quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Banqueiros provocam bancários com proposta vergonhosa de reposição da inflação sem aumento real depois de acumularem lucros fabulosos

Choque de gestão social nos banqueiros brasileiros

(postado por Moacyr Pereira, secretário nacional de finanças da UGT) — Os trabalhadores brasileiros, logo após as eleições presidenciais, têm que assumir a campanha sobre o controle social dos bancos e dos banqueiros. Porque com a tentativa vergonhosa de repassar aos bancários apenas a reposição da inflação de 4,29%, sem aumento real de salários, os banqueiros brasileiros extrapolaram todos os limites da decência. Seja econômica seja social. Os banqueiros brasileiros estão entre os que mais lucraram no mundo mesmo sob o efeito da crise mundial. Se aproveitam da tecnologia digital e reduzem seus quadros a quase ninguém. Cobram as tarifas mais absurdas e sem controle. E lucram com tanta desenvoltura que nos obrigam a iniciar uma campanha permanente para controlar essa ganância desenfreada. E no momento de repassar parte dos ganhos para seus trabalhadores, nos aparecem com esta verdadeira provocação e se recusam a dar aumento real. É hora de agir de maneira organizada, de pressionar o Congresso Nacional, de exigir do novo presidente ou presidenta uma atitude radical contra os banqueiros. Ainda mais por que vivemos num Brasil em que grande parte da população está sem ter acesso aos bancos, como podemos ler no texto abaixo. Ou seja, existe espaço para o crescimento do setor, para gerar mais empregos e até mesmo ampliar a lucratividade, com legitimidade. Mas não sobra mais espaço social para este abuso que se faz hoje contra os bancários brasileiros e que se faz, permanentemente, contra nós, os correntistas.

Leia o clipping do dia:

Bancários fazem greve a partir de hoje

Categoria rejeita proposta de reajuste de 4,29%, sem aumento real de salário, e que somente repõe a inflação acumulada em 12 meses até agosto

Sem proposta de aumento real de salário, os bancários decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado, a partir de hoje, em todo o Brasil. A decisão foi tomada em assembleias que rejeitaram a oferta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 4,29%, que somente repõe a inflação acumulada em 12 meses até agosto. A categoria foi orientada pelo Comando Nacional dos Bancários a rejeitar a proposta e decidir pela greve.

Até o fechamento desta edição, a greve já havia sido aprovada na maioria das capitais e principais cidades do País, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

"As decisões das assembleias demonstram a indignação dos bancários com a postura intransigente dos bancos", afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. "Com os lucros de R$ 21,3 bilhões obtidos somente por cinco bancos no primeiro semestre deste ano, é possível o atendimento das demandas da categoria."

Este é o sétimo ano consecutivo que os bancários fazem greve por aumento de salários. Em 2009, eles ficaram de braços cruzados durante 15 dias. São 460 mil bancários no Brasil, dos quais 130 mil na base de São Paulo, Osasco e Região.

Os trabalhadores querem 5% de aumento real, além da reposição da inflação de 4,29%, que compõem um índice de reajuste salarial de 11%. Pedem ainda prêmio de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) equivalente a três salários mais R$ 4 mil e o fim das metas abusivas e do assédio moral, entre outras reivindicações.

"Precipitação". Para o diretor de negociações trabalhistas da Fenaban, Magnus Apostólico, a decisão de ir à greve foi precipitada. Ele argumenta que a negociação está aberta, não foi fechada pelos bancos, nem se chegou a um impasse.

"Na última reunião, informamos que não apenas vamos repor a inflação como vamos fazer aumento real de salários. O que falta é descobrirmos juntos, na mesa de negociações, que número de aumento real é este que os bancos podem suportar e que satisfaça os trabalhadores", contou o negociador dos bancos.

