quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Empresários arrependidos voltam-se para o mercado interno como alternativa para sobrevivência

Indústria se volta para mercado interno

(Postado por Moacyr Pereira) — Grande parte do empresariado brasileiro percebe, agora, o vigor do mercado interno. Algo que os trabalhadores brasileiros, na indústria, no comércio e nos serviços, sempre fizeram. Mas da parte dos trabalhadores nós acreditamos no mercado interno investindo aqui, gastando aqui, pois aqui é o nosso país. Enquanto fazíamos nossa parte e com isso ajudamos a superar a crise, estes mesmos empresários covardemente não investiam. Agora, ao perceber o acerto de se apostar no mercado interno, voltam correndo para suas máquinas. Ainda dá tempo. O Brasil é generoso até mesmo com os que se acovardam. Mas que fique a lição. Ainda temos muito que crescer, ainda tem muita gente excluída do mercado o que vai gerar mais oportunidades para os empresários (arrependidos ou não) que invistam para valer no Brasil, gerando mais empregos e transferindo renda para seus trabalhadores. Que vão, claro, gastar aqui mesmo no Brasil, aquecendo o mercado e beneficiando os empresários que acreditam no potencial do Brasil e que investem.

Leia mais: A velocidade de recuperação da indústria brasileira está aumentando. Pelos dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial cresceu 2,2% em outubro em relação a setembro - um aumento acima da média em comparação aos mesmos meses de anos anteriores. Foi o 10º mês seguido de crescimento.
A recuperação está sendo puxada pela venda de produtos de consumo, como carros e eletrodomésticos de linha branca - geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa. Em 2009, o mercado interno evitou uma crise maior da indústria brasileira. Em 2010, dizem especialistas e empresários, a fórmula deve se repetir, mas como estratégia.
As empresas que puderem vão trocar o mercado externo pelo interno, apostando que a economia brasileira crescerá mais do que a de países ricos. Trata-se de uma mudança histórica no perfil da produção no Brasil.
Até 2005, o mercado externo respondia por 70% do crescimento da indústria brasileira. Com a ascensão das classes C e D, o mercado interno cresceu e a participação das exportações no crescimento da indústria caiu.
Para 2010, os especialistas projetam que 80% ou mais do crescimento das fábricas virá das vendas no mercado interno. E as projeções para o crescimento da indústria são generosas, variam de 4% a 9,5% em 2010, ante uma queda de até 8% em 2009.
"A contribuição das exportações será praticamente nula para o crescimento da indústria em 2010 e virá só do mercado interno", prevê o diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Roberto Giannetti da Fonseca. Ele projeta crescimento de 5% a 8% para a produção industrial em 2010 e não descarta a possibilidade de que as vendas externas contribuam negativamente para a expansão da indústria no ano que vem.
O sócio diretor da RC Consultores, Fabio Silveira, que projeta expansão de 4% para a produção da indústria em 2010, prevê que o mercado interno responderá por 3,3 pontos porcentuais ou mais de 80% da taxa de crescimento. "O mercado doméstico já foi importante neste ano e será mais importante em 2010." Ele fundamenta essa hipótese na forte expansão, de 14%, no crédito ao consumo no ano que vem.
Além desse pilar, Silveira destaca o efeito da massa salarial para turbinar o mercado doméstico em 2010. Nas suas contas, a massa salarial total deve atingir R$ 111,4 bilhões em 2010. Serão R$ 9,4 bilhões a mais na comparação com 2009.
O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, que projeta alta de 9,5% para a produção da indústria em 2010, prevê que o mercado doméstico vai responder por 7,5 pontos porcentuais desse crescimento. "O investimento na construção civil vai ajudar a ampliar a fatia do mercado interno no crescimento." (Leia mais no Estadao)

SENADO APROVA SAQUE ANTES DA APOSENTADORIA
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou ontem o projeto de lei 371/2009, do senador Paulo Paim (PT-RS), que garante ao trabalhador o saque do FGTS assim que completar o tempo de contribuição ao INSS necessário para a aposentadoria: 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens). Hoje, como o fator previdenciário reduz as aposentadorias, muitos trabalhadores ficam mais tempo no mercado de trabalho e, assim, não podem sacar o FGTS. O PL vai agora para votação na Câmara. (Leia na Folha)

Aeronautas e aeroviários ameaçam fazer greve nos dia 23 e 24 de dezembro

Não houve acordo quanto ao reajuste salarial de aeronautas e aeroviários em reunião realizada nesta quarta-feira entre os sindicatos de trabalhadores do setor e Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA). Por isso, os trabalhadores estão convocando assembléias para discutir um indicativo de greve às vésperas do Natal, nos dias 23 e 24 de dezembro.

