terça-feira, 28 de setembro de 2010

Trabalhadores brasileiros gastam no mercado interno os ganhos reais de seus salários

Economia brasileira sentirá impacto positivo da transferência de renda para os trabalhadores, mas precisamos de ampliar ainda mais a distribuição de renda

Teremos um dos melhores Natal de todos os tempos no Brasil. Em parte devido aos acertos econômicos e, em parte, com o consumo que os trabalhadores brasileiros farão a favor de suas famílias com os ganhos reais que conquistaram nos últimos anos. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, por exemplo, conquistou nos últimos cinco anos mais de 40% de aumento real. E neste ano tenta bater o seu recorde de recuperação e de ampliação dos salários em termos reais, se bem que tenhamos que lidar com um patronato atrasado que não percebe a importância de transferir renda para seus empregados como uma forma de gerar ganhos para o próprio setor. Falta muita coisa a ser feita. A luta pela inclusão social continua e ainda não conseguimos sequer arranhar a péssima distribuição de renda no Brasil. Temos ainda 1% da população controlando metade da riqueza. E os 99% restantes com todo o resto da riqueza e da pobreza acumuladas. É uma situação que não pode ficar assim e que nos estimula, a UGT e as demais centrais, a manter a mobilização para buscar um Brasil mais justo e mais igual. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Ganho de renda dos trabalhadores injetará R$ 106 bi na economia

O aumento real na renda dos trabalhadores brasileiros, em torno de 5% este ano, vai representar uma injeção de recursos da ordem de R$ 106 bilhões na economia do país até o fim de 2010. A estimativa foi feita nesta segunda-feira pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, durante divulgação do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), que apontou que 74% das 3.810 famílias ouvidas na pesquisa consideram sua situação melhor hoje que um ano atrás. Com relação ao futuro, 59,95% disseram que esperam continuar melhorando financeiramente nos próximos 12 meses.

Para Pochmann, a forte expansão do emprego e da renda este ano em relação ao ano passado, período de desaceleração econômica causada pela crise financeira global, explica o otimismo dos brasileiros. Os recursos do aumento da renda somados aos R$ 88,3 bilhões previstos para entrar na economia por causa do 13 salário, devem garantir o melhor Natal da história do país, afirmou Pochmann.

Pelo estudo do Ipea, 53,8% das famílias disseram que este é o melhor momento para comprar bens duráveis, como televisão e geladeira. Além disso, 47,73% informaram que não têm dívidas, contra apenas 10% das famílias que disseram que estão muito endividadas.

- Tudo indica que teremos o melhor final de ano da história do país - previu Pochmann. (Globo)

Pesquisa do Ipea mostra que 74% das famílias veem sua situação financeira melhor hoje

Regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%

A situação financeira está melhor hoje do que há um ano para 74% do conjunto das 3.810 famílias consultadas pela segunda edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), apurado em setembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 18% das famílias se dizem em pior situação atualmente do que há um ano.

As regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%, respectivamente, - seguidas de perto pelo Centro-Oeste, com 76,49%. Já nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de famílias otimistas é levemente inferior, apesar de ainda permanecer elevada na escala do IEF, com 71,53% e 70,34% respectivamente.

Com relação às expectativas futuras da situação financeira de suas famílias em 12 meses, 77,32% dos entrevistados creem que estarão em melhores condições, enquanto 7,56% anteveem piora. Sobre a expectativa das famílias em relação ao consumo, 53,81% das famílias pensam que o presente seja um momento ideal para comprar bens de consumo duráveis, contra 37,27% que afirmam que este não é o momento mais indicado.

Na região Nordeste, há o maior otimismo, com 63,94% das famílias apostando ser esse um bom momento para compras. Nas regiões Norte e Sul, segundo a pesquisa, há um equilíbrio entre as famílias receosas em consumir e de famílias otimistas, com aproximadamente 46% para cada grupo.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, disse que o otimismo das famílias tende a aumentar nos próximos meses, quando começa o pagamento do 13º salário que deve ser usado para o pagamento de dívidas e reabilitação dos endividados. Além disso, ele afirmou que o Ipea fez uma estimativa, a partir de dados de outros institutos, e projeta um crescimento real da renda de 5% neste ano em comparação a 2009.

