quinta-feira, 21 de julho de 2011

Copom facilita vida de especuladores e ameaça empregos mantendo juros nas alturas

UGT cobra medidas efetivas do Banco Central

Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) só tem a lamentar mais uma alta da taxa básica de juros em 0,25%, elevando a Selic para 12,5% ao ano.

Essa decisão do Copom mostra que a autoridade monetária só tem uma receita, a de manter o Brasil no topo do ranking mundial de juros reais altos, independentemente da conjuntura. A comprovação disso é o dado divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE: a prévia da inflação oficial caiu para 0,10% em julho, derrubando a tese de que a elevação da taxa de juros é necessária para conter a alta de preços.

Nesse cenário, a UGT exige da autoridade monetária medidas que efetivamente mantenham o controle inflacionário e o crescimento da economia, estimulando o consumo das famílias, responsável pela rápida recuperação do Brasil no período pós-crise mundial.


Leia, por favor, o clipping do dia:


BC sobe taxa de juros e sinaliza fim do ciclo de apertos
Foi o quinto aumento seguido, mas governo aguardará agora que medidas para frear economia tenham efeito no 2º semestre. Com nova alta, Brasil consolida a liderança no ranking dos países com as maiores taxas de juros reais do mundo.
O Banco Central anunciou ontem o quinto aumento seguido da taxa básica de juros (Selic) e deu sinais de que pode ter encerrado o ciclo de aperto monetário.
O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic, referência para o custo do dinheiro a empresas e consumidores, de 12,25% para 12,50% ao ano. A decisão, unânime, já era esperada.
Com a alta, o Brasil se mantém na liderança do grupo de países com os juros mais altos do mundo.
A surpresa ficou por conta da nota divulgada sobre a decisão. O BC retirou a frase sobre aumento de juros "por um período suficientemente prolongado" como sendo a estratégia mais adequada, dos últimos comunicados.
Disse apenas que "avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação", decidiu "neste momento", elevar a taxa Selic.
Segundo a Folha apurou, o governo avalia que a inflação seguiu o caminho esperado, com queda mensal, que ajudou a melhorar as expectativas do mercado, e aumento em 12 meses, que será revertido no fim do ano.
Além disso, espera que medidas já anunciadas tenham efeitos mais nítidos no 2º semestre. Principalmente no mercado de trabalho, uma das principais preocupações do BC e que será o último segmento a reagir.
O governo trabalha ainda com a projeção de que a inflação no último trimestre ficará abaixo da verificada no mesmo período de 2010.
Economistas consultados pelo BC esperavam ao menos mais um aumento de 0,25 ponto na taxa, na próxima reunião de agosto. Alguns ainda apostavam numa terceira alta em outubro.
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, diz que os indicadores econômicos justificam novas altas, mas a chance de que elas ocorram diminuiu. "A nota [do BC] é menos indicativa de espaço para mais altas. O aumento de agosto pode acontecer. Em outubro, é menos provável."
Já Roberto Padovani, do Banco WestLB, diz que o comunicado reforçou a sua projeção de que o BC encerrou o ciclo. "O aumento é suficiente, ainda que seja uma estratégia de risco."
O índice oficial de inflação está acima do teto da meta do BC, de 4,5% ao ano, no acumulado de 12 meses. Em junho, ficou em 6,71%.
Outros dados econômicos, como crédito e produção, já mostram desaceleração.
Ontem, o Ministério do Planejamento aumentou sua projeção de inflação para 2011, de 5,7% para 5,8%. (Folha)

BB vê sobra de dólar para financiamento de exportadores
Oferta de crédito é abundante; banco registra aumento de 38% nesse tipo de empréstimo no primeiro semestre. Bancos internacionais demonstram interesse em emprestar recursos para o BB, que repassa aos exportadores.

Estão sobrando dólares no mercado para financiar os exportadores brasileiros, que estão se antecipando à possibilidade de aumento de juros no exterior para pegar empréstimos mais baratos.
O Banco do Brasil, que responde por um terço desse mercado, registrou aumento de 38% nesses empréstimos no primeiro semestre.
Admilson Monteiro Garcia, diretor da área de negócios internacionais do BB, diz que bancos internacionais nos EUA e na Europa, seguidos por Ásia e, em menor escala, pela América Latina, têm demonstrado interesse em emprestar recursos para a instituição, que repassa ao exportador brasileiro.
"Existe uma oferta abundante de linhas de crédito. O desafio é onde alocá-las."
O aumento na oferta de dinheiro e a queda nas taxas de juros no exterior após a crise de 2008/2009 são parte da ação dos países desenvolvidos para reativar suas economias. Parte desses recursos, no entanto, acaba direcionada a países emergentes.
Com aumento na oferta e queda nos juros, os bancos internacionais têm oferecido recursos por um período maior, em busca de mais rentabilidade.
Empréstimos que tinham vencimento entre um e dois anos, e que caíram para menos de 12 meses no final de 2008, têm agora prazo médio superior a três anos.
ANTECIPAÇÃO -- A demanda das empresas brasileiras também é forte, segundo o BB. Há companhias se antecipando à possibilidade de aumento nos juros fora do país, que pode encarecer esse crédito. Outras estão precisando dos recursos para financiar o aumento nas vendas verificado no começo deste ano.
Para o diretor do BB, essa antecipação não representa um movimento de especulação generalizada. Ele lembra que a empresa que toma esse crédito deve cumprir prazos para fazer a exportação.
Dados do BC mostram que o aumento nos recursos para o exportador aconteceu também nos demais bancos no segundo trimestre de 2011.
Nesse período, em que o país registrou saída de dólares por meio de operações financeiras, foi o comércio exterior que garantiu o abastecimento do mercado com moeda estrangeira. Metade dos recursos que entraram na área comercial foram linhas para exportação. (Folha)

CNJ aprova gasto de R$ 500 milhões para abrir 3,7 mil vagas na Justiça do Trabalho

A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que permitiu a abertura de novas vagas de servidores e magistrados para a Justiça do Trabalho, deve custar R$ 500 milhões para os cofres públicos. Pela decisão, que foi tomada em 5 de julho, a Justiça do Trabalho vai ganhar 3,7 mil novos servidores, incluindo magistrados. Falta apenas a autorização do Congresso Nacional para ser feita a contratação por meio de concurso público.

