quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Os operários reclamam do desconto de 9% em seus salários feito pelo consórcio responsável pela obra

Operários paralisam obras da arena Fonte Nova, em Salvador

Os trabalhadores da Arena Fonte Nova em Salvador, estádio que receberá jogos da Copa do Mundo de 2014, paralisaram as obras na manhã desta quarta-feira. Os operários reclamam do desconto de 9% em seus salários feito pelo consórcio responsável pela obra, sem as devidas explicações.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav-BA), Aldalberto Galvão, disse que além dos descontos os cartões de alimentação dos operários foram bloqueados. “Cerca de 900 trabalhadores foram ao mercado, e ao pagar perceberam que os cartões estavam bloqueados”.

Os trabalhadores também reivindicam reajuste salarial de 20%, pagamentos das horas extras, plano de assistência médica e odontológica e participação nos lucros.

Em nota, a assessoria do Consórcio Arena Salvador afirmou que a direção ainda não foi informada das reivindicações que motivaram a manifestação, e que aguarda comunicação oficial do sindicato para se manifestar. (Valor)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

BNDES concederá R$ 49,8 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas em 2012

Conheça as principais linhas de financiamento do BNDES

Banco, que oferece crédito com taxas de juros subsidiadas, emprestou R$ 49,8 bilhões para micro, pequenas e médias empresas em 2011

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu R$ 49,8 bilhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas em 2011, o equivalente a 36% dos desembolsos totais do banco. Foi um recorde. O mesmo volume de recursos já está garantido para 2012.

Quando o BNDES repassa seus recursos diretamente ao projeto financiado, os juros ficam em 10,47% ao ano para pequenas empresas. O valor é resultado da soma da TJLP (6% ao ano), da remuneração do BNDES (0,9% ao ano) e da taxa de risco de crédito (que fica, no máximo, em 3,57% ao ano).
Porém, na maioria das vezes, o BNDES repassa seus recursos para outras instituições financeiras. E os bancos, por sua vez, concedem o crédito mediante cobrança de taxas adicionais sobre os empréstimos e financiamentos. Por isso, os juros de uma mesma linha de crédito podem variar de instituição para instituição. E também de cliente para cliente, dependendo do seu relacionamento com o banco.

Porém, por contarem com subsídio do governo, as linhas de crédito do BNDES costumam ter as menores taxas do mercado. O principal produto que o banco estatal oferece às pequenas empresas é o Cartão BNDES. As liberações do Cartão atingiram R$ 7,6 bilhões em 2011, com aumento de 76% em relação a 2010. Além do cartão, o banco ainda possui linhas de crédito para aquisição de máquinas e materiais, investimentos, capital de giro, exportação e inserção internacional.

Mas antes de recorrer ao crédito, é preciso tomar alguns cuidados. Por mais interessante que seja, um financiamento bancário não pode colocar em risco a saúde financeira da empresa. Segundo o Sebrae, o principal erro cometido por muitos empreendedores é buscar crédito em situações em que a empresa já está em uma fase financeira delicada. Crédito deve ser uma forma de impulsionar o crescimento da empresa, e não um tapa-buraco.

Outro problema comum quando a empresa pleiteia o crédito é a falta de documentação. A informalidade, o descumprimento das obrigações legais e o desconhecimento fazem com que muitos empreendedores tenham dificuldade de ter crédito aprovado junto aos bancos. Além dos documentos pessoais básicos e da empresa, os bancos também costumam pedir uma declaração de rendimento dos sócios, cópias dos três últimos balanços e as últimas 12 DARF's relativas ao recolhimento do Simples.

No caso do BNDES, a empresa ainda deve comprovar estar em dia com os órgãos e entidades da Administração Pública Federal, não estar inscrito no Cadastro Informativo do Ministério da Fazenda (CADIN) e apresentar as certidões negativas de INSS, FGTS e IR.

Antes de fazer um empréstimo, também é importante calcular o tempo de retorno esperado. Todo o cálculo deve ser feito minuciosamente para que o empresário evite atrasar o pagamento das prestações ou cometa um erro grave, porém, comum: fazer um financiamento para pagar outro.

Confira as principais linhas de crédito que o BNDES oferece às pequenas empresas:

Cartão BNDES
O que é: crédito pré-aprovado, de até R$ 1 milhão, para aquisição de produtos credenciados noPortal de Operações do Cartão BNDES

. A taxa de juros atual é de 0,97% ao mês.
BNDES Automático
O que é: financiamento, de até R$ 20 milhões, a projetos de implantação, expansão e modernização de empreendimentos, em qualquer setor de atuação.
Prazo de carência: até 6 meses após a data de entrada em operação do empreendimento.
Aquisição de bens de capital
O que é: crédito para compra de máquinas e equipamentos nacionais novos com valor de até R$ 10 milhões.
Prazo de carência: dois anos para aquisição de máquinas e equipamentos e de, no máximo, um ano para aquisição de bens de informática por qualquer tipo de indústria.
Capital de giro isolado
O que é: recursos usados como capital de giro, limitado em 20% da receita operacional bruta da empresa. Exclusivo para a indústria.
Prazo de carência: de 1 a 12 meses.
Exim Pré-embarque

O que é: crédito para produção de bens e serviços destinados à exportação
Prazo de carência: até 1 ano. (Estado)

FGTS Petrobras foi a melhor aplicação financeira de janeiro

Fundos renderam 17,49% no mês. Já fundo cambial foi a pior aplicação.