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT), Celso Klafke, a proposta final das empresas é de aumento igual ao INPC acumulado do ano, que deve ficar abaixo de 4,5%. Os trabalhadores pedem 10% de aumento.

- Ao longo das diversas crises do setor, sempre que as empresas precisaram, elas procuraram os sindicatos em busca de apoio. A resposta aos trabalhadores, em meio ao excelente momento em que elas vivem, é aviltante - afirmou.

A data-base das categorias foi em 1º de dezembro. No dia 8 haverá assembléia no aeroporto de Guarulhos e no dia 9, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Também está marcado para o dia 10, no Galeão, um ato público da categoria. (Leia em O Globo)

Construção crescerá 8,8% em 2010, prevê Sinduscon-SP

A construção civil deverá crescer 8,8% em 2010, após fechar 2009 com uma expansão de 1%, segundo previsões divulgadas hoje pelo Sinduscon-SP.

A projeção é sustentada pela tendência de crescimento dos investimentos públicos e privados, que deverão chegar perto de 20% do PIB no próximo ano, nas contas do sindicato. Só no setor imobiliário, os investimentos deverão passar de R$ 170 bilhões, em 2009, para R$ 202 bilhões em 2010.

A entidade ainda projeta um crescimento de 8% nos postos de trabalho com carteira assinada no setor em 2010.

O Sinduscon-SP também informou hoje que o déficit habitacional brasileiro fechou 2008 em 5,572 milhões de unidades habitacionais, 3,3% baixo do saldo de 2007.

Segundo o levantamento, realizado em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número é resultado da soma de 3,552 milhões de moradias inadequadas e 2,020 milhões de famílias que dividem residência com uma ou mais famílias e manifestaram o desejo de se mudar. (Leia mais em O Globo)

Mensalidade das melhores escolas da capital sobe o dobro da inflação

Reajuste dos primeiros colégios do ranking do Enem será de 8,5% em 2010; instituições dizem que precisam investir

A média do aumento das mensalidades para 2010 nas melhores escolas particulares de São Paulo será de 8,59%. O índice deve representar o dobro da inflação prevista para 2009. Os colégios alegam que é preciso investir para continuar no topo. A mensalidade média ficou em torno de R$ 1.600.
O Estado solicitou os valores para o ensino médio no ano que vem a 29 colégios privados da capital que se revezaram nos 20 primeiros lugares dos rankings das edições 2007 e 2008 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Só três não responderam. O Colégio Albert Sabin e Escola do Futuro não quiseram passar os valores. O Miguel de Cervantes alegou "não ter tempo" para fornecer a sua mensalidade.
O aumento nas escolas campeãs do Enem é superior ao que estimou o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa 8.905 instituições, para o ano que vem. O índice geral de reajuste nas mensalidades paulistas ficaria entre 4,5% a 6,5%, informou a entidade.
A previsão do mercado é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 4,25%. Todas as escolas consultadas devem reajustar as mensalidades acima desse índice. O maior aumento no ensino médio foi do Colégio Poliedro, que fica no Paraíso, zona sul. O 3º ano, cuja mensalidade era de R$ 1.014 em 2009, passará a cobrar R$ 1.182 em 2010 - crescimento de 16,56%.
No Vértice, o colégio paulistano número 1 no Enem há três anos, os valores para o ensino médio devem aumentar em 7,48%. A escola diz que tem ampliado as atividades para reforçar a preparação dos alunos para o Enem e para os vestibulares. Algumas aulas do ensino médio têm quatro professores em sala ao mesmo tempo. "A infraestrutura fica mais custosa", afirma o diretor Adílson Garcia. "Em nenhum país do mundo educação de qualidade é barata."
No Pentágono, que fica no oeste da capital, a intensificação da carga horária do ensino médio ajudou a subir em 11% a mensalidade. A escola contratou novos consultores e assessores pedagógicos. "Chegar no topo do ranking do Enem é fácil, mas se manter é difícil", justifica a proprietária Nancy Izzo.
O Enem também motivou as mudanças estruturais no Colégio Stockler. "O exame obriga cada escola a ter um projeto específico", afirma o diretor administrativo Agostinho Marques Filho. A escola começou a dar aulas no período da tarde para melhorar a preparação. Mas o aumento de 9,95%, segundo a direção, refere-se principalmente ao reajuste salariais dos professores.
O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro) informou que o dissídio da categoria ainda não foi definido. "Nem sempre essa estimativa das escolas acaba correspondendo ao nosso reajuste", afirma Luiz Antonio Barbagli, presidente do Sinpro. "Se a escola resolve investir nela mesma, esse dinheiro tinha que sair do bolso deles e não dos alunos."
Segundo o presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva, a escola que aumentar a mensalidade acima da média pode perder alunos. No entanto, ele considera que os aumentos são necessários para a sobrevivência dos colégios.
DIREITOS — Para os pais dos alunos, o reajuste significa cortar lazer e segurar os gastos. A professora Cássia Silveira, de 47 anos, tem dois filhos na Escola da Vila, que fica no Morumbi. O pagamento das mensalidades consome cerca de 35% do orçamento mensal da família, o que significa um gasto de R$ 3 mil reais com educação por mês. "Meu marido (que é professor universitário) forma os professores dessas escolas e sofremos para pagar."
Para se divertir e economizar ao mesmo tempo, a família procura passeios e programas grátis e não costuma viajar nas férias. Para 2010, Cássia pediu uma bolsa de 30%, mas conseguiu só 15%. "Apesar dos valores serem absurdos, a educação dos meus filhos é prioridade", diz.
Segundo o Procon-SP, os pais dos alunos têm direito de pedir às escolas a planilha de cálculos para entender as razões do reajuste. Caso considerem injusta a justificativa do aumento, é possível acionar a Justiça. "O pai pode solicitar uma reunião com a escola, porque a instituição é obrigada a expor de forma visível essa planilha", explica Márcia Christina Oliveira, técnica do Procon-SP. Segundo ela, não existe limite de aumento, mas valores muito acima da média são considerados abusivos. (Leia mais no Estadao)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UGT negocia obrigatoriedade de FGTS para trabalhadoras domésticas

