quinta-feira, 4 de novembro de 2010

UGT e demais centrais estão hoje em Brasília para discutir novo mínimo com Lupi e equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff

UGT e demais centrais discutem hoje reajuste do mínimo

As centrais sindicais se reúnem hoje com Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego, para discutir o reajuste do salário mínimo para o ano que vem. As centrais defendem um mínimo de R$ 560 (aumento de 3,8% acima da inflação), que é a média do índice do crescimento do PIB(Produto Interno Bruto) de 2006 a 2009. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que serve como guia para o Orçamento, prevê que o salário mínimo do ano que vem seja negociado entre governo e centrais sindicais e tenha ganho superior à inflação.

No entanto, o Orçamento elaborado pelo Executivo e enviado ao Congresso Nacional, em agosto, não prevê ganho acima da inflação e fixa o mínimo em R$ 538,15.

O ganho, de R$ 28,15, considera apenas a inflação deste ano, estimada em 5,52%.

Para definir este valor, foi considerado o reajuste equivalente à inflação do período mais o crescimento do PIB de dois anos antes. O problema é que o crescimento do PIB de 2009 foi negativo (variação de 0,2%).

Mínimo pode ir a R$ 600 no final de 2011

Futura presidente diz também que é pessoalmente contra a volta da CPMF, ideia que havia sido defendida por Lula. Dilma descansa na Bahia até sábado; presidente faz hoje a última reunião ministerial do governo.

A futura presidente Dilma Rousseff discordou ontem do presidente Lula minutos depois de ele defender a volta da CPMF, o extinto imposto do cheque. Enquanto Lula pregou a necessidade do tributo, Dilma disse ser pessoalmente contrária a ideia.