A aprovação criou polêmica no CNJ. A ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, foi contrária ao aumento de pessoal e de gastos. Segundo ela, a proposta de expansão do quadro de pessoal vai levar a acréscimo anual de mais de R$ 380 milhões no orçamento do Judiciário federal. No ano passado, a Justiça do Trabalho já havia pedido a contratação de mais de 2 mil novos servidores, ao custo de R$ 240 milhões. Tudo somado, a despesa chegaria a R$ 500 milhões por ano.

O voto de Eliana foi seguido pelos conselheiros Walter Nunes e José Adonis Callou de Araújo Sá, mas a maioria dos conselheiros concordou com a criação de 67 novas varas trabalhistas em todo o país. Para a conselheira Morgana Richa, a Justiça do Trabalho é uma "Justiça laboral" e, portanto, "não pode ter mais peso o quanto ela consome de orçamento, mas o quanto ela recebe de demanda e o quanto julga".

Até eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada foram utilizados para justificar o aumento de juízes. "A contar todos os eventos que ocorrerão na cidade não vejo como votar contra", afirmou o conselheiro Paulo Tamburini, relator do processo, referindo-se aos aumentos de varas, juízes e servidores no Rio de Janeiro. Apenas naquele Estado serão 12 novas varas, 17 cargos de juiz, 140 analistas e 69 técnicos judiciários.

"O jurisdicionado do Rio não pode merecer menos do que foi pedido pelo tribunal, que foi criterioso", disse Tamburini, citando o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) fluminense. Em Minas Gerais, serão 21 novas varas. No Paraná, 11. Em Santa Catarina, 4.

A reforma do Judiciário também foi citada como argumento para aumentar a Justiça Trabalhista. "A Emenda Constitucional nº 45 (da reforma do Judiciário) aumentou a competência da Justiça do Trabalho, que passou a julgar quaisquer litígios decorrentes das relações de trabalho", justificou o conselheiro Nelson Tomaz Braga. "Foi uma grande ampliação. Temos que tomar novos rumos para não ficarmos em desvantagem, apesar de essa ser uma Justiça que funciona", disse Braga.

Na próxima quinta-feira, o governo vai sofrer pressão de servidores de diversas categorias por aumentos. Entidades representativas de auditores da Receita Federal, de integrantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e de delegados e peritos da Polícia Federal vão fazer um ato conjunto com três reivindicações.

Eles pedem o fim imediato dos cortes no Orçamento, a retomada de concursos públicos e o fim da terceirização. O ato está sendo chamado de "Dia Nacional pelo Direito a um Serviço Público de Qualidade" e será realizado simultaneamente nos aeroportos de Brasília, de Guarulhos, em São Paulo, e no Galeão, no Rio. (Valor)

Microempresa terá crédito do Fundo de Garantia à Exportação

O governo federal finalmente vai permitir repasses do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para financiar as vendas externas de micros e pequenas empresas. Pouco mais de três anos depois da edição da Medida Provisória 429, de maio de 2008, que previa tal expediente, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) deve anunciar hoje a extensão legal dos repasses às micros e pequenas empresas. A medida será acompanhada de um "Exporta Fácil" pela via marítima, aos moldes do que os Correios já oferecem.

Foco de estudos do Departamento de Políticas de Comércio e Serviços do MDIC, comandado por Maurício do Val, as medidas devem ser anunciadas pelo ministro Fernando Pimentel, que participa da 19ª reunião plenária do fórum permanente das micros e pequenas empresas, em Brasília. Além de Pimentel, estarão presentes também os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Turismo, Pedro Novais, e também da presidente do grupo Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, sondada pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a Secretaria das Micros e Pequenas Empresas, a ser criada nas próximas semanas.

Em estudo preparado pelo governo ao longo do primeiro semestre com empresários de micros e pequenas firmas, os técnicos do MDIC diagnosticaram os principais gargalos para embarcar produtos ao exterior. "Percebemos", diz Maurício do Val, "que as principais dificuldades são geradas devido à falta de conhecimento dos mecanismos que facilitam a exportação, como o drawback", afirma, em referência ao regime especial que reduz ou suspende impostos sobre a compra de insumos para bens que são exportados.

Além disso, afirma Val, há o "temor", por parte do micro e pequeno empresário, de que as receitas oriundas das exportações engordarão seus resultados a ponto de "expulsarem" as empresas do Simples. Já tramita, no Congresso, o Projeto de Lei (PL) 591, que exclui o resultado das exportações de micros e pequenas empresas do que é computado para o Simples. "Essa medida, além da disponibilização de recursos do FGE, dará um enorme impulso às exportações das micros e pequenas empresas", afirma Val. Gestor do FGE, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi procurado pela reportagem, mas sua assessoria não soube informar, até o fechamento desta edição, o volume de recursos do fundo.

Pesquisa realizada pelo Comitê de Comércio Exterior do Fórum Permanente das Micros e Pequenas Empresas, vinculado ao MDIC, concluiu que 44% das companhias nunca exportaram, e aquelas que exportam ou já exportaram, direcionam seus bens e serviços preferencialmente para Europa, Estados Unidos e países do Mercosul. Além das dificuldades operacionais para obtenção de financiamento, como a falta de documentação organizada para contrair empréstimos no BNDES, as empresas apontaram o desconhecimento de mecanismos como drawback e Programa de Financiamento às Exportações (Proex) como empecilho.

Val avalia, ainda, que há "um imenso caminho aberto" para empresas de serviços ampliarem suas exportações. "Trata-se de um setor que não tem a tradição de vender ao exterior que a indústria têm", afirma. De acordo com o diretor do MDIC, o papel do governo deve ser o de aumentar os canais de informação aos empresários de micros e pequenas companhias prestadoras de serviços.

"Falamos de um potencial que hoje é subaproveitado, e que, ao mesmo tempo, é rápido de ser construído, uma vez que os mecanismos de incentivo, como drawback e Proex, são os mesmos que utilizamos para a indústria", afirma Val. Segundo ele, o governo vai intensificar a "calibragem" de alíquotas de impostos para incentivar o embarque neste segundo semestre.

