sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mulheres trabalhadoras brasileiras se organizam em torno da Rede de Mulheres do Brasil e criam documentário contra violência e discriminação

Rede de Mulheres do Brasil contra a violência e a discriminação

(Postado por Cleonice Caetano de Souza, da UGT) — Está em fase de finalização o vídeo da Rede de Mulheres do Brasil que trata das questões essenciais da mobilização feminina no Brasil e no mundo. Entre os temas estão a igualdade de oportunidades e de salários nos ambientes de trabalho, a violência contra as mulheres e, dentro de casa, o cuidado compartilhado. A Rede de Mulheres do Brasil faz parte de uma rede internacional, com sede na Europa, e mobiliza e organiza as mulheres trabalhadoras, vinculadas aos respectivos sindicatos, para estabelecerem metas comuns em todo o mundo. O vídeo que termina sua gravação hoje será, em seguida, distribuído para toda a rede e apresentado nas sedes dos sindicatos do Brasil todo e enviado para o resto do mundo.

Leia o clipping de hoje:

Salário médio do trabalhador em agosto é o maior em 8 anos, diz IBGE

Rendimento real médio foi de R$ 1.472,10 no período.
Na comparação anual, salário dos trabalhadores teve aumento de 5,5%.

O rendimento real médio dos trabalhadores ficou em R$ 1.472,10 em agosto e é o maior desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo pesquisa mensal divulgada pelo órgão nesta quinta-feira (23). O recorde anterior, conforme informou o órgão, foi registrado no mês anterior, julho, quando o salário médio ficara em R$ 1.451,91.

Região

Salário médio em agosto

Recife

R$ 1.078,10

Salvador

R$ 1.231,90

Belo Horizonte

R$ 1.396,40

Rio de Janeiro

R$ 1.522,20

São Paulo

R$ 1.580,10

Porto Alegre

R$ 1.421,50

Fonte: IBGE

Na comparação mensal, com julho, o rendimento médio subiu 1,4%. Já sobre agosto do ano passado, o aumento foi maior, de 5,5%.

Nas seis regiões pesquisadas pelo IBGE, na comparação com o mês anterior, o rendimento médio real dos trabalhadores cresceu em Recife (4,4%), Salvador (3,3%), Rio de Janeiro (2,5%) e em São Paulo e Porto Alegre (0,7%). Em Belo Horizonte, os salários ficaram estáveis em agosto.

Já em relação a agosto do ano passado, todas as regiões tiveram alta, liderada por Recife (17,5%). Em seguida, aparecem Salvador (7,7%), Belo Horizonte (6,6%), Rio de Janeiro (5,7%), São Paulo (3,8%) e Porto Alegre (6,4%).

Desemprego
Nesta mesma pesquisa, foi divulgada a taxa de desemprego, que ficou em 6,7% em agosto. A taxa é a menor, considerando todos os meses, desde março de 2002, quando teve início a série histórica do órgão. O menor resultado antes desse havia sido registrado em dezembro de 2009, com taxa de 6,8%. (G1)

Desemprego fica em 6,7% em agosto e é o menor desde 2002, indica IBGE

Taxa de desocupação bate recorde histórico, para todos os meses.
Na comparação anual, salário médio cresceu 5,5%.

A taxa de desemprego ficou em 6,7% em agosto, conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor, considerando todos os meses, desde março de 2002, quando teve início a série histórica do órgão. O menor resultado antes desse havia sido registrado em dezembro de 2009, com taxa de 6,8%.

No mês anterior, julho, o índice havia ficado em 6,9%. Já em agosto do ano passado, a taxa registrada foi de 8,1%.

O salário médio dos trabalhadores em agosto teve alta de 1,4%, ficando em R$ 1.472,10, em comparação com o mês anterior. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 5,5%.

Em agosto, a população desocupada ficou em 1,6 milhão, o mesmo resultado do mês anterior. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, teve redução de 15,3%, cerca de 289 mil pessoas.

A população ocupada, 22,1 milhões, também ficou estável em relação ao mês anterior, mas cresceu 3,2% (691 mil postos de trabalho) no ano. O número de trabalhadores com carteira assinada, 10,2 milhões, ficou estável de julho para setembro, porém, teve alta de 7,2% (685 mil postos de trabalho) na comparação com o mesmo período do ano passado.

Por regiões — Em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE, o desemprego ficou estável em agosto, na comparação com julho. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa recuou em Recife (1,9 ponto percentual), Belo Horizonte e São Paulo (2,3 pontos percentuais, ambos) Porto Alegre (0,8 ponto percentual). Em Salvador e no Rio de Janeiro, não houve mudança.

