segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

UGT defende Trabalho Decente e Empregos Verdes na COP 16, em Cancun, México

Delegação da UGT na COP 16 em defesa do Trabalho Decente (OIT) e da Transição Justa (CSI), dos empregos verdes e de uma economia verde

Em 10 de dezembro de 2010, encerrou-se a COP16, em Cancun, México, com avanços com relação a COP 15. A 16ª Reunião das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP 16), reunião sobre mudanças climática, reuniu países de todo o mundo e simultaneamente ocorreu a 6ª Reunião do Protocolo de Kyoto. Apesar do fracasso que foi a COP15 a COP16 teve avanços significativos, não os que precisávamos mas, já estamos nos preparando para a COP17, daqui um ano em Durban, África do Sul.

Sindicatos e organizações da sociedade debateram planos para iniciar campanhas durante 2011. A mobilização pretende garantir que os Governos assumam suas responsabilidades em seus respectivos países tomando medidas concretas para reduzir suas emisssões de gases efeito estufa e criar empregos verdes, e na COP17 obter um acordo multilateral vinculante que incorpore um trabalho decente.

O texto oficial da COP16 está sendo elaborado e contempla um parágrafo, que pela primeira vez, segundo a CSI, consta do processo ambiental dentro do sistema das Nações Unidas, ONU. A versão completa do parágrafo cita a necessidade de se garantir uma “Transição Justa”, e um “Trabalho Decente” e de boa qualidade (campanhas da CSI - Confederação Sindical Internacional e da OIT - Organização Internacional do Trabalho–ONU, respectivamente). Isto é fruto de um trabalho intenso nestes últimos anos , entre os sindicatos juntos a CSI para a elaboração deste documento e segundo a articulação das delegações sindicais de todo o mundo junto aos seus governos, negociadores e ministros, portanto muito trabalho serio é que concluiu-se com éxito esta nossa missão.

Ressaltamos que o movimento sindical brasileiro esteve presente na COP16, participando da Delegação da CSI e lutando por muitas questões de interesse do trabalhador além das duas campanhas citadas anteriormente. A delegação da UGT participou de muitas atividades nesta COP, das atividades da CSI, das sessões da COP, reuniões e contatos. A UGT esteve no Pavilhão do Trabalhador e em atendimento a CSA, apresentou as ações e a politica ambiental da UGT, fazendo uma bela apresentação. Também estivemos presentes na sessão onde o Brasil apresentou o painel “Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), onde foi abordada questões sobre a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas (PNMC) e o Fundo do Clima.

A delegação da UGT, atendendo a solicitação da CSI, contatou por várias vezes o Embaixador Figueredo, negociador pelo Brasil e o Embaixador Sérgio Serra da equipe de negociação e por fim se reuniu com a Ministra de Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, juntamente com dirigentes sindicais do Brasil e a presidente da CSI, Sharaw, para solicitar esforços do Brasil em manter o texto da transição justa e do trabalho decente no documento final, oficial da COP 16.

Nesse documento final da COP 16 se espera a inclusão de decisões como : mitigação (corte de gases-estufa, adaptação às mudanças climáticas, energias alternativas, financiamentos, transferência de tecnologia e o Protocolo de Kyoto.

O Brasil anunciou a assinatura do decreto que regulamenta a Política Nacional de Mudanças Climáticas, fixando meta de 36% a 39% de corte de emissões até 2020. Também foram anunciadas metas para a redução do desmatamento da Amazônia (redução em 80% até 2020) e para o Cerrado, bem com para: a agricultura; o setor energético; a siderurgia; as indústrias de bens de consumo duráveis, química, papel e celulose; a mineração, a construção civil, o transporte e serviços de saúde.

Com uma delegação coesa e ampla , conseguimos participar de muitas ações e atividades, assim proporcionando a maior divulgação da identidade ugetista, nossa imagem, nosso papel na sociedade. Dando visibilidade e fortalecendo a nossa imagem para a sociedade , para o mundo. Nosso material foi apresentado aos quatro cantos da COP16 e a nossa foto saiu no site oficial do evento.