Dilma mostrou contrariedade em relação ao assunto minutos depois de o presidente deixar a entrevista. Nos primeiros 30 minutos, em que Lula falou, ficaram lado a lado. Quando ela começou a responder aos jornalistas, ele seguiu para seu gabinete.
Dilma também sinalizou que vai mudar a fórmula de reajuste do salário mínimo para 2011, como antecipado ontem pela Folha.
Lula chamou de "temeridade" as especulações de que a presidente eleita estaria apenas guardando seu lugar para que ele volte em 2014. "Rei morto, rei posto."
O presidente afirmou que não está interferindo na composição do novo governo e disse que a nova administração tem de ter "a cara" de Dilma. A presidente eleita desconversou sobre seu primeiro-escalão. Afirmou que não tem nomes e fez um afago ao vice, Michel Temer, e ao PMDB, negando qualquer problema na relação.
Lula pediu que a oposição não faça a "política do estômago" tratando Dilma com raiva e a aconselhou a esquecer problemas eleitorais para governar bem.
Hoje, Lula faz a última reunião ministerial de seu governo. Dilma descansa até sábado em uma praia da Bahia. Depois, visitará a família em Porto Alegre.
CPMF — Demonstrando ainda não ter digerido uma das maiores derrotas de seu governo, o presidente Lula defendeu o retorno da CPMF para garantir investimentos na saúde. Lula voltou a criticar o Congresso pela extinção do imposto e alfinetou os parlamentares.
"Todos os deputados e senadores têm um plano médico que eles pagam, portanto no hospital ele faz 500 exames naquelas máquinas sofisticadas. Se a gente quiser levar isso para a sociedade, nós vamos ter que ter mais recurso."
Para Dilma, é preocupante a criação de um novo tributo, mas ela disse estar aberta à discussão por causa dos cofres dos Estados. "Eu tenho muita preocupação com a criação de imposto, preferia que a gente tivesse outros mecanismos. Mas tenho visto uma movimentação dos governadores nessa direção, não posso fingir que não vi".
Falou ainda que não pretende "enviar ao Congresso a recomposição da CPMF. Do ponto de vista do governo federal, não há necessidade premente. Do ponto de vista dos governadores, eu sei que há este processo", afirmou.
BOLSA-FAMÍLIA — A futura presidente assegurou que o benefício terá reajuste e prometeu cadastrar 100% da população que necessita da assistência. "Eu não sei hoje dizer qual é esse reajuste, mas que terá reajuste eu asseguro que terá."
SALÁRIO MÍNIMO — Dilma deverá mudar a fórmula de reajuste do salário mínimo adotada no segundo mandato do governo Lula, garantindo um ganho maior do que previsto pela regra atual. Afirmou ontem que pretende fazer uma "compensação" para evitar o que, pelo atual sistema, aconteceria no ano que vem: o mínimo não teria reajuste real, sendo corrigido apenas pela inflação.
Dilma anunciou que estuda antecipar o aumento do mínimo em 2011 e diminuir o percentual previsto para 2012. Com isso, o valor do benefício pode chegar, segundo ela, a R$ 600 no fim de 2011.
"Estamos avaliando se é possível fazer essa compensação", disse. Antes de Dilma projetar o mínimo em R$ 600 no fim de 2011, Lula criticou a promessa feita pelo candidato derrotado José Serra (PSDB), que ao longo da campanha se comprometeu adotar esse reajuste no começo do próximo ano. "Precisam aprender que o povo não é massa de manobra. Tem gente que ainda trata o povo como se fosse boiada."
2014 — "Rei morto, rei posto", resumiu Lula quando questionado sobre sua interferência no governo Dilma e sobre possível volta em 2014. Segundo Lula, o seu retorno, devido à alta popularidade com que deixa o cargo, criaria muita expectativa e pressão.
"Acho que quem vai sair do governo tem a responsabilidade de pensar, contar até um milhão, em voltar algum dia, porque chegar ao final do mandato com o reconhecimento popular que tem o governo, voltar é uma temeridade, porque a expectativa gerada é infinitamente maior". Dilma não se manifestou sobre o assunto.
Lula mencionou um fato que ocorreu com José Serra, que durante a campanha foi atingido por uma bolinha de papel e por uma bobina de fita adesiva. "É muito pequeno, neste momento, estar discutindo 2014. A gente deveria estar discutindo 2011. Em 2014 a gente deveria discutir a Copa do Mundo e em 2016, discutir a Olimpíada, e deixar para discutir eleições um pouco mais para a frente, porque senão vai ter uma enxurrada de bolinha de papel batendo na nossa cabeça até 2014 e não queremos isso."
CONGRESSO — O presidente disse que o Congresso é a cara da sociedade e que Dilma terá que se relacionar com os que foram eleitos e não com os que ela gostaria que fossem eleitos. "Ela vai ter que conversar com o companheiro do PCdoB e vai ter que conversar com o Tiririca. Essa é a lógica do jogo. Você tem um cidadão que é eleito com 10 milhões de votos e outro que é eleito com 1 milhão de votos. Quando eles chegam aqui cada um vale um voto, não tem melhor ou pior. Ela não pode criar novos partidos e criar novos senadores. São os que estão aí, e todos têm direito a um voto."
GOVERNO DILMA — A presidente eleita disse que ainda não tem nomes para seu governo, mas que só indicará pessoas com qualidades técnicas, sem problemas éticos e que tenham aval político dos aliados. "Esse é um governo que vai se pautar não por uma partilha, mas por um processo de construção de uma equipe una. [...] Eu não considero que está maduro o processo de discussão dos nomes que integrarão os ministérios do primeiro escalão da alta administração do país."
Apesar de Lula estar se movimentando nos bastidores, oficialmente, garantiu que não está pedindo nada a sucessora. "O governo da Dilma tem que ser a cara e a semelhança da Dilma", disse.
OPOSIÇÃO — Lula pediu que a oposição dê um tratamento melhor a Dilma do que deu a ele nos oito anos de governo. "Contra mim não tem problema, podem continuar raivosos, do jeito que sempre foram. Mas, a partir de 1º de janeiro, que eles olhassem um pouco mais o Brasil, que eles torcessem para que o Brasil desse certo."
PMDB — Disposta a estancar eventuais desgastes com o PMDB, partido de Temer, Dilma fez elogios a sua atuação e negou que a sigla tenha um grande apetite por cargos. "O PMDB nunca chegou para mim pedindo cargo. Estão participando do processo de transição como participaram de todo processo eleitoral, sem conflito", afirmou a petista.
STF — Lula afirmou que já definiu o novo ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas não revelou o nome porque quer o aval de Dilma. Disse que ela tem poder de veto. O nome mais cotado é de Cesar Asfor Rocha, do STJ.
VITÓRIA DE DILMA — "O que algumas pessoas viam como defeito na Dilma eu via como virtude, o fato de ela muito jovem ter resolvido ter coragem de brigar para garantir a democracia neste país. Acho que a chegada da Dilma ao poder é a vitória daqueles que perderam em 1968 e que muitos estavam desacreditados e a Dilma provou que no jogo democrático é possível chegar ao poder", disse Lula sobre sua pupila.
CONSELHOS — O presidente aconselhou Dilma a não governar com raiva. "É como se um jogador de futebol tomasse uma cotovelada e só ficasse pensando naquela cotovelada e em se vingar. Na cabeça de um presidente não tem que ter o pensamento da vingança, da raiva, do ódio", disse Lula, que foi interrompido discretamente por Dilma. "Não faz bem para a alma", disse a eleita.
MST — Dilma reforçou que não tratará o MST "como caso de polícia". Disse, no entanto, que não concorda que invadam prédios públicos e terras produtivas. (Folha)

