quarta-feira, 11 de novembro de 2009

UGT e demais centrais sindicais na 6ª Marcha da Classe Trabalhadora pela jornada de 40 horas semanais

UGT: só haverá acordo com fim do fator previdenciário
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Pattah, afirmou hoje que a entidade só aceitará proposta do governo federal para reajuste dos aposentados e pensionistas da Previdência que inclua o fim do fator previdenciário. "Não terá acordo em relação a esse instrumento perverso que reduz os benefícios, que é o fator previdenciário", disse ele, em conversa com a Agência Estado. Segundo ele, a posição da entidade em favor do fim do fator previdenciário, nos moldes de um projeto de lei de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi referendada hoje durante a realização da 8ª Plenária da UGT, em Brasília, que reuniu dirigentes regionais da entidade.O presidente da UGT confirmou a possibilidade de ocorrer uma reunião entre os dirigentes de todas as centrais sindicais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amanhã ou na quinta-feira pela manhã, após a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora marcada para esta quarta-feira em Brasília. Segundo Ricardo Pattah, o reajuste real de 2,5% que está sendo sinalizado para quem ganha mais de um salário mínimo da Previdência Social pode ser melhorado. "No entanto, a nossa principal condição será o fim do fator previdenciário e vamos panfletar o Brasil com essa nossa posição", ressaltou o sindicalista.A proposta do senador Paim, que extingue o fator previdenciário, não agrada o governo porque elevará as despesas com aposentadorias futuras. O fator é uma fórmula que reduz ou eleva o valor final das aposentadorias de acordo com a idade do segurado. O Ministério da Previdência Social é contra a proposta porque, além de acabar com essa fórmula, o projeto também restabelece a chamada "média curta" no cálculo das aposentadorias, considerando apenas os últimos três anos de contribuições ao sistema. Atualmente, considera-se a média das contribuições feitas desde junho de 1994.
O governo não quer o fim do fator, que foi criado em 1999 para desestimular as aposentadorias precoces. Desde então, proporcionou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma economia estimada em R$ 10 bilhões. O governo aceitou apenas uma mudança de critério: as pessoas poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens), ou 85 anos (mulheres). Por essa nova fórmula, seria exigido menos tempo adicional de contribuição para não haver redução nos valores finais. (Leia mais no Estadão)

Redução da jornada e valorização do salário mínimo marcarão marcha dos trabalhadores
A redução da jornada de trabalho e a aprovação da política de valorização do salário mínimo são as principais reivindicações da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora que será realizada amanhã (11) em Brasília. A marcha é organizada por várias entidades sindicais, entre elas a Central Única dos Trabalhadores (CUT).O presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, afirmou que a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais poderá gerar 2 milhões de novos empregos, além de garantir melhores condições de vida para o empregado. "Os trabalhadores terão mais tempo para a família, para o lazer, para fazer uma melhor qualificação profissional", disse.Ele disse ainda que espera apoio dos empresários na questão da redução da jornada uma vez que a medida possibilitará aos trabalhadores mais tempo para poder se qualificar - um ponto que também faz parte das reclamações dos empresários. Outra pauta importante é o projeto de valorização do salário mínimo. De acordo com Santos, o projeto prevê uma política para o salário mínimo até 2023, mas há uma emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) que dá aos aposentados o mesmo reajuste concedido a quem está a ativa. O temor das entidades sindicais é de que os trabalhadores não tenham mais ganhos reais, como já aconteceu em governos anteriores.
"O problema é que isso pode colocar em risco a política de valorização do salário mínimo porque se alguém apresenta um projeto que diz que o reajuste do salário mínimo tem que ser igual para aposentados e trabalhaores da ativa haverá concordância do governo num primeiro momento e, no próximo ano, o reajuste do mínimo pode ter apenas como base a inflação, sem ganho real", explicou.
Ele disse ainda que as centrais sindicais já apresentaram, em agosto, uma proposta diferenciada para os aposentados que ganham acima do salário mínimo: reajuste baseado na inflação mais 50% do índice de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, baseado nesses cálculos, o reajuste do ano passado ficaria em 6%.
Também será levada para marcha outras reivindicações como a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, a atualização dos índices de produtividade da terra e o pedido de que parte da arrecadação do Fundo Social do Pré-Sal seja revertida para a seguridade social e a reforma agrária. (45 Graus)