A quantidade de desempregados, que totaliza 1,6 milhão de pessoas, no conjunto das seis regiões investigadas ficou estável na comparação com o mês anterior, mas registrou queda de 15,3% sobre agosto do ano passado, que representa 289 mil pessoas a menos. (G1)

Petroleiros protestam com atraso de turnos em SP

Insatisfeitos com as propostas salariais apresentadas pela Petrobras, o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP) iniciou nesta quinta-feira uma manifestação por tempo indeterminado. Desde as 7 horas, cerca de 2.500 petroleiros vão atrasar por três horas a troca de turnos na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, nos terminais da Transpetro em Santos (Alemoa), Cubatão (Pilões) e São Sebastião (Tebar), e nas plataformas de Merluza e Mexilhão. O movimento integra uma manifestação que envolve outros quatro sindicatos do País, liderados pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

A decisão de atrasar os turnos foi tomada em assembleia realizada na noite de quarta-feira na sede do sindicato, em Santos, e contou com a participação de mais de 600 petroleiros.

De acordo com o presidente do Sindipetro-LP, Ademir Gomes Parrela, o atraso na troca de turnos foi a maneira encontrada pelos trabalhadores de prejudicar o andamento da operação da empresa sem onerar os funcionários, que em greve podem acabar tendo os dias parados descontados do salário. "Estamos pedindo aumento real de 10% e a revisão nas perdas de 1994 para cá e a empresa ofereceu apenas 5,16% de reposição", disse Parrela.

Em nota, a Petrobras informou que as operações em todas as instalações industriais e administrativas da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS) ocorrem normalmente no dia de hoje. (Estado)

Número de pedidos de crédito cresce 26% em 12 meses

Volume se aproxima dos 27 milhões de clientes e representa 30% dos correntistas.
O número de empresas e consumidores que contraíram empréstimos nos bancos brasileiros cresceu 26% em 12 meses e chegou a quase 27 milhões em junho.
Isso representa pouco mais de 30% dos correntistas do país, de acordo com o relatório do Banco Central. No mesmo período, o volume de crédito subiu 24%, chegando a R$ 1,5 trilhão em junho.
Para o BC, o aumento no número de clientes com empréstimos é um dos fatores que explicam por que a expansão do crédito ao consumidor se deu em um ritmo superior ao do comprometimento da renda.
Outro fator é o aumento na liberação de empréstimos de menor risco. A carteira de crédito das pessoas físicas cresceu 9% no primeiro semestre, puxada pela expansão de 26% do crédito imobiliário e de 14% do empréstimo consignado em folha de pagamento.
O consumidor ganhou também mais prazo para pagar suas dívidas, o que ajudou a manter o valor gasto mensalmente com prestações dentro do seu orçamento.
O relatório destaca ainda, como fatores adicionais a esse equilíbrio, a tendência de queda das taxas de juros e o aumento da renda disponível.
Para o BC, a entrada de novos clientes e o alongamento de prazos representam, por outro lado, "desafios adicionais" para os bancos. Além da falta de histórico de crédito e da menor educação financeira dos novos clientes, há necessidade de "modelos que mapeiem riscos para prazos maiores".
JURO MAIOR — Em relação ao crédito às pessoas jurídicas, houve aumento mais forte no número de clientes com empréstimos entre R$ 100 mil e R$ 10 milhões desde junho de 2008.
Segundo o BC, essas são faixas que caracterizam operações com empresas com mais risco de crédito (micro, pequenas e médias). Essa é uma das explicações, segundo o relatório, para a alta dos juros nos empréstimos a esses clientes bancários.
Para a instituição, esse aumento de risco não representa, no entanto, "maiores preocupações", atualmente.
Para o BC, o aumento na captação de recursos para empréstimos mostra que, no médio prazo, não haverá restrição ao crescimento do crédito por falta de fontes de financiamento. No longo prazo, no entanto, o governo vê a necessidade de que se procurem outras formas de recursos. (Folha)

Petrobras capta R$ 120,4 bi com ações

Capitalização é a maior já feita no mundo e torna a estatal a segunda maior companhia em valor de mercado. Adesão foi tão alta que há dúvidas se a União conseguiu ampliar de 34% para 50% sua participação na estatal.