Além disso, o governo deve viabilizar a criação de uma espécie de um "Exporta Fácil" para embarcações, repetindo o modelo que já é oferecido pelos Correios. "Vamos, neste segundo semestre, agilizar tudo aquilo que já está à disposição das médias e grandes empresas", diz Val, "nosso esforço será concentrado na calibragem desses mecanismos para as micros e pequenas firmas". (Valor)

Governo decide negociar com sindicatos medidas para licitação dos aeroportos

O Palácio do Planalto decidiu abrir uma mesa de negociação com os sindicatos para evitar futuros conflitos entre trabalhadores e os concessionários dos aeroportos que devem ser licitados à iniciativa privada até o fim do ano. A Secretaria-Geral da Presidência da República, chefiada por Gilberto Carvalho, lidera a iniciativa. A Secretaria de Aviação Civil, responsável pela coordenação do processo de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, também foi envolvida nos debates.

"O clima está tenso, porque foi anunciada uma proposta que não foi discutida com os trabalhadores", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique. Uma reunião sobre o assunto foi realizada na semana passada, com a participação do presidente da CUT, do ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, e do presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Francisco Lemos.

Na ocasião, os sindicalistas se colocaram contra o plano do governo de só dar à Infraero até 49% do controle dos aeroportos que serão concedidos à iniciativa privada. Segundo eles, um setor estratégico, com reflexos na segurança, vigilância sanitária e controle do espaço aéreo do país, deve continuar sob o controle e a gestão do Estado. Os representantes dos trabalhadores também disseram temer a piora das condições de trabalho e a redução do número de empregos no segmento.

Uma próxima reunião foi agendada para o dia 27, quando deverão estar presentes os representantes da Infraero, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e dos sindicatos dos aeronautas e dos aeroviários.

"É importante atrair o capital privado para expandir os aeroportos e investir na qualidade do atendimento, mas não para comprar uma concessão onde o Estado tenha minoria", disse o presidente da CUT.

Caso o governo não desista do plano de ceder os aeroportos ao setor privado, os sindicalistas passarão a defender que o Estado tenha uma "golden share" nas sociedades e a garantia de participação dos trabalhadores nos conselhos de administração das empresas que vencerem os leilões, disse Henrique. Os sindicalistas demandam, ainda, garantias do governo de que as tarifas aeroportuárias não serão reajustadas.

O governo quer realizar a licitação dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília ainda este ano. Para tanto, pretende promover uma audiência pública em setembro sobre o modelo da concessão dos empreendimentos. O Executivo consultará, então, o Tribunal de Contas da União (TCU) para publicar o edital dos leilões em novembro.

O governo também concederá ao setor privado a construção e a operação do aeroporto internacional de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. O leilão está marcado para o dia 22 de agosto. (Valor)

Diante de greve, Eletrobras oferece apenas reajuste da inflação

Após funcionários de todo o sistema Eletrobras, que conta com 15 empresas, terem decretado uma paralisação de 48 horas para reivindicar um aumento salarial de 11,2%, a empresa informou, há pouco, ter oferecido às entidades sindicais a reposição integral da inflação acumulada em 12 meses.

Entre maio de 2010 e abril de 2011, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 6,51%.

Em nota, a Eletrobras informou ainda que conseguiu na Justiça uma liminar para que os funcionários que quiserem trabalhar tenham acesso a todas as instalações da companhia, mesmo se houver bloqueio por parte dos grevistas. Um oficial de Justiça deverá garantir o acesso dos funcionários aos prédios.

O pedido de reajuste salarial é apenas uma das 54 reivindicações realizadas pelos funcionários, que já haviam feito outra greve este ano, em junho. Esta paralisação deverá durar apenas dois dias. Mas, se a empresa se mantiver irredutível nas negociações, poderá haver outra paralisação, de 72 horas, período que pode ser suficiente para afetar o abastecimento de energia no país, informa a Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel). (O Globo/Valor)

Dobra valor de multa para quem desrespeitar direito do consumidor

As empresas que desrespeitarem os direitos do consumidor serão punidas com mais rigor. O Ministério da Justiça dobrou o valor das multas previstas no CDC (Código de Defesa do Consumidor).
De acordo com publicação do Ministério no Diário Oficial da União do último dia 13, a multa mínima prevista era de R$ 212,82 e a máxima, de R$ 3.191.300.
O valor mínimo da multa passou para cerca de R$ 400 e o máximo, para R$ 6 milhões.
Mudança -- O valor das multas para quem infrigisse o direito do consumidor era baseado no índice de correção monetária Ufir (Unidade Fiscal de Referência), que foi extinto em dezembro de 2000.
Conforme publicado no Diário Oficial, a Ufir foi substituído pelo IPCA-e (série especial do Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ou seja, os limites das multas estarão sujeitos à variação do índice.
Apesar do IPCA-e ter variação trimestral, não significa que as multas também serão, necessariamente, reajustadas nesse período. (Infomoney)

Justiça suspende processo criminal contra bombeiros do Rio

A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) suspendeu o processo criminal contra 429 bombeiros e dois policiais militares que invadiram o quartel central da corporação no dia 3 de junho, durante manifestação por melhores salários. A medida vale para todos os denunciados pelo Ministério Público Militar.

Na decisão, a desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto explica que suspendeu o processo por ora, enquanto o projeto de lei da anistia para os bombeiros tramita no Congresso Nacional, que está em recesso. A anistia, que extingue a responsabilidade penal dos denunciados, deve ainda ser sancionada pela presidenta Dilma Rousseff.

Se forem condenados, os militares podem pegar penas que, somadas, chegariam a mais de 80 anos de reclusão, pelos crimes de motim, dano em material ou aparelhamento de guerra, dano em aparelhos e instalações de aviação e navais e em estabelecimentos militares.