Os sindicalistas acham inadmissível que os bancos sigam na contramão de uma conjuntura econômica favorável. "No ano em que a maioria das categorias tem conquistado aumento real de salário em níveis superiores aos do ano passado, a atividade econômica está em pleno crescimento e a perspectiva dos bancos é de ampliação dos negócios, não há desculpa para não atender às reivindicações dos bancários", disse a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

"Exagerado". A questão é que os bancos consideram exagerado o pedido da categoria. "Não existe razão para que se faça um acordo com 5% de aumento real numa inflação de 4,29%", afirmou. No ano passado, foi fechado acordo com 1,5% de aumento real e em 2008, com 0,93%. "Não vemos em 2010 nenhuma diferença tão importante que levasse a um acordo muito diferente", disse Apostólico.

"A Fenaban tem todas as condições para apresentar uma proposta que valorize os trabalhadores", rebate Juvandia. "Os resultados dos bancos, com lucros em média 28% maiores do que no ano passado, bem como as perspectivas de crescimento para o setor financeiro e para o PIB (Produto Interno Bruto), são mostras de que as reivindicações dos bancários podem se tornar realidade."

Magnus Apostólico informou que os bancos vão buscar todos os meios legais para manter as agência abertas e funcionando normalmente hoje e durante o período de greve dos bancários. (Estadao)

Classes C e D ainda preferem pagar com dinheiro em vez de cartão, aponta estudo

Comentários

Mais da metade dos consumidores das classes C e D, fatia social que já representa a maior parcela da população brasileira, ainda não possui conta em banco e muito menos cartões de débito ou crédito. Realizada pelo Instituto Ipsos e encomendada pela MasterCard, a pesquisa Perfil Financeiro - Classes C e D mostra que 54% das pessoas entrevistadas em sete cidades do país não são bancarizadas. O levantamento mostra ainda que 27% possuem somente cartão de débito 25%, enquanto outros 27% têm cartão de crédito.

De acordo com o estudo, 55% dos bancarizados e 98% dos não-bancarizados recebem seus rendimentos em dinheiro, o que mostra porque as pessoas desses dois extratos sociais ainda fazem seus pagamentos em espécie. Dados do Banco Central (BC) comprovam que o dinheiro em espécie é muito utilizado para pagar contas de baixo valor e, na sua maioria, relacionados a pequenas compras do cotidiano. Nessas situações, segundo o BC, 77% dos pagamentos são feitos por pessoas físicas. Pelos números da pesquisa da MasterCard, o valor médio pago com cartão de débito é de R$ 47 e de R$ 100 para o cartão de crédito.

- Ao analisar os resultados da pesquisa, apesar das classes C e D terem acesso a algum tipo de produto financeiro, a maioria não o utiliza - diz Maurício Alves, vice-presidente de produtos da MasterCard, lembrando que fatores culturais podem explicar essas barreiras para o crescimento da utilização do dinehrio de plástico no país. - Entre os fatores culturais, está o costume de andar com o dinheiro em papel moeda no bolso, a falta de conhecimento de taxas e tarifas e o receio de perder o controle dos gastos.

De olho nessa população que deve superar os 113 milhões de pessoas até 2014, conforme o relatório Economia Brasileira em Perspectiva, do Ministério da Fazenda, as empresas de cartões se preparam para investir pesado e crescer com essa expansão das classes C e D no Brasil. A MasterCard, por exemplo, quer intensificar seus esforço no mercado de cartões de débito e, por conta disso, está fazendo alterações em sua estratégia nas áreas de marca, frequência de uso e transações de menor valor.

- Com essa iniciativa queremos estimular a substituição do dinheiro em papel moeda pelos meios eletrônicos - afirmou Alves. (O GLOBO)

Governo eleva de 57,5% para 64% fatia de controle na Petrobrás

Estatal confirmou declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, informando que o governo ficou agora com 48% do capital total da companhia

O governo aumentou a sua fatia no capital ordinário da Petrobrás, que garante o controle da companhia, de 57,5% para 64% após a capitalização, com a ajuda do fundo soberano e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, informou a Petrobrás nesta terça-feira, 28, em um comunicado à Securities Exchange Comission (SEC), reguladora do mercado de capitais norte-americano.

Segundo informação da empresa, o governo comprou 1.810.505.485 ações ordinárias e 994.917.669 ações preferenciais na oferta pública de ações iniciada na sexta-feira e que será liquidada na quarta-feira.