Delegação da UGT na COP16: Comissão de Trabalho: Cristina Palmieri, Sidney Corral e Gustavo Garcia; Comissão de Apoio: Marcos Afonso, Cleonice Caetano, Sonia Carnevalli, Fernanda Sampaio e Domingos Fernandes.

Leia o clipping do dia:

Cúpula de Cancún surpreende na reta final e toma decisões sobre clima

A conferência da ONU para o clima, a COP-16, terminou em Cancún, no México, na madrugada deste sábado de uma forma inesperada. Contra a expectativa de que não haveria anúncios relevantes ao final do encontro, foram firmadas duas decisões: a criação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Kyoto para além de 2012, quando expira o tratado.

Embora os acordos sejam limitados e já vinham sendo discutidos, eles restauraram um pouco da credibilidade perdida em Copenhague. No "trabalho em duplas", coube ao Brasil e ao Reino Unido buscar o consenso sobre Kyoto e lidar principalmente com a resistência japonesa quanto ao tratado--na sexta-feira, o Japão, a Rússia e o Canadá haviam dito que não participariam da segunda fase de Kyoto.

Renovar ou não o Protocolo de Kyoto foi o grande debate na conferência. Os países opositores a Kyoto exigiam que fossem incluídas reduções das emissões para economias emergentes como Índia e China --esta é um dos maiores poluentes do planeta.

Já os grandes países emergentes dizem que não aceitariam um ônus tão grande quanto das nações ricas. Há, ainda, a questão dos Estados Unidos, que até agora não ratificaram Kyoto e a questão segue sem definição. Apesar do consenso, não houve fixação de datas e prazos.

A Bolívia foi o único a se posicionar contra as decisões da COP-16, argumentando que o plano não é suficiente para combater as mudanças climáticas. Segundo a delegação boliviana, elas são tão fracas, que poderiam colocar o planeta em risco. O país vai recorrer à Corte Internacional de Justiça de Haia para contestar o resultado da COP-16.

Às 4h no horário local, o presidente mexicano, Felipe Calderon, declarou em discurso que a COP-16 foi um "sucesso". Ele acrescentou que a "inércia da desconfiança" foi superada finalmente.

"O que temos agora é um texto. Se não é perfeito, é certamente uma boa base para ir em frente", disse o chefe das negociações da ONU, Todd Stern.

A criação do Fundo Verde, que ajudará as nações em desenvolvimento na luta contra as mudanças climáticas, também foi anunciada. A UE (União Europeia), Japão e Estados Unidos prometeram doações de até US$ 100 bilhões até 2020. A curto prazo, os países se comprometeram também com uma ajuda imediata de US$ 30 bilhões.

O pacote de medidas inclui ainda um mecanismo de proteção das florestas tropicais do planeta, cujo maciço desmatamento provoca 20% das emissões de gás do efeito estufa no mundo, e novos meios de dividir tecnologias de energia limpa. (Folha, UOL)

Aumentos reais de salários batem recorde no semestre

O melhor segundo semestre da história. Assim, Vanderlei Sartori, diretor da Federação de Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos do Paraná, caracteriza o período de julho a dezembro de 2010, quando os quase 80 mil operários representados pela entidade tiveram seus salários reajustados em dois dígitos - a maioria com aumentos reais de quase 5%. O Valor levantou dez categorias, em diferentes regiões do país, com data-base no segundo semestre e o menor aumento real que encontrou foi de 1,7%.

A euforia do sindicalista paranaense é compartilhada por comerciários de São Paulo e Florianópolis, trabalhadores na indústria têxtil de Caxias do Sul e de Blumenau, químicos de São Paulo e garçons, gerentes de restaurantes e de hotéis cariocas, entre outros trabalhadores.

