segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Impasse continua na negociação com os bancários. Banqueiros insistem em 6,5% e trabalhadores insistem nos 11%, mais do que justos

Bancários rejeitam nova proposta e adiam negociação sobre o fim da greve

Fenaban ofereceu reajuste de 6,5%; grevistas pedem aumento de 11%.

Não houve acordo na reunião de mais de duas horas e meia ocorrida neste sábado, 9, entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, no Hotel Maksoud Plaza, na região da Avenida Paulista. Os banqueiros apresentaram uma nova proposta para reajustar os salários da categoria em 6,5%, um pouco acima da oferta anterior de 4,29% que iria repor apenas a perda inflacionária dos últimos 12 meses até setembro, data-base dos trabalhadores do setor.

A correção, no entanto, é inferior aos 11% reivindicados pelos bancários, e foi rejeitada pelos representantes dos trabalhadores. Uma nova tentativa de acordo está marcada para a próxima segunda-feira, 11. "No conjunto tem avanços, mas essa oferta é insuficiente", disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Ela informou que a Fenanban vai consultar os banqueiros sobre a possibilidade de melhorar a oferta.

De acordo com a líder sindical, uma das questões que também está emperrando o acordo é forma de pagamento, porque o reajuste seria aplicado apenas para quem ganha até R$ 4,1 mil. Acima disso, seria adicionado um valor fixo de R$ 266,50. Moreira também defende a melhoria das ofertas referentes à participação nos lucros e resultados (PLR) e na fixação do piso da categoria, que passaria de R$ l.074,00 para R$ 1.180,00.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, "é inaceitável esse teto de R$ 4,1 mil. Isso significa que quem ganha acima de R$ 6,2 mil terá reajuste abaixo da inflação do período." Ele considera que o piso da categoria também deveria ser melhor valorizado. "Esse índice de reajuste de 9,82% é insuficiente diante da crescente lucratividade dos bancos", disse o líder sindical.

Os bancários estão em greve há 11 dias e têm assembleia marcada para a próxima quarta-feira, 13. Em todo o país, a categoria reúne 460 mil trabalhadores, dos quais 130 mil estão em São Paulo e nos municípios da região metropolitana da capital paulista. (Estado)

Aposentados ficam do lado dos bancários na greve nacional

Federação apoia, mas, nas agências, segurados sentem prejuízos.

A greve dos bancários, que já avança pelo seu 13º dia, continua prejudicando os correntistas pelo País, especialmente aposentados. Mas apesar disso, a Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio decidiu declarar apoio à causa dos grevistas.

Por meio de carta, a Federação responsabiliza os banqueiros pela greve e pede que eles voltem à negociação com os funcionários. Para eles, a proposta de aumento salarial feita pelos bancos, de 4,29%, é insuficiente.

Nas agências bancárias, aposentados reclamam dos prejuízos causados pela paralisação. Maria Angélica Mariz, 82 anos, é contrária à manifestação dos trabalhadores. “É muito ruim para a gente. Prejudica muito. Sou contra essa greve”, reclama a segurada.

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), organização que reúne as instituições financeiras e negocia com o sindicato, rejeitou a hipótese de que haveria um racha entre bancos privados e públicos. Como a greve tem adesão maior nos estatais, estes estariam com mais pressa para resolver a situação, enquanto os bancos privados estariam mais resistentes.

O Banco do Brasil e a Caixa informaram que não existe nenhum conflito com as instituições diferentes, mas hoje negociam com os bancários independentemente da Fenaban. A organização resiste à reclamação de reajuste de 11% para os bancários. (O Dia)

Determinação da Justiça aumenta tensão e ameaça bancários

Banco Itaú consegue liminar impedindo manifestações de grevistas em frente às suas agências. Instituições dão sinais de divisão