A estatal confirmou declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, informando que o governo ficou agora com 48% do capital total da companhia, considerando ações ordinárias e preferenciais.

De acordo com a Petrobrás, descontando despesas e comissões da operação, a oferta até o momento totalizou US$ 67 bilhões, ou aproximadamente R$ 115 bilhões, que serão acrescidos de mais cerca de US$ 3 bilhões se o lote adicional correspondente a 5% da operação, o chamado greenshoe, for vendido. (Estado)

Governo vai mudar modelo de medidor residencial de energia

Resolução que prevê a troca do aparelho analógico pelo inteligente está em consulta pública. Para a Aneel, novo equipamento permitirá maior controle de gasto; mudança deverá ocorrer a partir de 2012.
O governo quer adotar em todos os imóveis residenciais do país o medidor eletrônico de energia, que permite controle mais eficiente de gastos e operações remotas.
Isso significa que verificações e desligamentos podem ser realizados sem a visita de um técnico.
A resolução que determina a troca do medidor analógico pelo inteligente está em consulta pública até dezembro.
Uma vez aprovada, as distribuidoras terão 18 meses para adotar o novo padrão em trocas de equipamentos quebrados e novas ligações.
Segundo Hugo Lamin, especialista em regulação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a resolução deve ser aprovada no primeiro trimestre de 2011. Os novos medidores deverão, portanto, ser instalados em 2012.
Há a intenção, num segundo momento, de substituir todos os 63 milhões de medidores do país, quebrados ou não. Não há data definida para essa etapa.
Atualmente, 7,4% dos medidores são eletrônicos, e dentro desse pequeno universo poucos têm todos os recursos exigidos pela agência.
"Esse é o primeiro passo para a rede elétrica inteligente no país", disse André Pepitone, diretor da Aneel.
O modelo de rede inteligente, ou "smart grid", no inglês, está disseminado nos EUA, no Canadá, na Austrália, na África do Sul, no México e em países da Europa.
Pela proposta em consulta pública, o novo medidor deverá atender requisitos mínimos, como a possibilidade de mostrar o nível de consumo em cada horário do dia.
HORÁRIO DE PICO — A troca de medidores prepara o sistema elétrico para mudanças profundas, como a adoção de quatro tarifas diferenciadas ao longo do dia.
A energia teria um preço mais elevado em horário de pico, que hoje vai das 19h às 22h, e custaria menos quando a demanda cai. A intenção do governo é diminuir perdas de energia e reduzir horários de pico, que exigem muito da estrutura de transmissão.
O esquema também pretende tornar mais eficientes as cobranças e dar mais opções ao consumidor, que poderá diagnosticar em que horas gasta mais e desligar temporariamente o fornecimento de energia em períodos de férias, por exemplo.
O prazo de 18 meses previsto pela Aneel será para adaptação das distribuidoras e das empresas fabricantes. Há nove delas no Brasil, segundo Hugo Lamin, técnico da Aneel, e nenhuma fabrica o modelo com as exigências definidas pela agência.
O filão que surge já chama a atenção de empresas que trabalham com redes inteligentes. Para Carlos Ramon, gerente geral de novos negócios da americana Silver Spring, em cinco anos o modelo elétrico brasileiro estará completamente mudado.
Os custos da mudança serão bancados pelas distribuidoras e repassados às tarifas. A Aneel diz que os ganhos com a modernização também serão repassados. (Folha)

Falta de mão de obra é risco de execução à construção

O aquecimento da economia doméstica, que fez a indústria imobiliária saltar e recuperar anos de atraso, fez o próprio setor de construção civil de vítima.

De um lado, o setor comemora números recordes de vendas e lançamentos, volumes robustos de crédito imobiliário sendo liberados e programas habitacionais para garantir à parcela menos favorecida da população a possibilidade de ter uma casa própria.

Em sentido oposto, a indústria da construção sofre as consequências do forte ritmo de produção resultando em escassez de terrenos e, consequentemente, pressão nos preços dos imóveis, além de receios de possível esgotamento dos recursos da poupança para financiar a habitação em cerca de dois ou três anos.