Antes deles, no início do semestre, os reajustes recordes foram inaugurados com os 9% conquistados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que representa 102 mil trabalhadores - destes, os 42 mil que trabalham nas montadoras obtiveram 10,8% de reajuste, sendo 6,5% reais, o maior em décadas. Também em setembro, os bancários negociaram um aumento entre 8,15% e 10% e os petroleiros, de 9% - com 4,65% acima da inflação.

O aumento da inflação, a partir de outubro, corroeu os ganhos salariais, mas não diminuiu o ímpeto dos sindicatos com data-base no quarto trimestre. Os 270 mil metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes repetiram o reajuste de 9% dos colegas do ABC, mas o ganho real passou de 4,7%, no ABC, para 3,6%, em São Paulo, porque entre setembro e novembro a inflação acumulada em 12 meses ficou um ponto percentual maior.

Os expressivos reajustes reais estão fazendo diferença na folha de pagamentos da indústria. Dados do IBGE divulgados na sexta-feira mostram que o salário médio pago pela indústria em outubro foi 5,5% maior, já descontada a inflação, que o salário de um ano antes. Foi o maior salto desde os 6% registrados entre 2003 e 2004. Naquela época, porém, o reajuste real recompôs dois anos de perdas salariais. Agora, 2010 foi o sexto ano consecutivo de aumento real nos salários na indústria. (Valor)

Ministério Público resgata 11 pessoas de trabalho escravo
Trabalhadores dormiam em barracos de lona e tinham que pescar para se alimentar.
Uma operação coordenada pelo Ministério Público do Trabalho resgatou 11 trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda em Lábrea (AM), cidade próxima à divisa com Acre e Rondônia, na floresta amazônica. A ação foi realizada entre os dias 22 e 30 de novembro.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, eles haviam sido aliciados em Porto Velho (RO) e passaram oito dias na mata derrubando árvores para abrir áreas para pastagem.
As vítimas, com idade entre 18 e 35 anos, dormiam em barracos de lona, sem proteção contra animais e insetos.
Eles também consumiam a água de um igarapé e tinham que pescar para se alimentar. Nenhum dos trabalhadores usava equipamento de proteção individual, como luvas e óculos.
Ainda de acordo com o Ministério Público do Trabalho, os funcionários, que recebiam entre R$ 1 e R$ 2 por hectare desmatado, eram submetidos a longas jornadas de trabalho sob a supervisão de um "gato" (responsável por arregimentar mão de obra).
"Era um tipo de confinamento, uma vez que os trabalhadores não podiam sair do local sem o apoio do empregador, que detinha o controle do transporte", afirmou o auditor fiscal do trabalho Klênio Lima.
ISOLAMENTO — A previsão era que a derrubada da mata fosse durar de 45 a 60 dias depois de iniciada. Segundo a promotoria, a região em que os trabalhadores estavam era tão isolada que a rodovia mais próxima ficava a 80 km de distância e o povoado vizinho, a 200 km.
A equipe da Superintendência do Trabalho e Emprego do Amazonas, que resgatou os trabalhadores, teve que viajar de avião e depois rodar mais 200 km para chegar ao local. O órgão divulgou o resgate no último dia 6.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, o proprietário da fazenda pagará verbas rescisórias no valor de R$ 900 e mais R$ 1.000 por danos morais a cada trabalhador. O nome do fazendeiro não foi divulgado. (Folha)

