terça-feira, 16 de novembro de 2010

Acelerar os avanços no Brasil a favor da inclusão social, com a melhoria na qualidade do emprego e investimentos em Educação

Inclusão social passa pelo fim do subemprego

Desde 2007, com a criação da UGT que defendemos, intransigentemente, as políticas públicas a favor da inclusão social. Por isso, nos anima as decisões da presidente eleita, Dilma Rousseff de manter as negociações com as centrais sindicais em torno de um aumento real do salário mínimo, de reajustar o Bolsa Família acima da inflação para que se consiga acelerar a inclusão social no Brasil. Que passará, obrigatoriamente, por agressivas politicas na Educação, que a UGT chama de Revolução na Educação. O resultado, como o IBGE já constatou, tem reflexos diretos na qualidade do emprego, com a redução do subemprego de 5,1% para 2,7% dos empregados em 2010, o que beneficia 348 mil trabalhadores. Ainda falta muito a ser feito. Mas o governo Lula provou que estamos no caminho certo, mas as distâncias entre as classes sociais no Brasil são de tal grandeza e a concentração de renda tão vergonhosa que os trabalhadores brasileiros têm que ampliar sua mobilização e continuar a exigir a manutenção de políticas públicas na Educação, na valorização do salário mínimo e na distribuição de renda através do Bolsa Família para incluir cada vez mais brasileiros e lhes garantir a cidadania plena, a segurança alimentar e o acesso a oportunidades que só a boa Educação permite. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Subemprego cai 37% desde 2003 e beneficia 348 mil

Crescimento da economia, boom da construção e formalização explicam menor subocupação, mas cenário pode piorar em 2011.

O crescimento da economia e a maior formalização do mercado de trabalho fizeram 348 mil pessoas cruzarem, de 2003 a 2010 (média de janeiro a setembro), a fronteira do subemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país, segundo levantamento da Folha a partir de dados do IBGE.

A subocupação caiu, nesse intervalo, 37%. De 2009 a 2010, a redução foi de 10%. Nos mesmos períodos, o emprego cresceu em um ritmo bem mais moderado: 19% e 3,5%, respectivamente.

Pelo conceito do IBGE, baseado em recomendação da OIT (Organização Internacional do Trabalho), os subocupados são pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam e têm disponibilidade para trabalhar mais tempo.

Os subocupados representavam 5,1% dos empregados em 2003. O percentual caiu para 2,7% em 2010.

Eles têm representação maior que a média da população ocupada nos grupos de trabalhadores por conta própria, nos que não têm carteira e nos do setor de serviços (sobretudo os domésticos).

A queda do subemprego se deve, principalmente, à maior formalização do mercado de trabalho, segundo Thaís Marzolla Zara, economista da consultoria Rosenberg & Associados.

Em 2003, 39% da força de trabalho no setor privado era formal. Esse percentual passou para 46% em 2010.

Para Fábio Romão, a formalização se irradiou por vários setores graças ao crescimento dos últimos anos -que sofreu um revés com a crise em 2009, mas não atingiu de modo significativo o mercado de trabalho.

RENDA MAIOR — A redução do subemprego, avalia, ocorreu na esteira do melhor desempenho do rendimento e do emprego dos setores que concentravam mais trabalhadores informais: construção civil e serviços domésticos.

Zara diz que a adesão de micro e pequenas empresas ao regime tributário diferenciado do Simples e as ofertas públicas iniciais de ações de companhias de maior porte também impulsionaram a formalização e ajudaram a reduzir o subemprego.