Relator do Orçamento diz que vai negociar mínimo a partir de R$ 540

Gim Argello (PTB-DF) se reunirá com centrais sindicais nesta quinta-feira (4). Presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), já admitiu negociação do valor.

O relator do Orçamento de 2011, senador Gim Argello (PTB-DF), anunciou nesta quarta-feira (3) que vai pelo menos arredondar de R$ 538,15 para R$ 540,00 o salário mínimo para o próximo ano. Argello começa a negociar nesta quinta-feira (4) com as centrais sindicais a possibilidade de um aumento maior, com base na declaração da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), de que seria possível rediscutir aumentos para 2011 e 2012.

“Vamos abrir a negociação com as centrais pensando em dois anos. Eu parto do valor de R$ 540, que já dá um gasto extra de mais de R$ 400 milhões nas despesas”, afirmou o relator.

Mesmo com a negociação no início, Argello já descartou a possibilidade de se alcançar os R$ 600 propostos pelo candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB), a partir de janeiro de 2011. “Não tem expectativa de ultrapassar nem de alcançar R$ 600”, afirmou. O senador destacou que cada R$ 1 de reajuste provoca um impacto de R$ 286,4 milhões no Orçamento.

Vamos abrir a negociação com as centrais pensando em dois anos. Eu parto do valor de R$ 540, que já dá um gasto extra de mais de R$ 400 milhões nas despesas"

Senador Gim Argello (PTB-DF), relator do Orçamento dw 2011

Mais cedo, porém, Dilma afirmou que é possível que no final de 2011 e início de 2012 o mínimo ultrapasse R$ 600, com base no forte crescimento da economia em 2010.

Pela regra atual, o salário mínimo é reajustado com base na inflação do ano anterior e mais o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. O problema de 2011 é que em 2009 o PIB foi negativo, o que faria com que o mínimo não recebesse aumento real. A proposta que Argello pretende discutir é de dar um aumento real tendo como base parte do crescimento do PIB de 2010. Este percentual seria descontado na hora de se conceder aumento em 2012.

Nesta quarta, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aumentou a expectativa de receita para 2011 em R$ 17,7 bilhões. Uma nova reestimativa deve ser feita no final do mês. Apesar disso, Argello destaca que vai faltar recursos porque existem demandas grandes de diversas áreas. “Já recebi 11 demandas de diversas áreas que já chegam a quase R$ 30 bilhões. E tem mais chegando.”

Entre as demandas, além do salário mínimo, estão temas como a compensação dos estados por incentivos à exportação, a chamada Lei Kandir, o reajuste para aposentados e aumento de salário para servidores, como os do Judiciário. Em relação ao Judiciário, Argello se comprometeu a negociar o reajuste com os servidores e propôs um escalonamento dos valores a partir de 2011. (G1)

Tucanos buscam entendimento com Dilma

Governadores eleitos de São Paulo e do Paraná telefonam para a presidente eleita, que elogia o gesto "republicano". Alckmin afirma que, passada a eleição, os diferentes governos precisam se integrar e buscar cooperação.