Renda sobe mais para quem ganha menos
Rendimento de profissões que pagam salários mais baixos cresce mais que o de atividades que remuneram melhor. Reajuste do mínimo e falta de profissionais explicam aumento maior em setores como construção e comércio.
Sinal de melhora na distribuição de renda, os trabalhadores que ganham salários mais baixos, como os da construção civil e dos serviços domésticos, viram em 2010 seu rendimento crescer mais do que os de atividades que pagam melhor, como a indústria.
Tal retrato surge de levantamento da Folha feito a partir de dados da Pesquisa Mensal de Emprego e explica, em parte, o avanço do consumo das classes C e D.
Segundo especialistas, o resultado se deve principalmente à escassez de profissionais nesses setores e ao reajuste real do salário mínimo, ao qual os salários mais baixos estão mais atrelados.
O rendimento subiu acima da média das seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE (3,3%) na construção civil (10,6%), nos serviços domésticos (5,5%) e no comércio (4,7%) -ramos com as menores remunerações.
Já na indústria, a atividade que paga os melhores salários, a alta foi de 0,5%.
Os dados indicam uma melhora na distribuição de renda, mas se referem apenas a ganhos do trabalho.
Por isso, não é possível determinar o real avanço da equidade nessas regiões: não estão incluídas a renda de capital (investimentos e valorização do patrimônio, que pesam mais entre os mais ricos) nem a de transferências como programas sociais e aposentadorias (mais relevantes entre os mais pobres).
MÍNIMO AJUDA — Para Cimar Azeredo Pereira, do IBGE, o aumento real do salário mínimo "é um importante instrumento de elevação dos salários mais baixos", especialmente de quem ganha até dois salários mínimos -a maior parte dos trabalhadores da construção e dos serviços domésticos.
Pereira afirma que a valorização do salário mínimo compensou o repique da inflação e assegurou o crescimento da renda também entre as pessoas com menor nível de escolaridade.
Fábio Romão, economista da LCA, diz que a conjuntura econômica favorável também ajudou a ampliar a renda dos que ganham menos.
"A construção, por exemplo, cresceu muito e há falta de mão de obra, o que obriga as empresas a pagar salários melhores para reter ou para contratar profissionais."
A distribuição de renda também ocorreu regionalmente: os salários subiram mais em Recife (10,4%), Belo Horizonte (5,5%) e Rio de Janeiro (5,6%), regiões com rendimentos menores que São Paulo, cujo crescimento médio neste ano foi de 0,5%.

41% das famílias serão classe média
Em 2020, massa de ganhos dessa faixa de renda vai ser 72% maior do que a de 2009, de acordo com consultoria. Estudo prevê que, em dez anos, o Brasil terá 69 milhões de famílias, das quais 29 milhões pertencentes à classe C.
No país que já foi chamado de "Belíndia" -por misturar a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia-, a nova classe média chega cada vez mais perto do padrão de consumo do Primeiro Mundo.
E, daqui a dez anos, essa fatia dos brasileiros deve, sozinha, colocar o equivalente a uma Bélgica no bolso.
O poder de compra da classe C deve quase dobrar e saltar para R$ 757 bilhões em 2020, de acordo com estudo feito pela consultoria Plano CDE para a Folha.
Em valores atuais, a projeção é quase o PIB (Produto Interno Bruto) da Bélgica em 2009, de aproximadamente R$ 796 bilhões. Ou perto de duas vezes o da Colômbia, equivalente a R$ 391 bilhões.
Mas é importante frisar que, no quesito PIB per capita, os brasileiros -assim como os colombianos- ainda estão longe dos belgas.
Segundo o CIA Factbook, no Brasil o PIB por habitante em 2009 foi estimado em US$ 10 mil (cerca de R$ 17,1 mil), próximo ao da Colômbia (US$ 9.300). Já na Bélgica, cada pessoa tem quase quatro vezes isso para gastar por ano: US$ 36,8 mil.
A massa de renda da classe C brasileira em dez anos seria suficiente, por exemplo, para bancar 126 milhões de pacotes de viagem de nove noites a Nova York, a preços de hoje.
69 MI DE FAMÍLIAS — Para a projeção até 2020, o estudo considera um crescimento médio da economia brasileira de 4% ao ano.
A partir de dados do IBGE, prevê aumento do número de famílias de 58 milhões em 2009 para 69 milhões -sendo, desse total, 29 milhões da nova classe média.
O levantamento aponta ainda que o poder de compra da classe C vai ser 20% maior que o da classe A. E quase o triplo das massas de renda das classes D e E somadas.
"Nesse cenário, o "brasileiro médio" passa a ter um padrão de consumo próximo ao observado em países desenvolvidos", diz Haroldo Torres, economista, demógrafo e diretor da Plano CDE.
Em relação à distribuição de renda estimada para o Brasil em 2020, a classe C deverá representar 41% das famílias. Em 2009, eram 34%.
A classe D diminuiria para 22% (saindo de 27%), e a E, para 17% (saindo de 21%).
E, levando em conta o número absoluto de famílias, o tamanho das classes D e E permanece praticamente constante de 1999 até 2020.
"Esses dados mostram que a ascensão social que tem existido nas classes mais baixas no país é das novas gerações. São os filhos que, com mais estudo, conseguem mobilidade", diz Torres. (Folha)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Em 2011, UGT mobilizará classe trabalhadora brasileira para manter e ampliar conquistas econômicas e sociais do ano de 2010

