadas.
Do total pesquisado, 37,8% responderam que não terão como quitar essas dívidas. Para outros 36,7%, as contas vencidas poderão ser pagas de forma parcial.
Já 22,8% consideram que vão pagar integralmente as contas em atraso. O restante afirmou não saber. (Folha)

Às vésperas dos 20 anos do Código de Defesa do Consumidor, especialistas apontam problemas do setor de telefonia

"O Código de Defesa do Consumidor (CDC) é uma jabuticaba". A definição de Ricardo Morishita, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça (MJ), usa a figura da fruta tipicamente brasileira para ressaltar a singularidade da lei que no dia 11 de setembro completa 20 anos, inspirando legislações mundo afora. Analisar o caminho percorrido e pensar as próximas décadas da defesa do consumidor é a proposta da série de reportagens desta seção, iniciada nesta quarta-feira e que se estenderá até o fim do mês.

- Há 20 anos, quem reclamava era chato. Agora tem-se o entendimento de que foi a reclamação desses consumidores que ajudou a construir o hoje. Foram grandes avanços na proteção de direitos dos consumidores, construídos pari passu com a cidadania. O amanhã traz novos desafios, e por isso é preciso exercer nossos direitos e ser vigilantes sempre - diz Morishita.

E quando se fala em pontos a avançar na garantia de direitos, o setor de telefonia logo vem à cabeça. Há cinco anos, o setor se mantém no topo do ranking de reclamações do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que reúne as queixas, não solucionadas, registradas em Procons de 23 estados e mais o do Distrito Federal.

Na avaliação de Robson Campos, diretor de Atendimento do Procon-SP, nos últimos 20 anos os problemas vêm se repetindo nesse segmento, principalmente quando se fala em cobrança indevida, contratos e prestação de serviço diferente do ofertado:

- Novos problemas têm se inserido no rol da telefonia, num ritmo maior do que a solução dos antigos - afirma Campos, que divide o setor em antes e depois da privatização. - Antes da privatização tínhamos uma restrição do acesso à telefonia, com espera por longos anos, preços altos e até atravessadores. No entanto, a privatização não trouxe a prometida universalização da telefonia fixa, em boa parte pelo custo continuar alto e pela cobrança de assinatura básica. Se o serviço se expandiu, os problemas de qualidade se multiplicaram.

Para especialista, origem dos problemas está na privatização — Na avaliação de Virgílio Freire, consultor em telecomunicações, ex-presidente da Vésper e da Lucent, a origem do problema está na forma como foi feita a privatização:

- Países como Inglaterra e Estados Unidos fizeram a privatização pulverizando ações na bolsa. Como o acionista é o cidadão, a gestão é feita buscando o melhor para o povo. Aqui o governo optou por concentrar a venda e não criou mecanismos de regulação eficiente. De lá para cá a fiscalização e a regulação só pioraram. E a tendência é ficar ainda pior, principalmente pela convergência das tecnologias. O orçamento e o quadro de funcionários da Anatel não dão conta do setor.

A visão de Cesar Rômulo Silveira Neto, secretário- geral da Telebrasil - Associação Brasileira de Telecomunicações, é muito diferente da de Freire e dos especialistas em defesa do consumidor. Ele critica a forma de divulgação dos números pelo DPDC, por não haver ponderação entre as queixas e a base de clientes:

- Pelos números do DPDC, entre 1 de dezembro de 2008 e 30 de novembro de 2009, temos 639 reclamações por mês, o que equivale a três demandas por milhão de usuários. O que é muito pouco. Não temos dúvidas de que prestamos o melhor serviço público do país. Entendemos que a satisfação é gigantesca.

A avaliação dos consumidores que escrevem a esta seção, no entanto, não bate com a de César Rômulo. Recordista de queixas sobre telefonia na Defesa do Consumidor este ano - com oito reclamações contra Claro, Oi e TIM -, Eduardo de Carvalho Abreu acha que a qualidade dos serviços piorou:

- Acho que o atendimento das operadoras melhorou, mas o serviço em si está cada vez pior.

Professor de sociologia, Rafael Conrado adora celulares - tem três - mas detesta a qualidade do serviço. Só este ano, enviou sete queixas à seção, contra Claro, TIM e Vivo:

- Já enfrentei problemas com desbloqueio, cobranças indevidas e descumprimento do contrato por parte das operadoras. Reclamar aos call centers e à Anatel não adianta. Sinto falta de um controle de qualidade maior.