Outro ponto favorável foi o crescimento do emprego na indústria -que a partir de setembro já deu sinais de arrefecimento. "Talvez o cenário positivo que permitiu a redução do subemprego não se repita na mesma intensidade em 2011", diz Romão. (Folha)

Erradicar pobreza custaria mais R$ 21 bi

Promessa de Dilma é viável, mas depende do mercado de trabalho e da ampliação do gasto anual com o Bolsa Família. No país, é considerado pobre quem vive com uma renda familiar per capita até R$ 140; cesta básica chega a R$ 254.
A maior promessa de campanha da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), de acabar com a miséria no Brasil em seu governo, é muito ambiciosa, mas factível, avaliam especialistas da área.
Isso depende de duas premissas: o mercado de trabalho continuar se expandindo na velocidade dos últimos anos (algo considerado muito difícil); e o novo governo ampliar o gasto com o Bolsa Família (onerando ainda mais o Orçamento).
O programa consome R$ 13,4 bilhões ao ano e atende 12,7 milhões de famílias. Isso equivale a 0,4% do PIB, o que é considerado pouco.
Mas a chave para Dilma cumprir sua promessa está no mercado de trabalho. Quanto menos dinâmico, mais o governo teria de colocar dinheiro focalizado nos pobres para atingir a meta.
Se o Brasil quisesse eliminar hoje seus pobres e indigentes, teria de localizar essas pessoas e gastar com elas mais R$ 21,3 bilhões ao ano -em cima dos R$ 13,4 bilhões do Bolsa Família, segundo cálculos do Centro de Políticas Sociais da FGV.
Para financiar isso, o custo médio rateado entre os brasileiros seria de R$ 9,33 ao mês.
São considerados pobres no Brasil (tendo por base os critérios do Bolsa Família) indivíduos ou famílias que têm renda per capita menor do que R$ 140 ao mês (R$ 4,60 ao dia). Para os indigentes, o corte é de R$ 70 (R$ 2,30).
Na hipótese de uma família de quatro pessoas com renda mensal de R$ 400 (R$ 100 por pessoa), o governo federal teria de destinar R$ 160 (R$ 40 por cabeça) a ela para que todos ultrapassassem a linha de pobreza.
Acréscimos como esse, a todos os pobres, custariam os R$ 21,3 bilhões ao ano, segundo números do economista Marcelo Neri, da FGV.
Hoje, cerca de 30 milhões de pessoas (15,5% da população) vivem com menos de R$ 140 ao mês. Há dez anos, eram 57 milhões (33,3%).
MERCADO — A queda quase à metade ocorreu, principalmente, pela substancial melhora do mercado de trabalho.
Mais de 70% da elevação da renda média vem do trabalho (R$ 0,70 para cada R$ 1 de aumento). Dos gastos da Previdência, são 24%. Do Bolsa Família, 5,3%.
No governo Lula foram criados quase 14 milhões de empregos formais. Já o salário mínimo subiu 53% acima da inflação (R$ 510 hoje).
O aumento do mínimo tem impacto direto limitado na erradicação da pobreza. Mas contribui para elevar consumo, produção e emprego.
Para Clemente Ganz Lúcio, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), é até possível manter o ritmo de aumento do mínimo se a economia crescer cerca de 5% ao ano no governo Dilma.
O problema é o emprego, principal motor para a redução da pobreza.
"Entre 2007 e 2008, para cada 1 ponto percentual de aumento do PIB a ocupação também aumentava 1 ponto. Daqui para frente, essa correlação tende a ser de 1 para 0,5 ou 0,7", diz Lúcio. "Por conta do aumento da produtividade, teremos menos empregos gerados para cada ponto de crescimento do PIB."
Se isso ocorrer, a promessa de Dilma dependerá mais de recursos públicos a serem alocados no Bolsa Família.
O problema adicional é que até o Ministério do Desenvolvimento Social considera baixo o corte de R$ 140 para definir pobreza. Em novembro, como comparação, a cesta básica variou de R$ 172 (Aracaju) a R$ 254 (São Paulo), segundo o Dieese. (Folha)