Clipping de 10 de Dezembro de 2010

2011: o ano da mobilização social e sindical

por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT

Com o crescimento do PIB brasileiro ultrapassando 7,5% e esbarrando nos 8%, em 2010, devemos avaliar o próximo ano com um olho no crescimento previsto em torno de 4,5% e outro na ampliação da mobilização trabalhista e social para fazer frente à velocidade com que a classe patronal tentará manter seus lucros reduzindo salários, gerando desemprego e afetando a significativa melhoria na distribuição de renda que tivemos em 2010.

A UGT está mobilizando seus sindicatos e filiados para ampliarmos nossa mobilização em 2011 porque percebemos que os avanços, mesmo em tempos de economia em expansão, como foi o caso de 2010, teve pela frente imensas dificuldades criadas por uma classe patronal que faz o que pode para impedir a expansão da massa salarial. Mesmo quando a economia obriga os empresários a contratar, se criam mecanismos para achatar a massa salarial com uma rotatividade absurda, desumana e anti-econômica. Isso num quadro de crescimento que culmina, agora, com 7,5% ao ano.

A UGT inicia, já no início do próximo ano, uma ampla campanha de sindicalização. Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros estão cada vez mais conscientes da importância das negociações que seus sindicatos realizam com os setores patronais, da proteção aos seus direitos conseguida pelas entidades sindicais e ao serem mobilizados, vão responder com mais associação às suas entidades.

Será a maneira de a classe trabalhadora brasileira fazer frente à visão de curtíssimo prazo que, infelizmente, contamina nossos empresários. E manter o envolvimento direto na economia brasileira porque uma das principais lições que tiramos da recente crise mundial, que ainda afeta e preocupa a Europa e Estados Unidos, é que o consumo dos trabalhadores, a expansão do emprego e da renda, geram um círculo virtuoso de proteção do mercado interno e que ajuda, como vimos, a superação mais rápida da crise.

Por isso, na eventual redução do crescimento, caso prevaleçam as previsões dos economistas de plantão, é hora de mobilizar para defender os salários da classe trabalhadora para preservar o mercado interno brasileiro. Com iniciativas politicas e mobilização social e trabalhistas. Como são as 40 horas semanais, sem redução de salários. E a assinatura, pelo Brasil, da Convenção 158, da OIT que regulamenta a demissão imotivada.

Para Mantega, já está garantido crescimento econômico de 7,5% em 2010

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse esperar a evolução da atividade no país “em mais de 0,5%” no quarto trimestre do ano, em relação aos três meses antecedentes. “De forma que já temos assegurado 7,5%, mas devemos crescer mais de 8% para fechar 2010 com chave de ouro, o segundo maior crescimento entre as economias do mundo, atrás apenas da China”, afirmou ele.