Endividamento — Quando consultadas sobre o nível de endividamento, 47,73% da famílias declararam não ter dívidas, ao passo que pouco mais de 10% das famílias responderam estar muito endividadas em comparação ao rendimento familiar mensal. Entre os que estão endividados, 59,75% creem que conseguirão quitar suas contas no próximo mês (outubro). Entre aqueles que não vão conseguir pagar suas dívidas, 36,19% estão na região Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, há uma proporção maior de famílias que não vão conseguir saldar suas dívidas, com 53,41% e 43,85%, respectivamente.

Outra constatação da pesquisa diz respeito à expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho. De acordo com Pochmann, quando se considera o País, 73% dos responsáveis pelos domicílios dizem estar seguros em sua ocupação atual. O presidente do Ipea afirmou que esse patamar é coerente com o observado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

No Sul, 91,75% dos chefes de família afirmam estar seguros em sua ocupação atual. Em seguida, o maior grau de otimismo aparece no Centro-Oeste, com 75,57%. Depois, vem: Sudeste (75,23%), Norte (72,68%) e Nordeste (57,77%). (Estado)

Um a cada 10 já foi vítima de fraude virtual em SP, diz Fecomercio

Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%

Uma a cada dez pessoas na cidade de São Paulo já foi vítima ou tem familiar que já foi vítima de algum tipo de crime virtual, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) divulgada hoje. A sondagem apontou que o crime mais comum na rede de internet é a clonagem de páginas pessoais. Segundo o levantamento, 23,5% dos entrevistados na capital paulista relataram já ter passado por esta situação.

Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%. Neste caso, as principais vítimas (40,7%) são pessoas que têm rendimentos mensais acima dos 10 salários mínimos. "Isso acontece porque são pessoas que buscam mais praticidade e costumam usar mais serviços de home banking e compras pela internet, às vezes sem as proteções adequadas", avaliou a assessora econômica da Fecomercio Kelly Carvalho.

A sondagem também revelou que, após sofrer algum tipo de ataque, a atitude mais comum do internauta é fazer um boletim de ocorrência e, em seguida, encerrar a conta no site utilizado. Cancelar cartões de crédito também é uma ação frequente. Segundo resposta dos entrevistados, nestes casos, os bancos só resolveram o problema ou reembolsaram os prejuízos dos clientes em 14,7% das vezes.

O receio de possíveis fraudes é uma das principais barreiras para a expansão do comércio online. A pesquisa revelou que 63,7% dos entrevistados na cidade de São Paulo não realizam compras na internet por esse motivo. No entanto, entre as pessoas que já foram vítimas de fraudes, a maioria (65,5%) afirmou que continua usando a internet normalmente para realizar transações.

No caso das compras online, o que mais estimula os entrevistados é a praticidade da aquisição sem sair de casa (45,6%). A confiança na empresa também conta muito, sendo considerado primordial para 23,3% dos entrevistados.

Redes sociais — Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais ainda são o principal motivo para o acesso à internet: 73,8% afirmaram acessar pelo menos uma delas. Entre os internautas com mais de 34 anos, 61% acessam alguma rede. Já entre aqueles com 34 ou menos, a porcentagem cresce bastante, atingindo 85,3% dos entrevistados na capital paulista.

Outra prática comum, baixar filmes e músicas não é considerado um crime pela maior parte da população. Somente 23,5% dos internautas consideram estes atos uma violação da lei de direitos autorais. O que não é comum para os internautas é se cadastrar em sites para receber conteúdos e promoções especiais. Somente 35,5% deles têm este costume, em grande parte porque, na opinião de 64,8% dos entrevistados, os sites não apresentam informações claras e precisas dos produtos que vendem.