Fim de trabalho infantil pede engajamento

Empresários defendem que companhias controlem fornecedores e pressionem por combate à informalidade. Encontro, realizado na Colômbia, discute estímulo a projetos sociais e cuidados com imagem da marca.
As empresas têm um papel relevante nos esforços da sociedade para a erradicação do trabalho infantil, que envolve o engajamento de fornecedores, o estímulo a projetos sociais de educação e inclusão na infância e o alinhamento às políticas públicas relacionadas ao tema.
Essas são algumas das conclusões do Encontro Internacional Contra o Trabalho Infantil, realizado nos dias 3 e 4 deste mês em Bogotá, Colômbia, promovido pela Fundação Telefônica.
"O trabalho infantil é a escravidão do nosso século. Não há como as empresas, que concentram hoje o poder econômico, ficarem alheias ao tema", disse o secretário-geral da OEI (Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura), Álvaro Marchesi.
No caso da América Latina, região que reúne cerca de 14 milhões de crianças que trabalham, das quais mais de 9 milhões em condições perigosas -os dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) são considerados conservadores-, o assunto é especialmente complexo.
"Em diversos setores produtivos ainda não se conseguiu enxergar e compreender a gravidade do problema", defende Lucas Utrera, pesquisador de Responsabilidade Social Corporativa na Uade (Universidade Argentina da Empresa).
Segundo ele, o que ocorre é justamente o contrário.
"Em muitas regiões da América Latina, o trabalho das crianças está legitimado, constituindo um componente importante dos processos produtivos atuais", afirma o especialista.
REPUTAÇÃO DA MARCA — Para as empresas, um dos maiores riscos do trabalho infantil está associado à reputação da marca. Grandes grupos empresariais, como Nike e Apple, já viveram o pesadelo de enfrentar escândalos na mídia.
Para os especialistas reunidos no debate em Bogotá, combater o trabalho infantil representa também uma preocupação econômica. Estima-se que quase a totalidade das crianças que trabalham na região atuem na economia informal.
"Ao combater o trabalho infantil, as empresas estão combatendo a informalidade da economia, segmento em que há empresários que não se preocupam com questões como reputação ou competitividade por meio de instrumentos legítimos", aponta Guillermo Dema, especialista para o Trabalho Infantil e Emprego Juvenil para as Américas da OIT.
Há também a questão da desigualdade de renda e a limitação de geração de riqueza no país. Estudo da Esalq/ USP revela que pessoas de 30 a 65 anos que trabalharam antes dos 16 anos no Brasil recebem, em média, 7% a menos do que as demais.
"Ao diminuir a geração de renda, o trabalho infantil acaba sendo também um fator limitante do próprio crescimento econômico", explica o pesquisador Marcelo Justos dos Santos, da Esalq/USP, um dos autores do estudo. (Folha)

Irlanda e Portugal sob pressão

Com grandes dívidas, os dois países estão sendo pressionados a pedirem socorro à União Europeia para evitar contágio de nações vizinhas.

Cresce a pressão para que Irlanda e Portugal aceitem um pacote de resgate, criando um "corredor sanitário" e evitando a contaminação de outras economias. O debate sobre como dar uma solução permanente à crise da dívida na Europa será realizado hoje em uma reunião de ministros de Finanças em Bruxelas.

Irlanda e Portugal serão cobrados para que apresentem detalhes de como esperam frear os gastos públicos e honrar o pagamento dos juros de suas dívidas astronômicas.

Mas o mercado e os países mais influentes da União Europeia (UE) não acreditam que as medidas de austeridade serão suficientes. O Fundo Monetário Internacional (FMI), a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) insistem que chegou a hora de Irlanda e Portugal considerarem uma intervenção.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu novos pacotes de resgate e "uma nova cultura de estabilidade na Europa".

Portugal admitiu que investidores estão cada vez mais propensos a acreditar que o país pedirá ajuda internacional e que o risco de contágio é "extremamente alto". Mas insinua que deve ser a Irlanda quem deve aceitar logo o pacote.