No último balanço do governo Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Mantega deu um rápido panorama sobre a situação econômica desde 2006, destacando a contribuição do programa para o crescimento da economia brasileira, inclusive ações que ajudaram a minimizar os efeitos da crise de 2008.

Segundo Mantega, após o PAC em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma média anual de 4,6%.

Ele destacou a contribuição dos recursos para obras de infraestrutura do PAC para os investimentos globais do país, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixa (FBCF). Disse ainda que, para estimular os investimentos, os cofres públicos deixaram de receber R$ 184 bilhões, por conta da desoneração tributária a alguns setores produtivos como medida anticrise.

“A boa notícia é que os investimentos estão subindo acima da demanda este ano, cerca de 15,9% em termos de volume. Ou seja, temos a oferta correndo à frente do consumo”, comentou ele.

A FBCF deve atingir cerca de 19,1% do PIB “e deve chegar a 20% do PIB em 2011”, disse Mantega, que vai continuar no comando da economia no governo de Dilma Rousseff. Somente os investimentos públicos federais devem alcançar 1,2% do PIB em 2010, impulsionados pela injeção de R$ 180 bilhões no BNDES nos últimos dois anos.

O ministro citou que o volume de crédito subiu a 47% do PIB. O cenário macroeconômico apresentado com os números do PAC destaca a meta de inflação em 4,5% (centro) até 2014. As demais variáveis têm projeções apenas até 2010, como a redução da relação dívida líquida do setor público versus PIB, de 43,4% em 2009 para 41,5% em 2010. (Valor)

Após quatro meses em queda, juro para pessoa física volta a subir

Taxa média de operações de crédito subiu 0,75% em novembro; Anefac fala em ‘fator Banco Panamericano’.

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em novembro, após quatro meses consecutivos em queda, conforme pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que atribui as altas à elevação dos juros futuros por conta do "fator Banco Panamericano". Em nota enviada à imprensa, a empresa afirma que a tendência para os próximos meses é de novas elevações, por conta do anúncio do Banco Central de aumento dos depósitos compulsórios e majoração do requerimento de capital para as operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses (Fator de Ponderação de Risco).

Em novembro, a taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,05 ponto porcentual, o que corresponde a uma elevação de 0,75% no mês ante outubro. Com isso, a taxa passou de 6,69% ao mês em outubro para 6,74% ao mês em novembro, retornando ao patamar de agosto. Já a taxa anual cresceu 1,23 ponto porcentual, ou 1,05%, atingindo 118,74% nos doze meses até o mês passado, ante os 117,51% anuais do período encerrado em outubro.

A Anefac destacou que a linha de crédito do cartão de crédito rotativo foi a única que manteve inalterada sua taxa de juros média no mês, todas as demais tiveram suas taxas de juros elevadas em novembro de 2010. A maior alta foi registrada no cheque especial, com elevação de 0,15 ponto porcentual, passando de 7,44% em outubro para 7,59% no mês passado, o que representa a maior taxa desde abril de 2009. Já os juros do empréstimo pessoal nas financeiras aumentaram 0,06 ponto porcentual, de 9,48% em outubro para 9,54% em novembro.

Para pessoa jurídica, as três linhas de crédito pesquisadas tiveram suas taxas de juros elevadas. A taxa média geral apresentou uma elevação de 0,03 ponto porcentual, correspondente a uma elevação de 0,80% no mês, passando de 3,76% ao mês em outubro para 3,79% ao mês em novembro. Já a taxa anual teve um aumento de 0,54 ponto porcentual, correspondente a 0,97%, passando de 55,73% ao ano em outubro para 56,27% ao ano no mês passado.