O ponto mais crítico, contudo, gira em torno da falta de mão de obra qualificada, apontada por representantes do ramo imobiliário como principal entrave ao desenvolvimento do setor.

As ousadas metas de lançamentos traçadas pelas principais construtoras do país, somadas a obras simultâneas do programa "Minha Casa, Minha Vida", do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, tornam o cenário ainda mais preocupante.

"A mão de obra será o gargalo da economia nacional em um futuro próximo, não só na construção, mas para a economia como um todo... E essa questão não se resolve no curto prazo", disse o presidente do Sindicato da Construção (SindusCon-SP), Sergio Watanabe.

Apesar de crítica, a situação do emprego na construção vem avançando e acompanha os baixos níveis apurados pelo IBGE para o mercado de trabalho nacional. Em agosto, a taxa de desocupados no país era de apenas 6,7 por cento.

No caso da construção civil foram criados 1,1 milhão de postos de trabalho nos últimos cinco anos, crescimento de 1 por cento ao mês, resultando em um estoque da ordem de 2,75 milhões de profissionais com carteira assinada, segundo dados do SindusCon e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

"Ainda assim, a produtividade do setor diminuiu nos últimos cinco anos", afirmou Watanabe.

Embora o setor registre grande falta de engenheiros e profissionais de área técnica, a queda na produtividade é decorrente de problemas na base, nos canteiros de obras.

Entre os profissionais mais demandados estão pedreiros, carpinteiros, eletricistas e, mais recentemente, bloqueiros, fundamentais para construções de moradias populares.

Para o professor da FGV Fernando Garcia, o fato de a indústria e do comércio oferecerem possibilidade de carreira mais competitivas indica um cenário ainda mais preocupante no longo prazo, exigindo do setor de construção meios de torná-lo mais atrativo.

"Nos próximos 12 anos teremos uma situação preocupante. A tendência é que nesse ciclo de crescimento com os eventos da Copa do Mundo, Olimpíadas e pré-sal, a demanda por de mão de obra aumente ainda mais", comentou.

RISCO DE EXECUÇÃO — Sob a perspectiva traçada, as principais empresas do setor imobiliário podem encontrar pela frente um risco de execução para cumprir as metas de lançamentos previstas para os próximos anos, na visão de analistas que as acompanham.

Se consideradas as duas maiores construtoras e incorporadoras do país, PDG Realty e Cyrela Brazil Realty, a previsão de lançamentos de imóveis deve avançar de 15,2 bilhões de reais este ano para mais de 18 bilhões de reais em 2011.

"O risco de execução é a principal variável que tem de ser acompanhada no setor, para entregar obras no prazo e com qualidade. É uma restrição que o setor sempre vai ter", disse o analista David Lawant, do Itaú.

Com o objetivo de se munir contra esse risco, as principais construtoras e incorporadoras do país passaram a buscar mão de obra em diferentes Estados e vêm investindo em treinamento.

Mas, segundo agentes de mercado, a diversidade de atuação é que pode fazer a diferença. Nesse sentido, companhias expostas a plataformas mais diversificadas, tanto em termos de renda quanto de distribuição geográfica, ganham destaque.

"Quanto mais diversificada e integrada a empresa, melhor. Se atuar em todos segmentos e tiver menos banco de terrenos concentrado, é mais fácil passar por esse tipo de crise", ressaltou o analista Eduardo Silveira, da Fator, que destaca Gafisa e Rossi Residencial como as mais bem posicionadas em diversificação. (O Globo)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Trabalhadores brasileiros gastam no mercado interno os ganhos reais de seus salários

Economia brasileira sentirá impacto positivo da transferência de renda para os trabalhadores, mas precisamos de ampliar ainda mais a distribuição de renda