Os trabalhadores que destinaram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as ações da Petrobras tiveram o melhor retorno financeiro de janeiro. Os fundos renderam 17,49% até o dia 26 do mês, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Os especialistas apontam dois fatores para explicar os ganhos: o anúncio da troca de comando da companhia e o retorno de investidores estrangeiros à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Segundo a BM&FBovespa, os investidores estrangeiros aplicaram R$ 6,5 bilhões (saldo líquido entre compras e vendas) no mercado brasileiro de ações em janeiro, movidos por um clima mais ameno da crise europeia e dados melhores da economia americana. Esse foi o motor da alta das ações da Petrobras no começo do mês.

A valorização da Petrobras acabou ganhando novo fôlego após o anúncio de troca de comando na companhia. O atual presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, vai deixar a empresa em fevereiro. Em seu lugar, assume Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e Energia. Graça Foster, como é conhecida, teria um perfil mais técnico do que Gabrielli, que deve seguir carreira política na Bahia.

Com as notícias, as ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras encerraram o mês com uma valorização de 15,41%. Foi o melhor desempenho do papel desde maio de 2009, quando se valorizaram 16,62%.

Mas a volta dos investidores não beneficiou apenas as ações da Petrobras. Os investidores que têm cotas do FGTS/Vale acumularam em janeiro, até o dia 27, um rendimento de 8,95%, segundo dados da Anbima. O desempenho ficou abaixo, no entanto, de fundos de ações que buscam acompanhar as oscilações do Ibovespa, principal índice da Bolsa. Esses fundos renderam 10,6% no mês.

Já a pior aplicação financeira do período foi o dólar. Os fundos cambiais registram no mês uma perda de 6,57%. Isto é efeito da desvalorização da moeda americana no período. Especialistas explicam que a aplicação recuperaria as perdas apenas com uma piora do cenário externo, o que provocaria uma busca pela moeda e sua valorização, considerada um ativo seguro em tempos de turbulência.

No mercado de juros, o corte da taxa Selic nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), para 10,50% em janeiro, voltou a influenciar os rendimentos da indústria. Os fundos de renda fixa, que investem em títulos prefixados (os mais recomendados em tempos de baixa da Selic) renderam 0,840% em janeiro até o dia 26. Eles superaram assim o retorno dos fundos DI (pós-fixados, que ganham na alta da taxa), que remuneraram os investidores em 0,79% no mês.

Já os fundos multimercado multiestratégia, que podem aplicar recursos no câmbio, Bolsa e juros, além de outras aplicações sofisticadas, tiveram na média um desempenho intermediário, com ganhos de 1,98% no mês. (O Globo)


Desemprego vai a 10,4% na zona do euro e bate recorde

Taxa de 2011 é a maior desde criação da moeda comum; Espanha, com 22,9% sem ocupação, tem o pior índice. Divulgação dos dados ocorreu um dia após líderes europeus terem aprovado pacto de austeridade fiscal.

A taxa de desemprego nos 17 países que integram a zona do euro chegou no ano passado ao maior nível desde a criação da moeda: 10,4% da população economicamente ativa, divulgou ontem o órgão oficial de estatísticas da União Europeia.

Quando considerados todos os 27 países do bloco, o índice fica em 9,9%.

Em comparação com o fim de 2010, houve um aumento de 751 mil desempregados na zona do euro, cujo índice era de 10%; na União Europeia, o aumento foi de 923 mil pessoas, e o índice era de 9,5%.

As estatísticas mostram que há disparidades muito grandes entre os países do bloco, onde há cerca de 23,8 milhões de pessoas sem emprego, e aumentam o temor de recessão.

A Alemanha é um dos países com menor índice de desemprego: 5,5%. As menores taxas são as de Áustria (4,1%), Holanda (4,9%) e Luxemburgo (5,2%).

Por sua vez, a Grécia, que negocia com seus credores a redução do total de sua dívida, teve o maior salto no desemprego em comparação com o ano anterior: passou de 13,9% para 19,2%. Seu índice é inferior apenas ao da Espanha, onde há 22,9% de desempregados.

JOVENS -- Alemanha (7,8%), Áustria (8,2%) e Holanda (8,6%) detêm as menores taxas de desemprego entre jovens, enquanto Espanha (48,7%) e Grécia (47,2%) apresentam quase metade desse segmento da população sem nenhuma ocupação.

O anúncio das estatísticas veio no dia seguinte ao encontro dos líderes europeus em Bruxelas, onde eles aprovaram, sob a liderança da premiê alemã, Angela Merkel, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, os termos do pacto de austeridade fiscal e adotaram discurso de crescimento e criação de empregos.

A questão é como os governos conciliarão medidas para aumentar a disciplina orçamentária e estímulos ao crescimento econômico.

O tratado prevê sanções de até 0,1% do PIB do país que não cumprir as regras fiscais.

O Reino Unido e a República Tcheca foram os únicos países que não aderiram ao acordo europeu.

Em discurso aos líderes no início da reunião, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, defendeu a adoção de um imposto de 0,05% sobre transações financeiras na zona do euro e a emissão de papéis de dívida pública conjunta, os chamados "eurobonds", para estabilizar a crise financeira.

No próximo encontro do Conselho Europeu, em março, quando o pacto fiscal será assinado, o tema do emprego deve ser central, mas a resposta precisa ser mais efetiva do que a de anteontem. (Folha)