A pesquisa da Fecomércio entrevistou 1.095 pessoas do município de São Paulo nos dias 16 e 17 de agosto de 2010. (Estado)

Acionista com FGTS é diluído na Petrobras

Com várias limitações, trabalhador aplica R$ 423 mi na capitalização, mas tinha direito a R$ 1,7 bi em papéis. Operação era restrita a quem comprou ações da estatal em 2000, com teto de 30% do saldo; 25 mil aderiram a negócio.

Os trabalhadores brasileiros só conseguiram aplicar R$ 423,7 milhões utilizando recursos do FGTS na compra de ações da Petrobras. Entre os acionistas da estatal, os cotistas dos fundos FGTS foram, até agora, os mais diluídos que se tem notícia.
Restrita apenas aos trabalhadores que compraram ações da Petrobras em 2000 e com teto de 30% do saldo atual do FGTS, a adesão dos trabalhadores à maior capitalização por meio de ações do mundo foi baixíssima.
Os fundos FGTS tinham perto de R$ 5,2 bilhões em ações ON da Petrobras (3,5% do total), o que conferiria o direito a comprar mais de R$ 1,7 bilhão em papéis, se não fossem os limites impostos.
Segundo a Caixa, só participaram do processo 25.544 trabalhadores, que aderiram à aplicação por meio de 46 fundos geridos por 25 gestores diferentes.
A última estimativa da CVM era que 89 mil pessoas poderiam aderir à aplicação.
Como os demais acionistas, os trabalhadores tinham prioridade para comprar os novos papéis da Petrobras, na proporção de 0,34 papel novo por ação antiga.
"Foram pedidos R$ 563,3 milhões e liberados somente R$ 423,7 milhões em razão da aplicação desses limitadores", disse José Maria Leão, superintendente nacional da Caixa para assuntos de FGTS.
Os recursos aplicados na Petrobras por meio do FGTS ficarão retidos por um ano.
ESTREIA — As ações da Petrobras estrearam ontem com forte instabilidade na BM&FBovespa, como ocorreu na sexta na Bolsa de Nova York.
No fechamento, os papéis ON (ordinários, com voto) fecharam com alta de 2,02%, negociados a R$ 30,25.
Já as ações PN (preferenciais, sem voto) subiram 0,76% e atingiram R$ 26,50.
O volume negociado com os papéis da Petrobras atingiu R$ 2,156 bilhões -31% do total de negócios ontem na Bolsa brasileira.
O suíço UBS, um dos poucos grandes bancos fora da operação, recomendou aos clientes que vendessem os papéis ON e mantivessem os PN. A analista Lilyanna Yang, que assina a avaliação, diz que os papéis devem ficar em R$ 30. (Folha)

População brasileira está mais velha, aponta Censo 2010

Os resultados ainda são parciais, mas confirmam tendência de envelhecimento.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ontem que os resultados parciais do Censo 2010 confirmam a tendência de envelhecimento da população brasileira, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no país.
Até ontem à tarde, 154,2 milhões de pessoas já tinham sido recenseadas -equivalente a 80,54% da população estimada em 2009.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o Censo aponta para uma mudança acelerada na pirâmide etária do país.
"Mantidas as condições atuais de fecundidade, expectativa de vida e movimento migratório, deixaremos de ser um país jovem para nos tornarmos um país com população madura num prazo de 30 anos", disse.
Em 2000, o Censo revelou que 40,17% da população brasileira tinha entre 0 e 19 anos. Em 2010, esse percentual caiu para 32,95%. Já a proporção de idosos com 60 anos ou mais passou de 8,57% para 11,16% no mesmo período. De acordo com Nunes, o movimento ocorre tanto na zona urbana quanto na zona rural - essa, porém, ainda apresenta taxa de fecundidade maior.
PESSOAS POR DOMICÍLIO — Outra tendência revelada foi a de redução no número médio de habitantes por domicílio. De acordo com Nunes, isso também é fruto da redução da taxa de fecundidade, que hoje já está abaixo de dois filhos por mulher.
Em 2000, cada moradia tinha em média 3,79 moradores, contra 3,34 em 2010. O Rio Grande do Sul teve a menor média do país, de 2,99.
A coleta de dados do Censo 2010 teve início em 1º de agosto e será encerrada em 31 de outubro. Segundo o presidente do IBGE, o número de domicílios recenseados até agora supera as metas parciais do instituto.
Ele afirmou também que ao menos 600 mil domicílios que já responderam ao questionário serão revisitados. O procedimento faz parte do trabalho de checagem de dados, que visa analisar a consistência das informações que foram transmitidas pelos recenseadores. (Folha)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Comerciários de São Paulo sempre atentos e mobilizados contra arbitrariedade patronal