Definição sobre aposentado sai hoje
Mesmo com a pressão dos aposentados por um reajuste maior para os seus benefícios, o governo deve insistir no acordo fechado com algumas centrais sindicais, em agosto, para impedir a aprovação, na Câmara, dos projetos de lei que aumentam as despesas da Previdência Social. O acordo prevê reajuste de 2,5% acima da inflação em 2010 nas aposentadorias com valor maior que o salário mínimo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer definir hoje uma posição sobre o assunto, em reunião que terá com os ministros da Previdência, José Pimentel, da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e os líderes do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e da bancada do PT, Cândido Vaccarezza (SP).
A ideia é acertar o discurso e fechar a proposta, que pode ser levada pronta a todas as centrais, provavelmente pelo próprio Lula, amanhã ou na sexta-feira. O porcentual de 2,5%, previsto no acordo delineado em agosto, equivale a 50% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2008. Somando a variação prevista do INPC, o reajuste ficaria em torno de 6%. Para 2011, seria repetida a fórmula de inflação somada à metade do PIB de 2009.
O acordo foi aceito pela CUT, pela Força Sindical e pela Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). Mas três outras centrais (UGT, Nova Central e CTB), além da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobrap), o rejeitaram. Os aposentados apostam na proximidade das eleições para conseguir a aprovação dos projetos importantes como a liberação do reajuste real do salário mínimo para todos os aposentados e o fim do fator previdenciário.
Para Cândido Vaccarezza, se não houver acordo, o governo está preparado para enfrentar o debate no plenário. "Não tem essa de desgaste político. Se perdermos a votação, o presidente veta. Precisamos enfrentar isso", disse Vaccarezza.
"Está havendo contaminação político-eleitoral nesse debate. O país e as contas públicas não suportam o kit Paim", complementou o deputado José Genoino (PT-SP), numa referência ao senador petista Paulo Paim (RS), autor do projeto que pretende vincular o aumento dos aposentados ao reajuste do salário mínimo.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, reforçou o coro. "Para nós, não é questão de eleitorado. É uma parcela da população que temos de levar em conta, que está fazendo uma reivindicação tão legítima quanto as de outras categorias", disse a ministra. "Mas nós sempre trabalhamos levando em conta os interesses da população. É por isso que estamos discutindo", acrescentou.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Pattah, disse ontem que só aceitará a proposta do governo federal que inclua o fim do fator previdenciário. "Não terá acordo em relação a esse instrumento perverso que reduz os benefícios que é o fator previdenciário", disse ele. O fator é um mecanismo que estimula o trabalhador a retardar a aposentadoria e já proporcionou economia de R$ 10 bilhões desde que entrou em vigor, em 1999.
O governo aceita sua extinção, desde que ele seja substituído por uma nova fórmula. Por ela, as pessoas poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens) ou 85 anos (mulheres).
Ontem, o projeto que extingue o fator deveria ter sido votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, com parecer favorável do relator, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP). Ironicamente, a obstrução que os partidos de oposição estão fazendo aos trabalhos da Câmara provocou o adiamento da votação - o que acabou ajudando o governo, que não quer a aprovação da medida. (Leia mais no Estadão)