Um dos líderes do movimento, o cabo Laércio Soares, disse que os bombeiros estão otimistas e que, se a lei não sair, eles voltarão às ruas para pedir apoio à população. “Acreditamos que tudo que foi acordado lá atrás será cumprido e a anistia será sancionada, mas, se houver algum empecilho e a anistia não for dada, com certeza, iremos para a rua novamente.”

Segundo o cabo Soares, cerca de 10 mil militares do Rio estarão em Brasília no dia 9 de agosto, quando termina o recesso no Congresso Nacional, para pedir a apreciação da proposta de emenda à Constituição (PEC 300) que estabelece piso salarial nacional para policiais militares.

“No último dia 12, conseguimos em Brasília a assinatura do PMDB e do PSDB para que a PEC 300, que tramita na Câmara dos Deputados, entre na pauta. Nosso próximo passo é voltar a Brasília para reivindicar a assinatura do PT”, disse Soares. (Agência Brasil)

Taxa de cheques devolvidos é a maior desde 2009, indica Serasa

A proporção de cheques sem fundo, no primeiro semestre deste ano, é a maior desde 2009, com 1,93% de um total de 508,8 milhões de documentos compensados. Em igual período do ano passado, a taxa havia sido 1,87% e de 2009, 2,3%. Os dados são da pesquisa Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos.

Em junho deste ano, o índice também ficou em 1,93%, resultado ligeiramente inferior ao de maio (2%), mas que supera o registrado em igual mês de 2010 (1,75%). Na análise dos economistas, esse aumento foi provocado pelo orçamento doméstico mais apertado, com a “expansão do endividamento do consumidor, a inflação reduzindo os rendimentos familiares, as altas taxas de juros, a elevação do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] e as restrições ao crédito”.

A maior elevação do percentual de cheques sem fundo no primeiro semestre foi constatada em Roraima (11,87%) e a menor taxa, em São Paulo (1,46%). (Agência Brasil)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Brasil crescerá com mais vigor e com mais harmonia com o exercício continuado da democracia. Em todos os sentidos. Em todos os eventos. Todos os dias.

UGT renova e fortalece democracia interna com 2o. Congresso


Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT


A União Geral dos Trabalhadores (UGT) sai mais unida e democratizada do seu 2o. Congresso, que reuniu mais de 3.500 lideranças do Brasil todo em São Paulo. Confirmamos nossa inserção na classe trabalhadora, na sociedade e junto ao Poder Público.

Detalhamos as estratégias de interesse da classe trabalhadora brasileira em torno da defesa das 40 horas semanais, sem redução dos salários; pelo fim do Fator Previdenciário; pela regulamentação da terceirização sem precarização dos salários e das condições de trabalho; pela aprovação da Convenção 158, da OIT, para gerenciarmos a sangria desatada das demissões arbitrárias. E por uma mobilização permanente em torno das campanhas salariais para conquistar aumentos reais e ampliar a distribuição de renda, através dos salários, para a classe trabalhadora brasileira.

Tivemos a honra de compartilhar nossos debates e posições diante do cenário político e econômico com interlocutores de grande projeção nacional como o ministro Gilberto Carvalho, secretário da presidência da República que esteve no evento representando a presidente Dilma Rousseff. Nos honraram com a presença o ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo, José Serra. Presentes também Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e o vice governador Afif Domingos. Além de uma centena de autoridades do mundo sindical e político, presidentes e representantes de centrais sindicais, deputados federais e estaduais.

Contamos também com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do presidente da Fiesp, Paulo Skaff, do presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.

Transformamos o 2o. Congresso num evento cívico no qual confirmamos na prática o acerto dos últimos quatro anos quando trabalhamos, a duras penas, para estabelecer o modelo de sindicalismo ético e inovador, com respeito às diferentes opiniões, nos esforçando de maneira continuada para buscar a harmonia que só o exercício árduo da democracia permite.

O esforço compensou. Hoje temos a UGT plural como ficou provado em nosso 2o. Congresso. Na plateia, lideranças sindicais literalmente vinculadas a todas as tendências políticas brasileiras. Em nossas fileiras temos o orgulho de contar com a participação ativa de líderes sindicais vinculados ao PC do B e ao DEM, ao PV e ao PPS, ao PMDB, PMN e ao PT. Somos uma amostra do Brasil real que pulsa nas fábricas e nos escritórios, nas fazendas, nos barcos de pesca e nas lojas.

Que aprende no dia a dia a construir a democracia brasileira com muito diálogo e muita tensão mas sem desistir, jamais, do projeto de um Brasil mais justo e mais igual que nos une e dá sentido aos nossos projetos de Nação.

Agora, estamos prontos para dobrar de tamanho, depois de termos saído dos 361 sindicatos na nossa fundação e chegado a mais de mil no 2o. Congresso. Sem perder a grande qualidade que nos caracteriza que é a independência política, a unidade na ação, o respeito às diretorias dos sindicatos que sustentam e apoiam a UGT.

A democracia ugetista é construída e renovada todos os dias. Para nos ajudar a manter o foco nos grandes problemas nacionais que fazemos questão de interferir, como são os investimentos em Saúde, em Educação e na Infra-estrutura do País.

Cada dirigente da UGT sabe a importância de sua atuação democrática, de respeitar os pontos de vista dos demais companheiros e companheiras, de agir sem personalismo e sem os nefastos e defasados golpismos que, infelizmente, ainda fazem parte da agenda dos que só acreditam nos interesses pessoais e se esquecem, de maneira impatriótica, que o Brasil crescerá com mais vigor e com mais harmonia com o exercício continuado da democracia. Em todos os sentidos. Em todos os eventos. Todos os dias.