Pouco mais de um ano depois do anúncio, a Petrobras levantou ontem R$ 120,36 bilhões (US$ 70 bilhões) na maior venda de ações já feita no mercado de capitais. O montante equivale a 4,2% do PIB brasileiro em 2009
Desse total, até R$ 74,8 bilhões virão do governo na forma de barris de petróleo. Dinheiro assegurado até agora são R$ 45,6 bilhões.
Mesmo assim, supera as da japonesa NTT (US$ 36,8 bilhões) e do chinês AgBank (US$ 22,1 bilhões).
A dez dias da eleição presidencial, a capitalização marca uma nova fase da Petrobras, agora com maior participação do governo.
Com valor de mercado alçado para US$ 270 bilhões, a engenharia financeira transforma a estatal brasileira na segunda maior empresa do mundo, atrás apenas da americana ExxonMobil.
Apesar de críticas e rumores contrários, a adesão dos maiores fundos de investimento do mundo à oferta de ações teria superado mais de uma vez e meia a demanda.
Na semana passada, esses fundos falavam que poderiam não entrar na oferta por conta de riscos da operação no pré-sal, da diluição dos lucros com mais acionistas e do desrespeito aos minoritários.
Aos fundos interessava derrubar ao máximo o preço dos papéis na Bolsa para formar um valor menor na oferta de ações. As novas ações saíram a R$ 29,65 (ON) e a R$ 26,30 (PN), com desconto em relação ao preço de ontem na Bolsa. Os papéis ON terminaram ontem a R$ 30,25 (alta de 1,92%), e os PN, a R$ 26,80 (3,16%).
Neste ano, as ações caíram cerca de 20%. O preço na oferta é fixado com base na demanda dos grandes investidores, que pedem um "desconto" para não comprar os papéis na Bolsa.
Também surpreendeu a entrada de pequenos investidores do varejo, incluindo os que puderam utilizar recursos do FGTS (só podia quem entrou em 2000). Os coordenadores acreditam que 400 mil pessoas possam ter participado da oferta. Hoje, será divulgado se houve rateio de ações no varejo.
META — A adesão foi tão alta que há dúvidas se a União conseguiu, de fato, ampliar para 50% sua participação na Petrobras. Se não atingir a meta (jamais declarada), a União poderá levar como "prêmio de consolação" dinheiro vivo do mercado, ajudando a fechar as contas do Tesouro.
Isso porque a operação prevê a cessão de R$ 74,8 bilhões em barris de petróleo, que serão "trocados" pelas novas ações. Se não comprar tudo isso em ações, poderá levar o restante em dinheiro.
Capitalizada, a Petrobras terá recursos para deslanchar seu plano de exploração no pré-sal, uma das últimas reservas conhecidas de petróleo no mundo.
Surpreendentemente, as ações da estatal dispararam ontem; a expectativa era que desabassem mais. A interpretação foi que os grandes investidores não conseguiram levar integralmente os papéis que pediram e tentavam comprar ações antes de uma possível alta.
Com o preço definido, os novos papéis começam a ser negociados hoje na Bolsa de Nova York. O presidente Lula estará hoje na BM&FBovespa, apesar de os papéis só estrearem no país na segunda.
DEMANDA — O temor dos bancos é que, se toda a demanda do mercado for atendida, os fundos não terão por que comprar os papéis na Bolsa, ocasionando a baixa das ações. Tudo o que o governo não quer é que as ações caiam na estreia, o que significaria um fracasso na visão do público.
A possibilidade de queda das ações, porém, não é descartada. Alguns fundos de investimento não aderiram à oferta, alegando que poderiam comprar mais tarde por um preço menor na Bolsa. (Folha)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Campanhas salariais estimulam mobilização e negociação pela reposição da inflação com recuperação das perdas salariais

O tempo da colheita salarial

(postado por Laerte Teixeira da Costa) — Todos os indicadores econômicos, em todos os setores da economia, estão positivos. É hora, portanto, da colheita salarial, com a negociação que busque junto aos setores patronais a inflação e mais significativas reposições salariais, que na verdade é a recuperação das perdas salariais que a classe trabalhadora brasileira sofreu ao longo dos últimos 20 anos, tanto pela estagnação de alguns setores da economia, por algum tempo, como pela rotatividade que achata a massa salarial. É o momento do bom senso. Ganham todos, patrões e trabalhadores que souberem negociar a favor da transferência de renda neste momento da expansão. E a greve, que volta a ser usada, deve ser sempre mantida como último recurso, como é sempre a estratégia adotada pelas principais lideranças dos trabalhadores. Aos patrões, neste momento de expansão da economia, não interessa a greve. Aos trabalhadores, nesta época histórica de expansão econômica não interessa a intransigência nas negociações. Que o bom senso predomine porque a classe trabalhadora brasileira sempre soube aproveitar os bons momentos de expansão da economia para expandir seus ganhos e recuperar as perdas salariais.

