sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Indicadores econômicos favorecem mobilização dos trabalhadores, de suas centrais e sindicatos a favor da plena recuperação salarial

ANP deve anunciar nesta sexta-feira a maior descoberta de petróleo do País

Segundo fontes, o Poço de Libra, na área do pré-sal, deve ser maior do que Tupi, que tem entre 5 e 8 bilhões de barris confirmados.

A Agência Nacional do Petróleo deve anunciar nesta sexta-feira, 29, as estimativas de reservas do poço Libra, que está sendo perfurado no pré-sal da Bacia de Santos.

Segundo fontes, a expectativa é que seja a maior descoberta já anunciada no País, superior a Tupi, da Petrobrás, podendo chegar a 12 bilhões de barris, conforme revelou a Agência Estado.

"Minha expectativa é que amanhã (sexta-feira) teremos novidades", afirmou quinta-feira o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, em rápida entrevista após a cerimônia no Rio que comemorou o início da produção de petróleo na plataforma Cidade de Angra dos Reis, instalada no campo de Tupi. Lima não quis, porém, dar detalhes sobre o anúncio, alegando que a agência necessitava analisar as últimas informações.

A dois dias do segundo turno das eleições, o anúncio da ANP fecha uma semana intensa em eventos no setor de petróleo. Só a Petrobrás promoveu duas inaugurações, uma delas com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e dois anúncios de patrocínios a projetos sociais e ambientais, gerando críticas sobre o uso eleitoral da empresa.

"Não tem nada a ver", respondeu a diretora da ANP, Magda Chambriard, quando questionada se havia relação entre o anúncio do tamanho de Libra e as eleições. "O mundo não para por conta das eleições", reforçou o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, em entrevista após a inauguração da plataforma de Tupi.

Segundo Lima, até o final da análise dos dados, a ANP mantém o cenário moderado elaborado há dois meses pela consultoria Gaffney, Cline & Associates (GCA), que projeta reservas em até 7,9 bilhões. A própria GCA, porém, tem um cenário otimista no qual aponta até 16 bilhões de barris. Segundo fontes, é possível que o anúncio da ANP fique entre 8 e 12 bilhões de barris.

Indícios — O poço continua em perfuração, disse na quinta-feira Chambriard, o que não impede a agência de anunciar os primeiros resultados. Isso porque já existe uma boa definição do tamanho do reservatório no subsolo e basta confirmar se há petróleo. Um fonte informou que o primeiro alvo, a 6,9 mil metros de profundidade, foi atingido quarta-feira e encontrou indícios líquidos.

Embora esteja sendo perfurada com apoio técnico da Petrobrás, Libra é um poço da União – ou seja, não está em nenhuma área concedida como bloco exploratório de petróleo. O objetivo do governo é leiloar o reservatório na primeira licitação de contratos de partilha para o pré-sal, caso o novo marco regulatório seja aprovado no Congresso. Nesse caso, a Petrobrás teria o benefício de operar a área, com uma participação mínima de 30% no consórcio.

Questionado sobre a possibilidade de operar as reservas, Gabrielli, disse que ainda é cedo para qualquer comentário. "É um poço que pertence ao País, é um poço que pertence à União. Não podemos saber ainda o que a União vai fazer", afirmou, em entrevista coletiva, também após a cerimônia de Tupi.

A área de Libra está localizada a 32 quilômetros do poço de Franco, primeira descoberta do pré-sal feita pela ANP, que foi vendida à Petrobrás como parte do projeto de capitalização. O novo poço está próximo aos blocos exploratórios BS-4, operado pela Shell, e BM-S-45, operado pela Petrobrás em parceria com a Shell. Há grandes chances de a megarreserva se estender para esses dois blocos. Nesse caso, os concessionários de cada área terão que negociar entre si a divisão do petróleo.

Segundo uma fonte, o cenário moderador da GCA, com projeção de 7,9 bilhões de barris, é conservador, uma vez que considera que só 13% do petróleo do reservatório pode ser recuperado. Ou seja, o campo teria, ao todo, 60 bilhões de barris no subsolo, dos quais apenas 7,9 bilhões podem ser retirados.