Depois da crise na Grécia, no começo do ano, a UE criou um fundo de quase US$ 1 trilhão para países em dificuldades. Mas agora, mais uma vez divididos, os países se atacam. "Tudo está em jogo. Se o euro fracassar, então é a Europa que fracassará", disse ontem Merkel.

Nem todos gostaram do recado. O primeiro-ministro grego, George Papandreou, acusou Merkel de ter tornado a situação ainda pior para Portugal e Irlanda ao insistir que o mercado deve pagar por futuros pacotes de resgate a partir de 2013. "Isso pode criar uma profecia que se cumpriria. Isso pode forçar economias a irem à falência", disse. Espanha, Irlanda e Luxemburgo também criticaram Merkel.

O banco Barclays estima que um eventual resgate da Irlanda teria de chegar a 80 bilhões para fazer efeito. "Uma intervenção da UE está sendo preparada", confirmou Michael Noonan, porta-voz do partido de oposição na Irlanda, o Fine Gael.

Dominique Strauss-Kahn, diretor-gerente do FMI, também confirmou que o Fundo está "pronto para ajudar a Irlanda" se for preciso. O governo alemão pressiona para que o pacote seja criado com certa rapidez e que a Irlanda aceite a ajuda como forma de limitar as especulações.

O governo irlandês confirma que tem mantido reuniões com a UE. Mas insiste que até hoje não fez qualquer pedido de ajuda. Parte da justificativa é que o país não aceitaria abrir mão de sua soberania. Mas a resistência do governo irlandês vai além do orgulho. O temor é que a UE e o FMI exijam que o país aumente seus impostos. Parte da expansão do Tigre Celta havia ocorrido graças a taxas baixas que atraíram empresas como Google e Dell. (Estado)

Bancos baixam juros para evitar calote

Com a expansão vigorosa do crédito no país, a taxas de 20% ao ano, grandes instituições como Banco do Brasil (BB) e Itaú, as maiores do país, estão se armando para prevenir um estouro na inadimplência dos consumidores. Antes de o cliente se perder ao usar o cheque especial ou o cartão de crédito para fechar as contas no mês, com juros estratosféricos, os bancos estão se antecipando e oferecendo modalidades de empréstimo mais baratas, revela reportagem de Patrícia Duarte, publicada na edição desta terça-feira do GLOBO.

Essa saída sempre foi a mais recomendada por todos os especialistas da área de finanças pessoais, mas é a primeira vez que os bancos tomam a iniciativa. Para isso, estão investindo pesadamente em tecnologia e estudos para acompanhar cada vez mais de perto os passos dados por seus clientes.

- Pelo histórico, conseguimos perceber se o cliente vai ficar inadimplente ou não - diz o diretor de Crédito do BB, Walter Malieni Júnior.

Os resultados já começaram a aparecer. Em dois meses usando essa nova ferramenta, o BB abordou 38 mil clientes que tinham potencial para se tornar inadimplentes, conseguindo renovar as linhas de 7,5% desse total, num valor global de R$ 3,925 milhões, com parcelas e prazos médios de R$ 156 e 15,4 meses, respectivamente.

Para tanto, criou uma nova modalidade de crédito, chamada CDC Renovação, cujas taxas de juros variam de 4,86% a 6,10% ao mês, com limites de R$ 150 a R$ 60 mil. Os juros do cheque especial, em média, ficam em torno de 10% mensais.

Há menos de dois meses, o Itaú também começou a trabalhar com os mesmos mecanismos. Entre estes, segundo o superintendente de Relacionamento com o Sistema de Defesa do Consumidor do banco, Francisco Calazans Júnior, está o "saldo parcelado", uma nova linha de crédito com juros menores - de 2,71% a 6,02% ao mês - que está sendo oferecida nos caixas eletrônicos. (O Globo)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

UGT e trabalhadores brasileiros monitoram montagem de novo governo para ampliar conquistas trabalhistas, econômicas e sociais

Dilma acena com medidas no câmbio

Presidente eleita diz que é ruim para o Brasil ter a moeda mais valorizada do G-20 e fala em ‘tomar todas as medidas possíveis’.