A tensão entre bancários e patrões, que até o momento não chegaram a um acordo nas negociações salariais que resultaram em uma greve nacional, aumentou em Brasília. Dessa vez, o sindicato local acusa o Itaú de tentar enfraquecer o movimento por meio do pedido de prisão do presidente da entidade, Rodrigo Britto. O argumento do banco seria o de que os grevistas estariam impedindo os que não aderiram à paralisação de trabalhar, bem como a entrada de clientes. Segundo o sindicato, uma liminar judicial determina que, caso ocorra novo flagrante da ação dos bancários nas agências do Itaú, um mandado de prisão será emitido em nome de Britto e a organização terá de pagar multa diária de R$ 50 mil por agência fechada.
Procurado pelo Correio por meio da assessoria de imprensa, o Itaú não retornou as ligações até o fechamento desta edição. Rodrigo Britto afirmou que a recomendação de greve nas agências do Itaú continua de pé. “Há anos os bancos usam esse argumento para enfraquecer a greve e forçar os bancários a trabalharem durante o movimento. Mas essa foi a primeira vez que a liminar previu a possibilidade de um mandado de prisão. Já entramos com recurso e tenho certeza que a liminar será derrubada”, disse. O sindicalista afirmou ainda que os bancários que atuam nas agências têm como objetivo meramente divulgar as reivindicações da categoria.
Apesar das acusações mútuas, as negociações serão retomadas hoje, às 11h, em São Paulo. De acordo com o balanço mais recente, 8.280 agências fecharam as portas em todo o país. A categoria reivindica reajuste de 11%, além de aumento do piso para R$ 2 mil e medidas de combate ao assédio moral. Já a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) admitiu a possibilidade de reajuste acima da inflação no período, de 4,29%, mas garantiu que não aceitará os 11%.
“Esperamos que a Fenaban apresente uma proposta global decente, que atenda às reivindicações da categoria em relação a remuneração, emprego, saúde e condições de trabalho e segurança”, disse Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf). As negociações começaram em agosto, mas, depois de cinco rodadas sem acordo, os bancários deflagraram greve há 11 dias. A única empresa que ofereceu uma contraproposta até o momento foi o Banco de Brasília (BRB). A oferta foi aceita e as agências do BRB funcionam normalmente.
Diante desse movimento do BRB, grevistas asseguram que a Fenaban estaria dividida internamente. O motivo seria a pressa das instituições públicas em chegar. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm sido os mais afetados pela greve, já que, ao contrário dos bancos privados, o medo do desemprego é menor entre servidores concursados. “Recebemos muitas reclamações de grevistas que foram demitidos no Itaú e no Bradesco”, atacou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília. A Fenaban afirmou que os bancos continuam unidos e que qualquer afirmação sobre divisão dentro da entidade é falsa. (Correio Braziliense)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Falta de Convenção Coletiva faz comerciários ganharem liminar para não trabalharem no feriado do dia 12

Sindicato consegue liminar que impede abertura de supermercados em SP no feriado

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo (filiado à UGT) informou nesta quinta-feira que conseguiu liminar na Justiça para impedir a abertura dos supermercados no feriado do Dia da Criança, em 12 de outubro, na cidade. A entidade representa 450 mil trabalhadores na capital paulista.

Segundo o sindicato, a juíza Cleusa Soares de Araújo, da 68ª Vara do Trabalho de São Paulo, acatou ao seu pedido, e "entendeu como legítima as reivindicações dos comerciários de São Paulo".

De acordo com a entidade, os trabalhadores estão sem convenção coletiva desde o dia 31 de agosto por não ter sido fechado um acordo com o sindicato patronal, "mesmo assim estão sendo pressionados pelas empresas a trabalharem no feriado do dia 12".

Ricardo Patah, presidente do sindicato, diz que os comerciário que trabalham em 90 mil pontos de venda não podem ser obrigados a trabalharem no feriado, "pois de acordo com o artigo 6º da lei federal 10.101, de 2000, o trabalho nesses dias só será admitido caso haja acordo entre patrões e trabalhadores.

EMPECILHOS — O que emperra a assinatura da convenção coletiva entre trabalhadores e empregadores são duas reivindicações feitas pela categoria, segundo sindicalistas que acompanham as negociações salariais.

A primeira é o reajuste de 9% nos salários, que hoje são, em média, de R$ 1.000 por jornadas de trabalho que chegam a cerca de 52 horas semanais, segundo informa o sindicato de São Paulo. "Já concordamos que, se houver reajuste de 8%, assinaremos a convenção coletiva, mas recebemos contraproposta de 7% de reajuste, que é considerada baixa. O comércio tem conseguido bom desempenho e pode atender o reajuste pedido. Os metalúrgicos têm recebido 10% de reajuste salarial", afirma Patah.

O segundo ponto que dificulta o acordo é a concessão de três dias a mais de folga por ano para empregados que trabalham no esquema 2 x 1 - ou seja trabalham durante dois domingos e folgam um. "O direito foi conquistado há anos e a categoria não abre mão", diz Patah.

A Folha não localizou representantes do setor patronal para comentar o assunto. (Folha)

Mais de 8.200 agências bancárias não abriram nesta quinta, diz Contraf

Em nova assembleia, categoria decidiu permanecer em greve. Paralisação é a maior das últimas duas décadas, segundo a entidade.

Nesta quinta-feira (7), o bancários fecharam 8.280 agências em todo o país, segundo dados enviados pelos sindicatos até as 18h para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os profissionais da categoria realizaram nesta quinta a terceira assembleia, na qual foi ratificada a decisão de permanecer em greve. Uma nova assembleia será realizada na próxima quarta-feira (13).

