sexta-feira, 1 de junho de 2012

Os representantes das seis maiores centrais sindicais foram recebidos nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa


Centrais sindicais querem isenção de IR sobre PLR de até R$ 10 mil
Após rejeitar a proposta do governo para isenção do Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de até R$ 5 mil, as centrais sindicais apresentaram contraproposta para elevar o teto a até R$ 10 mil. Ainda pela proposta dos sindicatos, acima desse valor de PLR incidiria uma faixa de alíquotas progressivas do Imposto de Renda, a começar por 7,5%, terminando em 27,5% para PLRs superiores a R$ 20 mil.
Os representantes das seis maiores centrais sindicais foram recebidos nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. (Fonte: Valor)

Ex-funcionários poderão ficar em plano de saúde ativo
ANS muda regras para aposentados e demitidos, mas especialistas alertam que é preciso ter cuidado com reajustes.
A partir desta sexta-feira passam a valer novas regras para a manutenção de demitidos e aposentados nos planos de saúde, informou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Só terão direito a continuar com o benefício ex-empregados que tenham contribuído no pagamento da mensalidade do plano de saúde empresarial. Especialistas na área dizem que as novas regras aperfeiçoam as resoluções sobre o assunto, mas o consumidor deve refletir muito antes de resolver ficar no mesmo plano pois há também desvantagens, como o reajuste devido à sinistralidade, o que pode aumentar muito o valor da mensalidade.
Os aposentados que contribuíram com as mensalidades do plano por mais de dez anos podem manter o plano pelo tempo que desejarem, no entanto, passam a pagar integralmente o valor, assumindo a parte do empregador. Quando o período for inferior a dez anos, cada ano de contribuição dará direito a um ano no plano coletivo, depois da aposentadoria. Já os demitidos poderão permanecer no plano por um período equivalente a um terço do tempo em que foram beneficiários dentro da empresa, respeitando o limite de seis meses e o máximo de dois anos.
ANS não considera a jurisprudência da Justiça -- Uma novidade é que as empresas poderão manter os aposentados e demitidos no mesmo plano dos ativos ou fazer uma contratação exclusiva, sempre mantendo as mesmas condições de cobertura e de rede do plano dos ativos. Se todos estiverem no mesmo plano, o reajuste será o mesmo para empregados ativos, aposentados e demitidos. Caso contrário, ainda assim, os beneficiários continuarão protegidos, já que o cálculo do percentual de reajuste tomará como base todos os planos de ex-empregados na carteira da operadora. O objetivo, segundo a ANS, é diluir o risco e obter reajustes menores.
A portabilidade também está prevista nas novas regras. Durante o período de manutenção do plano, o aposentado ou demitido poderá migrar para um plano individual ou coletivo por adesão sem ter que cumprir novas carências.
A advogada Maria Stela Gregori, que foi diretora de fiscalização da ANS, afirma que estas novas regras aperfeiçoam as resoluções do Consu, porém, o consumidor tem que refletir se vale a pena ficar no plano coletivo:
— Quando estava na ANS fui defensora destes dispositivos porque considerava que eram benefícios para os consumidores num momento em que os novos planos ficariam caros, principalmente no caso dos aposentados. Mas hoje vejo que não é só vantagem. Na carteira exclusiva para aposentados e ex-funcionários, há muito mais chance desta carteira ter uma sinistralidade alta, o que encarece muito o plano. E quando mais tempo o ex-empregado ficar no plano mais difícil será para ser aceito em outro.
Renata Vilhena, advogada especialista em planos de saúde, explica que a carteira exclusiva para ex-funcionários é um perigo, pois o plano fica caro e a qualquer momento o empregador pode desistir de manter o benefício. Já a carteira mista, com ativos e inativos, será mais fácil de administrar:
— Um grande problema nas regulamentações da ANS é que a agência não leva em consideração a jurisprudência já existente. O que faz com que os impasses continuem surgindo e só se resolvam na Justiça. Estas regras não vão resolver todos os problemas .(O Globo)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Com juros mais baixos é a chance de o Brasil concentrar seus esforços na produção, prestação de serviços e comércio para alavancar nossa economia, cada vez menos refém dos especuladores


Queremos um novo Brasil com Selic a 8,5%Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores
A Taxa Selic a 8,5%  é uma referência histórica que deve ser confirmada pela redução do spread bancário e dos juros astronômicos cobrados no crédito rotativo do cartão de crédito e do cheque especial. Com juros mais baixos é a chance de o Brasil concentrar seus
esforços na produção, prestação de serviços e comércio para alavancar nossa economia, cada vez menos refém dos especuladores.