Consultada, a Anatel afirmou que não teria um porta-voz para comentar o assunto.

Último avanço: definição de celular como produto essencial — Nos últimos dois anos, a Lei do SAC foi um marco. Da mesma forma, a união do DPDC aos Procons para processar operadoras que a desrespeitavam, com uma possibilidade de multa da ordem de R$ 300 milhões. A última conquista foi a definição do celular como produto essencial, destaca Campos, do Procon-SP, o que garante a troca imediata ou a devolução do dinheiro em caso de aparelho com defeito. Isso porque os fabricantes de aparelhos celulares já são maiores motivadores de reclamações no Sindec.

Segundo Ellen Gonçalves, vice-diretora do grupo de telecomunicações da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a quantidade de queixas vem diminuindo, enquanto o número de aparelhos vem aumentando. Ela afirma que, em 2009, as queixas representaram apenas 0,05% dos celulares vendidos.

- A prova de que os fabricantes estão dispostos a melhorar essa relação é a criação, em maio, do código de autorregulamentação dos produtores de celulares. Em 2010, as reclamações deverão cair como fruto dos investimentos das empresas no pós-venda.

Tanto Abinee quanto Telebrasil entendem que o maior desafio é a informação ao consumidor diante do avanço tecnológico. O Procon-SP concorda, mas vai mais além:

- As práticas comerciais, principalmente na fase pré-contratual, precisam se basear no CDC, na hora da oferta, da elaboração da publicidade. Não tem fórmula mágica.

Já as empresas dizem que investem em tecnologia e treinamento de pessoal. A Claro destacou que "se comprometeu proativamente junto ao DPDC e já registrou melhorias significativas desde que a pesquisa foi iniciada". A Oi ressaltou que atuou na implementação de reivindicações dos consumidores, como universalização da telefonia fixa, expansão da móvel, mudança na cobrança de pulsos para minutos, detalhamento de contas e portabilidade.

A TIM informou que o número de queixas pelo call center, no segundo trimestre deste ano ,caiu 40%, em relação ao mesmo período de 2009. A operadora lembrou também que fez acordos para redução de reclamações fundamentadas com o DPDC e o Procon-SP. A Vivo ressaltou o fato de ser a operadora com melhor posição no ranking de atendimento da Anatel. (O Globo)

Indústrias se preparam para um Natal ‘forte’

Pesquisa da FGV revela que 57,1% esperam que a situação dos negócios, em seis meses, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009.

Os fabricantes de produtos industrializados se preparam para um Natal forte neste ano, apesar da desaceleração do Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrada em agosto pelo terceiro mês consecutivo, apontam os indicadores da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas.

No mês passado, 57,1% das 1.173 indústrias consultadas pela FGV informaram que esperam que a situação dos negócios em seis meses, período de agosto a janeiro, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009. Segundo a sondagem, apenas 3% esperam piora e 39,9% acreditam que vão repetir o desempenho do ano passado. Em agosto de 2009, quando a economia estava turbinada pelos benefícios fiscais, o cenário para os negócios em seis meses não era tão favorável: 44,1% das indústrias esperavam uma melhora nos negócios em relação ao ano anterior; 20%, piora e 35,9% apostavam na manutenção.

"Os dados sinalizam um bom fim de ano para produção industrial", afirma o coordenador de sondagens conjunturais da FGV, Aloisio Campelo.

Dois outros dados revelados pela enquete confirmam o cenário favorável para o fim de ano: a produção e o emprego previstos para três meses, isto é o período que vai de agosto a outubro, tido como o Natal para as fábricas. Segundo a sondagem, 30,6% pretendem contratar em três meses e 9,2% demitir. Em agosto de 2009, 23,6% das empresas planejavam contratações e 16,2% demissões. Para Campelo, a disposição da indústria de contratar já foi maior entre fevereiro e maio deste ano. "Mas se a indústria estivesse perdendo a confiança num horizonte mais longo, ela não estaria tão contratante", observa o economista.

Quanto à produção prevista para o período agosto a outubro, os resultados de agosto de 2010 são praticamente os mesmos de agosto do ano passado. Em agosto deste ano, 43,7% das empresas planejam uma produção maior para três meses, ante 44,7% no ano passado. Já a fatia de empresas que programam redução na produção está neste ano em 12,1% e era de 13,1% em agosto de 2009.