Queda de linha de energia causa blecaute em 12 Estados e no DF
Problema ocorreu por volta de 22h15 e desligou completamente Itaipu; Técnicos acreditam que tempestades ou raios possam ter causado o problema; Serviços essenciais foram afetados e HC funcionou com gerador a óleo
A queda de uma linha que transmite energia da Hidrelétrica de Itaipu tirou todos os 14 mil megawatts gerados pela usina do sistema elétrico e provocou um blecaute em pelo menos 12 Estados brasileiros, no Distrito Federal e no Paraguai na noite de ontem. Nas ruas, principalmente da Região Sudeste, houve confusão e acidentes. Nos gabinetes, de governo, em Brasília, ainda se buscavam as causas do problema no fim da noite.
O apagão atingiu quase a totalidade do Estado do Rio, São Paulo, Minas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, e parte do Paraguai. Os outros Estados afetados foram Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Acre e Rondônia. Eles teriam sido afetados por uma espécie de "efeito cascata", com o desligamento das transmissões pelo sistema de proteção de rede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Até zero hora de hoje, o sistema permanecia intermitente e havia falhas pontuais em vários Estados."Houve desligamento completo de Itaipu", afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Os últimos apagões no País ocorreram em 2005 e 2007, atingindo o Espírito Santo e o Rio. No primeiro, a interrupção de transmissão em Furnas foi atribuída a uma tempestade de raios.A causa do blecaute de ontem ainda não foi diagnosticada, mas, segundo Lobão, os técnicos também acreditam que algum problema atmosférico, como raios ou tempestades, tenha motivado a queda. Pouco mais de uma hora após o início do apagão, registrado por volta de 22h15, o ministro disse que estava convencido de que a situação seria normalizada de madrugada. "Esta noite deveremos ter resolvido isso", disse. A energia voltou em alguns locais por volta de 23h30.
A falta de luz afetou sistemas essenciais. Em São Paulo, a Polícia Militar só contava com um gerador para atender as emergências do 190. O maior centro médico do País, o Hospital das Clínicas da USP, operava com geradores a óleo. (Leia mais no Estadão)

Emprego industrial cresce pelo 3º mês seguido; salários sobem
Ocupação no setor tem alta de 0,4% em setembro ante agosto e folha de pagamento retoma resultado positivo
O emprego industrial subiu 0,4% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, o terceiro mês positivo consecutivo, segundo divulgou nesta terça-feira, 10, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, contudo, a ocupação no setor manteve a taxa negativa, dessa vez de 6,5%. A folha de pagamento real, equivalente à massa salarial, aumentou 1,7% em setembro ante agosto, revertendo o resultado negativo registrado em agosto (-0,5% ante julho).
O indicador de média móvel trimestral da folha cresceu 0,4% no trimestre encerrado em setembro ante o terminado em agosto, revertendo a queda de 0,7% apurada no índice de agosto. No ano, a folha acumula queda de 2,5% e em 12 meses, recuo de 0,7%.
O índice de média móvel trimestral do emprego na indústria - considerado o principal indicador de tendência - registrou aumento de 0,3% no trimestre encerrado em setembro ante o terminado em agosto, mostrando pequena aceleração em relação ao índice apurado em agosto, de 0,2%.
No ano, o emprego na indústria acumula queda de 5,6% e em 12 meses, recuo de 4,2%. No terceiro trimestre, ante o trimestre imediatamente anterior, houve aumento de 0,3% na ocupação, revertendo três trimestres consecutivos de queda nessa comparação. Ante o terceiro trimestre de 2008, o emprego na indústria recuou 6,7%.
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria aumentou 1,1% em setembro ante relação a agosto. Na comparação com setembro do ano passado, no entanto, houve queda de 6,4%, o 11º resultado negativo consecutivo nessa comparação.
No terceiro trimestre de 2009, o número de horas pagas avançou 0,5% frente ao trimestre imediatamente anterior, interrompendo três trimestres consecutivos de taxas negativas nessa comparação. Ante o terceiro trimestre do ano passado, houve queda de 7,0%. No ano, as horas pagas acumulam queda de 6,3% e em 12 meses, recuo de 4,8%. (Leia mais no Estadao)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sindicato União, filiado à UGT, marca assembléia para discutir novos rumos da campanha salarial após ter interrompido votação do orçamento do Estado