A Petrobrás, porém, trabalha com uma taxa entre 20% e 25% para as suas descobertas do pré-sal, como Tupi. (Estado)

Fiesp: uso da capacidade da indústria atinge 81,9%

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu 81,9% em setembro, depois de ter ficado em 82,5% em agosto, na série com ajuste sazonal. A informação foi divulgada hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Sem o ajuste sazonal, o índice ficou em 83,5% em setembro, ante os 84,0% registrados em agosto.

De acordo com a Fiesp, o Indicador do Nível de Atividade (INA) da indústria paulista exibiu queda de 0,1% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal. O INA sem ajuste registrou um recuo de 0,4% em setembro na comparação com o mês anterior.

A atividade do setor manufatureiro de São Paulo avançou 7,3% em setembro deste ano ante o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro de 2010, o INA aumentou 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos 12 meses encerrados em setembro, o INA apontou alta de 9,9%.

Sensor — O Sensor, índice da Fiesp que avalia a confiança dos industriais paulistas, variou de 53,7 pontos em setembro para 52,6 pontos em outubro. Dos cinco itens que formam o Sensor, dois subiram. O índice que apura a perspectiva de crescimento dos investimentos variou de 61,0 pontos em setembro para 59,7 pontos em outubro, enquanto o indicador que avalia o mercado variou de 55,9 pontos em setembro para 52,1 pontos em outubro. As vendas apresentaram um pequeno avanço, de 50,9 pontos em setembro para 51,8 pontos em outubro. O item ligado aos estoques variou de 46,6 pontos em setembro para 45,1 pontos em outubro. Já o item de emprego passou de 53,9 pontos em setembro para 54,4 pontos em setembro. (Estado)

Já é possível abrir empresa em um dia

Sistema integrado reúne todas as instâncias de licenciamento, o que permite autorização quase de imediato. Seis cidades do Estado de São Paulo usam o Sistema Interligado de Licenciamento; outras 60 estão tentando.

Ainda é uma exceção, mas abrir uma empresa em apenas um dia já é possível no país. Um sistema criado dentro do Programa Estadual de Desburocratização, em São Paulo, já permite que empresários paulistas consigam abrir uma empresa em apenas 24 horas.
Por enquanto, apenas seis cidades estão conveniadas para usar o SIL (Sistema Integrado de Licenciamento), mas há uma lista de mais de 60 municípios que querem aderir. A facilidade está disponível para os municípios de Piracicaba, Limeira, Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul, São José dos Campos e Santos.
Nem todas, entretanto, conseguiram os resultados de Piracicaba, a campeã em agilidade, segundo informam os dados do portal onde estão registrados os números de licenciamento.
Desde que o sistema foi ativado, em março deste ano, 4.838 empresas foram abertas nas cidades conveniadas (exceção feita a Santos), média de 20 por dia. Mais de 90 delas em menos de 15 dias.
Em Piracicaba, onde o sistema funciona desde maio, 1.523 empresas já foram abertas. O sistema faz o óbvio: reúne num só ambiente (no caso virtual) todas as instâncias a serem consultadas para um licenciamento: prefeitura, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e Cetesb.
O licenciamento do empreendimento, fase que, segundo o Sebrae, é responsável por mais de 90% da demora para se abrir uma empresa, é feito em até 24 horas.
Com os registros agilizados na Junta Comercial, na Receita Federal e na Fazenda do Estado, o empresário começa a ter a chance de ter sua empresa operando em pouco tempo.
CONDIÇÕES — O sistema é ágil, mas nem todas as empresas alcançam o recorde de um dia. Isso está relacionado à natureza da atividade. A principal condição é ser uma empresa considerada de baixo risco pelos quatro licenciadores.
Essa é a principal facilidade. O empresário, ao requerer a licença, informa ao sistema se o empreendimento é de baixo, médio ou alto risco. Essa informação será checada, mas é suficiente para a emissão da licença imediatamente. Mas o ônus de prestar informação falsa continua.
Entretanto, para o sistema funcionar, as prefeituras precisam adequar-se às novas condições. É o que têm feito as cidades enquadradas no programa, entre as quais Piracicaba.
"As secretarias responsáveis por emitir a licença [Obras, Meio Ambiente e Finanças] precisam estar articuladas. O sistema quebra aquela situação típica de um órgão criar dificuldades para oferecer facilidades", diz o secretário de Desenvolvimento de Piracicaba, Pedro Luiz da Cruz.
André Roberto Messias, proprietário de um dos principais escritórios de abertura de empresas em Piracicaba, confirma.
"Para empresas de baixo risco, de fato é possível abri-las em um dia. Para as de alto, ainda demora um pouco, mas o sistema melhorou. Hoje, consigo registrar os dados da empresa num só local e esperar a vistoria e a licença", diz. Com o rito sumário para as empresas de baixo risco (que representam maioria), o tempo para abertura das empresas de riscos médio e alto também cai.
"Ao licenciar rapidamente uma empresa de baixo risco, sobra mais tempo para a estrutura observar as de alto risco. Com o sistema, o tempo para liberar um projeto de alto risco caiu de 150 dias para 40", diz Marco Bertaiolli, prefeito de Mogi das Cruzes. (Folha)