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) enviou nesta quinta uma carta para a Contraf, em resposta ao ofício enviado pela entidade na segunda-feira (4). Segundo a Contraf, a carta da Fenaban não apresenta nova proposta e também não marca nova rodade de negociações.

Em nota enviada à imprensa, a Contraf afirma que encaminhou novo ofício à Fenaban, propondo que a entidade patronal marque data, local e horário para que os bancos possam apresentar uma proposta para acabar com a greve. A oferta inicial da Fenaban é de reposição da inflação (4,29%).

O levantamento de agências fechadas feito pela Contraf indica que a greve deste ano já é a maior das últimas duas décadas, superando, inclusive, a de 2009, quando os bancários paralisaram 7.222 unidades no dia de maior pressão do movimento.

Em greve por tempo indeterminado desde o dia 29 de setembro, a categoria reivindica reajuste de 11%, valorização dos pisos salariais, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção à saúde com foco no combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades, segurança contra assaltos e sequestros e fim da precarização via correspondentes bancários, entre outros pontos. (G1)

CNI eleva projeção do PIB 2010 para 7,5%

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para cima sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 7,2% para 7,5%. No entanto, o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado hoje pela entidade, manteve em 12,3% a taxa esperada de expansão do PIB industrial em 2010, assim como o crescimento de 24,5% na formação bruta de capital fixo.

Além disso, a taxa de desemprego projetada pela CNI também deve continuar em 7%, assim como na projeção feita no fim do segundo trimestre. Segundo o documento, o consumo das famílias deve crescer 7,6% em 2010 ante estimativa anterior de 7,3%.

IPCA — A CNI reduziu para 5% a estimativa de inflação, medida pelo IPCA, em 2010. No trimestre anterior, a projeção da CNI era de 5,4%.
O documento também rebaixou a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) ao final deste ano, para a taxa atual de 10,75% ao ano ante uma estimativa anterior de 11,5%. A CNI ainda revisou a expectativa para o déficit público nominal, elevando a previsão para 3,1% do PIB ante 2,95% estimado anteriormente.
Além disso, o superávit primário deve ficar em 2,35% do PIB em 2010 de acordo com a CNI, que antes previa uma economia para o pagamento dos juros de 2,6%. Por fim, a dívida líquida pública deve fechar o ano em 41% do PIB na projeção da CNI, ante a estimativa anterior de 40,9% do PIB.

Câmbio — Para o câmbio, a CNI rebaixou a projeção para a taxa de câmbio média em dezembro deste ano de R$ 1,79 para R$ 1,70, de acordo com dados divulgados hoje no Informe Conjuntural do terceiro trimestre.
Apesar disso, a estimativa da entidade para as importações em 2010 manteve-se em US$ 180 bilhões, enquanto a projeção das exportações aumentou de US$ 190 bilhões para US$ 192 bilhões. Com isso, a previsão para o saldo comercial no ano aumentou de US$ 10 bilhões para US$ 12 bilhões. Contudo, a estimativa para o saldo em conta corrente continua negativa em US$ 54 bilhões. (Estado)

Varejo contesta taxa de 2% cobrada por setor de cartões

A nova briga dos comerciantes com a indústria de cartões de crédito e débito é a cobrança da taxa de 2% sobre o valor do bem adquirido pelo consumidor com o cartão nos pagamentos à vista. O que os varejistas desejam é que o pagamento pelo uso do cartão de débito seja fixo - uma tarifa, e não uma taxa. O pleito foi feito à associação do setor, que imediatamente negou a possibilidade, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes e Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior. Os comerciantes também acionaram o Banco Central (BC), que teria prometido uma avaliação sobre o tema.

"Muitos países já operam dessa forma", comparou Pellizzaro Júnior. A alegação do setor é a de que o custo da transação para a operadora é o mesmo, independentemente do valor do bem adquirido. O presidente da CNDL observou ainda que, no uso do cartão de débito, o dinheiro sai da conta do consumidor na hora, mas o pagamento só é feito ao lojista dois dias depois, com uma taxa de 2%.

Pellizzaro Júnior disse ainda considerar uma "aberração" o governo permitir que o juro do crédito rotativo dos cartões chegue a 600% ao ano. "Por isso, estamos pedindo a inclusão de divulgação de taxas de juros dos cartões também, e não só das tarifas", disse, referindo-se ao estudo do BC para tornar mais transparente a indústria de cartões.

Para ele, dificilmente a regulamentação dos cartões sairá este ano. O BC havia mencionado a possibilidade de já tratar do tema na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de setembro, mas isso não ocorreu. "Deve ficar para 2011, pois o processo eleitoral se estenderá até novembro e dezembro é um mês que não existe", brincou. (Estado)