Justiça paralisa discussão do Orçamento de 2010 na Assembleia de SP

(Postado por Wagner José de Souza, presidente do Sindicato União e 1º Secretário de Relações Internacionais da UGT) — O Sindicato União dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, que representa 55 mil trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Sindicato União) e que ganhou na última sexta-feira a liminar que suspendeu a discussão do Orçamento de 2010 do Estado de São Paulo marcou uma assembleia salarial da categoria para o próximo sábado, dia 14 de novembro, em Marília. A assembleia acontecerá na sede do Clube dos Bancários, no centro de Marília e tem como objetivo avaliar as consequências que a laminar causou nas negociações com o Governo do Estado, com a Assembléia Legislativa e com o próprio Tribunal de Justiça de São Paulo. “Nosso objetivo é retomar as negociações a favor da categoria, não temos a intenção de prejudicar a economia do Estado de São Paulo e muito menos as negociações em torno das verbas parlamentares”, afirma Wagner de Souza, presidente do Sindicato União.

Leia mais:

Decisão atendeu sindicato dos servidores do Judiciário. 
Governo pediu reconsideração e Assembleia pode recorrer.

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou na sexta-feira (6) que a Assembleia Legislativa de São Paulo paralise a discussão do Orçamento de 2010 até que o governo estadual garanta a quantia original de recursos a serem destinados ao Poder Judiciário. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, o governo estadual pediu a reconsideração da liminar nesta segunda-feira (9), data em que a medida entra efetivamente em vigor.

A decisão do Tribunal de Justiça atendeu à União dos Servidores do Poder Judiciário. O sindicato afirma que, antes de enviar o Orçamento à Assembleia, o governo estadual reduziu o valor destinado ao Tribunal de Justiça em 38,7%, o que teria provocado redução de 75% na folha de pagamentos. 

O presidente da Assembleia Legislativa, Barros Munhoz, disse ao G1, por telefone, que, deverá recorrer contra a decisão nesta terça-feira (10) caso o TJ não reconsidere a liminar. 

De acordo com Barros Munhoz, o pedido de liminar se baseia na premissa de que a Assembléia não considera a proposta original enviada pelo Judiciário. 

"Essa premissa não é verdadeira. Nós recebemos a proposta e ela está na Assembleia Legislativa", afirmou. 

De acordo com o presidente da Assembleia, a decisão judicial não atrapalha o ritmo de tramitação do Orçamento de 2010. "Estamos dentro do prazo de recebimento de emendas. Nossa data-limite é até o final do ano", afirmou. (Leia mais no G1)

Justiça suspende tramitação do Orçamento de SP na Assembléia — Desembargador acolhe pedido de sindicato, que reivindica verbas para Judiciário. Numa queda de braço com o governo por mais recursos -especificamente R$ 2 bilhões- a Justiça de São Paulo suspendeu a tramitação do Orçamento na Assembleia Legislativa do Estado. Na noite de sexta-feira, o desembargador Ademir de Carvalho Benedito acolheu, liminarmente, o pedido do Sindicato União dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Sindicato União) pela suspensão da votação do Orçamento.
O sindicato reivindica a ampliação, em R$ 2 bilhões, do orçamento previsto para o Tribunal de Justiça no ano que vem.
Na proposta enviada ao governo, o tribunal solicitou R$ 7,233 bilhões para o ano que vem. Mas, ao encaminhar o projeto para a Assembleia, o governo do Estado reduziu essa dotação em R$ 2 bilhões.
Para justificar o pedido de liminar, o sindicato alegou que havia risco de aprovação do Orçamento sem o atendimento da reivindicação do setor.
"Defiro a liminar para que o governo proceda o aditamento da proposta orçamentária para 2010", definiu o desembargador, sugerindo que o governo atenda à proposta originalmente enviada pelo tribunal.
Ontem, o governo de São Paulo apresentou um pedido de reconsideração ao desembargador. Segundo o secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, a competência caberia ao STF (Supremo Tribunal Federal).
"Existe um precedente. Como o tema interessa aos integrantes do Judiciário, a decisão cabe ao STF", justificou.
Ainda segundo Marrey, o pedido do sindicato é "baseado numa informação falsa": de que o governo não teria anexado proposta original do tribunal.
"Enviamos a proposta do TJ para que a Assembleia decida", afirmou o secretário do Planejamento, Francisco Luna.
"Se não houver essa reconsideração, vamos recorrer ao Supremo", disse Marrey.
Marrey afirmou que governo e Judiciário têm "boa relação institucional". Mas a desavença entre os dois Poderes se estende desde o ano passado. O Judiciário reivindica aporte de recursos para cobrir reajuste dos servidores, e o governo resiste. (Leia mais na Folha)