Leia, por favor, o clipping de hoje:


Desemprego cai apesar de ações para frear economia
Em junho, taxa teve a menor variação para o mês e renda continuou subindo. Indicador mostra que mercado continua forte; Banco Central deve subir taxa de juros hoje para conter a inflação.
Apesar do esforço do governo para esfriar a economia, o mercado de trabalho continua bastante aquecido, com o desemprego no menor nível em nove anos e o rendimento crescendo mais.
Tal cenário mostra que ainda há combustível para alimentar o consumo e a inflação, e indica que o Banco Central deve voltar a elevar a taxa básica de juros hoje.
Segundo especialistas, o mercado de trabalho sempre demora mais a responder às medidas de esfriamento econômico-a indústria sente primeiro, o que já ocorre.
Além disso, a renda em alta, dizem, estimula o consumo e gera ainda mais empregos em ramos como serviços.
Sem contar um efeito estatístico: como o rendimento sobe, algumas pessoas param de procurar emprego para complementar o orçamento familiar. Isso reduz a taxa do IBGE, calculada com base no total de pessoas em busca de colocação.
Graças à menor procura, o desemprego ficou em 6,3% na média do primeiro semestre, taxa mais baixa para o período desde 2003.
Para Thaís Zara, economista da Rosenberg & Associados, o mercado desacelerou "muito pouco" frente às medidas do governo para conter o crédito, e se manteve como "importante fator de sustentação do consumo."
Ela avalia que o desemprego baixo também revela a falta mão de obra no mercado, um dos fatores que explicam parte do aumento da renda: as empresas têm de elevar salários para contratar.
Este desequilíbrio entre oferta e demanda se intensificou com a expansão da economia nos últimos anos.
Outra explicação para o fenômeno da renda são as contratações com carteira assinada, já que o setor formal tem salários melhores.
O rendimento do trabalhador cresceu 3,8% de janeiro a julho, acima dos 1,7% em igual período de 2010.
Um dos poucos sinais de freada no mercado é o crescimento menor do número de pessoas empregadas: 2,4% no primeiro semestre de 2011, contra 3,5% em 2010.
REDUÇÃO DE VAGAS -- Considerando apenas o mercado formal, foram criadas 1,414 milhão de vagas com carteira assinada no primeiro semestre, segundo o Ministério do Trabalho.
O número mostra redução de 13,44% no número de novos postos ante 2010.
"É um crescimento menor, não uma desaceleração. Em 2010, houve antecipação de contratações no primeiro semestre por conta do processo eleitoral", afirmou o ministro Carlos Lupi (Trabalho).
Para Fábio Romão, da LCA, o desaquecimento da economia tende a chegar ao mercado de trabalho.
"É muito provável que a geração de postos de 2011 seja menor que em 2010. A atividade econômica, apesar de estar em ritmo de crescimento, tem perdido força."
JUROS -- Hoje, o BC deverá elevar a taxa básica de juros de 12,25% para 12,50%.
O impacto dos juros na produção já influencia na confiança de empresários, que está abaixo da média histórica. É um sinal de alerta, já que o investimento menor reduz a oferta de produtos -e pode pressionar a inflação. (Folha)

Setor de serviços é destaque no ano

Os números de criação de emprego continuam fortes, sem sinais claros de desaceleração. Em junho foram criados 215,4 mil vagas, com leve alta de 0,6% em relação ao mesmo mês de 2010. É o segundo melhor resultado para o mês da série histórica, e deve ainda sofrer um ajuste para cima, quando forem incorporados os dados que chegam apenas no fim do mês. "Ainda vai aumentar bem", disse o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Lupi.

Todos os oito setores da atividade econômica apresentaram elevação no mês, na comparação com junho de 2010. A maior geração de empregos veio da agricultura, com 75 mil vagas, alta de 4,6% no período, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do MTE.

O destaque, no entanto, continua sendo o setor de serviços, com 53,5 mil vagas, o terceiro maior saldo, fruto da expansão de cinco dos seis ramos que compõem o segmento. Serviços de alimentação (21,9 mil vagas) e serviços médicos (9,1 mil vagas) foram os que mais criaram empregos formais.

O Banco Central (BC), que decide hoje a taxa Selic, expressou sua preocupação com relação ao mercado de trabalho no último Relatório de Inflação, divulgado no mês passado. Para a autoridade monetária, esse é um dos maiores fatores de risco à convergência dos preços, já que o mercado de trabalho permanece aquecido, com desemprego em nível historicamente baixo e ganhos salariais elevados. Além disso, uma série de datas-base de importantes categorias está programada para este segundo semestre, o que pode pressionar mais os custos de produção.

No consolidado do primeiro semestre, foram criados 1,414 milhão de empregos, o terceiro melhor número da série histórica, levando-se em conta os dados ajustados até maio e ainda sem ajustes em junho.

Na comparação com o primeiro semestre do ano passado (1,634 milhão), houve recuo de 13,4%. De acordo com Lupi, no entanto, essa queda se justifica pela distorção provocada pelas eleições em 2010, já que os governos precisaram concentrar seus gastos nos primeiros seis meses do ano, para não ferir a lei eleitoral, ampliando investimentos e contratações.

"Não vejo desaceleração na criação de emprego", disse Lupi. Segundo ele, a tendência é de continuidade na criação de vagas, que deve chegar a 3 milhões no fim do ano, levando-se em conta os números de empregos com carteira assinada da Rais e do Caged.

O setor de serviços puxou o desempenho, com 564 mil vagas no primeiro semestre, seguido pela indústria de transformação (261,5 mil) e agricultura (235,4 mil).

A renda também continua crescendo. O salário médio de admissão teve aumento real de 3% no semestre, na comparação com o primeiro semestre de 2010.

Para Cristiano Souza, do Santander, a sinalização é de mercado de trabalho ainda aquecido, acima do nível de pleno emprego, estimado pelo banco em 7,2% - a taxa de desemprego em junho, conforme dados do IBGE, foi de 6,2% da população economicamente ativa. (Valor)

Câmara dos EUA aprova plano para reduzir déficit

Medida proposta pelos republicanos prevê aumentar o limite da dívida nacional em US$ 2,4 trilhões, em troca de maiores cortes fiscais

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou na terça-feira, 18, por estreita margem uma medida proposta pelos republicanos que aumentaria o limite da dívida nacional em US$ 2,4 trilhões, em troca de maiores cortes fiscais.

O projeto, porém, tem poucas chances de prosperar no Senado, Casa que tem maioria democrata.

Com 234 votos a favor e 190 contra, a votação sobre o projeto de lei para "cortar, controlar, limitar" era antes de tudo simbólica, e tinha o objetivo de mostrar a influência dos republicanos e desafiar o presidente Barack Obama, que ameaçou vetá-la.