Relatório final de CPI da Gorjeta pede valor em nota fiscal

Documento também sugere a isenção de ICMS ou retorno do imposto pago na forma de crédito.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Gorjeta, instaurada na Assembleia Legislativa de São Paulo, aprovou anteontem seu relatório final. O documento propõe normas que obriguem a discriminação da gorjeta em notas fiscais.
Instaurada em abril, a CPI investigou supostas irregularidades no repasse da gorjeta aos garçons. O sindicato dos garçons acusa estabelecimentos de cobrarem os 10%, mas não repassá-los.
O relatório sugere que o valor das gorjetas seja incorporado ao salário dos garçons. Propõe também a isenção de ICMS sobre o valor da gorjeta, ou que o imposto pago seja devolvido ao empresário na forma de crédito.
O relatório será encaminhado ao governo estadual e para diversas entidades.
Segundo a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), presidente da CPI, as propostas podem ser implementadas no Estado por meio de portarias, decretos ou servirem para a criação de projetos de lei. (Folha)

Desemprego caiu para 11,4% em setembro, segundo Dieese

A taxa de desemprego em seis regiões metropolitanas do Brasil recuou para 11,4% em setembro, ante 11,9% no Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Fundação Seade divulgada nesta qmês imediatamente anterior, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos uarta-feira (27).

Em setembro de 2009, o índice apontava 14,1%. O total de desempregados foi estimado em 2,51 milhões de pessoas.

"A criação de 153 mil ocupações foi mais do que suficiente para absorver o número de pessoas que entraram no mercado de trabalho (44 mil), resultando na saída de 109 mil pessoas da situação de desemprego", afirmou o Dieese em nota.

A taxa de desemprego diminuiu em São Paulo (de 12,3% para 11,5%), Recife (de 15,9% para 15,3%), Fortaleza (de 9,2% para 8,7%) e no Distrito Federal (de 13,4% para 13%) e ficou praticamente estável em Belo Horizonte (de 7,5% para 7,6%), Salvador (de 16,3% para 16,2%) e Porto Alegre (de 8,7% para 8,5%).

No conjunto das regiões pesquisadas, houve aumento nos rendimentos médios reais de ocupados (1,8%) e assalariados (2%), para R$ 1.314 e R$ 1.367, respectivamente.

A massa de rendimentos também aumentou, refletindo aumento do rendimento médio real e, em menor medida, do nível de ocupação, de acordo com a pesquisa. (Fonte: Portal Terra)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Trabalhadores e cidadãos brasileiros exigem a validade do Ficha Limpa para o aprimoramento da democracia brasileira

Dividido, Supremo decide que Lei da Ficha Limpa vale já para eleições 2010

Pressionados por um novo empate no julgamento da Lei da Ficha Limpa, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) adotaram uma solução "caseira" para barrar a candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA) ao Senado. A decisão, de acordo com o presidente do STF, Cezar Peluso, mantém a lei em vigor e se aplica a todos os casos semelhantes, em que políticos renunciaram ao mandato para fugir de processos de cassação.