Sindicato dos Comerciários de São Paulo bloqueia shopping contra horário de abertura

Comerciários fecharam entrada do estacionamento com carreta de 30 metros e fizeram assembleia no local. Há duas semanas, Villa Lobos passou a abrir às 11h aos domingos, em vez de 14h, como antes e como demais shoppings.

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo impediu ontem a abertura do shopping Villa Lobos, na zona oeste, em protesto contra o aumento da jornada de trabalho dos vendedores e lojistas aos domingos.

Uma carreta de 30 metros de comprimento bloqueou a entrada do estacionamento. Neste mês, as lojas passaram a abrir às 11h, em vez das 14h como antes e como nos demais centros comerciais.

Segundo Ricardo Patah, presidente do sindicato, uma assembleia com os funcionários do shopping foi feita ontem no local depois de um abaixo-assinado conseguir 800 adesões contra a antecipação da abertura das lojas.
"Não deixamos abrir. Recebemos reclamações dos empregados e dos próprios lojistas. É um absurdo o que o shopping está fazendo. Os empregados desse setor já trabalham 52 horas por semana, contra 44 horas das demais categorias. É uma coisa grave", disse Patah.

Houve empurra-empurra e a Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos. A CET também teve de intervir para controlar o trânsito na região. O sindicato diz não ter impedido a entrada dos clientes no prédio, mas, com as lojas fechadas, quem entrava saía logo em seguida.

A assembleia e o bloqueio, que começaram às 11h e terminaram às 14h, de acordo com Patah, reuniram 1.500 empregados do shopping, entre vendedores e funcionários de apoio.

O shopping diz que "a ampliação do horário de funcionamento das lojas aos domingos está de acordo com a legislação e com o acordo coletivo do sindicato".

Mercado aquecido faz diferença entre salários diminuir

No mês passado, remuneração de recém-contratado equivalia a 92,1% da obtida por empregado demitido. Redução da diferença indica que renda real continua crescendo; especialistas discutem pressão sobre inflação.

Um sinal do forte aquecimento do mercado de trabalho é a tendência à redução da diferença entre salários de funcionários demitidos e admitidos para patamar próximo do mínimo histórico.

Em fevereiro de 2009, auge da crise financeira, o salário de um funcionário contratado equivalia, em média, a 85,4% daquele de um empregado demitido. Em agosto de 2010, o percentual saltou para 92,1%, depois de recuar ligeiramente do pico de 94,6% atingido em junho passado.
O cálculo, que desconta efeitos sazonais, foi feito pelo economista Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco.

A redução da diferença entre salários de admitidos e contratados indica, segundo Bicalho, que a renda real (descontada a inflação) média dos trabalhadores do mercado formal continuará crescendo a ritmo forte:

"À medida que vão entrando mais pessoas no mercado com salários mais altos, isso vai se refletindo com algum atraso na renda real média."
De acordo com ele, indicadores apontam para um forte aperto no mercado de trabalho brasileiro.

Essa impressão, compartilhada por outros economistas, fomenta uma discussão sobre se o mercado de trabalho brasileiro opera acima da sua plena capacidade. Ou seja, em um nível de desemprego que gera inflação. (Folha)

Melhorou qualidade do mercado de trabalho no Brasil

Estudo do Ipea revela que aumentaram a escolaridade e a renda dos trabalhadores.