A medida, impulsionada pelo movimento conservador "Tea Party", também condiciona o aumento do teto da dívida nacional a uma emenda constitucional para exigir um orçamento equilibrado.

A iniciativa foi votada quando restam 14 dias para que os Estados Unidos fiquem sem fundos para cumprir com todas as suas obrigações, embora tanto o Congresso quanto a Casa Branca trabalhem muito para impedir uma moratória.

"Estamos na última hora e não nos resta muito mais tempo. Não podemos nos limitar a gestos simbólicos", disse Obama em entrevista coletiva anterior à votação.

O chamado "Grupo dos Seis", composto por três senadores democratas e três republicanos, propôs na terça-feira uma redução de US$ 3,7 trilhões que inclui cortes nos gastos públicos e receita adicional através de impostos.

Obama imediatamente elogiou a proposta, dizendo ser uma "passagem significativa" para obter um acordo que permita aos EUA elevar o limite de endividamento de US$ 14,29 trilhões antes de 2 de agosto, quando, segundo o Tesouro, ficará sem fundos.

O presidente americano assinalou que o plano concorda com seu enfoque "bipartidário", e reiterou sua disposição em "assinar um complexo pacote que englobe tanto cortes consideráveis nos programas sociais como um componente adicional de receita".

O novo plano, que abre a possibilidade de um acordo amplo, foi igualmente bem recebido por outros líderes do Congresso.

A origem do confronto que ameaça pôr em dúvida a solvência creditícia dos EUA se encontra na oposição dos republicanos, que controlam a Câmara, a qualquer plano de redução de déficit que implique altas de impostos, algo que Obama e os democratas consideram primordial.

Os republicanos condicionaram todo acordo de elevação do teto do endividamento a agressivos cortes fiscais, mas descartam uma reforma tributária, sob o argumento de que esta danificaria a ainda débil recuperação econômica dos EUA. (Estado)

Planos de Saúde: Empresas dominam debate: associação elabora roteiro para guiar subcomissão na Câmara

Criada para elaborar o marco regulatório dos planos de saúde, a subcomissão de Saúde Suplementar da Câmara dos Deputados está sendo orientada pela Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), entidade que reúne empresas que atuam nesse mercado. Por solicitação da própria subcomissão, a Abramge elaborou um roteiro de trabalho sobre como a subcomissão deve funcionar e os temas a serem tratados. O documento foi distribuído a parlamentares e a dirigentes de outras entidades, durante reunião na Câmara, semana passada.

Na reunião, que ocorreu na última quarta-feira, o advogado e dirigente da Abramge, Dagoberto José Steinmeyer Lima, sentou-se à mesa, ao lado do presidente da subcomissão, deputado AndréZacharow (PMDB-PR), e apresentou o roteiro. Zacharow, na sua campanha eleitoral, teve apoio do setor e recebeu R$ 50 mil da Unimed. O relator da subcomissão, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), dirigiu a Unimed em seu estado.

A Abramge também fez um levantamento de quantos projetos de lei sobre regulamentação dos planos de saúde tramitam no Congresso Nacional, 41, e listou todas essas propostas. No documento, a entidade relaciona as mudanças que precisam ser feitas na legislação e, entre outras propostas, prevê regras para evitar a judicialização dos contratos de planos de seguros de saúde, da participação de empresas estrangeiras nesse mercado e de como deve ser a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Apetite de bancos segue elevado

O Banco Central (BC) já tem em mãos a mais recente pesquisa "Indicador das Condições de Crédito", levantamento trimestral criado no início do ano para tentar medir a expectativa dos bancos para o comportamento tanto da oferta quanto da demanda por novas linhas de financiamento. A primeira pesquisa, relativa ao segundo trimestre, mostrou que as instituições financeiras continuavam com apetite para oferta de empréstimos tanto para o consumo quanto para as pequenas e médias empresas, mesmo depois da série de medidas macroprudenciais adotadas pelo BC desde o fim de 2010.

Os novos dados ainda estão sendo compilados, mas a expectativa de técnicos do BC é que esse novo levantamento já aponte dados mais favoráveis ao processo de desaquecimento da atividade econômica e de controle da inflação. Os dados mais recentes devem servir de referência também para a decisão sobre a taxa Selic, que será tomada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Até junho, no entanto, a situação permanecia inalterada, apesar do aperto monetário, como mostrou a primeira pesquisa realizada em abril, a partir de consultas aos principais agentes de crédito (cerca de 95% do mercado). A percepção geral era de que mesmo com as restrições impostas pelo BC (alta dos juros e da exigência de capital) o crédito às pessoas físicas permaneceria nos níveis atuais ao longo de todo o primeiro semestre.

Em outras palavras, os bancos permaneceram com grande apetite ao longo do primeiro semestre, com manutenção do ritmo de aprovação de novas linhas. As instituições também esperavam que a procura por empréstimos pelas famílias permanecesse inalterada, mesmo com o aumento dos juros.

No caso das pequenas e médias empresas, a expectativa dos bancos era por um aumento na aprovação das linhas e uma demanda "moderadamente forte", o que indica que as instituições financeiras não esperavam um desaquecimento da atividade. Apenas o segmento de empréstimos às grandes empresas apresentava uma expectativa de crescimento mais fraco para o período de abril a junho.

Parte da manutenção da oferta e da demanda em níveis elevados, apesar do cenário mais restritivo, pode ser explicada pela renda ainda em elevação. De acordo com o estudo, o fator mais importante para a oferta de crédito para as famílias por parte dos bancos é o nível de emprego e as condições salariais, seguido pelo nível de comprometimento de renda. A inadimplência vem em terceiro lugar. No crédito imobiliário, o preço dos imóveis ganha relevância.

No caso das micro e pequenas empresas, o mais relevante na visão dos bancos é a condição dos clientes, seguido pelo nível de inadimplência do sistema. Para as grandes companhias, o mais importante é a condição da economia doméstica e do setor. A percepção de risco do cliente é apenas o terceiro fator mais importante.