O próximo atingido por essa decisão será Paulo Rocha (PT-PA), que renunciou ao mandato de deputado em razão do escândalo do mensalão e foi barrado pela Justiça Eleitoral. O petista concorreu e ficou em terceiro na briga por uma das duas vagas do Pará no Senado e, com Jader excluído, seria o herdeiro natural do posto.

A Justiça Eleitoral ainda terá de definir se a quarta colocada, Marinor Brito (PSOL), que não foi atingida pela Lei da Ficha Limpa, assumirá a vaga ou se novas eleições serão feitas. Mais da metade dos votos nas eleições para as cadeiras do Pará no Senado serão considerados nulos com a decisão definitiva para Jader e Rocha.

Maluf. Mas essa decisão, que demorou mais de sete horas para ser tomada, não vale para casos distintos, como de Paulo Maluf (PP-SP), barrado por ter sido condenado por órgão colegiado, ou de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), impedido de se candidatar porque foi condenado pela Justiça Eleitoral por compra de votos. Esses casos ainda serão julgados e poderão ter resultado distinto.

A saída encontrada pelos ministros para escapar do empate foi discutida na terça-feira em sessão reservada entre sete ministros. Mesmo com o acerto prévio, antecipado pelo Estado, o plenário se dividiu. No fim, amparados num dispositivo do regimento interno do tribunal, os ministros decidiram que, em caso de empate, prevalece a decisão questionada, no caso a do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que barrou a candidatura de Jader Barbalho. Ele renunciou ao mandato de senador em 2001, quando enfrentava acusações de desvio de verbas na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e mantinha um confronto com o então senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007.

Ficção. A saída, admitiu Peluso, gerou um resultado fictício. "É uma decisão artificial", afirmou ao fim do julgamento. A alternativa foi submetida a voto e foi aprovada por sete votos a três. Para evitar embates como ocorrido na primeira vez em que o STF discutiu a Lei da Ficha Limpa, quando o interessado era o ex-senador Joaquim Roriz, Peluso tentou acelerar o julgamento. Após o voto de Joaquim Barbosa pela aplicação imediata da lei, o presidente questionou se algum ministro teria alguma consideração a mais a fazer, já que todos os votos já eram conhecidos. Mas a tentativa foi frustrada.

Mendes. O clima esquentou quando o ministro Gilmar Mendes acusou o TSE de julgar processos de forma casuística. Ele chegou a levantar a voz no plenário e falou até em nazifascismo. "Não podemos em nome do moralismo chancelar normas que podem flertar com o nazifascismo", disse. "Estamos realmente vivendo dias singulares, heterodoxos em termos de direito. Sem dúvida nenhuma, chancelar a aplicação da lei nesse caso, 9-8 anos decorridos, é, com as vênias de estilo, a barbárie da barbárie."

Para Gilmar Mendes, se a lei tivesse sido aprovada em outro momento que não o eleitoral, ela seria outra. "Muito provavelmente num quadro de normalidade, num ambiente pós-eleitoral, o Congresso faria uma outra lei, com as devidas cautelas." Segundo ele, a interpretação de que a lei vale para a eleição deste ano deveria ser repelida dos pontos de vista constitucional, hermenêutico e político.

Limites. O ministro citou decisões anteriores do STF que repudiaram a aplicação retroativa de leis. Ele disse que o ideal seria que a Justiça Eleitoral interviesse menos no processo. E alertou para a necessidade de existirem limites à atividade do Congresso. "Considerando que essa lei apanha fato muito anterior, vamos estar assentando que não há limites para o legislador."

O presidente do STF, Cezar Peluso, também opinou. Disse que para ele a lei não chega a ser casuística. "Essa é uma lei personalizada porque atinge pessoas determinadas, conhecidas antes de sua edição." (Estado)

Corpo de Néstor Kirchner chega a Buenos Aires para velório

Presidentes do Brasil, Chile, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela confirmaram presença na cerimônia.

O corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner foi transferido nesta madrugada da cidade de El Calafate a Buenos Aires, para ser velado na Casa Rosada, sede do governo.

O corpo de Kirchner, que morreu nesta quarta-feira de ataque cardíaco, chegou ao Aeroparque de Buenos Aires à 1h50 local (2h50 de Brasília) em um avião no qual viajou também a presidente Cristina Kirchner e o filho mais velho do casal, Máximo.

O ex-presidente será velado a partir das 10h local (11h de Brasília) no Salão dos Patriotas Latino-Americanos, na Casa Rosada. Enquanto isso, milhares de pessoas se concentram em frente à sede do governo com cartazes, flores, bandeiras e fotografias em homenagem a Kirchner.

"Néstor, tua luz brilhará para sempre" e "Força Cristina" são algumas das mensagens escritas nos cartazes e nas bandeiras que, entre canções e lágrimas, foram depositadas na Praça de Maio.

Essas são apenas as primeiras manifestações de uma multidão que aguarda o velório do homem que era marido da presidente, deputado, líder do Partido Justicialista e secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá à cerimônia, bem como os líderes da Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela, para expressar pessoalmente os pêsames à colega Cristina Kirchner.

A polícia organizou uma operação de segurança que inclui o fechamento de várias vias de acesso à Casa Rosada, no centro de Buenos Aires, para facilitar a concentração na área.

Fontes oficiais anteciparam que não será admitida a entrada de bandeiras, câmeras ou cartazes à sala do velório. Coroas de flores e outros adornos fúnebres serão recebidos em uma dependência governamental anexa à sede do Executivo.

O funeral vai até sexta-feira, quando o corpo de Kirchner será transferido a Río Gallegos, capital da província de Santa Cruz (sul), onde Kirchner nasceu há 60 anos. (Estado)

Aposentados levam propostas para melhorar benefícios

Às vésperas de ser conhecido o novo presidente do País, os aposentados e pensionistas do INSS apresentaram ao governo federal uma série de propostas para melhorar o valor dos benefícios previdenciários a partir do próximo ano. Foi sugerido até a criação de uma secretaria interministerial de Assuntos Relacionados ao Idoso, Aposentados e Pensionistas.

Durante o encontro com as entidades que representam os aposentados e pensionistas, o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, apenas ouviu as reivindicações e tentou não se comprometer com nenhum pedido. "O compromisso do governo é manter o diálogo. Essa reunião não é uma demonstração de que decisões estão sendo tomadas", afirmou Gabas.

Segundo o ministro, as centrais vão unificar a pauta de reivindicações e até o dia 31 de dezembro o governo vai dizer o que é ou não possível fazer. Na reunião com os representantes dos aposentados ficou claro que ainda há divergência entre eles, principalmente, no que diz respeito à correção dos benefícios.

A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) pede o mesmo porcentual de reajuste do salário mínimo a todos os aposentados e pensionistas. O Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical quer que seja criada uma política de recuperação do poder de compra dos benefícios dos que recebem mais que um salário mínimo. Nas últimas negociações, o governo tem se mostrado contra as duas ideias.

Consenso — Na avaliação do presidente do sindicato, João Batista Inocentini, conceder um aumento igual ao do salário mínimo pode prejudicar as negociações dos trabalhadores da ativa. "Essa é uma das divergências. Mas vamos nos reunir na próxima semana para tentarmos chegar a um consenso", destacou Inocentini.

O sindicato ligado à Força Sindical propõe ainda a criação de um Índice Nacional de Preços para aposentados e pensionistas e isenção de Imposto de Renda. Os representantes dos aposentados concordam, no entanto, com a extinção do fator previdenciário, criado em 1999 com o objetivo de desestimular as aposentadorias precoces.