A presidente eleita Dilma Rousseff disse que considera ruim para o Brasil o fato de o País estar na reunião do G-20, em Seul, com o título de detentor da moeda mais valorizada do grupo dos países mais ricos. "Isso não é bom para o Brasil. Vamos ter de olhar cuidadosamente, tomar todas as medidas possíveis", afirmou ela. Mas Dilma não quis adiantar quais medidas tomará.

"Se eu tivesse as medidas, não diria aqui", afirmou a presidente eleita, durante entrevista coletiva no hotel em que está, em Seul, cerca de duas horas depois de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o qual voltará sábado ao Brasil, no avião presidencial.

Dilma revelou que, ao contrário do presidente Lula, que foi à reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, assim que tomou posse, em 2003, ela não irá à próxima reunião do fórum, prevista para janeiro.

A presidente eleita disse também que não pretende fazer um giro internacional, para se apresentar. Talvez, vá a um ou outro lugar, afirmou, Dilma comentou ainda o fato de ter sido eleita pela revista Forbes a 16.ª pessoa mais importante do mundo, recusando o título de atração do G-20. "Olha, eu acho que atração é presidente no exercício do cargo. Presidente eleita não é atração, é notícia só."

Problema grave — Dilma disse que o problema do dólar fraco é grave. Mas não adiantou nada que possa fazer para tentar enfrentar a situação além das medidas que já vêm sendo tomadas pelo governo brasileiro, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para as aplicações no País provenientes do exterior.

"Acho que há uma questão que é grave para o mundo inteiro. Até o Alan Greenspan (ex-presidente do Banco Central americano, o Federal Reserve) está falando isso. Mas essa á uma questão que sempre causou problema, porque a política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias."

Em seguida, ela disse que terá uma posição similar à que está sendo defendida agora pelo governo do Brasil, que acusa os Estados Unidos de promoveram uma guerra cambial.

Para Dilma, a desvalorização do dólar gera um protecionismo camuflado. Quanto à sugestão encampada pelo Brasil, de substituir o dólar por uma cesta de outras moedas, Dilma disse que é mais uma posição entre as várias que surgiram sobre o assunto. O melhor, para ela, seria não haver desvalorização do dólar. "Essa seria a solução. Mas nós não controlamos o Federal Reserve."

A presidente eleita lembrou ainda que a moeda chinesa está muito desvalorizada porque está atrelada ao dólar. (Estado)

Petrobrás apura lucro de R$ 8,566 bilhões no 3º trimestre

Receita líquida da companhia teve alta de 14,3% com recuperação dos preços do petróleo e aumento do volume produzido.

A Petrobrás reportou lucro líquido de R$ 8,566 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma expansão de 7,88% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 7,940 bilhões). A receita líquida da companhia no terceiro trimestre alcançou R$ 54,739 bilhões, alta de 14,3% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 47,897 bilhões), ocasionada principalmente pela recuperação dos preços do petróleo na comparação anualizada e pelo aumento do volume produzido ao longo do terceiro trimestre.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) trimestral alcançou R$ 14,736 bilhões, com expansão de 4,65% em relação ao terceiro trimestre de 2009 (R$ 14,081 bilhões). O resultado financeiro foi positivo em R$ 1,968 bilhão, ante R$ 1,447 bilhão do mesmo período do ano passado.