Passada a eleição, os governadores eleitos pelo PSDB começam abrir os canais de comunicação com Dilma Rousseff. Ontem, ela e o governador eleito Geraldo Alckmin (SP) trocaram elogios ao descrever a conversa que tiveram na segunda-feira.
Dilma classificou o telefonema de Alckmin como um gesto "republicano": "Eu fiquei muito contente porque recebi uma ligação muito correta, republicana, do governador eleito de São Paulo, no qual ele apresenta o que eu considero que é a forma correta de relacionamento. Pretendo ter com ele e com os governadores da situação e da oposição uma negociação em alto nível", disse.
Segundo ele mesmo descreveu, Alckmin telefonou a Dilma para cumprimentá-la pela vitória, colocando-se "à inteira disposição, reiterando a possibilidade de boas parcerias e a disposição de São Paulo de sempre trabalhar junto pelo desenvolvimento brasileiro".
"A conversa foi muito boa. Cumprimentei-a pelo pronunciamento na TV. Ela reiterou a disposição de que aquele pronunciamento é o que ela pensa, sente e se propõe a fazer. Vamos trabalhar para ajudar o país", disse o governador eleito.
Questionado sobre o papel dos governadores da oposição, Alckmin afirmou que eles devem fiscalizar a administração. Mas afirmou que, superada a disputa, é sua obrigação "trabalhar junto".
"Encerrado o processo eleitoral, quem é governo tem que fazer um bom governo. E, no modelo federativo, os entes precisam se integrar. Tem muita ação que é de responsabilidade recíproca", justificou Alckmin. Citou como exemplo de possível parceria ações nas áreas da saúde e da segurança pública.
Além de Alckmin, o governador eleito do Paraná, Beto Richa, também ligou ontem para a presidente eleita para parabenizá-la pela vitória.
2014 — Tanto Alckmin como Richa deixaram claro que discordam da proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, endossada pelo presidente do partido, Sérgio Guerra, de escolher o candidato tucano à Presidência dois anos antes da eleição.
Para Alckmin, o debate é prematuro: "FHC é nosso grande líder. Sempre deve ser ouvido. Mas há tempo para se discutir", declarou.
Richa, por sua vez, afirma que "a reorganização do partido é mais importante do que a escolha de nomes".
"Vamos esperar baixar a poeira para discutir, com serenidade, o futuro do partido", declarou Richa.
Na opinião de alguns tucanos, a antecipação da escolha em dois anos só tem um beneficiário: o senador eleito por Minas Aécio Neves.
Sem a máquina do Estado para administrar, Aécio pode articular sua candidatura com desenvoltura.
Os aliados do candidato derrotado à Presidência José Serra também se opuseram à ideia. Para o deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB-BA), "falar agora de estratégia para daqui a quatro anos é totalmente descabido".
Essa também é a opinão do governador paulista Alberto Goldman: "Acabamos de sair de uma eleição, há cerca de 48 horas. É muito cedo para tratar sobre isso". (Folha)

Com Dia das Crianças, vendas do varejo crescem 11% em outubro

O Dia das Crianças impulsionou as vendas à prazo em outubro, que registraram crescimento de 11% na comparação com o mesmo mês do ano passado, indicam as consultas feitas pelos lojistas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) no período. Já as consultas ao SCPC/Cheque, que refere-se às vendas à vista, subiram 8% na mesma base de comparação.

"As vendas continuam indo bem e reafirmando que teremos um Natal acima das nossas previsões", espera o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti. Na avaliação da entidade, as vendas de outubro refletem a continuidade do avanço do crédito no País, o alongamento de prazos promovidos pelo varejo na área de bens duráveis e a grande oferta de importados a preços atrativos. (O Globo)

Brasil é 127º em ranking de facilidade para se fazer negócios

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Empresas gastam 2,6 mil horas de trabalho por ano para pagar impostos.

O Brasil aparece em 127º lugar em um ranking que avalia a facilidade de se fazer negócios em 183 países, elaborado pelo Banco Mundial.

O estudo, intitulado Fazendo Negócios 2011 (Doing Business 2011), considera os fatores que afetam uma empresa durante seu "ciclo de vida", incluindo abertura, comércio exterior, contratação de funcionários, aquisição de sede, pagamento de impostos e fechamento, entre outros.

No levantamento relativo a 2010, divulgado em setembro do ano passado, o Brasil estava em 129º lugar. No entanto, a posição foi revista devido a uma mudança nos indicadores utilizados na pesquisa, o que deixou o país em 124º.

O primeiro colocado no estudo - mantendo a posição do ano passado - é Cingapura, seguido por Hong Kong, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos. A última posição é de Chade.