Confiança — Pelo terceiro mês consecutivo, o ICI recuou. Em agosto, o indicador ficou em 112,9 pontos, com queda de 0,6% na comparação com julho, nos dados com ajuste sazonal. Mas na comparação com agosto do ano passado, a alta é de 12,1%.

Mesmo com essa desaceleração, Campelo observa que o nível da confiança da indústria é bem próximo ao período pré-crise. Entre julho de 2007 e junho de 2008, o ICI ficou em 114,2 pontos. Agora está em 112,9 pontos. "Os resultados indicam crescimento moderado da produção.

Também o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da indústria com ajuste sazonal recuou em agosto pelo segundo mês seguido, de 85,1 em julho para 84,9% no mês passado. Na opinião de Campelo, a queda reflete a maturação de investimento, já que os estoques das fábricas estão normais. Em agosto, a fatia de empresas com produto excessivo e insuficiente era idêntica. (Estado)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Apoiar micro e pequenas empresas com incentivos fiscais e exigir empregos decentes

Distribuição de renda se dá através das micro e pequenas empresas

(Postado por Marcos Afonso de Oliveira) — A pesquisa do Dieese e do Sebrae confirma a tese da UGT que as micro e pequenas empresas, alem de geradoras de empregos, são também o canal pelo qual se dá a distribuição de renda no Brasil. Geralmente, estas empresas surgem do sonho e da garra pessoal, muitas delas comandadas por jovens, como mostra outra pesquisa do Sebrae, e confirmam que através do emprego que geram conseguem, também, distribuir renda através de salários. Da parte da UGT e dos nossos sindicatos filiados apoiamos a desburocratização para se criar tais empresas, com redução da carga tributária e dos juros e exigimos, como contrapartida, respeito aos direitos trabalhistas, uma jornada de trabalho mais humana e incentivos para que as empresas cresçam e ajudem o Brasil a consolidar seu mercado interno.

Micro e pequenas empresas reúnem mais da metade de empregos formais no Brasil

Mais da metade dos empregos formais no Brasil se encontra nas micro e pequenas empresas. De acordo com o terceiro Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa (MPE), que será lançado nesta terça-feira pelo Sebrae e o Dieese, dos 24,9 milhões de empregados formais, 52,3% (13 milhões de pessoas) trabalhavam nesse tipo de estabelecimento. O número de empregos formais no setor cresceu 36% desde 2002, quando somavam 9,5 milhões, até 2008.

As MPEs responderam por 73,7% dos empregos formais do comércio, 48,7% na construção, 42,9% em serviços e 42,5% das vagas com carteira da indústria. A maior parte das empresas está no interior. Do total de empregos formais gerados por MPEs, 35,1% encontravam-se nas capitais e 64,9%, fora delas.

Empresas de pequeno porte resistiram mais à crise — O Anuário cruza dados sobre emprego e renda no país da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese e do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, utilizando números de 2008 (os últimos disponíveis).

As empresas de pequeno porte resistiram mais à crise do que as grandes. Pelos dados do anuário, em 2008, as micro e pequenas empresas geraram 1.035.297 novos empregos líquidos, ou seja, contabilizando as admissões menos as demissões. Já as médias e grandes geraram somente 219.377 novos empregos líquidos formais em 2008, ano em que a crise financeira internacional atingiu seu ponto máximo.

O anuário mostra que a maior parte das microempresas é tocada pelos proprietários. Das 5,486 milhões de microempresas, 3,703 milhões não têm empregados (67,4%). No Rio, este percentual chega a 60,9%. Das 368 mil microempresas fluminenses, 224 mil não tinham empregados. O levantamento aponta ainda que 61,3% dos empreendedores não têm sócios. O Rio conta com 659 mil pequenas empresas.

Entre as MPEs, os setores que mais geraram postos de trabalhos líquidos foram: comércio (348 mil), serviços (317 mil), construção civil (202 mil) e indústria (169 mil).

Em 2008, as MPEs foram responsáveis por 39,4% da massa de salários paga aos empregados formais na economia. A remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 928. Este valor é 25% menor do que o valor médio pago pelas médias e grandes empresas, que chegava a R$ 1.235.

Remuneração é melhor na região Sudeste — Mas essa remuneração varia de acordo com a região. A renda média mensal dos empregos formais das MPEs no Sudeste foi de R$ 1.022, no Sul chegou a R$ 923, no Centro-Oeste R$ 845, no Norte a R$ 769 e no Nordeste a R$ 682.