A estratégia adotada pelos aposentados é parecida com os dos trabalhadores da ativa, que recentemente tiveram um encontro com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi com o objetivo de antecipar o debate em torno do salário mínimo. O objetivo é barganhar mais reajuste devido à corrida eleitoral. (Estado)

Custo do cartão opõe lojista e consumidor

Proibido pelo Código do Consumidor, desconto para os que pagam em dinheiro será debatido por conselho. ProTeste vê desconto como repasse de custo do lojista com transação no cartão; comércio quer liberar prática.

É justo o lojista cobrar do cliente que paga com cartão uma tarifa "extra" correspondente ao seu custo de transação? E se ele der um "desconto" equivalente para quem paga com dinheiro evitando a transação?
O Código de Defesa do Consumidor considera à vista o pagamento tanto com cartão de crédito ou débito quanto em dinheiro. Por isso, proíbe a cobrança diferenciada sob pena de multa para o lojista que desobedecer.
Na prática, a maioria dos estabelecimentos comerciais negocia diretamente com o cliente esse desconto. No Distrito Federal, uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) liberou o desconto.
Polêmico, o assunto faz parte da nova regulação dos cartões de crédito, que chega hoje ao CMN (Conselho Monetário Nacional). Mais preocupado com a concorrência entre as bandeiras e as empresas de cartão, o CMN tende a deixar que o mercado se ajuste sozinho. As empresas de cartão são contra o desconto pois perdem negócio.
O tema está na agenda dos movimentos de defesa do consumidor em todo o mundo. Opõe países como França e Suécia, que proíbem cobrança "extra", e nações que deixaram o mercado se ajustar, como Reino Unido e parte dos EUA (veja quadro).
Nesses países, não há desconto para pagamento em dinheiro; o consumidor é que tem um custo adicional se quiser utilizar o cartão.
"É a mesma coisa; uns dão desconto e outros cobram. Os países que instituíram a cobrança acabaram repassando outras coisas nessas tarifas", disse Maria Inês Dolci, coordenadora da ProTeste.
Ao lado dos Procons, a ProTeste encampa o movimento contra a discriminação de pagamento, esbarrando na antipatia dos que temem perder o "desconto" nas compras com dinheiro.
O argumento é que o custo da transação faz parte da atividade operacional do lojista (como água, luz e telefone), conferindo benefícios como risco zero de inadimplência.
"O consumidor paga a anuidade do cartão; também tem seu custo", disse Dolci.
Segundo Luís Augusto Idelfonso, diretor da Alshop (associação dos shoppings), não há repasse de custo. "O desconto é um incentivo da loja para conseguir vender."
SUBSÍDIO — Para o senador Adelmir Santana (DEM-DF), autor de projeto para liberar os descontos, o consumidor que compra em dinheiro acaba "subsidiando" aquele que usa o cartão. Ligado aos lojistas, Santana é presidente da Fecomércio de Brasília e apresentou duas vezes esse projeto no Senado, que foi derrubado na Câmara.
"Há a necessidade de preços diferenciados porque os que não usam o cartão pagam por um custo que não é deles. Queiramos ou não, está inclusa no preço uma série de custos. No dia em que as taxas forem baixas, não haverá necessidade disso." (Folha)

Papel higiênico perde o tubo interno em versão ecológica nos EUA

A Kimberly-Clarke vai lançar na segunda-feira o papel higiênico Scott Naturals Tube Free, que, como diz o nome, não tem mais o rolinho no centro. A empresa informou ao "USA Today" que o papel continuará entrando no tradicional suporte para papel.

O "USA Today" diz que cerca de 17 bilhões de tubos de papelão são produzidos por ano nos Estados Unidos, resultando em mais de 72 mil toneladas de lixo. O novo rolo, que a Kimberly-Clark diz ser enrolado através de um novo processo de produção, consegue permanecer firme sem o apoio interno.

O produto começará a ser vendido nas lojas Walmart e Sam's Clubs em todo o Nordeste dos EUA. Se o lançamento for bem-sucedido, a empresa pode introduzir o produto em todo o país e também no resto do mundo. A Kimberly-Clark considera ainda a aplicação da mesma tecnologia para outros produtos de papel. (O Globo)