"Posição estável"

A economista Dahlia Khalifa, co-autora do relatório, afirma que o Brasil foi ultrapassado na lista por nações que implementaram um maior numero de medidas facilitadoras, mas diz que a posição do país deve ser vista como "estável".

O relatório destaca que o Brasil, no ano passado, ganhou pontos ao facilitar o processo de abertura de empresas ao melhorar a sincronia eletrônica entre a Receita Federal e as secretarias da Fazenda dos Estados.

Segundo Dahlia, o Brasil teve muitos ganhos nos últimos cinco anos. "Globalmente, o Brasil hoje se situa bem em termos de facilidade para se abrir um negócio, principalmente pelo baixo custo do processo", diz a economista.

O relatório também afirma que, de 2009 para cá, o país reduziu o número de procedimentos para se abrir um negócio, passando de 16 para 15.

Pior em impostos

Considerando os itens específicos que compõem o ranking, a melhor posição do Brasil está no quesito "proteção a investidores", no qual fica em 74º. Já o item "pagamento de impostos" é aquele no qual o país tem o pior desempenho, ocupando o 152º lugar.

O Brasil é recordista no número de horas gastas por uma empresa para lidar com impostos e taxas. Em média, funcionários de uma empresa ficam 2,6 mil horas por ano preenchendo declarações, pagando tributos, recolhendo dados, fazendo cálculos e preparando documentos. O número é o mesmo do ano passado.

O segundo país em que se gasta mais tempo de trabalho para pagar impostos é a Bolívia, com 1.080 horas por ano. Em média, os países da América Latina e do Caribe têm um gasto anual de 385 horas.

O local que exige menos tempo de trabalho para se pagar tributos são as Ilhas Maldivas, com zero, seguidas pelos Emirados Árabes, com 12 horas anuais.

No Brasil, 69,2% dos lucros das empresas são usados para pagar impostos, em comparação com uma média de 48% na América Latina e Caribe e de 43% nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O Banco Mundial alerta que o estudo não mede a totalidade dos aspectos que afetam o ambiente empresarial, como segurança, estabilidade macroeconômica e corrupção. (BBC/O Globo)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Primeira grande tarefa das centrais sindicais é negociar aumento real para o salário mínimo do ano que vem

Salário mínimo é a base de fermentação da economia

(Postado por Moacyr Pereira, secretário nacional de finanças da UGT) — A UGT e demais centrais está indo amanhã para Brasília para discutir com o governo Lula e com a equipe de transição, a mudança, ainda para o próximo ano, do reajuste do salário mínimo. Há concordância da presidenta eleita, Dilma Rousseff, de que o salário mínimo é a base de referência e de aquecimento da economia brasileira. Antes, apenas um salário de sobrevivência mínima, hoje os valores do mínimo permitem que grandes contingentes de brasileiros, aproximadamente, 48 milhões sejam beneficiados com o salário e tenham condições de consumir com certa qualidade, influenciando as economias de várias regiões do Brasil. O deputado federal Roberto Santiago, vice-presidente da UGT e relator do atual salário mínimo também está empenhado para que se amplie os reajustes reais do salário mínimo que já se transformou em uma conquista tanto para os trabalhadores da ativa, como para os aposentados e pensionistas. Dada a receptividade da presidente eleita aos apelos das centrais, percebemos que haverá a continuidade de dialogo que soubemos construir ao longo dos anos com o governo do presidente Lula.