A Petrobrás anunciou no final de setembro passado a conclusão da maior capitalização da história, uma operação que movimentou R$ 120,3 bilhões. Desse total, pouco menos de R$ 50 bilhões ingressaram no caixa da companhia. A maior parte, ou R$ 74,8 bilhões, foi repassada à União, como forma de pagamento da cessão de 5 bilhões de barris de petróleo a serem explorados pela Petrobrás futuramente.Os valores apresentados pela companhia referentes ao terceiro trimestre de 2009 diferem daqueles apresentados no final do ano passado devido a ajustes contábeis promovidos pela companhia.

Até o ano passado o balanço da estatal seguia as práticas contábeis adotadas no Brasil, e a partir deste ano os resultados passaram a seguir os padrões internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards-IFERS). Com isso, os números de 2009 apresentados neste trimestre foram ajustados de forma a se adequarem ao padrão IFRS.

Acumulado no ano — O lucro líquido da Petrobrás neste ano já soma R$ 24,588 bilhões. O resultado, obtido entre janeiro e setembro, é 9,8% superior ao reportado no mesmo intervalo do ano passado, de R$ 22,390 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) no acumulado do período totalizou R$ 45,739 bilhões, expansão de 1,2% em igual base comparativa. A receita operacional líquida nos nove primeiros meses do ano alcançou R$ 158,782 bilhões, incremento de 17,5% na mesma comparação.

Alavancagem — A Petrobrás diminuiu sua taxa de alavancagem de 34% para 16% no balanço do terceiro trimestre. A queda se deve ao aumento de capital feito pela companhia, em setembro, de R$ 120 bilhões. Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, a redução na taxa de alavancagem abre espaço para a companhia obter mais linhas de financiamentos, que a permitam viabilizar os investimentos necessários ao seu crescimento. A estatal informou ainda que já investiu R$ 56,5 bilhões este ano até setembro, cifra que representa um aumento de 11% frente o mesmo período do ano passado.

Produção — A produção total de óleo e gás natural da Petrobrás somou 2,570 milhões de barris diários no terceiro trimestre de 2010. O montante representa incremento de 1,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre deste ano, o indicador apresentou queda de 0,7%.

Quando considerada apenas a produção nacional, o indicador teve leve elevação de 1,4% entre julho e setembro, ante o mesmo intervalo de 2009, somando 2,324 milhões de barris diários. Na comparação com o segundo trimestre, o desempenho doméstico foi 0,7% menor, em decorrência principalmente das paradas para manutenção realizadas na Bacia de Campos, compensadas parcialmente pelo aumento de produção de novas unidades.

No exterior, a produção total da companhia brasileira foi de 246 mil barris por dia, ante 241 mil barris do terceiro trimestre do ano passado e de 246 mil barris diários do segundo trimestre deste ano.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a produção da Petrobrás cresceu 2,2% ante os nove primeiros meses de 2009, para 2,568 milhões de barris diários. A produção nacional teve alta de 1,9% na mesma base comparativa, para 2,322 milhões de barris por dia. (Estado)

"Se pagar bem, claro que vendo o SBT"

Silvio Santos diz que Eike pode ficar com a TV se pagar os R$ 2,5 bi que o apresentador deve por causa do banco.
Empresário ironiza insinuações sobre a bolinha de papel jogada em Serra: "Caiu alguma coisa na cabeça dele?"
O empresário Silvio Santos atendeu ontem à noite, em sua casa, a um telefonema da Folha. Ele disse que, se alguém pagar o que ele deve ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que emprestou à sua holding dinheiro para cobrir o rombo do banco PanAmericano, pode comprar o SBT. Leia entrevista.

Folha - Eu gostaria que o sr. desse uma palavra para o público sobre tudo o que está acontecendo no banco.
Silvio Santos -
Não posso porque eu assinei um termo de confidencialidade. Eu assinei um termo de conf... confidencialidade... é até difícil de falar! Não posso comentar nada. Só quem pode falar é o Fundo Garantidor de Crédito.

O sr. se encontrou com o Lula. Falou com ele sobre isso?
Que Lula?