Por setores, a remuneração média mensal dos empregos formais das MPEs foi de R$ 1.046 na indústria, R$ 981 na construção, R$ 942 no setor de serviços e R$ 841 no comércio. Por porte, nas microempresas a remuneração média mensal foi de R$ 797 e nas pequenas empresas foi de R$ 1.044. (O Globo)

Empreendedores estão mais jovens

Estudo do Sebrae-SP revela crescimento na participação de empresários com até 24 anos de idade na abertura de novos negócios

Como psicólogo, Bruno Grossman se saiu um grande sorveteiro. Ele não entendia nada de sorvetes, mas, aos 26 anos, já fazia alguma ideia de como gerir o próprio negócio. Afinal, vinha se aventurando pelo mundo do empreendedorismo desde os 22 anos, quando abriu uma consultoria de marketing. Em 2008, ele inaugurou a primeira unidade de uma rede de sorveterias de iogurte, a Yoggi, e este ano já espera faturar R$ 97 milhões, com 25 pontos espalhados pelo Brasil.

Grossman é considerado no mercado um exemplo de sucesso de uma geração que inicia o negócio próprio cada vez mais jovem. Pesquisa divulgada recentemente pelo Sebrae-SP mostra que a participação de empresários de até 24 anos de idade na abertura de novos negócios subiu de 4% para 14% em uma década. "É resultado de uma estatística que não fecha: a quantidade de jovens que deixam as universidades não bate com a de empregos ofertados pela economia", explica o diretor superintendente do órgão, Ricardo Tortorella.

Soma-se a isso o alto nível de informação (e de inquietação) da chamada geração Y, formada por nascidos após a década de 80. A Yoggi, de Grossman, é resultado dessa combinação. Não é fácil provar ao mercado que um "garoto" pode administrar milhões. Foram os contratos da consultoria de marketing e o investimento de terceiros que garantiram a ele ter seu próprio negócio. "Já estou até calejado, apesar de ser tão novo. Lidei com pessoas veteranas em negócios muito difíceis", conta.

Os jovens também têm se destacado no segmento de franquias. Na Franchising Store, consultoria que gerencia 70 marcas nesse segmento e seleciona franqueados, mais de 60% dos candidatos têm até 35 anos de idade. "Apesar de terem pouca experiência, esses jovens estão muito ‘linkados’ ao mercado", diz a sócia diretora Filomena Garcia. Segundo ela, a maioria desses jovens empresários costuma abrir o negócio em consórcios com amigos ou com recursos da família. "Raramente, recorrem a recursos de terceiros", diz.

Mortalidade — A Yoggi, com sede no Rio de Janeiro, passou há pouco tempo por um dos períodos mais complicados de uma empresa: o primeiro ano. E já tem planos ousados de expansão que preveem a abertura de 300 lojas até 2012. Segundo o estudo do Sebrae, as chances de sobrevivência no mercado independem da faixa etária dos proprietários. Em 2007, por exemplo, pessoas entre 18 e 24 anos foram responsáveis por 15% da abertura de empresas e por 15% do fechamento. Entre empreendedores com mais de 50, o porcentual foi de 14%.

O catarinense Rui Luiz Gonçalves, hoje com 45 anos, criou aos 22 uma empresa de software para engenharia civil, a AltoQi, que detém atualmente 70% do mercado brasileiro. Além de contratar jovens, ele lidera projetos sociais que incentivam o empreendedorismo no campo da tecnologia. "Esse é o melhor período da vida para se abrir um negócio porque é quando podemos correr mais riscos." (Estado)

CNI: construção civil seguiu em expansão em julho

O nível de atividade da construção civil manteve-se em crescimento em julho, de acordo com sondagem do setor divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima de 50 pontos indicam crescimento, o indicador de julho chegou a 54,9 pontos, após ter atingido 53,8 pontos no mês anterior.

A sondagem também mostra que o setor continua aquecido, acima do usual para o período. Na avaliação que compara o nível de atividade com a média esperada para julho, o indicador persistiu acima dos 50 pontos de referência, chegando a 55,4 pontos. Em nota, o economista Danilo Garcia, da CNI, destacou que julho foi o sexto mês seguido de expansão para o setor. "Os segmentos de construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços especializados cresceram em julho", destacou.