Dilma quer mudar cálculo de aumento do mínimo

Pela regra atual, não deve haver reajuste real do salário no ano que vem. Objetivo é conceder um aumento acima da inflação, mas valor deve ficar longe dos R$ 600 prometidos por Serra.
A presidente eleita Dilma Rousseff quer aprovar uma nova regra de reajuste do salário mínimo. Sua equipe de transição vai negociar com as centrais sindicais, em conjunto com o governo Lula, um novo mecanismo para começar a valer já em 2011.
A ideia é acertar um novo modelo para evitar o que, pela regra atual, aconteceria no ano que vem: o mínimo não teria reajuste real, sendo corrigido apenas pela inflação.
Um auxiliar do presidente Lula disse à Folha, porém, que ele não deixará o governo com "zero de aumento real". Ontem, em entrevista à Band, Dilma também afirmou que apoiará um reajuste real do mínimo, não seguindo a regra atual.
"Como no ano passado o crescimento [do PIB] foi zero, nós vamos discutir com as centrais um aumento maior que esse", disse Dilma, acrescentando que a intenção é manter regra semelhante à que está em vigor.
O reajuste do mínimo foi uma das principais bandeiras de campanha de José Serra (PSDB), que prometeu elevar o salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 600, bem acima dos R$ 538,15 definidos pelo governo na proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto.
Serra explorou o fato de o modelo em vigor -implantado no segundo mandato de Lula- definir que o mínimo seja corrigido pela inflação, mais a variação do PIB de dois anos antes.
Como a economia não cresceu em 2009, ano que vem a correção seria só pela inflação -a correção neste ano se refere à estimativa para 2010 na época, de 5,5%.
A mudança no cálculo, no entanto, também desarma uma bomba na direção contrária. Em 2010, o PIB do país deve crescer ao menos 7%, o que resultaria num percentual grande de reajuste do mínimo no futuro.
Segundo a Folha apurou, uma das propostas em estudo é antecipar parte do reajuste real a ser concedido ao mínimo em 2012.
A intenção é aproveitar as negociações do valor do salário mínimo do próximo ano para alterar o atual mecanismo e aprovar uma "política permanente" de reajuste do piso nacional.
Um assessor da presidente eleita disse à Folha que a base da nova proposta é manter a correção real de acordo com o "crescimento da produtividade da economia".
Um dos problemas é que a nova regra e o valor do mínimo terão de ser aprovados pelo Congresso em menos de dois meses, tendo de enfrentar muitos parlamentares que não foram reeleitos.
Além disso, a negociação acontecerá no mesmo momento em que Dilma define sua equipe. O temor é que os aliados usem o tema em troca de espaços no governo.
Apesar de ter decidido conceder um aumento real, Lula afirma que não irá concordar com aumentos exagerados que possam prejudicar as contas públicas.
Segundo ele, não é possível chegar perto dos R$ 600 prometidos por Serra, criticados pelo governo e por Dilma, por significar um gasto extra de R$ 17 bilhões.
Apenas para bancar o aumento para R$ 538,15, a previsão de aumento de gastos do governo é de R$ 8 bilhões. (Folha)

Construção elevará o consumo de cobre

Além disso, com a Copa do Mundo e a Olimpíada, demanda para produzir fios e cabos crescerá 39% até 2016. Com aumento da renda, procura também será maior nos setores de eletroeletrônicos, de petróleo e de energia.
A demanda por cobre para a produção de fios e cabos deve crescer 39% até 2016 no Brasil, podendo atingir 295 mil toneladas do metal por ano ao final do período.
Além do boom da construção civil, a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos aquecerá o setor.
A previsão é do Sindicel (Sindicato dos Condutores Elétricos e Laminação de Metais Não Ferrosos) e da Associação Brasileira do Cobre.
Segundo o presidente do Sindicel, Sérgio Aredes, 80 mil toneladas serão demandadas a mais nos próximos seis anos no país. Em 2010, a produção de fios e cabos deve consumir 212 mil toneladas de cobre. No ano passado, foram 199 mil toneladas.
"A construção civil será o grande destaque, com aumento de 30% na demanda nesse período", afirma.
De acordo com o levantamento, o setor, sozinho, precisará de 130 mil toneladas, ou 44% da demanda total.
A indústria de eletroeletrônicos deve apresentar a segunda maior demanda por fios e cabos de cobre, com alta de 34%, reflexo do aumento da renda e da classe C.
O setor de energia manterá sua participação na demanda por fios e cabos de cobre, com a procura de 31 mil toneladas e participação de 10%.
Além da tradicional demanda das distribuidoras, o segmento de petróleo e gás também deve ter papel importante no aumento da demanda. "Em 2016, o pré-sal já tem de estar andando e isso demandará obras de todos os tipos", lembra Aredes.
OFERTA — O aumento da demanda projetado para os próximos anos encontrará um significativo aumento da produção brasileira de cobre, evitando maiores importações.
"Vamos atingir o pico de produção de 470 mil toneladas de cobre em 2014", afirma Marcelo Tunes, diretor do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). Em 2009, o Brasil produziu entre 220 mil e 230 mil toneladas de cobre concentrado, segundo ele.
A oferta adicional virá, basicamente, do projeto Salobo, da Vale, no Pará, com capacidade de produção de 520 mil toneladas de concentrado de cobre. O início das operações está previsto para o segundo semestre de 2011.
"Mas há outras áreas em início de produção, como o projeto Vale Verde, em Alagoas, e o da Yamana, em Goiás, além de prospecções em fase inicial", diz Tunes. (Folha)