Rendimento do FGTS neste ano será o menor da história

Contas terão correção de 3,9%, já com juros de 3%, ante previsão de 4,27% para inflação. Se forem excluídos os juros, rendimento das contas será ainda menor; projeto de lei do Senado quer troca de índice para pôr fim a perdas.

O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) terá, neste ano, o menor rendimento desde sua criação, em 1966. Essa perda de rendimento é consequência da queda dos juros no país. Com a queda da Selic, o governo teve de reduzir a TR (Taxa Referencial), que corrige as contas do FGTS e as cadernetas de poupança.
Resultado: as contas do FGTS dos trabalhadores estão sendo corrigidas por índices abaixo da inflação. Em outras palavras, o poder de compra do dinheiro que o trabalhador tem depositado na conta do FGTS fica menor a cada mês.
A forma de avaliar o rendimento das contas do FGTS gera polêmica. O governo defende a tese de que o cálculo tem de incluir os juros de 3% ao ano. Outros cálculos excluem os juros, computando-se apenas a TR.
Se for considerada a primeira forma de cálculo, os trabalhadores perderam dinheiro em sete dos últimos dez anos (isso só não ocorreu em 2005 a 2007). Se for considerada a segunda, a perda é contínua há mais tempo -desde 1999.
Neste ano, as contas do fundo terão correção total (incluindo a TR mais juros) de 3,90%. Se as previsões se confirmarem, o IPCA (índice usado na meta de inflação do país) será de 4,27%, com base nas expectativas do mercado, conforme o Boletim Focus, do Banco Central.
Para o leitor entender o resultado, uma conta do FGTS com R$ 100 em dezembro de 2008 terá R$ 103,90 no próximo dia 10 de dezembro, quando será feito o último crédito do ano. Ou seja, esse dinheiro não será suficiente para comprar um produto que custava os mesmos R$ 100 ao final do ano passado, pois ele estará custando R$ 104,27 no próximo mês se reajustado pelo IPCA.
Se a mesma conta excluir os juros, a perda do trabalhador é muito maior, uma vez que a TR deste ano será de 0,8716%. Fazendo o mesmo raciocínio, o saldo da conta passaria para R$ 100,87, ante os mesmos R$ 104,27. Nessa corrida, os trabalhadores sempre perdem.
Cálculos — O Senado tem um projeto de lei do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) prevendo mudanças na forma de correção das contas do FGTS. O relator do projeto, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), fará algumas alterações no texto.
Para subsidiar as mudanças, a assessoria do relator fez algumas simulações comparando o rendimento das contas do FGTS nos últimos dez anos com o IPCA e a poupança.
Desde 2000, o IPCA aumentou 89,86% (até setembro deste ano). Também desde 2000, mas até o final deste ano, o FGTS terá rendido 68,37%, ou seja, a perda é de 12,76%. Significa dizer, nesse caso, que o poder de compra de R$ 100 em janeiro de 2000 cairá para apenas R$ 87,24. Da mesma forma, o trabalhador terá apenas R$ 168,37 para comprar um produto que custa R$ 189,86.
Segundo a ONG Instituto FGTS Fácil -que não inclui os juros de 3% em seus cálculos-, desde dezembro de 2002 os trabalhadores já perderam 29,23% por conta da redução da TR. Um exemplo da perda: quem tinha R$ 10 mil no FGTS em dezembro de 2002 tem hoje, quando a Caixa credita os rendimentos de novembro, R$ 14.250,14. Se fosse usado o IPCA, essa conta deveria ter R$ 18.415,27. Perda: R$ 4.165,13.
Segundo Mario Avelino, presidente do instituto, o uso da TR já resulta em prejuízo acumulado de R$ 53,48 bilhões para todos os trabalhadores que têm conta no FGTS.
O Ministério do Trabalho informou, por meio da assessoria de imprensa, que o Conselho Curador do FGTS sempre procura tomar decisões que beneficiem o trabalhador. (Leia mais na Folha)

