segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Nota de luto -- Morte de Eleno José Bezerra

Nota de luto -- Morte de Eleno José Bezerra
"A classe trabalhadora brasileira perdeu um grande combatente. O Brasil perdeu uma grande liderança", afirma Ricardo Patah, presidente da UGT, em nota distribuída para a imprensa e para os sindicatos e entidades filiadas à UGT, em nota de luto sobre a trágica morte de Eleno Bezerra.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) junta-se aos familiares, amigos e lideranças sindicais do Brasil todo para lamentar o trágico acidente, ocorrido no sábado, 20 de setembro, e que fez a classe trabalhadora brasileira perder Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e vice-presidente da Força Sindical.
Eleno José Bezerra pautava o Brasil em todos os debates sindicais e políticos que participava. Foi com determinação, habilidade política e senso de patriotismo que consolidou sua liderança ao incluir em seus discursos os pontos de vista de seus adversários, o respeito por aqueles que ainda não tinham compreendido sua argumentação e a determinação de debater exaustivamente até obter o consenso que unia todos a favor das grandes causas que faziam parte de sua agenda: um Brasil com mais emprego, com salários dignos e, principalmente, com mais Justiça Social.
A classe trabalhadora brasileira perdeu um grande combatente. O Brasil perdeu uma grande liderança.
Honremos o companheiro Eleno José Bezerra ao redobrar nossa eficiência nas mobilizações sindicais e políticas a favor da classe trabalhadora brasileira
Assinam a nota:
Ricardo Patah, presidente da UGT; Roberto Santiago, vice-presidente; David Zaia, vice-presidente; Canindé Pegado, secretário geral; Moacyr Pereira, secretário de finanças e Chiquinho Pereira, secretário de organização.


Brasil vive a década da redução da desigualdade social?
O bom de a gente poder dividir com os companheiros e companheiras as análises das notícias é ter a oportunidade de escapar das manipulações mais óbvias. Falar que o Brasil vive a década da desigualdade social é, no mínimo, um certo exagero. Ainda falta muito para a gente se aproximar deste patamar. A desigualdade de renda, de oportunidades, de salários, de condições de moradia e de assistência à saúde ainda é a norma. Infelizmente. Nada, portanto, a comemorar. E sim de continuarmos mobilizados a favor desta tão necessária redução drástica da desigualdade.
Leia os dois textos a seguir, produzidos em cima de informações da Fundação Getúlio Vargas e reflita: A redistribuição de renda e o aumento da classe média foram as características principais do período de dez anos fechado em 2007. A constatação é do estudo “Miséria e a Nova Classe Média na Década da Igualdade”, divulgado na sexta-feira, pela Fundação Getulio Vargas.
No período, a classe média cresceu 15 pontos percentuais. Em 1992, 32,52% da população se enquadrava na classe média e esse contingente chegou a 47,06% em 2007. Nos quatro anos finais do período, o crescimento passou de 37,06% para 47,06%. Só em 2007, 1,5 milhão de pessoas saíram da linha de pobreza.
Para os técnicos da FGV, o resultado se deve ao bom desempenho da economia e da geração de emprego formal a partir de 2004.
O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marcelo Neri disse que a redução da desigualdade social vem beneficiando diretamente uma nova classe social, a nova classe média.
O coordenador da pesquisa explicou que essa nova classe média veio da classe E, mas não parou na D. Ela tem renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, e em sua maioria tem carteira de trabalho assinada.
Outro aspecto da nova classe média é a presença significativa de afro-brasileiros e das mulheres que estão ascendendo para a classe C, por meio do trabalho.