Leia o clipping do dia:

Lupi prevê mais 3 milhões de empregos formais em 2011

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prevê que o país criará mais de 3 milhões de empregos formais no próximo ano e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo do próximo governo, superando o desempenho recorde dos últimos anos.

A poucos dias do primeiro turno da eleição presidencial, com chances de vitória da candidata governista, Dilma Rousseff (PT), Lupi alerta, contudo, que o grande desafio do Brasil será suprir a escassez de trabalhadores. Os gargalos, afirma, não se restringem mais apenas à mão-de-obra qualificada, já atingindo, por exemplo, funções mais simples da construção civil.

"Eu acho que ano que vem tende a ser melhor do que este ano. Este ano eu prevejo bater com 2,5 milhões (de vagas formais, estou prevendo 2011 com mais de 3 milhões", afirmou à Reuters.

Segundo Lupi, o país já enfrenta falta de trabalhadores não só no topo da pirâmide de trabalhadores, mas também na base, principalmente nos setores de serviços e construção civil.

Para lidar com o problema, segundo ele, é necessário a criação de uma "cultura da qualificação", principalmente para vagas menos especializadas, esforço que deve ser liderado pelo setor privado.

"A empresa é a grande beneficiária disso; por que só o governo tem de qualificar?", questiona.

O Brasil gerou 8,6 milhões de empregos formais desde 2007, marca recorde alavancada por um ciclo de forte crescimento econômico. A taxa de desemprego está atualmente em mínimas históricas, tendo fechado julho em 7,1 por cento.

A continuidade da expansão econômica, aliada a estímulos como obras de infraestrutura e investimentos relacionados à Copa do Mundo e às Olimpíadas devem contribuir para levar essa taxa a 5,5 por cento até 2014, previu Lupi.

"Toda a cronologia, toda a organização da própria sociedade está começando a colher os frutos daquilo que plantou."

Nesse contexto, Lupi descarta a necessidade de se promover uma desoneração da folha de pagamentos, medida que foi cogitada pela equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda), mas não chegou a avançar.

"Não é a solução", diz Lupi, acrescentando que desonerações necessariamente implicariam em corte de benefícios para os trabalhadores, como auxílio desemprego. (Estado)

Greve na Mercedes-Benz em Campinas vai continuar

Trabalhadores da Mercedes-Benz em Campinas (SP) optaram hoje por manter a greve iniciada na quinta-feira passada por reajuste salarial. Segundo informou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Jair dos Santos, a empresa ofereceu reajuste de 9% e abono de R$ 2.200,00. Os metalúrgicos, que pediam aumento de 13,8%, disseram que aceitariam novo acordo, para receber 10,5% agora e mais 1,3% em novembro, sem o abono, ou então 10,5% e mais o abono de R$ 2.200,00 - proposta idêntica à que foi aceita pelos funcionários da Toyota, em Indaiatuba (SP).

"Na reunião com a direção da Mercedes na tarde de hoje não evoluímos, portanto, a greve continua e não há nova reunião marcada. Esperemos o dia de amanhã", afirmou Santos. (Estado)

Acordos salariais injetam R$ 193 mi na economia do PR

Os acordos salariais obtidos pelos metalúrgicos do Paraná com as montadoras Renault, Volkswagen e Volvo devem injetar cerca de R$ 193 milhões na economia do Estado nos próximos 12 meses. O cálculo é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), após acordo com a Volkswagen, a última empresa em que os trabalhadores mantinham paralisação. Eles conseguiram os mesmos 10,08% de reajuste salarial e abono de R$ 4,2 mil já acertados com as outras duas montadoras.

"Os trabalhadores fizeram bons acordos, mas quem ganha é a sociedade como um todo, pois novos recursos entram no mercado, o consumidor gasta mais e empregos são gerados", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka. Ele acentuou que este ano os avanços foram maiores que os conseguidos no ano passado. "E tivemos menos conflitos", completou. "A situação econômica e a maior demanda por veículos facilitaram." O sindicato passa agora a negociar os reajustes para os cerca de 20 mil trabalhadores em empresas de autopeças.

De acordo com o Dieese, ao se analisar um salário médio de R$ 2 mil, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) representa impacto de 33% a mais de recursos no mercado, com R$ 95,4 milhões. Os abonos salariais colocarão mais R$ 44,5 milhões, com impacto de 15%. E o acordo salarial, com aumento real de 5,55%, colocará R$ 53,3 milhões no mercado. "Representa um incremento de 55% a mais que a inflação no bolso do trabalhador", afirmou o economista do Dieese, Cid Cordeiro.