Brasil criou mais de um milhão de empregos em 2009, diz Lupi

Para o ministro do Trabalho, dado mostra que País já superou a crise econômica, que hoje só afeta os 'gringos'.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anunciou nesta segunda-feira, 9, que o Brasil ultrapassou, em outubro, a marca de 1 milhão de empregos formais gerados desde o início do ano. O dado fechado, disse Lupi, será anunciado nos próximos dias, junto às estatísticas do Caged. "Quando eu disse, em janeiro, que criaríamos mais de um milhão de empregos este ano, cheguei a ser ridicularizado, só faltaram me chamar de louco", disse o ministro, em palestra na abertura da feira Fenashore, em Niterói, região metropolitana do Rio.

Segundo Lupi, o número de empregos gerados é um sinal de que o Brasil já superou a crise econômica, com o apoio das medidas anticrise postas em prática pelo governo federal durante o ano. "Já estamos vendo a crise pelo retrovisor. A crise, hoje, é só para gringo", afirmou, em rápida entrevista após sua participação no evento.

Em setembro, o desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do País caiu para 7,7% da População Economicamente Ativa (PEA), o menor índice do ano, ante 8,1% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, ressaltou que ainda não é possível falar em plena recuperação do mercado de trabalho após a crise. Economistas, entretanto, avaliam que o desempenho foi favorável.

Segundo o IBGE, a melhora do emprego em setembro decorre de um esperado movimento sazonal. De acordo com ele, é positivo que o mercado esteja respondendo às características desse período do ano, durante o qual normalmente a taxa cai em relação ao mês anterior. Para que houvesse recuperação de fato, a taxa deveria ser inferior à de setembro de 2008, também de 7,7%. (Leia mais no Estadão)

Lula: 'novo Brasil' tem reconhecimento internacional

O Brasil vive um momento especial, está mais maduro, é um País que soube consolidar a economia com estabilidade, geração de empregos e distribuição de renda, disse hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal de rádio "Café com o Presidente", ao comentar sua visita à Inglaterra na semana passada. Ao falar do seminário sobre a economia brasileira, do qual participou na capital inglesa, Lula disse que "esse novo Brasil é reconhecido internacionalmente" e destacou o interesse dos estrangeiros em investir no País.
No encontro com a rainha Elizabeth II e o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, Lula contou ter tratado da questão do clima, apresentando os compromissos do Brasil nesta área - diminuir a emissão de gás carbônico e o desmatamento em 80% até 2020. "Fui mostrar para eles que o Brasil está disposto a estabelecer um acordo com os outros países para que a gente mostre para a humanidade nossa disposição de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, sequestrar carbono e não permitir que o planeta continue sendo aquecido."

Lula disse que esta semana vai telefonar para os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, para discutir mudanças climáticas e a ida a Copenhague para a reunião da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 15). "Fiquei com o compromisso de, nesta semana, ligar ao presidente Obama, ligar ao presidente Hu Jintao, para ver se a gente consegue construir uma proposta. E nos dias 16 e 17 de dezembro todos nós estaremos em Copenhague para firmar um tratado que possa dar garantias de que o mundo começa a ser despoluído."

Prêmio — Na quinta-feira da semana passada (dia 5), Lula recebeu em Londres o prêmio Chatham House, por seu papel nas relações internacionais na América Latina e na condução da política econômica e social. Ele disse que o prêmio foi para a sociedade brasileira, que trabalhou muito e acreditou que era possível o Brasil não sofrer com a crise como outros países sofreram em 2009. Lula disse ver no prêmio importância por dar "visibilidade ao Brasil" em relação a outros países, que começam a ter mais confiança para fazer investimento no País. (Leia mais no Estadão)