Teremos um dos melhores Natal de todos os tempos no Brasil. Em parte devido aos acertos econômicos e, em parte, com o consumo que os trabalhadores brasileiros farão a favor de suas famílias com os ganhos reais que conquistaram nos últimos anos. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo, por exemplo, conquistou nos últimos cinco anos mais de 40% de aumento real. E neste ano tenta bater o seu recorde de recuperação e de ampliação dos salários em termos reais, se bem que tenhamos que lidar com um patronato atrasado que não percebe a importância de transferir renda para seus empregados como uma forma de gerar ganhos para o próprio setor. Falta muita coisa a ser feita. A luta pela inclusão social continua e ainda não conseguimos sequer arranhar a péssima distribuição de renda no Brasil. Temos ainda 1% da população controlando metade da riqueza. E os 99% restantes com todo o resto da riqueza e da pobreza acumuladas. É uma situação que não pode ficar assim e que nos estimula, a UGT e as demais centrais, a manter a mobilização para buscar um Brasil mais justo e mais igual. (Ricardo Patah, presidente nacional da UGT)

Ganho de renda dos trabalhadores injetará R$ 106 bi na economia

O aumento real na renda dos trabalhadores brasileiros, em torno de 5% este ano, vai representar uma injeção de recursos da ordem de R$ 106 bilhões na economia do país até o fim de 2010. A estimativa foi feita nesta segunda-feira pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, durante divulgação do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), que apontou que 74% das 3.810 famílias ouvidas na pesquisa consideram sua situação melhor hoje que um ano atrás. Com relação ao futuro, 59,95% disseram que esperam continuar melhorando financeiramente nos próximos 12 meses.

Para Pochmann, a forte expansão do emprego e da renda este ano em relação ao ano passado, período de desaceleração econômica causada pela crise financeira global, explica o otimismo dos brasileiros. Os recursos do aumento da renda somados aos R$ 88,3 bilhões previstos para entrar na economia por causa do 13 salário, devem garantir o melhor Natal da história do país, afirmou Pochmann.

Pelo estudo do Ipea, 53,8% das famílias disseram que este é o melhor momento para comprar bens duráveis, como televisão e geladeira. Além disso, 47,73% informaram que não têm dívidas, contra apenas 10% das famílias que disseram que estão muito endividadas.

- Tudo indica que teremos o melhor final de ano da história do país - previu Pochmann. (Globo)

Pesquisa do Ipea mostra que 74% das famílias veem sua situação financeira melhor hoje

Regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%

A situação financeira está melhor hoje do que há um ano para 74% do conjunto das 3.810 famílias consultadas pela segunda edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), apurado em setembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 18% das famílias se dizem em pior situação atualmente do que há um ano.

As regiões Norte e Nordeste possuem a maior proporção das famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%, respectivamente, - seguidas de perto pelo Centro-Oeste, com 76,49%. Já nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de famílias otimistas é levemente inferior, apesar de ainda permanecer elevada na escala do IEF, com 71,53% e 70,34% respectivamente.

Com relação às expectativas futuras da situação financeira de suas famílias em 12 meses, 77,32% dos entrevistados creem que estarão em melhores condições, enquanto 7,56% anteveem piora. Sobre a expectativa das famílias em relação ao consumo, 53,81% das famílias pensam que o presente seja um momento ideal para comprar bens de consumo duráveis, contra 37,27% que afirmam que este não é o momento mais indicado.

Na região Nordeste, há o maior otimismo, com 63,94% das famílias apostando ser esse um bom momento para compras. Nas regiões Norte e Sul, segundo a pesquisa, há um equilíbrio entre as famílias receosas em consumir e de famílias otimistas, com aproximadamente 46% para cada grupo.

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, disse que o otimismo das famílias tende a aumentar nos próximos meses, quando começa o pagamento do 13º salário que deve ser usado para o pagamento de dívidas e reabilitação dos endividados. Além disso, ele afirmou que o Ipea fez uma estimativa, a partir de dados de outros institutos, e projeta um crescimento real da renda de 5% neste ano em comparação a 2009.

Endividamento — Quando consultadas sobre o nível de endividamento, 47,73% da famílias declararam não ter dívidas, ao passo que pouco mais de 10% das famílias responderam estar muito endividadas em comparação ao rendimento familiar mensal. Entre os que estão endividados, 59,75% creem que conseguirão quitar suas contas no próximo mês (outubro). Entre aqueles que não vão conseguir pagar suas dívidas, 36,19% estão na região Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, há uma proporção maior de famílias que não vão conseguir saldar suas dívidas, com 53,41% e 43,85%, respectivamente.