Renda dos 10% mais pobres caiu no ano passado, diz FGV -- Recuo na renda dessa parcela da população foi de 5,2%, segundo dados da Pnad.
Com isso, o número de brasileiros que deixaram de ser miseráveis em 2007, 1,5 milhão de pessoas, foi o menor desde 2004. A renda dos 10% mais pobres da população caiu 5,2% no ano passado, segundo estudo divulgado ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas) com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.
Essa queda de renda da população mais pobre teve efeitos nos indicadores de miséria e pobreza, segundo a FGV. O número de brasileiros que cruzaram a linha da miséria foi o menor desde 2004.
Mesmo assim, cerca de 1,5 milhão de brasileiros deixaram de ser miseráveis em 2007, segundo os critérios da FGV (indivíduos com renda familiar per capita inferior ao valor calculado para o seu Estado e que varia de acordo ao custo de vida das diferentes regiões; a média nacional é de R$ 127).
Em 2007, 18,11% dos brasileiros podiam ser considerados miseráveis. Em 2006, eram 19,8%. A redução do percentual foi de 5,5% -contra 15% verificados entre 2006 e 2005.
Segundo o critério utilizado pelas metas do milênio da ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo Banco Mundial (indivíduos que vivem com menos de US$ 1 por dia, ajustados pelo poder de compra do dólar de acordo com o país), o percentual de brasileiros que vivem na pobreza extrema chegou a subir: de 4,69% em 2006 para 4,94% no ano passado.
"Apesar de não repetirmos o resultado de 2006, considero que os avanços na redução da desigualdade continuam sendo fantásticos. Se os anos 90 foram a década da estabilização, a atual década é a da redução da desigualdade", diz o economista Marcelo Neri, responsável pelo Centro de Pesquisas Sociais da FGV.
A redução do ritmo de melhora nos indicadores de miséria e pobreza está relacionada com o aumento do número de brasileiros sem qualquer tipo de rendimento (de 1,2% da população em 2006 para 1,8% no ano passado) e podem ser atribuídos a três fatores, segundo o pesquisador.
O primeiro: efeito de um questionário especial sobre renda e políticas sociais aplicado pelo IBGE na Pnad de 2006. Como o questionário não foi usado no ano passado, pode ter havido "ruído" na comparação entre os anos.
O segundo fator: houve aumento do emprego formal, com carteira assinada, e redução das possibilidades de trabalho informal para essa população extremamente pobre, exatamente a que mais depende de biscates. A maior formalização, portanto, contribuiu para a perda de renda dos 10% mais pobres, segundo o pesquisador.
O terceiro está relacionado ao Bolsa Família: no ano passado, não houve expansão do programa de transferência de renda (em 2006, 2 milhões de famílias foram incluídas). Segundo a diretora do cadastro único de programas sociais do governo federal, Lúcia Modesto, o Bolsa Família encontra dificuldades para atingir a fatia mais pobre da população: "São os excluídos dos excluídos, uma população que a gente precisa ir atrás, o que é uma tarefa difícil: por isso estamos trabalhando com os municípios para identificar esses bolsões de pobreza".

Classe C em alta — Já a emergente classe C brasileira permanece em expansão, de acordo com a FGV. O levantamento mostra que as faixas intermediárias tiveram os maiores percentuais de crescimento de renda no ano passado: mais de 5%.
Isso fez com que o percentual de brasileiros na chamada classe C subisse de 45% para 47%. O critério da FGV estabelece que famílias com renda total de R$ 1.064 a R$ 4.591 podem ser consideradas de classe C.

PETRÓLEO -- Pré-sal: Limite para nova aplicação do FGTS em ações da Petrobras deve ser menor
A notícia é boa. Especialmente do ponto de vista dos trabalhadores. Queremos, sim, apoiar o Pré-Sal e principalmente participar não apenas dos investimentos, dos ganhos, mas também da destinação final dos eventuais lucros, através de uma política de responsabilidade fiscal, com a definição clara de como e em que investimentos sociais serão gastos o lucro do pré-sal.

Veja o texto:
O governo estuda permitir que os trabalhadores usem parte do dinheiro da conta do FGTS na compra de ações da Petrobras , viabilizando uma nova capitalização da empresa, como antecipou a "Folha de S. Paulo" na sua edição de domingo. A medida, segundo fontes ligadas ao Palácio do Planalto, está sendo discutida pela comissão interministerial que está tratando do novo marco regulatório sobre a exploração do petróleo na camada pré-sal .
Mas, segundo especialistas e fontes do Conselho Curador do FGTS, a permissão deverá ser restrita para evitar a descapitalização do fundo - a principal fonte de recursos para habitação e saneamento básico no país. Eles avaliam que, dificilmente, será autorizada a mesma parcela de 2000 - quando o trabalhador podia investir até 50% do saldo da conta do FGTS na Petrobras. A expectativa é que a procura seja enorme, o que poderia reduzir à metade o saldo total das contas vinculadas ao fundo de R$ 151,85 bilhões (em junho).

Doença compromete até 13 anos de vida do brasileiro, pressionando gastos com previdência
Viver no Brasil é muito dificultoso, como diria Guimarães Rosa. Aumenta a expectativa de vida e as pessoas se percebem doentes e desamparadas. Para garantir a qualidade de vida é importante que investimentos urgentes sejam feitos em saneamento básico, na medicina preventiva, no acompanhamento e amparo da terceira idade.
Leia o texto: A esperança de vida do brasileiro tem aumentado nas últimas décadas (em 1980 era de 62,5 anos, subindo para 72,3 anos em 2006), mas isso não significa que todas as crianças nascidas recentemente chegarão saudáveis à velhice ou mesmo conseguirão alcançá-la. Tal situação pressionará ainda mais os gastos com saúde e previdência social, pode reduzir a capacidade econômica do país e vai pôr a economia em desvantagem diante dos principais países emergentes. Esta é a principal conclusão de uma pesquisa recém-concluída pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A pesquisa aponta que o homem brasileiro passa, em média, 11,1 anos de sua vida com a saúde comprometida e as mulheres, 13,5 anos. Cerca de um em cada 7,7 anos de vida deverá, para os que nasceram em 2003, ocorrer em condições de vida precárias. Nos Estados Unidos, por exemplo, são 9,4 anos para os homens e 8,2 para as mulheres. No caso da Rússia, Africa do Sul e Índia, esse tempo de vida é menor, mas a razão é outra, mais dramática:
- Ali, em média, a população não saudável tem menor assistência e morre rapidamente - explica Maria Piñon Dias, co-autora do estudo.

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