O grau de informalidade atingiu o menor patamar da década (48,45%) no ano passado

Apesar dos efeitos negativos da crise financeira internacional no Brasil, como a ampliação da taxa de desemprego no ano passado, o mercado de trabalho avançou em aspectos qualitativos, apontou um comunicado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento teve como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Enquanto o país viu a taxa de desemprego subir mais de um ponto porcentual em 2009 ante 2008, o grau de informalidade atingiu o menor patamar da década (48,45%) no ano passado. Para isso, contribuiu o fato de a variação absoluta nos postos de trabalho considerados protegidos (com carteira assinada, militares e estatutários) ter sido superior à variação de ocupados.

No ano passado, houve aumento de 715.000 pessoas no bloco da população ocupada, abaixo do aumento de 2,5 milhões de pessoas registrado em 2008, ambos na comparação com o ano anterior. Além do reduzido aumento do número de pessoas ocupadas, outro fator que pode explicar o crescimento da taxa de desemprego para 9,1% no ano passado é que as pessoas teriam passado a procurar mais emprego, aponta o Ipea.

Escolaridade – Outro dado revelado pelo comunicado foi o aumento de 15 pontos porcentuais na participação de pessoas com 11 anos ou mais de escolaridade na composição da força de trabalho entre 2001 e 2009. Para a faixa de até três anos de escolaridade, foi registrada queda de 9 pontos porcentuais. Para a de quatro a dez anos, a redução atingiu seis pontos porcentuais. De acordo com o comunicado, isso se deve à combinação da maior escolaridade dos entrantes no mercado de trabalho com maior procura das empresas por trabalhadores mais qualificados.

O comunicado mostrou também que o rendimento real médio de todos os trabalhos atingiu 1 068,39 reais no ano passado, o maior valor desde 2001. O crescimento está relacionado ao aumento da participação de pessoas escolarizadas entre os ocupados, avalia o documento do Ipea. Segundo o instituto, o setor de transporte e a indústria foram os que mais sentiram os efeitos da crise no mercado de trabalho. Nesses dois segmentos, verificou-se um decréscimo da população ocupada de 3,5% e 2,2%, respectivamente. Os demais apresentaram crescimento, com destaque para serviços (7,1%), administração pública (4,8%) e comércio (2,5%).

Embora tenha sido registrada elevação de 3,4% na massa de rendimentos entre 2008 e 2009, houve uma diminuição do ritmo de crescimento. Entre 2001 e 2009, esse agregado teve um aumento de 34,6%. De 2003 a 2009, a taxa média da trajetória de crescimento foi de 5,9% ao ano. (Veja com Agência Estado)

Mercado de trabalho — Elas ainda ganham menos que os homens, diz pesquisa

Mesmo com nível de escolaridade mais alto, mulheres ganham menos que os homens. Diferença salarial pode chegar a 51% em cargos de gerência.

Analisando a diferença salarial em cada um dos níveis hierárquicos considerados pela pesquisa, nota-se que os homens ganham mais que as mulheres em todos os níveis, com destaque para a gerência, onde eles ganham, em média, 51,6% a mais que as mulheres, seguido do operacional (50,7% mais) e técnico (37,5% mais).

Apesar de ainda ganharem menos que os homens, no quesito escolaridade as mulheres possuem indicativos maiores que os deles: 63,2% das mulheres possuem graduação e pós-graduação, contra 55,3% dos homens. Analisando separadamente o grau de escolaridade, 44,2% da mulheres são graduadas e 19,5% pós-graduadas, contra 38% e 17,3% dos homens, respectivamente.