Taxa de juros atinge piso histórico, e rendimento da poupança muda
Ritmo lento da atividade econômica faz Banco Central reduzir taxa Selic de 9% para 8,5% ao ano. Nova fórmula de cálculo do rendimento da caderneta entra em vigor com a redução da taxa a partir de hoje
O Banco Central aproveitou o momento de pasmaceira na economia brasileira e reduziu ontem a taxa básica de juros do país para seu menor patamar histórico.
Com a medida, entrará em vigor a nova regra para a remuneração das cadernetas de poupança, que resultará a partir de agora em ganhos inferiores -ligeiramente, por enquanto- aos tradicionais 6,17% anuais.
A taxa Selic, que serve de base para o rendimento das aplicações financeiras e o custo dos empréstimos bancários, caiu de 9% para 8,5% ao ano. Trata-se do menor percentual desde a criação da taxa, em 1986.
Se descontada a expectativa de inflação, o juro real no Brasil caiu para 2,8%, ainda um dos mais altos do mundo, mas o menor desde a edição do Plano Real, em 1994. Comparações com períodos anteriores são dificultadas pela sequência de planos econômicos e trocas de moedas.
Foi justamente a nova regra da poupança, editada no início do mês, que permitiu a redução das taxas, um objetivo perseguido pela presidente Dilma Rousseff e por sua equipe econômica desde que ela chegou à Presidência.
Sem a mudança na poupança, cortes mais ousados dos juros levariam as demais aplicações de renda fixa a renderem menos que as cadernetas, provocando um desequilíbrio no mercado.
Pela nova metodologia, a poupança renderá o equivalente a 70% da Selic quando a taxa do BC for igual ou inferior a 8,5%. O rendimento passará, portanto, a 5,95% ao ano, além da TR (Taxa Referencial), que tende a se aproximar de zero.
Esse ganho valerá para todos os depósitos feitos a partir de hoje. Para os depósitos entre a edição da regra e ontem, a remuneração será aplicada depois do aniversário da aplicação. Depósitos anteriores à regra mantêm a antiga remuneração.
CRISE -- Mesmo com a inflação ainda acima da meta oficial de 4,5% ao ano, o BC vem reduzindo os juros desde o final de agosto do ano passado, devido ao impacto da crise internacional sobre o crescimento econômico do país.
Os indicadores mostram, no entanto, que o consumo e o investimento têm reagido com lentidão ao estímulo monetário. Os números do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, que serão divulgados amanhã, deverão mostrar expansão modesta.
O cenário permitiu ao governo Dilma Rousseff, ao menos, faturar politicamente a queda dos juros. Depois da pressão pública para a redução dos juros cobrados pelos bancos, já se fala, reservadamente, em uma taxa abaixo de 8% até o final do ano.
A decisão de ontem, já esperada pelo mercado, foi tomada por unanimidade do Comitê de Política Monetária, formado pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, e os seis diretores da instituição.
No comunicado divulgado após a reunião, o primeiro em que os votos dos membros do Copom foram indicados nominalmente, o comitê repetiu a justificativa apresentada em abril, quando os juros caíram de 9,75% para 9%. (Folha)

O mundo do juro zero é um horror
Investidores na prática pagam para emprestar dinheiro à Alemanha ou aos EUA; isso é pânico grave
O JURO REAL no Brasil se aproxima de 2% ao ano. Para quem vive o dia a dia de juros no cheque especial a 180% ao ano e paga em torno de 25% ao ano para financiar a compra do carro, a frase parece fantástica ou, no melhor dos casos, irrelevante.
Mas, sim, a taxa de juros real no Brasil se aproxima de 2%. Trata-se aqui da taxa de juros para grandes transações no mercado, para 360 dias, descontada a expectativa de inflação no período. Mais precisamente, a taxa real de juros estava ontem em 2,3% ao ano. Deve ir a 2% até agosto. Talvez abaixo disso.
O juro real baixa na praça do mercado porque a política do Banco Central é de reduzir a "sua" taxa de juros, a taxa que o BC influencia, a Selic, sobre a qual toma decisões mais ou menos a cada mês e meio, como o fez ontem.
A política de juros do BC é baixista porque a autoridade monetária brasileira acredita que a inflação não deve ser um problema no futuro próximo. O BC acredita nisso porque, entre outros motivos complexos, a economia brasileira tem andado muito devagar e a do mundo rico pode ir para o vinagre.
No mundo euroamericano, as taxas de juros são negativas, menores que zero, mais ou menos desde 2008, 2009, e continuam caindo.
Negativas? Sim. Descontada a inflação, quem empresta aos governos dos Estados Unidos e aos governos solventes da Europa (Alemanha e países menores do norte europeu) recebe menos do que emprestou.
Isso é sinal de pânico.
Há pânico porque os grandes investidores do mundo temem que a Espanha e/ou seus bancos possam ir à breca, o que pode provocar quebras em outras instituições financeiras da Europa e do mundo, deflagrando nova e feia recessão.
Para Espanha e Itália, no bico do corvo, os juros e outras demandas de segurança do mercado continuavam a subir para níveis críticos.
Mas as taxas de juros para empréstimos de dez anos para os governos dos Estados Unidos, da Alemanha e de países solventes da Europa chegaram a mínimas não vistas faz mais de 60 anos.
Outro modo de dizer a mesma coisa: investidores aceitavam ontem ficar com títulos dos governos americano e alemão, com prazo de dez anos, pelas taxas de 1,62% ao ano e 1,26% ao ano, respectivamente. Isso quer dizer que esses títulos estão caros. Grosso modo, os juros que pagam esses papéis resulta da diferença do valor de face, do "preço inicial" desses títulos, e o preço pelo qual são negociados no mercado.
Tais papéis estão caros porque multidões de investidores querem comprá-los. Quanto maior a procura, maior o preço, menores os juros.
Por que há tanta procura? Porque muitos donos do dinheiro grosso temem aplicar seus recursos em qualquer outra coisa menos segura ou procuram transferir aplicações em negócios mais arriscados para títulos de governos que não dão calote, como EUA, Alemanha e mesmo em países como a Dinamarca.
O nome disso é "fuga do risco". O medo é tamanho que os donos do dinheiro colocam seus recursos em aplicação de rentabilidade menor que zero (descontada a inflação).
Pode ser que o medo passe, como passou em outras rodadas dessa crise que já dura meia década (ou não passe...). Mas o pânico vai deixar sequelas, aqui no Brasil também. (Folha)