Um a cada quatro sacos de lixo vai para local impróprio

Problema ambiental com resíduos ainda é crônico no Estado mais rico do país. Dados são de associação de empresas coletoras de lixo; agência estatal paulista vê avanço na destinação dos detritos.
DE SÃO PAULO Enquanto as discussões mais avançadas sobre a destinação do lixo se concentram na reciclagem, São Paulo, o Estado mais rico do país, ainda é obrigado a lidar com um problema bem mais arcaico: os lixões a céu aberto.
De cada quatro sacos de lixo residencial coletados pelos serviços oficiais, um vai parar em local inadequado, segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
Além dos lixões, vários aterros precários espalhados pelo Estado contaminam o ambiente e são fonte de risco à saúde da população.
São 11.800 toneladas de resíduos ao dia que não recebem o tratamento devido, diz o estudo da associação. O valor representa 24,9% das 49.323 toneladas coletadas todos os dias nas residências.
"Existem problemas graves inclusive na Grande São Paulo", afirma Carlos Silva, diretor-executivo da instituição, que reúne várias empresas do setor de limpeza.
OUTROS CRITÉRIOS — Diferentemente da Abrelpe, que divide depósitos em adequados e inadequados, a Cetesb, empresa ambiental paulista, adota três classificações: aterros adequados, controlados e inadequados.
Dos 645 municípios paulistas, 65,9%, têm aterros adequados, 1% tem inadequado e o restante está em situação controlada.
Na região metropolitana, segundo esses critérios, existem seis aterros controlados. Outros cinco são adequados.
Controlado quer dizer que o depósito está melhorando, mas ainda degrada o meio ambiente. É caso do aterro Pajoan, em Itaquaquecetuba. Apesar da indicação oficial de que está melhorando, o local ainda é um problema crônico da Grande São Paulo.
Desde 2007, ele tem funcionado a base de licenças precárias dadas pela Cetesb -procedimento considerado "normal" pela instituição.
Os donos do grupo que administram o local dizem que respeitam todas as normas e que o aterro não causa riscos.
O depósito, porém, está esgotado. Há um projeto da construção de outro ao lado.
Os planos são contestados pelo Ministério da Defesa, que diz que o local está dentro da área de segurança do aeroporto de Cumbica, onde não é permitido existir nenhuma atividade que seja foco de atração de pássaros.
A própria Cetesb diz que há registros frequentes de urubus e gaivotas na área do aterro. Os gestores do Pajoan, porém, dizem não haver prejuízo ao tráfego aéreo. (Folha)

Estado do Rio triplica número de vagas formais e abre 150 mil postos este ano

Com quase 150 mil novos postos, o mercado de trabalho do Estado do Rio chegou perto de triplicar a abertura de vagas formais entre janeiro e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo nota técnica divulgada ontem pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O desempenho foi também 5% superior ao registrado nos três primeiros trimestres de 2008, período que antecedeu a crise econômica global que abateu o mercado de trabalho em 2009.

Na nota, a Firjan afirmou que o ano de 2010 "deve firmar-se como o melhor da história em termos de geração de emprego, ratificando a recuperação do nível de atividade pós-crise."

Até setembro deste ano, foram abertas 149.247 vagas, um avanço de 169,81% sobre as 55.316 do mesmo período do ano anterior. O aumento foi puxado pela indústria, que abriu 30.542 empregos no período, 692,27% mais que nos três primeiros trimestres de 2009 e 15,75% além do registrado nesse período de 2008. A Firjan utilizou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do ministério do Trabalho.

De acordo com Guilherme Mercês, chefe da divisão de estudos econômicos da Firjan, a expansão do emprego no Rio acompanhou o ritmo do Brasil, mas ele ressalta que o estado tem perspectivas mais positivas do que a média do país. Em relação a 2008, o mercado de trabalho nacional avançou 5,5%.