O presidente.
Estive com ele falando sobre o Teleton [programa que arrecada recursos para a AACD]. Ele está me devendo R$ 13 mil [risos]. Tive que dar por minha conta porque ele prometeu e não deu os R$ 13 mil [que disse que doaria].
Eu falei para ele: "Se você der R$ 13 mil, a Dilma pode ganhar a eleição". Porque é o número dela, não é? Não é 13 o número da Dilma? "Pode ser que Deus te ajude e ela ganhe a eleição."

E ela ganhou do mesmo jeito.
Mas aí é que tá: agora tô preocupado [risos]. Ele fez a promessa e não cumpriu.

E o senhor votou nela?
Eu estou com 80 anos. Você acha que eu vou sair de casa para votar? Vou votar é em mim mesmo aqui em casa.

E aquela história da bolinha [reportagem do SBT afirmou que o candidato tucano, José Serra, foi atingido, numa manifestação, por uma bolinha de papel, e não por um objeto mais pesado, como ele dizia]? Todo mundo está falando que o SBT fez a reportagem porque estava com problema no banco.
Mas que bolinha?

A bolinha que caiu na cabeça do Serra.
Caiu alguma coisa na cabeça dele? [risos] Caiu alguma coisa na cabeça dele?

Na campanha.
Ah, não foi hoje?

Não.
Ah, eu não sei desse negócio de bolinha, não. Isso aí, olha, eu não vejo TV. Televisão, para mim, é trabalho. Só vejo filme. Agora que você ligou para mim eu estava vendo a Fontana di Trevi. Você já viu esse filme, "A Fonte dos Desejos" (de Jean Negulesco)? Eu estava vendo agora.

E essa informação de que o empresário Eike Batista quer comprar o SBT?
No duro?

É.
Ah, me arranja! Arranja para mim que eu te dou uma comissão.

O senhor venderia?
Se ele me pagar bem, por que não? Quem é? "Elque"?

Eike, um dos homens mais ricos do Brasil.
Ele é americano? Eike?

Brasileiro.
Não, não conheço. Mas, se ele pagar os R$ 2,5 bilhões que estou devendo, vendo, é claro que vendo. Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito. Eu não posso vender nada sem passar pelo Fundo Garantidor de Crédito. (Folha)

Morte por dengue cresce 90% neste ano

Ministério da Saúde registrou 592 óbitos entre janeiro e outubro, contra 312 mortes no mesmo período de 2009. Crescimento se deve à volta da circulação do sorotipo 1 da doença, predominante no final dos anos 1990 no país.

O número de casos de morte por dengue aumentou em 90% neste ano. O Ministério da Saúde registrou 592 óbitos entre janeiro e outubro no país, contra 312 mortes no mesmo período de 2009.
Esse crescimento se deve, segundo o ministério, à volta da circulação do sorotipo 1 da dengue, que foi predominante no Brasil no final dos anos 1990 -a maior parte dos brasileiros não tem imunidade a esse sorotipo.
Além disso, diversos municípios apresentaram, no ano passado, altos índices de infestação por larvas do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti), o que aumentou a transmissão da doença no país neste ano.
O Liraa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) foi divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. Os dados mostraram que onze capitais brasileiras apresentam uma situação considerda de alerta.
São cinco no Nordeste (Salvador, Maceió, Fortaleza, Aracaju e Recife), uma no Centro-Oeste (Goiânia), três no Norte (Manaus, Palmas e Boa Vista) e duas no Sudeste (Rio de Janeiro e Vitória).
Em todas essas capitais, entre 1% e 3,9% dos imóveis analisados apresentaram infestação. Outras 123 cidades também estão em alerta.
RISCO DE SURTO — Neste ano, 418 cidades estão participando do levantamento nacional do Ministério da Saúde, que identifica o índice de infestação de larvas do mosquito da dengue.
Até agora, cerca de 120 cidades ainda estão consolidando seus dados ou ainda não conseguiram enviar as informações ao ministério.
De acordo com o levantamento, 15 municípios estão em risco de surto da doença no Brasil (11 no Nordeste, três no Norte e um no Sudeste). Nesses locais, o índice de infestação das larvas foi igual ou superior a 4%.
Dez capitais apresentam índice considerado satisfatório (inferior a 1%). São elas: São Paulo, Macapá, São Luís, Teresina, João Pessoa, Brasília, Campo Grande, Porto Alegre, Florianópolis e Belo Horizonte.
Apesar de a capital paulista apresentar índice considerado satisfatório, o Estado tem oito cidades em situação de alerta para a dengue: Andradina, Barretos, Bauru, Cubatão, Ribeirão Preto, São Sebastião, Taubaté e Tupã.
O Ministério da Saúde também lançou ontem a campanha nacional de combate à dengue. Neste ano, cartazes e folhetos serão distribuídos em todo país, com a mensagem: "Dengue - Se você agir, podemos evitar". (Folha)