A 32ª Pesquisa Salarial e de Benefícios da Catho Online ouviu mais de 164.000 trabalhadores de mais de 20.000 empresas em 3.338 cidades brasileiras. (Veja)

CNI: atividade na indústria avança em agosto

O índice de evolução da produção industrial passou de 53,4 pontos em julho para 55,1 pontos em agosto, de acordo com dados da Sondagem Industrial divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo avaliação da entidade, o crescimento da atividade no setor se tornou mais disseminado em agosto, com empresas de todos os portes, incluindo as pequenas, se situando acima do patamar dos 50 pontos, o que indica um aumento na produção. Entre os 26 segmentos pesquisados, apenas a indústria da borracha registrou queda na atividade em agosto. Em julho, nove segmentos haviam apresentado recuo.

Com o aumento na produção, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou acima do usual para os meses de agosto, aos 51 pontos, ante 49,1 pontos em julho. Pela metodologia da CNI, valores acima de 50 pontos representam uma utilização do parque instalado superior à média esperada para o mês.

Além disso, pelo segundo mês seguido, os estoques da indústria ficaram acima do planejado, com o índice em 51,4 pontos em agosto. Entre as pequenas empresas, no entanto, esse indicador ficou em 49 pontos. A sondagem industrial revela ainda que os empresários continuam otimistas em setembro em relação aos próximos meses. As expectativas são positivas em relação aos aumentos da demanda (61,5 pontos), das exportações (51,4 pontos) e das compras de matérias-primas (59,1 pontos). Na pesquisa, foram entrevistadas 1.603 empresas entre os dias 31 de agosto e 21 de setembro. (Estado)

Fiado dá lugar ao cartão em mercados

Bancos lançam marcas próprias para clientes de pequenas lojas na periferia de capitais do Nordeste.

Público-alvo são pessoas de baixa renda que não têm acesso a cartões de crédito de grandes bandeiras.

O velho hábito de comprar fiado está sendo substituído na periferia das capitais nordestinas pelo uso do cartão de crédito.

Instituições financeiras da região criaram cartões "private label" (de marca própria) que estão sendo usados em pequenos mercados e em mercearias da região.
O público-alvo são pessoas de baixa renda, sem conta em banco ou sem cartões de grandes bandeiras.

O Banco Gerador, o único privado com atuação nacional sediado no Nordeste, lançou em junho o cartão Banorte. A emissão é gratuita e não há cobrança de anuidade.
Desde julho, ele é testado em três mercados da região metropolitana de Recife, onde dois terços dos clientes não tinham cartões de grandes bandeiras. "Nossa meta é atingir 4.000 mercados e mercearias em três anos", afirma Pedro Dalla, presidente do Banco Gerador.

A estratégia é levar o cartão Banorte a comércios de loja única, que não integram redes, localizados no interior dos Estados ou na periferia das capitais e com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

"As empresas precisam de capital para repor seus estoques e aproveitar o forte crescimento econômico do Nordeste. Quando o lojista vende fiado, fica sufocado. Com o cartão, ele pode antecipar o recebimento", observa Dalla.
FIDELIZAÇÃO — José Batista da Silva, dono do mercado Boa Opção, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, aderiu ao Banorte com a expectativa de fidelizar a clientela. Ele espera elevar em 20% seu faturamento de R$ 1,4 milhão por ano.

Outra vantagem, diz Silva, é que não será mais preciso cobrar dívida de porta em porta. Dos cerca de 800 clientes, até agora 220 fizeram o cartão, usado em 6% das vendas do mercado.

Cliente do Boa Opção há seis anos, a dona de casa Josicleide Campos usa desde junho o cartão Banorte do marido, Uiraquitan Xavier, para pagar as compras.
O limite é de R$ 200, um terço da renda da família. Ela já pagou três faturas, em dia e no próprio mercado.

"O cartão facilita bastante. Nem sempre eu tinha dinheiro para comprar. Quero fazer o Hypercard, que é aceito em todas as lojas", diz ela.
Há seis anos, o grupo Oboé emite o Oboé Card, usado em 46 mercados da periferia de Fortaleza e em 18 da de São Luís do Maranhão.

O número de cartões deve passar de 160 mil hoje para 210 mil em 2011. Até 2012, a meta é levar o cartão para Salvador, Recife e Natal.