quinta-feira, 24 de maio de 2012

A isenção de IR sobre a PLR é uma antiga demanda dos sindicalistas e foi incluída no texto da MP pelo relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), caso o benefício chegue a R$ 12 mil


Governo chega a acordo com centrais para votar MP do PAC
Em reunião com representantes das seis maiores centrais sindicais do país nesta quarta-feira, os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disseram que o governo apresenta, até segunda-feira, sua proposta para isenção de imposto de renda na Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
A negociação abre espaço para a aprovação da Medida Provisória (MP) nº 556 na Câmara ainda hoje. A isenção de IR sobre a PLR é uma antiga demanda dos sindicalistas e foi incluída no texto da MP pelo relator, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), caso o benefício chegue a R$ 12 mil.
Com a garantia do governo, os deputados ligados às centrais vão trabalhar para que este trecho seja retirado do texto. A MP é considerada prioritária pelo Planalto por liberar o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“O governo se compromete a construir um acordo até segunda-feira, depois que a presidenta analisar a proposta feita pelos técnicos do Ministério da Fazenda”, teria dito o ministro Gilberto Carvalho, segundo o  relato de um participante do encontro.
Os ministros informaram na reunião que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, já finalizou uma proposta.
No entanto, não foi divulgado qual o teto para a isenção proposto pelo governo. Segundo Ideli e Gilberto, a presidente Dilma Rousseff ainda não teve tempo de analisá-la, pois está tratando dos vetos aos Código Florestal. Os valores seriam divulgados em uma nova reunião, a ser realizada na segunda-feira.(Valor)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001 prevê expropriação de terras onde houver flagrante de exploração de trabalho escravo


Por 360 votos a 29, Câmara aprova PEC do trabalho escravo
Proposta prevê expropriação da terra onde houver exploração de mão de obra forçada.
A Câmara aprovou ontem por 360 votos a 29 a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001, que prevê expropriação de terras onde houver flagrante de exploração de trabalho escravo. O resultado representa uma derrota para a bancada ruralista.
A vitória do governo, que queria a PEC aprovada antes da conferência ambiental Rio +20, em junho, ocorre menos de um mês após os ruralistas terem derrotado Dilma Rousseff no Código Florestal.
A proposta agora vai ao Senado. O placar de ontem dá respaldo ao governo: foram 34 votos a mais do que quando a PEC passou em primeiro turno na Câmara, em 2004.
A bancada agrária tentou esvaziar a votação orientando seus deputados a saírem do plenário ou votarem contra. Eles diziam não confiar num acordo informal feito com o governo para criação de um projeto de lei complementar que altere a atual definição de trabalho escravo.
A ideia é, paralelamente à mudança na Constituição, aprovar um projeto que exclui da definição as condições degradantes de trabalho e a jornada excessiva. Hoje, essas violações constam do artigo 149 do Código Penal, que prevê multa e reclusão de 2 a 8 anos a quem for flagrado. Os ruralistas também queriam definir que a expropriação só ocorra após decisão definitiva na Justiça.
O PTB foi o único a orientar seus deputados contra a PEC. "Isso [expropriação] tinha na Rússia e querem colocar no Brasil", discursou Nelson Marquezelli (PTB-SP). Segundo ele, a PEC dá poder excessivo aos fiscais, que poderão determinar que um fazendeiro com apenas um trabalhador em regime de escravidão seja expropriado.
A relatora da ONU para o trabalho escravo, Gulnara Shahinian, descarta o risco: "O Brasil tem três instâncias recursivas na Justiça pelas quais sentenças abusivas podem ser revogadas", disse.
Temendo o custo político de ter sua imagem associada à escravatura, o PTB desautorizou Marquezelli e mudou sua orientação. Quando o resultado da votação foi proclamado, o plenário e as galerias aplaudiram com entusiasmo. Deputados cantaram o Hino Nacional. (Folha)