- O Rio tem uma indústria automobilística forte na região Sul e uma demanda aquecida por construção civil. Isso impulsiona a indústria de transformação, sobretudo a metalurgia e a siderurgia. A conjuntura favorável é potencializada pelas obras de infraestrutura para Copa e Olimpíadas e pela perspectiva do pré-sal. A taxa de desemprego do Rio está próximo dos 5%, uma das menores do país.

Faltam engenheiros civis, ambientais e de petróleo — A indústria de transformação contratou 26.047 novos trabalhadores este ano e 9.524 no terceiro trimestre. A metalurgia teve o melhor trimestre da história, abrindo 2.085 postos, puxada pelo mercado imobiliário em expansão e pelas encomendas do setor naval.

- O Rio vem se destacando como um polo metalúrgico de relevância nacional - disse o economista da Firjan, lembrando que o estado abriga as siderúrgicas CSN e a CSA.

O setor de serviços também teve o melhor terceiro trimestre da série histórica, com saldo de 33.655 empregos. No ano, ele foi responsável por 55,26% das vagas criadas no estado, ampliando sua participação, que era de 46,47% antes da crise, em 2008. Porém, o setor que mais ampliou sua participação no mercado de trabalho foi o comércio, que pulou de 6,95% há dois anos para 12,39% agora.

Mercês classificou os resultados do terceiro trimestre como positivos. Além das boas perspectivas proporcionadas pela demanda por obras, segundo ele, os números foram engrossados pelas contratações para o Natal. Para os três últimos meses do ano, a perspectiva da Firjan é de que haja um arrefecimento natural no saldo de contratações.

Para o chefe da divisão de estudos econômicos da Firjan, apesar da boa perspectiva fluminense, o Rio terá que resolver o gargalo da falta de mão de obra qualificada:

- Podemos antever, pelas condições atuais, que teremos um déficit de engenheiros civis, ambientais e de petróleo. (O Globo)

Mais tempo para usuário migrar de plano de saúde

Ampliar as possibilidades e o prazo em que os beneficiários de planos de saúde poderão fazer uso da portabilidade, ou seja, migrar de operadora sem ter que cumprir carência. É o que propõe a consulta pública aberta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a contribuições no site da entidade até o próximo dia 20.

Na visão das entidades de defesa do consumidor, os maiores avanços trazidos pela proposta são a possibilidade de usuários de planos coletivos por adesão (opcional e espontâneo, como os feitos por associações, sindicatos, cooperativas etc.) poderem migrar para planos individuais e a criação da portabilidade especial. Este último seria um instrumento para possibilitar a migração de beneficiários de planos em crise para outra operadora, em casos em que não haja empresa interessada na transferência da carteira.

- A grande vitória dessa proposta é a portabilidade especial, um pedido que fizemos numa ação civil, no caso da Avimed (operadora que faliu em São Paulo, deixando milhares de beneficiários sem cobertura). A ANS resistiu na época, mas acaba de adotar como uma boa solução para os consumidores - conta Daniela Trettel, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que tem críticas aos limites impostos à portabilidade - Nós, do Idec, defendemos a portabilidade plena, sem datas ou prazos. Quando há uma quebra de confiança não faz sentindo o consumidor ter que ficar esperando meses para fazer a portabilidade. Além disso, ainda ficou faltando incluir a possibilidade de portabilidade para os contratos antigos.

O texto em consulta pública amplia de dois para quatro meses o prazo para que o consumidor faça uso da portabilidade e reduz de dois para um ano o período mínimo para a segunda transferência. A proposta também traz avanços na questão da informação, tornando obrigatório o comunicado pela empresa das datas de início e término da possibilidade de portabilidade do plano de seus clientes em faturas ou correspondências. Além disso, deverá constar nas carteirinhas o registro da operadora e do produto na ANS e todos os dados referentes ao tipo de cobertura contratada.

A portabilidade dos planos de saúde foi instituída em janeiro do ano passado e passou a valer em abril daquele ano. De lá para cá, cerca de 250 mil pessoas acessaram o Guia de Planos de Saúde, sistema quer permite cruzamento de dados e consulta e comparação dos planos existentes no país, no portal da ANS. Destes, cerca de 20 mil imprimiram o relatório para a mudança de plano, mas apenas 2.111 usuários concluíram a mudança sem carência. (O Globo)