A pesquisa é composta por seis grupos de perguntas, três relacionados à oferta de crédito, dois à demanda e um à aprovação de novas linhas de crédito. O BC estuda a divulgação periódica desses dados, que foram apresentados pela primeira vez no último relatório de inflação, publicado em junho. (Valor)

Faxina derruba mais 6 nos Transportes; afastados já são 12
Entre os exonerados estão indicados de Valdemar Costa Neto e de diretor petista do Dnit, que será o próximo a cair. Novo ministro definiu demissões com Dilma, que tenta reduzir as indicações políticas feitas pelo PR na pasta.

Longe de encerrar a crise iniciada há 17 dias, o governo anunciou ontem mais seis demissões no Ministério dos Transportes e no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre).
As exonerações atingem principalmente nomes ligados ao PR, partido que controla a pasta desde o governo Lula. São esperadas pelo menos mais duas saídas.
Ao todo, 12 pessoas já foram afastadas do governo após denúncias de superfaturamento de obras e pagamento de propina no setor.
Os afastamentos foram decididos pelo ministro Paulo Sérgio Passos, que ocupa o cargo há uma semana, em acordo com a presidente Dilma Rousseff. Os dois têm se reunido diariamente para reestruturar o setor.
Ontem, Passos também submeteu ao Planalto o nome do técnico Deuzedir Martins, que deve ocupar a secretaria-executiva do ministério ou ser remanejado para a direção do Dnit.
Atual gerente da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Martins atenderia à diretriz definida pela presidente Dilma para montar uma equipe técnica, reduzindo as indicações políticas na pasta.
DEMISSÕES -- Foram exonerados ontem José Osmar Rocha, Estevam Pedrosa, Maria das Graças de Almeida e Darcy Michiles.
Rocha era indicado pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), um dos controladores do partido.
Os outros três eram da cota do ex-ministro Alfredo Nascimento (PR-AM), que deixou o cargo na esteira das acusações de corrupção.
Maria das Graças e Michiles foram exonerados "a pedido", diz o "Diário Oficial".
No Dnit, também foram afastados Mauro Sérgio Almeida Fatureto e Luiz Claudio dos Santos Varejão, indicado pelo PT e ligado ao diretor do órgão Hideraldo Caron, cujo afastamento já foi decidido pelo governo e deve ser efetivado nesta semana.
A situação mais delicada era a de Rocha. Ele pertenceu a um comitê encarregado de gerir a dívida do antigo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que deu origem ao Dnit e é controlado por Valdemar.
Rocha é acusado de dar o aval à contratação de uma empresa de fachada pelo Dnit por R$ 18,9 milhões, de acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo".
O novo ministro dos Transportes era secretário-executivo da pasta. Foi efetivado por Dilma na semana passada, apesar das resistências do PR. O Planalto havia convidado o senador Blairo Maggi (PR-MT), mas ele recusou.
A crise teve início no dia 2 com o afastamento de quatro integrantes da cúpula dos Transportes apontados em reportagem da revista "Veja" como operadores de um esquema de corrupção.
Há ainda a promessa de demissão do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que formalmente está em férias e volta em agosto.
Frederico Augusto de Oliveira, chamado por Pagot de "boy", foi também afastado, apesar de não estar na lista oficial de servidores. (Folha)

IOF maior não inibe procura por crédito

Apesar da decisão do governo de elevar para 3% ao ano, a partir de abril, a alíquota do IOF sobre as operações de crédito da pessoa física, a arrecadação com esse tributo cresceu 70,76% em junho.

Apesar da decisão do governo de elevar para 3% ao ano, a partir de abril, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as operações de crédito da pessoa física, a arrecadação da Receita Federal com esse tributo cresceu 70,76% em junho de 2011 na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado demonstra que a medida não foi suficiente para desestimular a contratação de crédito por pessoas físicas.

O governo tem anunciado várias medidas para reduzir a procura por crédito. O objetivo é conter o consumo e, com isso, reduzir a pressão de alta sobre a inflação. Ontem, um novo setor foi alvo das ações do governo. O Banco Central limitou o uso do cartão para o crédito consignado. A medida restringiu operações com prazo de três anos, modalidade muito usada por aposentados.

Veja abaixo todas as medidas adotadas pelo governo desde o dia 3 de dezembro de 2010 para restringir o crédito:

- Maior exigência de capital dos bancos quando financiam a compra de veículos com prazos superiores a 24 meses e acima de 36 meses para operações de crédito consignado.

- Aumento no recolhimento compulsório sobre depósitos à vista e a prazo.

- Instituição de recolhimento compulsório sobre excesso de exposição cambial de bancos (medida cambial, mas que tem impacto indireto no crédito, já que busca reduzir a oferta de dinheiro no País).

- Aumento no pagamento mínimo de faturas do cartão de crédito para 15% da fatura a partir de junho e 20% a partir de dezembro). (Estado)

INSS divulga na segunda lista de quem se aposentou de 1991 a 2004 e tem revisão
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) irá divulgar na segunda-feira a lista dos segurados que irão receber o aumento da revisão pelo teto entre 1º e 8 de setembro, segundo o Ministério da Previdência. Para saber se será beneficiado, o segurado deverá ligar para o telefone 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h.
Os 117.135 segurados com direito à revisão terão de consultar a lista com o número de benefício -eles começaram a receber do INSS de 5 de abril de 1991 a 1º de janeiro de 2004 e não receberam o reajuste do teto em 1998 e em 2004.
Segundo a proposta de pagamento que o governo enviou à Justiça de São Paulo, terão direito os segurados que, em dezembro de 1998 e em dezembro de 2003, recebiam, respectivamente, R$ 1.081,50 ou R$ 1.869,34.
Segundo a Contadoria da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, esses valores correspondem, hoje, a um benefício de R$ 2.589,87 (para aposentados entre 1991 e 1998) ou R$ 2.873,79 (para aposentados entre 1998 e 2004).
Quem recebe R$ 0,20 para cima ou para baixo também poderá ser beneficiado.
Porém, o cálculo considera que o segurado já teve a revisão da URV (Unidade Real de Valor).
O índice de aumento só poderá ser consultado por volta de 20 de agosto, no extrato bancário disponível no sitewww.previdencia.gov.br.
O aumento médio será de R$ 240 e representa um gasto de R$ 28 milhões mensais.
Já os 131.161 segurados com direito a atrasados, que são as diferenças que deixaram de ser pagas nos últimos cinco anos, terão que esperar mais para fazer a consulta.
A ligação para o 135 é gratuita de telefones fixos. (Agora)