A entidade destacou que, considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro deste ano, foi registrada no período uma alta da Selic de 2 pontos porcentuais, o que representa uma elevação de 22,86%, passando de 8,75% ao ano em janeiro para 10,75% ao ano em novembro. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 3,22 pontos porcentuais, o que representa queda de 2,64%, de 121,96% ao ano em janeiro para 118,74% ao ano em novembro. Já nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 0,18 ponto porcentual, ou 0,32%, de 56,27% ao ano para 56,27% ao ano. (Estado)

Pacto sobre floresta será único resultado da cúpula de Cancún
Bolívia, porém, opõe-se a mercado global de carbono por ele incentivar o capitalismo.
Nas horas finais da conferência do clima, que deveria terminar hoje, duas conclusões principais emergem: a primeira é a de que a COP-16 ruma para um resultado aguado, mas não deve ruir. A outra é que uma decisão sobre florestas será o grande e único avanço da cúpula.
"Toda esta negociação é sobre um pacote de resultados. Mas temos de reconhecer que um quinto do pacote, se fosse fechado, seria um avanço significativo", disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace.
"Espero que não, mas temo que este seja o único grande resultado", disse à o negociado de Papua-Nova Guiné, Kevin Conrad, sobre a aprovação do "Redd +".
A abreviação se refere à redução de emissões por desmatamento e degradação de florestas. O "plus", à exigência de contemplar conservação biológica nesse esquema para diminuir o lançamento de gases-estufa no ar.
O texto diplomático que dá forma legal ao Redd + já estava pronto e era dado como aprovado há um ano, na conferência de Copenhague.
Acertou-se que o Redd seria desenvolvido em três fases. Na primeira, os países criariam técnicas para contabilizar o carbono das florestas. Na segunda, haveriam projetos em pequena escala. Na terceira, países tropicais realmente obteriam dinheiro pelas reduções realizadas.
Como reduzir desmatamento é muito mais barato do que eliminar usinas a carvão, por exemplo, países ricos que não queiram fazer o dever de casa poderiam recorrer aos créditos de Redd.
Uma objeção da Bolívia à menção de qualquer mecanismo de mercado para o Redd devolveu o assunto à estaca zero, onde permaneceu até Cancún. "Converter a natureza em mercadoria é garantir a sobrevivência do capitalismo", disse o presidente Evo Morales.
Acontece que, se não for ao menos parcialmente admitido, o Redd perde muito atrativo para países ricos precisando cortar emissões.
Seguia indefinido se existiria participação "subnacional" na contabilização das emissões -caso de governos estaduais como o do Acre, que já fez um acordo direto com o Estado americano da Califórnia a respeito.
A expectativa era que as divergências seriam vencidas, por um motivo simples: como a discussão sobre corte de CO2 não deve ter resultado, os países querem algo para apresentar como sucesso. (Folha)