Por isso, os empresários do setor entrevistados pela CNI mantiveram o otimismo em relação aos próximos meses, ainda que com menor intensidade. Pela mesma metodologia, o indicador que mede as expectativas em relação à atividade nos meses à frente registrou 63,7 pontos, ante 65,2 pontos no mês anterior.

As expectativas com relação a novos empreendimentos e serviços (64,4 pontos) e compras de matérias-primas (63,1 pontos) também se situaram bem acima da referência de 50 pontos. A sondagem foi realizada entre os dias 2 e 18 de agosto com 438 empresas, entre as quais 210 pequenas, 174 médias e 54 de grande porte. (Estado)

Portabilidade numérica beneficia 6,26 milhões de usuários em dois anos

Após dois anos de sua implantação, o serviço de portabilidade numérica no Brasil já beneficiou 6,26 milhões de usuários, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom) - entidade administradora da portabilidade.

A portabilidade numérica oferece a possibilidade de migrar de uma operadora para outra e manter o número de telefone fixo ou móvel. Do total de beneficiados, os usuários de telefonia móvel foram os que mais solicitaram o serviço, sendo 70%, o equivalente a 4,36 milhões de solicitantes.

A portabilidade também está disponível para a telefonia fixa, mas apenas 1,90 milhão, o equivalente a 30% do total de assinantes de fixo, solicitou o serviço. Os dados levam em conta o período acumulado desde 1º de setembro de 2008 a 29 de agosto de 2010.

A portabilidade foi implantada gradativamente há dois anos. Primeiramente, em oito DDDs, o 14 e 17 (SP), 27 (ES), 37 (MG) 43 (PR), 62 (GO), 67 (MS) e o 86 (PI), e estendida aos demais durante um período de sete meses. Hoje, o serviço está presente em 67 DDDs e pode ser feito em até três dias.

Por nota, a ABR Telecom diz que o serviço está consolidado no país. "Quando a portabilidade numérica completou um ano de início de implantação, 2 milhões já tinham migrado de operadora mantendo o número do telefone. Hoje, são 6 milhões os beneficiados." (O Globo)

Petroleiros farão greve de advertência

Os petroleiros aprovaram paralisação de oito horas na próxima sexta-feira, para dar força à campanha salarial e por questões de saúde e segurança. A data-base para o reajuste salarial é o dia 1º de setembro, que chegará sem um acordo entre trabalhadores e empresa. O estado de greve poderá ser ampliado caso a Petrobras não avance nas negociações.

De acordo com o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antonio Moraes, a estatal propôs reajuste salarial baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, além de 1% a 2% de aumento real, dependendo da categoria.

A proposta foi rechaçada pelos petroleiros, que querem reajuste indexado ao Índice de Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese, além de 10% de aumento real. "Vamos parar por um dia apenas, como advertência. Depois a gente espera que a empresa retome a negociação em outro patamar, senão vamos pensar em medidas mais drásticas", disse Moraes.

O objetivo, segundo ele, não é paralisar a produção, já que ainda se trata apenas de um protesto. Tanto sindicatos ligados à FUP como os independentes pediram aos trabalhadores que não efetuem a troca de turno na manhã de sexta-feira. Os trabalhadores que entrarem na noite de quinta-feira devem permanecer nos postos.
A redução na produção pode acabar acontecendo em alguns pontos devido às reivindicações relacionadas às questões de saúde e segurança. Os trabalhadores querem participar das discussões sobre a necessidade de manutenção das plataformas.
Além disso, farão operações-padrão, seguindo estritamente as normas de segurança, o que pode levar, segundo o coordenador-geral da FUP, a paralisações de algumas máquinas que não estiverem enquadradas nos moldes esperados de segurança.
Os sindicatos pedem que a Petrobras tenha "ação mais democrática" em relação à saúde e segurança dos trabalhadores. "Por exemplo, temos um acordo que dá aos sindicatos o direito a indicar um representante para as reuniões da Cipa. Isso é feito em terra, mas não nas plataformas, porque a Petrobras não garante o embarque para que participem das reuniões", disse Moraes.
A FUP pede ainda que a Petrobras crie um fundo garantidor para que terceirizados tenham assegurado o fundo de garantia. O diretor-geral disse que, muitas vezes, as empresas contratadas pela Petrobras não depositam a sua parte para o trabalhador. (Valor)