Outra constatação da pesquisa diz respeito à expectativa das famílias sobre o mercado de trabalho. De acordo com Pochmann, quando se considera o País, 73% dos responsáveis pelos domicílios dizem estar seguros em sua ocupação atual. O presidente do Ipea afirmou que esse patamar é coerente com o observado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), citando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

No Sul, 91,75% dos chefes de família afirmam estar seguros em sua ocupação atual. Em seguida, o maior grau de otimismo aparece no Centro-Oeste, com 75,57%. Depois, vem: Sudeste (75,23%), Norte (72,68%) e Nordeste (57,77%). (Estado)

Um a cada 10 já foi vítima de fraude virtual em SP, diz Fecomercio

Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%

Uma a cada dez pessoas na cidade de São Paulo já foi vítima ou tem familiar que já foi vítima de algum tipo de crime virtual, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) divulgada hoje. A sondagem apontou que o crime mais comum na rede de internet é a clonagem de páginas pessoais. Segundo o levantamento, 23,5% dos entrevistados na capital paulista relataram já ter passado por esta situação.

Em segundo lugar aparecem empatados os crimes de desvio de dinheiro da conta bancária e compras indevidas realizadas no cartão de crédito, com 22,6%. Neste caso, as principais vítimas (40,7%) são pessoas que têm rendimentos mensais acima dos 10 salários mínimos. "Isso acontece porque são pessoas que buscam mais praticidade e costumam usar mais serviços de home banking e compras pela internet, às vezes sem as proteções adequadas", avaliou a assessora econômica da Fecomercio Kelly Carvalho.

A sondagem também revelou que, após sofrer algum tipo de ataque, a atitude mais comum do internauta é fazer um boletim de ocorrência e, em seguida, encerrar a conta no site utilizado. Cancelar cartões de crédito também é uma ação frequente. Segundo resposta dos entrevistados, nestes casos, os bancos só resolveram o problema ou reembolsaram os prejuízos dos clientes em 14,7% das vezes.

O receio de possíveis fraudes é uma das principais barreiras para a expansão do comércio online. A pesquisa revelou que 63,7% dos entrevistados na cidade de São Paulo não realizam compras na internet por esse motivo. No entanto, entre as pessoas que já foram vítimas de fraudes, a maioria (65,5%) afirmou que continua usando a internet normalmente para realizar transações.

No caso das compras online, o que mais estimula os entrevistados é a praticidade da aquisição sem sair de casa (45,6%). A confiança na empresa também conta muito, sendo considerado primordial para 23,3% dos entrevistados.

Redes sociais — Twitter, Facebook, Orkut e outras redes sociais ainda são o principal motivo para o acesso à internet: 73,8% afirmaram acessar pelo menos uma delas. Entre os internautas com mais de 34 anos, 61% acessam alguma rede. Já entre aqueles com 34 ou menos, a porcentagem cresce bastante, atingindo 85,3% dos entrevistados na capital paulista.

Outra prática comum, baixar filmes e músicas não é considerado um crime pela maior parte da população. Somente 23,5% dos internautas consideram estes atos uma violação da lei de direitos autorais. O que não é comum para os internautas é se cadastrar em sites para receber conteúdos e promoções especiais. Somente 35,5% deles têm este costume, em grande parte porque, na opinião de 64,8% dos entrevistados, os sites não apresentam informações claras e precisas dos produtos que vendem.

A pesquisa da Fecomércio entrevistou 1.095 pessoas do município de São Paulo nos dias 16 e 17 de agosto de 2010. (Estado)

Acionista com FGTS é diluído na Petrobras

Com várias limitações, trabalhador aplica R$ 423 mi na capitalização, mas tinha direito a R$ 1,7 bi em papéis. Operação era restrita a quem comprou ações da estatal em 2000, com teto de 30% do saldo; 25 mil aderiram a negócio.