Fiat negocia a construção de nova fábrica em Pernambuco
Com unidade de Betim no limite, montadora deve anunciar empreendimento na semana que vem. Investimento faz parte do plano de negócios da Fiat no Brasil para os próximos quatro anos, que soma R$ 10 bilhões.
A montadora Fiat está finalizando negociações com o governo de Pernambuco para a construção de uma fábrica no Estado.
O investimento deve ser anunciado na próxima terça-feira em Salgueiro, cidade a 510 km de Recife. O evento deve ter as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governador Eduardo Campos (PSB).
A Folha apurou que Lula deve aproveitar sua passagem pelo município pernambucano, onde participará de uma cerimônia de entrega de títulos de posse de terra, para anunciar a fábrica.
O investimento faz parte do plano de negócios da Fiat Brasil para os próximos quatro anos (2011-2014), de R$ 10 bilhões.
Desse total, R$ 7 bilhões serão destinados à ampliação da fábrica da montadora italiana em Betim, Minas Gerais. Pernambuco deve receber a maior parte dos R$ 3 bilhões restantes.
Líder em vendas no Brasil, a Fiat está com a capacidade de produção em Betim, de 800 mil unidades, próxima do limite. De janeiro a novembro, foram produzidos 694 mil veículos.
Com os novos investimentos, a empresa planeja aumentar a capacidade da fábrica mineira para 950 mil unidades até 2014.
A Fiat confirmou negociações com o governo de Pernambuco para realizar o investimento, mas não revelou qual modelo será produzido.
A área escolhida para a instalação da fábrica de automóveis é o complexo industrial e portuário de Suape, em Ipojuca (a 60 km de Recife), segundo a Folha apurou. No local já funciona um centro de distribuição da GM.
Não é a primeira vez que o governador Eduardo Campos (PSB) tenta levar uma montadora ao Estado. Negociações também foram feitas em anos anteriores com a GM, a Ford e fabricantes chineses. Na ocasião, não houve, porém, acordo.
Nos últimos três anos, incluindo 2010, a montadora investiu R$ 5 bilhões no Brasil. Seu modelo de maior sucesso é o Uno, que vende, em média, 20 mil unidades mês.
Além da fábrica de Betim, o grupo Fiat possui uma fábrica de tratores no Paraná e uma de autopeças em São Paulo.
A fábrica de Betim foi a primeira de uma montadora fora da região do Grande ABC. A fábrica foi inaugurada em 1976. Só a partir dos anos 1990, depois do Plano Real, que outras montadoras saíram do Estado de São Paulo.
Caso da Ford, que se instalou em Camaçari, na Bahia, da Renault, em São José dos Pinhais, no Paraná, e da GM, em Gravataí, no Rio Grande do Sul. (Folha)

Otimismo — Confiança do consumidor bate novo recorde em novembro, diz Associação Comercial de São Paulo

O Índice Nacional de Confiança medido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o IPSOS, atingiu 159 pontos em novembro, contra 152 em outubro deste ano e contra os 138 pontos de novembro do ano passado.

As expansões no mês e no ano mostram que as projeções mais otimistas para as vendas de final de ano estão se confirmando, avaliou o presidente da associação, Alencar Burti.

A classe C lidera o otimismo, com 164 pontos em novembro contra 161 pontos em outubro, vindo a seguir a classe A/B, que pulou de 140 pontos em outubro para 152 em novembro, provavelmente por ser a classe que mais ganha com o 13º salário. E a seguir aparece a classe D/E, que subiu de 139 em outubro, para 144 em novembro.

Os que se sentem mais confiantes no emprego subiram de 42% em outubro, para 46% em novembro. Já entre os que se sentem menos confiantes, o percentual de respostas caiu de 20% em outubro, para 15% em novembro. A média de pessoas conhecidas que perderam emprego bateu novo recorde de baixa, com 3,0 em novembro, contra 3,1 em outubro e 3,5 em setembro - em novembro de 2009 era de 3,9.

Os eletrodomésticos estão cotados como os produtos mais cobiçados. Entre os entrevistados que se sentem mais à vontade para a compra de eletrodomésticos, subiram de 47% em outubro para 51% em novembro. Os menos favoráveis caíram de 24% em outubro, para 20% em novembro.

Os mais otimistas estão nas regiões Norte e Centro-Oeste, com 189 pontos em novembro (182 pontos em outubro). O Sudeste ficou em segundo lugar, com 168, ante 161 pontos em outubro. O Sul se recuperou de 155 pontos em outubro, para 173 em novembro. O Nordeste continua a região menos otimista, com ligeira queda de dois pontos, saindo de 130 em outubro, para 128 em novembro.

Em relação à confiança do consumidor no futuro da economia da sua região; os que acham que ela vai ficar mais forte, ficou praticamente estável com 43% em novembro, contra 45% em outubro. Os que acham que ela vai ficar mais fraca, permanecem em 6% nos dois períodos (9% em setembro).

Esse placar continua muito favorável, inclusive, na condição financeira pessoal dos entrevistados, em relação aos próximos seis meses: permanece em 59% em novembro.

Mas os consumidores que acham que vão piorar nos próximos seis meses permaneceram praticamente estáveis com 4% em novembro, contra 5% em outubro. (O Globo)