Mutirão do CNJ para rever prisões ilegais começa hoje em São Paulo
Começa hoje um mutirão, organizado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), para analisar quase 100 mil processos de presos que cumprem penas em regime fechado no Estado de São Paulo.
A força-tarefa, que deverá acontecer até dezembro, tem como objetivo analisar quais destes presos já cumpriram suas penas e continuam encarcerados ilegalmente, além de encontrar aqueles que poderiam passar para um regime menos rígido e, por falta de organização do poder público, estão em regime fechado.
Não há uma estimativa de quantos devem ser soltos, mas se levar em conta a estatística dos mutirões que já aconteceram em outros Estados, mais de 10 mil presos poderão deixar a prisão durante a análise e outros quase 20 mil poderão ser beneficiados com a progressão de regime. (Folha)

CNC: crédito caro freia intenção de consumo das famílias

Os consumidores brasileiros estão seguros e otimistas em relação às perspectivas de emprego e renda para 2011, mas não estão dispostos a expandir o consumo no mesmo ritmo do ano passado. O motivo para o freio é o encarecimento do crédito, segundo pesquisa divulgada hoje pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que reúne sete indicadores para antecipar o potencial de vendas do comércio, registrou alta de 2,2% entre junho e julho. Em relação a julho de 2010, o índice se manteve praticamente estável (0,1%).

Para o economista da CNC Fábio Bentes, embora os resultados gerais sejam positivos, a pesquisa mostrou reflexos das medidas restritivas do governo na expansão do consumo. "O crédito se tornou um empecilho para um crescimento mais vigoroso do consumo", disse. "O consumidor está mais cauteloso, colocando o pé no freio."

O economista lembra que o crédito está mais caro, com prazos menores e pode até apresentar prazos mais curtos até o fim de 2011. A CNC ainda prevê um ano com números positivos tanto no mercado de trabalho quanto no consumo. "Os resultados só não vão ser tão favoráveis quanto no ano passado, que foi um ano excepcional", disse.

A previsão de aumento das vendas no ano deve ficar em 6,5%, contra 10,9% no ano passado. Já para as vendas de bens duráveis é projetada alta de 9% a 10%, abaixo dos 16% de 2010.

Este último item é um termômetro para o crédito por englobar produtos comumente comprados a prazo, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar. No mês, houve queda de 1,1% no momento para aquisição de bens duráveis, contra julho do ano passado. Outro item ligado a crédito, a compra a prazo, recuou 2,1% na mesma comparação. A satisfação das famílias com o consumo atual também caiu 2,7%.

Bentes diz que a taxa de juros média cobrada do consumidor no maior patamar dos últimos dois anos (46,8%) está influenciando o comportamento na hora das compras. Mostra disso é a queda de 6,8% nas perspectivas de consumo apontada pelos entrevistados para os próximos meses, um dos sete itens que compõem a pesquisa.

O que tem segurado o índice é o mercado de trabalho. A satisfação com o emprego corrente subiu 5,3% em julho na comparação anual e a perspectiva profissional, 7,3%. São esperados 2 milhões de novos empregos formais no ano, menos do que os 2,5 milhões de 2010, mas ainda assim um resultado considerado muito bom. A CNC diz que embora o ritmo de criação de postos venha sendo, em média, 20% menor do que em 2010, apenas 13,1% dos entrevistados se mostraram menos seguros em relação a emprego.

Sazonalmente, o mercado de trabalho melhora no segundo semestre por conta das vendas de fim de ano, acrescenta Bentes. A indústria começa a contratar já em junho e julho, e o comércio, em agosto, setembro e outubro, diz. "O mercado sazonalmente melhora no segundo semestre". (Estado)

Real é a moeda mais valorizada entre as 58 principais economias

O Brasil se consolida como o país com a moeda mais valorizada entre as 58 principais economias do mundo, enquanto o G-20 continua a discutir sobre câmbio e utilização dos instrumentos de controle de capital.

Um índice do Banco Internacional de Compensações (BIS), banco central dos bancos centrais, que acaba de ser atualizado, mostra o avanço da moeda brasileira desde a última reunião de cúpula do G-20, em novembro, em Seul, onde as autoridades brasileiras insistiam na importância de se evitar uma guerra de moedas.

O BIS calcula a taxa de câmbio efetiva real (EER) de 58 países e da moeda única europeia. A EER representa a média cambial da moeda de um país relativa a uma cesta de outras moedas ajustadas pelo preço ao consumidor. Se o ranking da moeda está abaixo de 100, significa que está desvalorizada e tem espaço para se apreciar.

Na cúpula de Seul, há sete meses, a taxa de câmbio efetiva real era de 148,1 por unidade do real. O BIS mostra agora que a taxa pulou para 157,68 em junho, ou seja, o real se valorizou ainda mais.

Já a moeda chinesa continua se desvalorizando em termos reais. Estava em 119,65 e agora caiu para 116,31.

Também no caso do dólar americano, continua se desvalorizando: a taxa efetiva real era de 89,41 em novembro, passando nesta última sondagem a 84,51. O euro estava em 93,95, agora subiu ligeiramente para 97,48.

O BIS mostra que o peso argentino está em 77,8 no índice, menos da metade da valorização da moeda brasileira. A Coreia do Sul, em 83,2, e o México em 93,4, ou seja, todos com amplo espaço para valorizar suas moedas.

Em recente passagem por Paris, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, insistiu que a guerra das moedas está longe de acabar. Mas no G-20 não só um acordo internacional não avança, como as tentativas são de limitar a imposição de controle de capital.

O Brasil, porém, avalia que o G-20 vai, no máximo, dar uma "opinião" sobre o uso de instrumentos para controle de capital. Nada de recomendação ou código de conduta, como propôs o FMI. (Valor)