Os trabalhadores brasileiros só conseguiram aplicar R$ 423,7 milhões utilizando recursos do FGTS na compra de ações da Petrobras. Entre os acionistas da estatal, os cotistas dos fundos FGTS foram, até agora, os mais diluídos que se tem notícia.
Restrita apenas aos trabalhadores que compraram ações da Petrobras em 2000 e com teto de 30% do saldo atual do FGTS, a adesão dos trabalhadores à maior capitalização por meio de ações do mundo foi baixíssima.
Os fundos FGTS tinham perto de R$ 5,2 bilhões em ações ON da Petrobras (3,5% do total), o que conferiria o direito a comprar mais de R$ 1,7 bilhão em papéis, se não fossem os limites impostos.
Segundo a Caixa, só participaram do processo 25.544 trabalhadores, que aderiram à aplicação por meio de 46 fundos geridos por 25 gestores diferentes.
A última estimativa da CVM era que 89 mil pessoas poderiam aderir à aplicação.
Como os demais acionistas, os trabalhadores tinham prioridade para comprar os novos papéis da Petrobras, na proporção de 0,34 papel novo por ação antiga.
"Foram pedidos R$ 563,3 milhões e liberados somente R$ 423,7 milhões em razão da aplicação desses limitadores", disse José Maria Leão, superintendente nacional da Caixa para assuntos de FGTS.
Os recursos aplicados na Petrobras por meio do FGTS ficarão retidos por um ano.
ESTREIA — As ações da Petrobras estrearam ontem com forte instabilidade na BM&FBovespa, como ocorreu na sexta na Bolsa de Nova York.
No fechamento, os papéis ON (ordinários, com voto) fecharam com alta de 2,02%, negociados a R$ 30,25.
Já as ações PN (preferenciais, sem voto) subiram 0,76% e atingiram R$ 26,50.
O volume negociado com os papéis da Petrobras atingiu R$ 2,156 bilhões -31% do total de negócios ontem na Bolsa brasileira.
O suíço UBS, um dos poucos grandes bancos fora da operação, recomendou aos clientes que vendessem os papéis ON e mantivessem os PN. A analista Lilyanna Yang, que assina a avaliação, diz que os papéis devem ficar em R$ 30. (Folha)

População brasileira está mais velha, aponta Censo 2010

Os resultados ainda são parciais, mas confirmam tendência de envelhecimento.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ontem que os resultados parciais do Censo 2010 confirmam a tendência de envelhecimento da população brasileira, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida no país.
Até ontem à tarde, 154,2 milhões de pessoas já tinham sido recenseadas -equivalente a 80,54% da população estimada em 2009.
Segundo o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, o Censo aponta para uma mudança acelerada na pirâmide etária do país.
"Mantidas as condições atuais de fecundidade, expectativa de vida e movimento migratório, deixaremos de ser um país jovem para nos tornarmos um país com população madura num prazo de 30 anos", disse.
Em 2000, o Censo revelou que 40,17% da população brasileira tinha entre 0 e 19 anos. Em 2010, esse percentual caiu para 32,95%. Já a proporção de idosos com 60 anos ou mais passou de 8,57% para 11,16% no mesmo período. De acordo com Nunes, o movimento ocorre tanto na zona urbana quanto na zona rural - essa, porém, ainda apresenta taxa de fecundidade maior.
PESSOAS POR DOMICÍLIO — Outra tendência revelada foi a de redução no número médio de habitantes por domicílio. De acordo com Nunes, isso também é fruto da redução da taxa de fecundidade, que hoje já está abaixo de dois filhos por mulher.
Em 2000, cada moradia tinha em média 3,79 moradores, contra 3,34 em 2010. O Rio Grande do Sul teve a menor média do país, de 2,99.
A coleta de dados do Censo 2010 teve início em 1º de agosto e será encerrada em 31 de outubro. Segundo o presidente do IBGE, o número de domicílios recenseados até agora supera as metas parciais do instituto.
Ele afirmou também que ao menos 600 mil domicílios que já responderam ao questionário serão revisitados. O procedimento faz parte do trabalho de checagem de dados, que visa analisar a consistência das informações que foram transmitidas pelos recenseadores. (Folha)