CEF aceita proposta da UGT de recolhimento do FGTS para empregadas domésticas em Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

(Postado por Miguel Salaberry Filho) — A UGT participou ontem (1/12) da Audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal, convocada pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), para discutir a remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS.

Como representante da UGT, que iniciou a mobilização para a revisão dos ganhos do FGTS, defendemos a urgência de se buscar mecanismos, viáveis, de se melhorar a atual remuneração do FGTS (3% ao ano mais TR) e o estabelecimento de uma gestão tripartite e paritária do Conselho Curador do FGTS.

A posição da Caixa Econômica Federal (CEF), gestora do fundo, nos surpreendeu positivamente ao aceitar, formalmente, discutir mudanças na gestão do fundo. Entre os destaques que a CEF concordou em mudar estão os débitos de pequena monta, a não inclusão das parcelas do FGTS nos acordos celebrados pela Justiça do Trabalho, rever algumas hipóteses de saques e reduzir o prazo para saque das contas inativas. Além disso, a CEF aceitou a proposta da UGT que obriga o recolhimento do FGTS para as empregadas domésticas.

Foram dadas explicações que nos convenceram sobre o funcionamento do Fundo de Investimento do FGTS que tem a garantia do Governo Federal de retorno mínimo de 6% dos investimentos feitos na area energética.

O setor patronal, representado na reunião pela Construção Civil, se manifestou contra a modificação da remuneração do FGTS.

A avaliação que a UGT faz é que houve avanços principalmente diante do fato de que o deputado federal Roberto Santiago (PV-SP), vice-presidente da UGT, ser o responsável pela subcomissão da Comissão de Trabalho da Câmara, especialmente criada para avaliar as modificações sugeridas e que vão contemplar, especialmene, a remuneração e constitucionalidade do FGTS.

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Renda e crédito reduzem pelo 2º ano deficit habitacional

Estudo da FGV realizado para o SindusCon-SP mostra que, no ano passado, faltavam 5,572 milhões de moradias no país. Crescimento econômico, maior oferta de crédito e mais prazo de financiamento explicam redução de 188 mil moradias no total do déficit.