Ele avaliou que o aumento não provocará mais inflação. "A produtividade, escala de produção e nível de eficiência das empresas têm aumentado e o reajuste é só uma transferência disso ao trabalhador", afirmou. "O reajuste está, na verdade, sustentando o crescimento do Brasil." Segundo o Dieese, o salário representa 8,5% no custo de produção das montadoras e apenas 4,5% no custo total.

De acordo com o sindicato, os pisos salariais no Estado foram fixados em R$ 1.520,92 na Renault e na Volvo, e em R$ 1.497,09 na Volkswagen. Mas, segundo Butka, mesmo tendo um dos maiores pisos salariais do setor no País, o metalúrgico paranaense ainda ganha cerca de 40% a menos que a média de um trabalhador do ABC paulista. Dados do sindicato apontam que a média salarial do metalúrgico paulista estaria em R$ 3,2 mil, enquanto o do paranaense seria de R$ 2,2 mil.

Os 10,6 mil metalúrgicos paranaenses representam 10% dos trabalhadores do setor automotivo do País. Eles deverão produzir este ano mais de 400 mil veículos, ultrapassando os 350.678 produzidos no ano passado. Com isso, a expectativa é que a participação paranaense no mercado nacional passe de 11% para 12,5%. (Estado)

3 milhões vivem precariamente em SP

Cidade precisa de 700 mil novas moradias e da adequação de 670 mil cortiços até 2024, diz plano de habitação. Metas propostas por conselho de habitação foram apresentadas ao prefeito; deficit atual é de 130 mil unidades.

Com 3 milhões de paulistanos vivendo em assentamentos precários, São Paulo vai precisar de mais de 700 mil moradias e da adequação de 670 mil cortiços até 2024.
Essas são algumas das metas do plano municipal de habitação, apresentado ontem ao prefeito Gilberto Kassab (DEM). O projeto foi elaborado nos últimos cinco anos pelo Conselho Municipal de Habitação, a partir de levantamento da demanda.
O estudo constatou que o deficit hoje é de 130 mil unidades. Até 2024, esse número deve chegar a 610 mil.
Para reverter essa situação, seriam prioridades a urbanização de assentamentos precários, a criação de sistema de subsídio para aluguéis e a construção de moradias.
Segundo o conselho, serão necessários R$ 3,4 bilhões ao ano -o orçamento hoje é de R$ 1,2 bilhão. Para o secretário da Habitação Ricardo Pereira Leite, são essenciais aportes federal e estadual, e eventualmente, privados.
Após a entrega ao prefeito, o plano passará por uma série de audiências públicas.
Integrante do conselho municipal, o urbanista Kazuo Nakano, criticou a ausência de uma política fundiária articulada ao plano.
"É necessário regular o preço da terra e destinar áreas para habitações de interesse social", afirma.
Líderes de movimentos sociais veem o projeto com ceticismo. "Com o ritmo dos investimentos que existem hoje, o discurso é desmentido pela realidade", diz Benedito Barbosa, da União dos Movimentos de Moradia, também conselheiro da habitação. (Folha)

Fenaban oferece reajuste de apenas 4,29% e bancários, que pedem 11%, podem entrar em greve a partir do dia 29

A Federação Nacional de Bancos, a Fenaban, propôs nesta quarta-feira um reajuste de 4,2% para os bancários, que negociam aumento salarial há um mês. Os trabalhadores da categoria querem um aumento de 11%.

Os bancos defendem na negociação salarial a reposição da inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, medido pelo IBGE.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ligada à Central Única dos Trabalhadores, divulgou nota informando que orientou os sindicatos dos bancários a reforçarem a convocação das assembleias do dia 28 de setembro, para decidir sobre uma greve nacional por tempo indeterminado a partir do dia 29.

Nesta quarta-feira, bancários do Rio de Janeiro voltaram a paralisar parcialmente as atividades em 45 agências da Avenida Rio Branco, repetindo o que fizeram na terça-feira. De acordo com o sindicato, as agências abriram somente ao meio dia, com duas horas de atraso. Em Mato Grosso do Sul, o sindicato realizou manifestação em frente a uma agência do Itaú Unibanco da avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande. As atividades foram paralisadas das 11h às 12h.

Metalúrgicos também negociam — Nas montadoras, a greve continua na fábrica de componentes de ônibus e caminhões da Mercedes-Benz, em Campinas, no interior de São Paulo. Já em São José dos Pinhais, no Paraná, os 3.100 metalúrgicos aceitaram a proposta da Volkswagen e encerraram nesta quarta-feira a greve, iniciada no último sábado. Os metalúrgicos conquistaram 10,08% de aumento salarial (5,55% de aumento real, mais 4,29% do INPC), R$ 4.200 de abono e 10% de reajuste no piso salarial. (O Globo)