Governo lançará em 2011 plano nacional para economia de energia

O governo deve lançar no próximo ano seu Plano Nacional de Eficiência Energética. O secretário de Desenvolvimento Energético do

Ministério de Minas e Energia, Paulo Augusto Leonelli, disse que o programa está quase pronto e deve passar por uma consulta pública até o final

deste mês ou, no máximo, no início de dezembro. Segundo ele, a meta é que haja até 2030 uma economia de 106 TWh (terawatts-hora), o equivalen-

te à geração de Itaipu durante um ano. O plano está sendo discutido desde o início de 2010.

- O plano não tem um caráter mandatório, mas orientativo. Queremos fazer um amplo diagnóstico da situação do uso da energia no país dentro

de vários setores que compõem a nossa matriz de consumo - disse Leonelli.

Ele explicou que para cada setor está sendo proposta uma linha de ação que o governo considera prioritária para a redução do consumo de energia.

Leonelli afirmou que a perspectiva do plano é contribuir para o crescimento da infra-estrutura que vai atender a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos.

Amilcar Guerreiro, diretor de Estudos de Economia de Energia e Meio Ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), disse que somente

um plano de eficiência energética poderá compensar o aumento da demanda por energia no país.

Guerreiro e Leonelli participaram ontem da divulgação de um estudo da Confederação Nacional da Indústria e da Eletrobras sobre a economia de

energia no setor industrial. De acordo com o levantamento, com um pequeno corte de 6,4% no consumo de energia, 13 setores da indústria poderiam economizar R$ 85 bilhões em 20 anos só com a conta de energia elétrica.

Nesse período também haveria uma economia acumulada de 9,2 milhões de toneladas equivalente de petróleo (TEP), unidade que permite somar várias fontes de energia, como elétrica, gás natural e combustíveis. De

acordo com a CNI, o país deixaria de emitir 239 milhões de toneladas de gás carbônico no período.

Esse cenário foi traçado a partir da avaliação de 217 projetos de eficiência energética que já estão em andamento nos setores de alimentos e bebidas, cal e gesso, cerâmica, cimento, extrativa mineral, ferroligas, metais não ferro-

sos, fundição, papel e celulose, química, siderurgia, têxtil e vidro.

A principal fonte de economia se encontra na modernização de fornos, que responde por 62,12% do potencial de eficiência energética, seguido pelas caldeiras, com 16,09%, e os sistemas motrizes, com 13,87%. Rodrigo Garcia, coordenador do estudo da CNI, defendeu a redução das taxas de juros para os projetos de eficiência energética para que esse potencial seja realizado.

- Seria necessária também a ampliação da carência dos investimentos e de uma maior disposição de tecnologias para a indústria nacional - afirmou.

A indústria responde atualmente por 37,2% de toda a energia gasta no Brasil. A redução do consumo leva em consideração um crescimento de 4,5% ao ano da economia até 2030. (O Globo)