O deficit habitacional recuou pelo segundo ano consecutivo e chegou a 5,572 milhões de moradias em 2008. Esse número representa queda de 3,3% em relação ao ano anterior -o que corresponde à redução de 188 mil moradias no total do deficit de habitações. Os números são de estudo da FGV realizado para o SindusCon-SP, que divulga hoje o balanço do setor.
O deficit habitacional é um indicador que mede a carência de domicílios e considera a quantidade de moradias que faltam no país e a qualidade (condições) das habitações.
Esse número de 5,572 milhões foi constatado a partir de nova metodologia adotada pela FGV -desde 2007, a instituição passou a desconsiderar, para o cálculo do deficit, as famílias que vivem juntas (coabitação) e não têm interesse em ter residência própria.
Pelo conceito anterior, que inclui todas as famílias que residem juntas (as que têm ou não interesse em ter casa própria), faltam no Brasil 6,831 milhões de moradias. Por essa metodologia, a redução no deficit habitacional em 2008 é de 292 mil moradias em relação a 2007 e de 1,178 milhão de residências em relação a 2006.
O crescimento econômico e a expansão da renda, do crédito e dos prazos de financiamento são os principais motivos da redução do deficit habitacional.
E a tendência é que esses números caiam ainda mais neste ano e em 2010, principalmente com o programa Minha Casa, Minha Vida, para a construção de casas populares, segundo avaliam FGV e SindusCon-SP.
O deficit habitacional no país, segundo o estudo, está concentrado nas famílias com renda de até três salários mínimos -nessa faixa de renda, a falta de moradias chega a 4,4 milhões de habitações, ou 80% do deficit habitacional de 2008.
"A meta do governo para dois anos é construir 400 mil unidades para a faixa de renda de até três salários mínimos. Se considerarmos que esse deficit de 4,4 milhões de unidades vá se manter nesse período, a redução do deficit seria inferior a 10%. Essa é a faixa de renda que merece mais atenção do governo", diz Sérgio Watanabe, presidente do SindusCon-SP.
Apesar do deficit ter diminuído em 2008, aumentou o número de famílias que vivem em condições inadequadas (favelas, cortiços e moradias improvisadas e rústicas): passou para 3,551 milhões de habitações em 2008, 56 mil unidades a mais do que em 2007.
"A despeito do aumento do investimento habitacional dos últimos anos, o número de favelas não tem caído. O número aumentou em 110 mil unidades desde 2005", afirma Ana Maria Castelo, consultora da FGV.
Em São Paulo, há 686 mil moradias em favelas. "Oitenta por cento das famílias que estão no deficit têm renda familiar de até três mínimos [R$ 1.395]. Sem política pública, não há como combater as moradias inadequadas", diz.
Em relação ao total de famílias de cada Estado (deficit relativo), o estudo constata que o Maranhão lidera o ranking da falta de moradias no país, seguido por Pará e Amazonas. (Folha)

FGV: incentivos fiscais reduziram ritmo da informalidade

A desoneração fiscal da política de incentivos do governo contribuiu para a redução do ritmo de crescimento da economia informal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa do Índice da Economia Subterrânea, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), divulgada hoje, mostrou que a evolução da economia informal foi de apenas 2% entre dezembro de 2008 e junho de 2009, quase um ponto porcentual acima da variação do PIB acumulado no primeiro semestre (1,1%).
O cálculo da variação de 1,1% foi feito pelo pesquisador da FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho, uma vez que o IBGE não calcula a variação do PIB no semestre ante o semestre imediatamente anterior já que não há ajuste sazonal para esse indicador. Segundo o pesquisador, essa diferença estava acima dos 20 pontos porcentuais no segundo semestre de 2008.
Segundo os dados apresentados pela FGV, no período compreendido entre junho de 2008 e junho de 2009, a chamada economia subterrânea (ou informal) teve crescimento de 22,6 pontos porcentuais em relação à expansão do PIB no período.
Ele explicou que, como não é afetada pela retração do crédito, a economia informal manteve seu ritmo de crescimento até o início deste ano, quando passou a acompanhar a economia oficial.
Segundo o economista, a redução da carga tributária de alguns produtos como iniciativa de combate à crise foi um dos principais fatores para a desaceleração da informalidade. No entanto, na análise dos técnicos da FGV, a tendência é que a economia subterrânea volte a crescer com o fim dos incentivos fiscais e o consequente aumento da carga tributária. Outro fator em crescimento que influencia a economia informal é o nível de atividade econômica, que propicia aumento de demanda na economia formal e também na informal. (Estadao)

Setor eletroeletrônico abriu 1.030 vagas em outubro

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) registrou o incremento de 1.030 vagas de trabalho em outubro, o que representou um acréscimo de 0,66% em comparação ao contingente empregado em setembro. Dessa forma, o número de trabalhadores das indústrias elétrica e eletrônica subiu para 158,1 mil em outubro.
No entanto, em relação a dezembro de 2008, quando os efeitos da crise financeira internacional afetaram a geração de empregos, o setor perdeu 3.780 postos. A previsão da Abinee é de que a indústria encerre o ano de 2009 com aproximadamente 160 mil empregados diretos. (Estadao)

'Economia subterrânea' cresceu pouco acima do mercado formal em 2009

O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta terça-feira que a economia informal do país cresceu acima da variação da economia formal neste ano. De acordo com o Índice Sobre a Economia Subterânea, feito em parceria com o Instituto Brasileiro Ética Concorrencial (Etco), a variação foi positiva em 0,9% sobre a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país) entre dezembro do ano passado e junho deste ano. Na variação anual, ou seja, de junho do ano passado a junho deste ano, a economia informal cresceu 22,6% acima da variação do PIB.

- Nos seis meses anteriores, no fim do ano passado, durante o período de maior impacto da crise, a economia subterrânea cresceu fortemente, houve um descolamento em relação ao movimento da economia formal, que desacelerou por causa da queda no crédito. Mas neste ano vemos que as economias formal e a informal estão muito similares - informou o professor Fernando de Holanda Barbosa Filho.

Entre as atividades consideradas no índice, estão as ilegais (prostituição, tráfico de drogas, compra e venda de produtos roubados) e as que são legais mas informais, muitas vezes para se evitar o pagamento de tributos e direitos trabalhistas:

- Tem de tudo aqui, não dá pra dizer que toda a economia subterrânea é ruim. Aqui está o ambulante que, com uma flexibilidade e velocidade incríveis, vende guarda-chuva na porta do metrô minutos após começar a chover. Mas a economia subterrânea é um sintoma de que alguma coisa está errada - opina.

Este índice é calculado levando em conta variáveis como carga tributária, nível de atividade, percepção de corrupção, exportações, rigidez, fração de trabalhadores sem carteira assinada e papel moeda por depósitos. Parte dos dados é obtido com a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. No caso da evolução do início deste ano, conta Barbosa Filho, o que mais pesou para a variação positiva do índice foi a percepção de que a corrupção aumentou:

- Esse dado é obtido por uma agência internacional - explicou.

O professor acredita que a economia informal deverá manter um crescimento acima da variação do PIB no segundo semestre de 2009 e no começo de 2010. Segundo ele, isso ocorrerá pois a economia aquecida incentiva também a economia informal e a recuperação da arrecadação federal elevará a carga tributária dará mais atratividade para atividades á margem da lei.

O diretor do Conselho Consultivo do Etco, Marcílio Marques Moreira, lembrou que ainda não é possível dizer com segurança quanto a economia formal representa do PIB - há estimativas muito diferentes, que vão de 11% a 45% da economia. Mas, segundo ele, é necessário conhecer melhor essas realidades:

- Pensamos em fazer um seminário sobre o tema em 2010. Temos que ter uma ponte entre esses dois mundos, que já se relacionam, pois muitas vezes o guarda-chuva que o ambulante vende quando está chovendo foi comprado no mercado formal. Precisamos fazer com que a economia formal perca um poucxo de sua rigidez e que a economia informal caminhe para a formalidade. (O Globo)

MEIO AMBIENTE

Brasil crescerá mais rápido com trajetória verde e limpa

A conclusão importante do estudo "Economia da Mudança do Clima no Brasil: custos e oportunidades", publicado no GLOBO, é que a economia brasileira crescerá mais, e não menos, com uma trajetória mais limpa.

O estudo mostra que os impactos da mudança climática podem reduzir em 0,5% a 2,3% o crescimento do PIB brasileiro nos próximos 40 anos. Isso significaria perda de R$ 719 bilhões a R$ 3,6 trilhões ao longo de quatro décadas. Equivaleria a jogar fora pelo menos um ano inteiro de crescimento econômico.

O impacto climático provocaria, por exemplo, uma redução de 29,3% a 31,5% na geração de energia hidrelétrica. Na agropecuária, todas as culturas terão perda de produção, com exceção da cana-de-açúcar.

O estudo afirma ainda que "os custos e riscos potenciais da mudança do clima para o Brasil seriam ponderáveis e pesariam mais sobre as populações pobres do Norte e Nordeste, de modo que políticas de proteção social nestas regiões devem ser reforçadas".

O documento será oficialmente lançado nesta quarta-feira às 15h. Ele mobilizou muita gente. O Embrapa estudava a questão da perspectiva da agricultura. O Inpe da perspectiva climática, cientifica. Todos se reuniram nesse trabalho com o Banco Mundial para fazer o cenário brasileiro.

Os técnicos que fizeram o relatório pedem fontes mais limpa de energia, investimento em pesquisa agrícola de ponta (em particular na modificação genética de cultivares), estancar o desmatamento da Amazônia, entre outras medidas para combater as mudanças climáticas.

A Inglaterra já tinha feito essa conta com o professor britânico Lord Nicholas Stern Brentford, ex-economista-chefe do Banco Mundial e uma das maiores autoridades em aquecimento global no mundo. Ele fez o primeiro estudo mostrando custo de não fazer nada contra mudança climática. (OGlobo)